sexta-feira, 4 de março de 2011

Dilma diz que Lupi fica no cargo

Brasília – A presidenta Dilma Rousseff afirmou hoje (3) que o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, do PDT, é de sua “inteira confiança” e permanece no cargo. O PDT, embora integre a base aliada do governo, não votou com o Planalto na aprovação do salário mínimo e, ontem (2), o líder do partido na Câmara, Giovanni Queiroz, não foi convidado para a reunião de lideranças com Dilma.
“O ministro Lupi é da minha inteira confiança. O PDT estará no Ministério do Trabalho. Agora, eventuais problemas dentro da base serão resolvidos pelo próprio partido e, não, pelo governo. O ministro Lupi é de confiança e, hoje, o recebi em um despacho normal”, disse Dilma, referindo-se à reunião que teve com o ministro no início da manhã.
Ontem, depois do encontro de Dilma com os líderes de partidos aliados, o ministro de Relações Institucionais, Luiz Sérgio, explicou a ausência do PDT afirmando que foram convidados apenas os líderes que estão 100% alinhados com a posição do governo.
Dilma respondeu sobre a permanência de Lupi em entrevista a jornalistas após receber o primeiro-ministro e ministro da Defesa do Timor Leste, Xanana Gusmão. (Yara Aquino-AB)

Brasil já é a 7ª maior economia do mundo, diz Mantega

O ministro Guido Mantega (Fazenda) disse nesta quinta-feira que, segundo dados preliminares, a economia brasileira ultrapassou a da França e do Reino Unido em paridade de poder de compra e é agora a 7ª maior economia mundial. Antes, o país ocupava a 9ª posição na comparação em paridade de poder de compra.


O resultado é o desdobramento do desenvolvimento desigual e mostra a importância do crescimento nacional para a projeção do país no exterior. Ao longo do governo Lula, o Brasil cresceu a taxas bem maiores do que Inglaterra e França. A diferença foi ampliada pela crise, que castigou mais as potências capitalistas e em especial a Europa do que os países ditos emergentes.

G20
O PIB brasileiro cresceu 7,5% em 2010, segundo informações divulgadas nesta quinta-feira (3) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Entre os países do G20, foi o quinto melhor desempenho. O país ficou atrás da China, Índia, Argentina e Turquia.

Segundo Mantega, o crescimento de 2010 não sinaliza um superaquecimento da economia, mesmo porque a base de comparação é muita baixa. Em 2009 o PIB retrocedeu 0,6%, de forma que o valor da produção no ano passado recuperou o nível de 2008, ano em que se verificou um ritmo de expansão. Além disto, os dados mostram que já há um desaquecimento no último trimestre.

Investimento


Em valores correntes, o PIB alcançou R$ 3,675 trilhões em 2010. "Isso mostra a capacidade produtiva da economia brasileira, o potencial que vem sendo realizado nesses últimos anos. Mostramos nossa capacidade de crescer cada vez mais", afirmou.

O ministro disse ainda que o avanço significativo do investimento mostra a qualidade do crescimento brasileiro, já que está havendo expansão na capacidade produtiva brasileira.


”Isso nos habilita a continuar o crescimento nos próximos anos e crescimento equilibrado com mais oferta de produto, afastando problemas de abastecimento e de inflação", completou.

Desaceleração
O percentual do PIB é o maior desde 1986, quando houve a mesma alta. No entanto, a metodologia da série foi modificada em 1996. Em 2009, o PIB havia apresentado retração de 0,6% – a primeira na atividade econômica desde 1992.

Com o crescimento mais arrefecido na parte final do ano, o PIB subiu 0,7% no quarto trimestre de 2010, em relação aos três meses imediatamente anteriores. Na comparação com o período de outubro a dezembro de 2009, a economia registrou alta de 5,0%.

Revisão
O IBGE revisou os dados dos trimestres do ano passado que já haviam sido divulgados. No primeiro trimestre, a economia avançou 2,2% ante os três meses imediatamente anteriores – anteriormente tinha apresentando expansão de 2,3%.

No segundo trimestre, a revisão também apontou um percentual menor, de 1,8% para 1,6%. Já no terceiro trimestre, o crescimento passou de 0,5% para 0,4%. Nos últimos três meses do ano o PIB avançou apenas 0,7%, sinalizando desaceleração, tendência que deve ser reforçada pelo corte nos gastos públicos e alta dos juros. (Vermelho)

Na despedida, deputados não reeleitos elevam gastos da Câmara em 175%

Sem assento na Câmara, perderam também boa parte da visibilidade política e do patrocínio público para a divulgação, em seus estados, do trabalho realizado em Brasília.


