terça-feira, 22 de março de 2011

PCdoB de Feira de Santana avalia conjuntura política

No último dia 19 de março o Diretório Municipal do PCdoB de Feira de Santana reuniu-se no Sindicato dos Bancários para discutir temas relacionados com a restruturação da agremiação no município, bem como avaliar a atual conjuntura política. Além disso, foi feito uma avaliação das eleições de 2010, bem como o papel assumido pelo Partido no processo. Presentes ao evento estiveram Rozete Evangelista, dirigente do Partido, Gilson das Merçês, atual presidente da agremiação, e Messias Gonzaga, ex-vereador e atual chefe de gabinete da Deputada Kelly Magalhães.

Genaldo de Melo

Dirigentes prometem fechar o cerco contra infíeis

As legendas que tendem a ser atingidas em cheio com a criação do Partido Socialista Democrático (PSD) já dão sinais de preocupação e cogitam acionar a Justiça para pedir providências. Na Bahia, a preocupação também já chegou, sobretudo para o Democratas, o PMDB e o PP. Embora seus dirigentes tentem passar tranquilidade, fica subscrito que os partidos não deixarão barato a saída de seus membros.
O PP vai perder nada mais nada menos do que o vice-governador do estado, que representa o quarto maior colégio eleitoral do país e que abriga a terceira maior cidade. Trata-se de Otto Alencar. Desde o início das especulações acerca do nascimento do PSD, Otto não tem feito mistério sobre sua articulação.
O partido que será fundado pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), terá o vice-governador como líder na Bahia. Sem falar que o PP corre sérios riscos de perder o status de segunda maior força partidária da base aliada do estado.
 A Tribuna conversou com o ministro das Cidades, Mário Negromonte, presidente estadual do PP, sobre a saída de Otto. Categórico, ele disse que ainda não recebeu nenhum comunicado formal sobre a saída de Otto dos quadros progressistas. Aproveitou a oportunidade ainda para questionar o sucesso do PSD.
“Primeiro, o partido ainda não foi formado e para isso acontecer, é necessário reunir quinhentas mil assinaturas. Nem sabemos se esse partido vai existir de verdade. Os partidos que vão ser prejudicados com essa articulação vão entrar na Justiça”, afirmou Negromonte.
O PMDB, que pode perder três deputados e consequentemente o ônus de bancada na Assembleia, através do seu presidente estadual, deputado federal Lúcio Vieira Lima, confirmou à reportagem que os deputados Alan Sanches, Ivana Bastos e Temóteo Brito lhe procuraram ontem para manifestar o desejo.
Em tentativa de minimizar a polêmica, Lúcio disse que o fato de os deputados terem assinado o manifesto de apoio à criação do PSD não significa filiação.
Porém, quando questionado sobre a possibilidade de uma saída pacífica, o discurso foi outro. “Do mesmo jeito que os deputados, os prefeitos têm seus interesses de sair do PMDB, o partido também tem os seus. Para o PMDB se manifestar, eles têm que sair”, pontuou Lúcio Vieira Lima, complementando de forma irônica.
O ex-deputado federal e ex-ministro da Integração Nacional Geddel Vieira Lima, liderança expressiva do PMDB, utilizou o microblog Twitter para dizer que a criação do PSD deve ser questionada na Justiça. O deputado federal ACM Neto, líder da bancada do DEM na Câmara e um dos mais indignados com a criação do PSD, afirmou que pedirá a intervenção do comando nacional do partido no diretório de São Paulo, cujo líder é  Kassab. (Romulo Faro-TB)

Deputados reagem às críticas de ACM Neto

Ainda envolvidos pelo clima do lançamento do Partido Socialista Democrático (PSD), nova agremiação partidária que promete impactar o cenário político baiano, alguns parlamentares reagiram às críticas do deputado federal ACM Neto, ícone do DEM no estado. Em entrevista à Tribuna, publicada na edição de ontem, o democrata chamou os políticos que manifestaram o desejo de ingressar no novo partido de “oportunistas e adesistas de plantão”.
Há mais de um ano distante dos holofotes da oposição no estado, o deputado Gildásio Penedo (DEM) confessou que não estava “se sentindo mais confortável” no Democratas e que está “tranquilo” em relação ao posicionamento tomado de apoio ao novo partido. Penedo foi um dos democratas que assinaram o manifesto de criação da sigla. “Já não existia mais motivação. Teve muita coisa, inclusive, o fato de eu ter sido trocado por Elmar Nascimento (PR), na disputa pela presidência da Assembleia”, justificou, lembrando que teria sido defenestrado do DEM, quando colocou seu nome para eleição da Mesa Diretora e não obteve apoio da legenda, que preferiu apoiar a candidatura do deputado republicano.
O parlamentar, filiado há 18 anos ao DEM, afirmou que não pretendia “julgar”, nem muito menos “rebater” as declarações de ACM Neto, porém não deixou de cutucar o correligionário.
“Cada um segue seu caminho. Eu sigo o meu e desejo àqueles que ficam boa sorte e que possam buscar um caminho para o partido, mas é no mínimo estranha a postura dele, pois há 60 dias ele próprio cogitava sair do partido. Será que ele se acomodou por que se acertou na liderança do partido?”, questionou em tom crítico. Gildásio destacou que caso seja citado nominalmente apenas irá procurar apresentar sua defesa.
“Eles acham que têm a razão deles e eu acho que tenho a minha”. O ex-deputado estadual Clóvis Ferraz, figura histórica do DEM na Bahia, não quis comentar as observações de Neto, porém frisou que está livre para seguir seus próprios caminhos. “Não tenho amarras. Além do mais, vivemos numa democracia”, afirmou.
 O deputado Paulo Magalhães, que trocou farpas com ACM Neto nas últimas semanas, ironizou as afirmações do primo. “Eu não posso levar a sério essas declarações de oportunismo e adesismo de plantão, pois estou no partido há 30 anos. Isso não me atinge”, frisou.
Sobre o fato de Neto ter se referido a ele como alguém sem peso político, Magalhães respondeu: “A importância política então ficou só pra ele que é o todo- poderoso da política baiana e brasileira”, zombou.   (Lilian Machado- TB)