quinta-feira, 3 de março de 2011

Reforma política tem que definir consenso sobre temas polêmicos

Financiamento de campanha, condições de elegebilidade, estrutura partidária e coligações. Para o deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA), membro da comissão especial que vai discutir a Reforma Política, “se não dermos respostas em torno desse temas, não estaremos fazendo reforma política”. A comissão escolheu, nesta quarta-feira (2), em sua primeira reunião, o deputado Almeida Lima (PMDB-SE) como presidente e Henrique Fontana (PT-RS) como relator.

Daniel Almeida disse ainda que o assunto deve ser tratado de forma abrangente. “Não é adequado tratar das coisas isoladamente, porque a reforma vai ficar capenga. Esses temas precisam entrar na agenda e encontrar solução que harmonize em torno deles”, afirmou, enfatizando que “somos contra o fatiamento.”

Para o deputado comunista, a expectativa do trabalho é de muita discussão para construir uma proposta de consenso, destacando que “todos sabemos a necessidade de alterar a estrutura política partidária e eleitoral do Brasil.”

Segundo ele, “a comissão deve ser desaguadora de todas as expectativas e sugestões e capaz de produzir uma proposição com máximo de consenso para ser apreciada pelo congresso.” Existem 100 propostas de reforma política tramitando na Câmara.

Ele reconhece que não é fácil alcançar consenso, elencando os assuntos que considera mais importante e que são também os mais polêmicos. “Temos algumas coisas necessárias a serem abordadas, como financiamento de campanha; elegibilidade, que são as condições para o cidadão concorrer – uma legislação clara para definir quem pode ou não receber votos”, diz, acrescentando que “a estrutura partidária e a possibilidade de coligação são outros elementos fundamentais.”

Interesse dos grandes
A comissão especial será conduzida por representantes do PT e PMDB. Os dois maiores partidos têm interesse em estabelecer regras que garantam maior crescimento de suas legendas. De acordo com o diretor do Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar), Antônio Augusto de Queiroz, "nas duas hipóteses mais discutidas, o fim das coligações e o voto majoritário, apenas grandes partidos poderiam crescer. Os pequenos encolheriam ainda mais", analisa.

Estudo do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) mostra que se as regras na eleição do ano passado fossem essas defendidas pelo PT e PMDB, as duas legendas estariam ainda maiores.

Essas mudanças também interessam os partidos da oposição. A adoção dos sistemas propostos ampliaria as bancadas do DEM e ao PSDB. Os tucanos passariam dos atuais 53 para 65 deputados eleitos em qualquer alternativa de mudança. Já os democratas, hoje com 43 deputados, teriam 50 se as regras fossem do voto majoritário.

O presidente da comissão especial, Almeida Lima, acena também com a possibilidade de “fatiar” a reforma. Ele declarou que a falta de consenso sobre um ou outro ponto não pode inviabilizar a votação de uma proposta. "A busca do consenso é importante. Mas não vejo por que, naqueles pontos em que não haja consenso, a comissão não possa levar o tema à deliberação da maioria", disse. (Márcia Xavier - Vermelho)

PT tenta fazer frente a aliados e antecipa calendário eleitoral

Preocupado com disputas internas e na base, sigla decidiu instalar na volta do carnaval comissão que cuidará da corrida de 2012


Em meio à movimentação intensa de aliados históricos como PSB, PC do B e PDT, o PT decidiu antecipar a preparação para as eleições municipais de 2012. O presidente nacional do partido, José Eduardo Dutra, deve nomear logo depois do carnaval, na primeira reunião da Executiva Nacional petista, quase dois anos antes do pleito, a Comissão Eleitoral Nacional que vai preparar o PT para as disputas de 2012.

Levantamento preliminar da direção petista aponta divergências com aliados ou entre facções internas do partido em algumas das cidades mais importantes do País. “A situação hoje é muito ruim. Não podemos fazer como nas últimas vezes em que deixamos tudo para a última hora. Desta vez é diferente. Não temos mais o Lula candidato e a eleição de 2012 vai definir boa parte da disputa em 2014”, disse um dirigente petista.


Em pelo menos duas capitais importantes, a direção nacional terá que mediar disputas internas cada vez mais acirradas.