Os deputados federais que deixaram o cargo no mês passado apresentaram uma conta salgada aos cofres públicos. Ao todo, 102 agora ex-parlamentares inflaram os gastos com a “cota para exercício da atividade”, a antiga verba indenizatória, nos últimos dois meses de mandato: dezembro de 2010 e janeiro deste ano.

Apenas com esses ressarcimentos, a Câmara desembolsou R$ 5,6 milhões — R$ 2,4 milhões a mais do que esses mesmos 102 ex-deputados receberam no período correspondente a 2009/2010, o que representa uma variação de 175%. A maior parte das despesas refere-se à divulgação de balanços dos respectivos mandatos.

Pastor Manoel Ferreira (PR-RJ), Cássio Taniguchi (DEM-PR) e Gustavo Fruet (PSDB-PR) foram os que mais aumentaram o percentual de gastos com a proximidade do término do mandato. Comparando-se os últimos dois meses na Câmara ao mesmo período de 2009/2010, as despesas do trio apresentaram uma variação no uso da cota de 1.712%, 1.129% e 209%, respectivamente.

Conforme antecipado pelo Correio em dezembro, os investimentos em publicidade do mandato de pelo menos 50 então deputados dobraram. A fatura elevada, segundo os agora ex-parlamentares, justifica-se pelo fato de, na época, estarem deixando o Parlamento.

Sem assento na Câmara, perderam também boa parte da visibilidade política e do patrocínio público para a divulgação, em seus estados, do trabalho realizado em Brasília.

“Aproveitei aquilo que ainda tinha de verba indenizatória para divulgar tudo o que fiz como deputado. A Caixa Econômica Federal e os Correios fazem publicações que custam bilhões de reais ao governo. Deveriam ver o quanto o Executivo gasta em publicidade e o quanto nós gastamos.

Nossas despesas são até baixas”, compara Ernandes Amorim (PTB-RO), cujos ressarcimentos aumentaram R$ 65,6 mil (variação de 73%). O ex-deputado alega ter utilizado o dinheiro com publicidade em veículos impressos, rádio e tevê.

Além da divulgação parlamentar, há despesas com telefone, aluguel de carros e aviões, entre outras modalidades. A dois meses de deixar o mandato, o tucano Gustavo Fruet, por exemplo, consumiu R$ 25,8 mil apenas em serviços postais. Já o ex-deputado federal Alberto Fraga (DEM-DF) utilizou quase R$ 10 mil com aluguéis de veículos, enquanto o petebista Ernandes Amorim contratou consultorias no valor de R$ 49 mil.

Reuniões políticas

Ao turbinar o consumo da cota parlamentar em R$ 58,5 mil, o ex-deputado Pedro Wilson (PT-GO) alegou ter “desenvolvido trabalhos” no interior de Goiás, incluindo reuniões políticas. “Uma das reclamações que mais ouvi durante a campanha eleitoral do ano passado foi que eu não divulgava as minhas realizações como deputado.

Quisemos, então, fazer uma prestação de contas, viajando pelo estado. Também tínhamos um projeto para tocar, a campanha da presidente Dilma Rousseff e a formação de alianças”, justifica Wilson, que dobrou os gastos e empregou R$ 58,2 mil a mais nos dois últimos meses do mandato, em comparação com dezembro de 2009 e janeiro de 2010.

Além dos ex-parlamentares que apresentaram crescimento expressivo no consumo de dinheiro público no período analisado, há muitos que não tiveram uma variação tão grande, porque as respectivas despesas já eram elevadas.

Fazem parte desse grupo José Mendonça Bezerra (DEM-PE) e Humberto Souto (PPS-MG). Há um ano, Souto havia utilizado R$ 78 mil da cota. Agora, foram R$ 105 mil. Campeão no uso desses recursos, Bezerra gastou R$ 127 mil entre dezembro de 2009 e janeiro de 2010 e, recentemente, R$ 157 mil.

Serviços

A cota para exercício de atividade parlamentar a que cada deputado tem direito varia de R$ 23 mil a R$ 35,5 mil, dependendo do estado de origem — em geral, quanto maior a distância do domicílio eleitoral em relação ao DF, maior o valor.

Esses recursos podem ser utilizados para passagens aéreas, frete de veículos e aeronaves, combustíveis, cota postal e telefônica, consultoria, divulgação do mandato, aluguel de escritórios políticos, entre outros serviços. Os deputados desembolsam os valores e, posteriormente, são ressarcidos pela Câmara.