Em Belo Horizonte o cenário é de um novo round na disputa entre o ministro da Indústria e Comércio, Fernando Pimentel, e o ex-ministro do Combate à Fome, Patrus Ananias. Os desentendimentos entre os dois caciques já duram quatro anos e prejudicaram tanto Pimentel quanto Patrus nas eleições de 2010, aumentando a hegemonia do ex-governador Aécio Neves (PSDB) em Minas Gerais.

Em Recife, capital do Estado onde o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve seus maiores índices de popularidade, o ex-prefeito João Paulo Lima e Silva e seu sucessor, João da Costa, ambos petistas, vivem às turras desde o ano passado.

Em outras capitais importantes, a cúpula petista terá que equacionar os interesses do partido e de aliados locais. Em Porto Alegre, a direção nacional identificou uma tendência de o governador Tarso Genro (PT) apoiar a candidatura da deputada Manuela d’Ávila (PC do B), em detrimento do PT.

No Rio de Janeiro, a tendência é o PT ser forçado a apoiar a reeleição de Eduardo Paes (PMDB). Já em Curitiba o partido está nas mãos da senadora Gleisi Hoffman, considerada o único nome competitivo do partido na capital paranaense, mas que ainda não foi convencida a se candidatar. (Ultimo Segundo)

Senadora Kátia Abreu elogia ajuste fiscal de Dilma

"Dilma apresentou um salário possível", defendeu a senadora do DEM, uma das mais ativas oposicionistas

senadora Kátia Abreu (DEM-TO), uma das mais ativas parlamentares da oposição, usou a tribuna do Senado ontem à noite para fazer elogios à política de ajuste fiscal do governo e à decisão da presidente Dilma Rousseff de fixar o salário mínimo em R$ 545. O DEM queria R$ 560.

 
Kátia subiu à tribuna em nome da liderança do partido, sob o argumento de que criticaria a medida provisória que capitaliza o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Mas acabou por fazer tantos elogios ao governo que mais parecia uma senadora da base aliada.
 
Começou por justificar sua decisão de apoiar os R$ 545 para o mínimo e não o que indicavam seu partido e a oposição. "A presidente (Dilma Rousseff) apresentou um salário possível, compatível com a realidade atual, anunciou um corte de despesas significativo, de R$ 50 bilhões", disse a senadora, para surpresa de todos, governo e oposição.

E continuou: "Os economistas, inclusive, indicam que deveria ser de R$ 60 bilhões e que, ainda assim, deveríamos subir 1% a taxa de juros, não por gosto, mas pela necessidade por que o País está passando neste momento". Ela disse que votará a favor de qualquer medida, por mais impopular que seja, desde que vise o ajuste fiscal e mesmo que contrarie seu partido: "Cumpri a minha palavra. Deixei de votar com o meu partido. Votei com o Brasil, votei contra a inflação".

Em seguida, ela disse que muitos amigos a criticaram, dizendo que não adiantava colaborar com o arrocho, porque o governo não estaria disposto a reduzir gastos. "Agradeci a crítica, mas disse que tinha votado com a minha consciência, como senadora do Brasil, e votaria de novo os R$ 545, apostando e acreditando no controle da inflação, porque não adianta um salário mínimo de R$ 1 mil com uma inflação que pode consumir, e deverá consumir, o salário do trabalhador deste País".

Para Kátia Abreu, a presidente Dilma Rousseff apresentou um salário mínimo possível, compatível com a realidade atual. Ela lembrou que o governo fez o anúncio de um corte de despesas significativo, de R$ 50 bilhões. Para ela, os cortes são necessários, porque hoje a inflação não é localizada, mas global. A senadora disse que hoje o futuro é incerto, porque há a crise árabe e pode haver uma explosão no preço do petróleo.
Também presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), Kátia afirmou que hoje o mundo vive uma inflação de alimentos. "As commodities de alimentos e metais estão subindo, e a tendência é de subir cada vez mais, porque os estoques estão baixos. Os estoques de todos os produtos estão baixíssimos", disse. (Último Segundo)

Senado aprova criação de mil novos cargos

Após detalhamento de cortes no valor de R$ 50 bilhões, senadores aprovam contratações no valor de R$ 10 milhões ao ano


Dois dias após o detalhamento dos cortes no Orçamento da União, no valor de R$ 50 bilhões, os senadores aprovaram projeto de lei do Executivo autorizando a criação de 1.124 novos cargos na administração federal, dos quais 510 de livre nomeação, ou seja, sem concurso público.