Fonte: Ivan Iunes / Leandro Kleber - VB

Políticos se dividem entre a folia e o descanso

Em tempos de Carnaval, os palcos da festa, em especial os camarotes, se transformam em palanque eleitoral para a classe política baiana. Vitrine que a coloca mais perto do público, a folia de Momo costuma reunir integrantes do meio, tanto na instância do Executivo, quanto do Legislativo de todas as coligações e cores partidárias. Mesmo 2011 não sendo ano eleitoral como foi o de 2010, os compromissos carnavalescos de alguns políticos, a maioria de olho em 2012, devem se repetir no mesmo embalo do ano passado. Outros, no entanto, vão optar pelo descanso nas casas de campo ou de praia, ou simplesmente viajar para outras regiões do país.
Os chefes do Executivo estadual e municipal, o governador Jaques Wagner (PT) e o prefeito João Henrique (PP), vão se dividir entre o calor da festa e o repouso ao lado de seus familiares. O governador vai cumprir algumas tarefas administrativas e também curtir a festa. Hoje e amanhã, Wagner visitará os estandes montados pelo Estado, como as unidades de saúde e a Central de Segurança, durante o dia. Já à noite, o gestor vai cair na folia e distribuir simpatia pelos camarotes privados ao lado de sua esposa, a primeira-dama Fátima Mendonça.
No domingo, ele visitará os praticáveis de imprensa e concederá uma entrevista coletiva para fazer sua avaliação do evento. Já na segunda e na terça-feira, o governador vai preferir o descanso em local não divulgado. Isso, se o ex-presidente Luiz Inácio Lula não aparecer. Caso isso aconteça, ele terá que recepcioná-lo. O grande amigo do “galego” em sua última passagem pelo Estado prometeu que iria se preparar para pular bastante no Carnaval baiano.
Já o prefeito João Henrique vai prestigiar a festa por dois dias somente. Além de ter dirigido o início da folia ao entregar a chave da cidade ao Rei Momo ontem, o alcaide só retorna ao cenário da festa no domingo, quando irá aparecer no camarote da Prefeitura ao lado da família, assessores e secretários.
Outros políticos não vão perder a oportunidade de estarem perto do público. Esse é o caso do deputado federal ACM Neto (DEM). O democrata vai brincar quase todos os dias da festa – à noite nos camarotes privados do circuito Dodô (Barra-Ondina).
 Já no domingo, segunda e terça, ele deve apreciar o desfile dos blocos no circuito tradicional Osmar (Campo Grande), no camarote da Rede Bahia, ao lado de seu pai, o ex-senador Antonio Carlos Magalhães Junior (DEM) e familiares. O deputado Antonio Imbassahy (PSDB) fica dois dias na cidade, curtindo a passagem dos trios nos camarotes de Daniela Mercury e do Expresso 222-Gilberto Gil na Barra. Depois deve se recolher com a família.
 Contrariando a ordem de cair na folia, o presidente do PMDB, deputado federal Lúcio Vieira Lima, disse que vai “trabalhar e curti na fazenda em Itapetinga. Vou aproveitar para conversar com as pessoas, visitar as bases nos municípios vizinhos, Macarani, Itaranti”, afirmou.

Ritmos vão do axé ao gospel

     O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Marcelo Nilo (PDT), vai intercalar a “brincadeira” com o lazer distante da movimentação. No domingo, ele vai com a família para o camarote do governador e nos outros dias deve descansar no Litoral Norte. Nilo deve se concentrar para administrar dias mais quentes na Casa, quando deve reger votações de projetos de bastante discussão no Parlamento, a exemplo da proposição que aumenta o salário dos servidores estaduais. Aliás, no Legislativo estadual, a maioria reservou o período do Carnaval para ficar bem longe de Salvador.
 O líder do governo, deputado Zé Neto (PT), por exemplo, vai curtir com a família e com os amigos a Ilha de Itaparica. Já o presidente da Câmara de Salvador, vereador Pedro Godinho (PMDB), optou pela distância da folia momesca. O vereador preferiu a tranquilidade para voltar com mais força ao batente, quando deve conduzir votações polêmicas na Casa.
Quem está interinamente no comando da Câmara é o vereador Paulo Magalhães Júnior, que curte a festa. Outros devem ter participação mais ativa, a exemplo do vereador Heber Santana (PSC) que vai participar do bloco evangélico Sal da Terra. Formado na sua maioria por membros da Igreja Batista Missionária da Independência, o grupo com cerca de mil integrantes irá percorrer as ruas do circuito Batatinha (Pelourinho) e Dodô (Barra).(Lilian Machado - TB)