 
O impacto orçamentário previsto é de R$ 10 milhões ao ano. A proposta foi aprovada em caráter terminativo na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e seguirá para sanção presidencial.
Os novos cargos destinam-se ao Ministério da Previdência Social, sendo 114 reservados às funções gratificadas (para servidores públicos de carreira). Outras 500 vagas são para a carreira de perito médico previdenciário do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) para atender 720 agências que estão sendo construídas em todo o Brasil. O projeto ressalva que a realização de concurso para provimento dessas vagas depende de prévia dotação orçamentária.
Relator da matéria, o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR) - que também foi ministro da Previdência -, defendeu a abertura das novas vagas, destacando o "fortalecimento da estrutura organizacional do INSS para possibilitar a instalação de novas agências da Previdência Social".
O líder do PSDB, Alvaro Dias (PR), apresentou emenda pedindo a revogação do dispositivo de uma portaria do MPS que especifica, entre os critérios para ocupar funções de confiança, a participação do servidor em associações e organizações não governamentais (ONGs). "Queremos excluir a hipótese da partidarização, evitando a politização com nomeações que privilegiam acomodações políticas", justificou o tucano.

Mas a emenda acabou rejeitada, apesar dos votos favoráveis da oposição e de um aliado, o senador Luiz Henrique da Silveira (PMDB-SC). Jucá argumentou que o servidor que seja membro de ONG ganhará apenas um ponto nesse quesito, sendo que outros critérios como pós-graduação ou doutorado garantem pontuação maior. (Último segundo)

Brasil faz primeiro grande levantamento de dados estatísticos sobre consumo de crack

Brasília – O Brasil está desenvolvendo o maior estudo sobre consumo de crack do mundo. De acordo com a secretária Nacional de Políticas sobre Drogas, Paulina Duarte, o objetivo é ter dados estatísticos reais do consumo de crack no país, das grandes cidades à zona rural. A pesquisa está sendo feita pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em parceria com a universidade americana de Princeton e os primeiros resultados serão divulgados em abril.
“Em 2010, lançamos o plano integrado de enfrentamento ao crack e outras drogas. Não temos, neste momento, nenhum número exato de consumo de crack no país. São apenas meras especulações. Por isso, estamos desenvolvendo o primeiro grande levantamento que se configura como o maior estudo sobre crack no mundo”, afirmou hoje (3) a secretária, após a apresentação do Relatório 2010 da Junta Internacional de Fiscalização de Entorpecentes (Jife).
A estimativa é que 25 mil pessoas participem da pesquisa, sendo que 22 mil fornecerão dados quantitativos e 3 mil, dados qualitativos. “Esse plano de enfrentamento [estudo direcionado ao consumo de crack] nasceu da preocupação do Brasil com dois indicadores: aumento das apreensões de pasta base feitas pela Polícia Federal e a procura [das pessoas viciadas em crack] por tratamento.”
A grande inovação, segundo Paulina, é que os usuários ouvidos pela pesquisa serão convidados a fazer testes para identificar se contraíram doenças relacionadas ao consumo do crack, como hepatites B e C, tuberculose e aids. “Depois desses testes, eles serão encaminhados à rede de saúde para tratamento.”
Além da pesquisa, a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad) também vai desenvolver um sistema de monitoramento precoce para consumo e tráfico de drogas em parceria com a Polícia Federal, o Ministério da Saúde e a Universidade de São Paulo (USP). De acordo com Paulina, o investimento será de aproximadamente US$ 5 milhões.
“Vamos juntar programas que possam nos dar as tendências dos surgimentos de novas drogas, novas formas de consumo, pedidos de tratamento, assim como tipos de apreensão em locais onde essas drogas aparecem”, afirmou.
O relatório da Jife divulgado hoje (2) aponta o crescimento do consumo de crack no território brasileiro e destaca o trabalho do governo brasileiro no combate à droga. De acordo com Paulina, o Brasil busca “mecanismos sustentáveis” para o enfrentamento ao crack. Um dos principais problemas é a falta de locais específicos para tratamento dos usuários.
Segundo a secretária, 100 mil profissionais da área de segurança pública e saúde, que combatem o consumo de drogas no país, serão capacitados para esse trabalho. “O Brasil vem fazendo um grande esforço no enfrentamento qualificado ao tráfico urbano.”
Daniella Jinkings
Repórter da Agência Brasil

Em sua 1ª palestra, Lula diz que foi 'achincalhado' ao falar da 'marolinha'

Ele falou que, antes de seu governo, país tinha 'complexo de inferioridade'. Ex-presidente afirmou que conversou com Bush 'sem lambeção de bota'.

AltEm sua 1ª palestra, Lula diz que foi 'achincalhado' ao falar da 'marolinha'
Em sua primeira palestra após deixar a Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva falou nesta quarta-feira (2) sobre os oito anos de seu governo e destacou que um dos piores momentos que viveu como presidente foi durante a crise financeira internacional, no fim de 2008. Ele relembrou o episódio em que comparou a crise a uma "marolinha" e disse que foi "achincalhado".

"As pessoas diziam nos jornais: ‘Quero ver se o Lula agora vai conseguir governar com a crise’. O mundo até então estava crescendo, eles diziam que era sorte. Quando [então] veio a crise e eu disse que era uma marolinha.

Por conta da marolinha, eu fui achincalhado, diziam que eu estava menosprezando a crise”, afirmou a funcionários da empresa LG durante palestra sobre macroeconomia em evento no Expo Transamérica, na capital paulista.

O evento foi aberto por volta das 18h40, mas Lula só começou a falar às 19h30. O ex-presidente foi apresentado por um executivo da LG que afirmou que o bom momento da empresa devia-se ao “resultado da política econômica conduzida por Lula em oito anos”. O ex-presidente intercalou a palestra entre leitura de páginas e falas de improviso. O discurso durou cerca de 40 minutos.

Ao falar sobre a crise a funcionários da LG, Lula disse ainda que foi um ato de "coragem" ter feito em rede pública de televisão o que chamou de "apologia do consumo". "Eu fiz uma coisa que poucos políticos tiveram coragem de fazer.

Quando começou essa história de que o povo estava com medo de comprar, eu chamei o Franklin (Martins, ex-ministro da Comunicação Social), e disse: 'Se prepara que eu vou à TV fazer pronunciamento fazendo apologia do consumo'."

Ele disse então que foi criticado dentro do próprio governo. "Tinha gente que não queria que eu fosse porque era arriscado. Mas eu acho que ajudou a resolver."

Para Lula, a política de “diminuição da desigualdade e distribuição de renda foram importantes para reduzir os impactos [da crise]. (...) Não foi por força de qualquer mágica que superamos a crise.”

Expertise no BB

O ex-presidente relatou ainda um momento durante a crise que arrancou risos da plateia. “Quando vi que as montadoras estavam entrando em crise, chamei o Banco do Brasil e disse: ‘Preciso que o banco financie carro’. Me disseram: ‘Mas o BB não tem expertise’. Falei: ‘Mas quanto tempo precisa para que a gente forme essa tal expertise?’. E me responderam que em uns dois anos. Eu falei: ‘Então vamos comprar essa tal expertise. E compramos o Votorantim.”

'Complexo de inferioridade'

Quase ao término de sua fala, Lula disse também que, antes de seu governo, havia no país um "complexo de inferioridade". “O Brasil sempre teve problema de autoestima. Havia quem dissesse que tinha complexo de inferioridade. Nelson Rodrigues dizia que tinha complexo de vira-lata."

Ele afirmou que atuou contra esse complexo, relembrando um encontro entre líderes internacionais. "Tinha um tanto de gente importante, Bush, Tony Blair. Eu estou lá e estava todo mundo sentado.

Cheguei e fui sentar. Quando o Bush chegou, todo mundo começou a levantar. Eu segurei na mão do [Celso] Amorim [então ministro das Relações Exteriores] e disse: 'Nós não vamos levantar'. E ele veio justamente falar com a gente. Sem precisar de nenhuma 'lambeção de bota' porque ninguém gosta de puxa-saco."

"Como diz Chico Buarque, a gente não fala grosso com a Bolívia, mas também não fala com os Estados Unidos como os outros faziam. A gente fala manso e respeitosamente com todos”, completou o ex-presidente.

Dados sobre o governo

O ex-presidente começou sua fala apresentando dados sobre a economia e disse que é preciso aumentar ainda mais o poder de compra da população. “Não basta ter um terço da população tendo acesso às coisas”.

Ele então citou o aumento do investimento estrangeiro no país, a redução da taxa de desemprego, dados do Luz para Todos e do Bolsa Família. “Em oito anos, demos um salto no enfrentamento da pobreza e da miséria. Agora tem mais gente trabalhando e consumindo, fazendo a roda da economia girar”, disse.

O ex-presidente disse que seu governo se empenhou a aumentar o crédito e citou dados dos bancos públicos, como Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). “Eu brinco sempre que o Brasil era um país de economia capitalista que não tinha capital de giro nem financiamento. Pobre não conseguia entrar no banco, não tinha bancarização para o pobre.”

Ele não esqueceu de citar a sucessora, a presidente Dilma Rousseff: “Esse é o país que nós queremos continuar construindo. E tenho certeza, pelo que conheço da companheira Dilma, esse país vai permitir que a classe C logo vá para a classe B.”(VB)

‘Daqui a pouco vou estar um craque’, diz Romário sobre atuação na Câmara

Ex-jogador foi eleito vice-presidente da Comissão de Turismo e Desporto. Romário elogiou escolha de Meirelles para comando da Autoridade Olímpica.

‘Daqui a pouco vou estar um craque’, diz Romário sobre atuação na Câmara
O deputado e ex-jogador Romário (PSB-RJ) afirmou nesta quarta-feira (3) que o convívio com os colegas de parlamento “tem sido uma aula” e que, em breve, vai estar um “craque” na Câmara. Romário assumiu assumiu nesta tarde a vice-presidência da Comissão de Turismo e Desporto da Câmara.

“Cada dia que passa, vou aprendendo mais, ouvindo mais, venho fazendo amizades com os políticos mais antigos da Casa e posso dizer que essa escola tem sido muito positiva. Daqui a pouco posso dizer para vocês que vou estar um craque”, disse Romário.

Entrosado com os colegas, Romário afirmou que pretende utilizar a comissão para agilizar os preparativos para o Mundial de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016. O deputado do PSB aprovou a escolha do ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles para o comando da Autoridade Pública Olímpica (APO), que vai comandar a preparação do Brasil para a Olimpíada.

“O nome para presidir essa Autoridade Pública Olímpica tem que ser um nome sério, respeitado, e são poucos como o Henrique Meirelles. Acredito que existem no Brasil nomes ligados ao esporte que sejam sérios e competentes, mas acredito que a presidência está em boas mãos e ele vai fazer um grande trabalho no comando da APO”, afirmou.

A Comissão de Turismo e Desporto será um dos principais ambientes de debates para os preparativos do Mundial de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016. Romário prometeu rigor no acompanhamento das obras em estádios e aeroportos que serão utilizados nos eventos.

“Essas obras de estádios e aeroportos vão ser prioridade nessa comissão. Muitas dessas obras estão atrasadas e algumas nem começaram. Aqui na comissão a gente vai fazer valer o que está no papel, vamos cobrar para que possamos apresentar esse grande evento que é a Copa do Mundo”, declarou Romário.

Como vice-presidente da comissão, o ex-jogador terá a missão de comandar os trabalhos do grupo na ausência do presidente, Jonas Donizette (PSB-SP). Antes de ser eleito para a mesa, Romário já havia dito que iria participar da comissão para apresentar projetos relacionados a práticas esportivas para crianças carentes.(VB)

Kassab vem a Salvador articular novo partido

A expectativa em torno da criação do novo partido, o PDB (Partido da Democracia Brasileira), sob o comando do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), ganha cada vez mais corpo na Bahia. Informações dão conta de que um encontro entre Kassab e o vice-governador, Otto Alencar, tido como nome forte para presidir a legenda no estado, estaria marcado para o próximo dia 20. O objetivo seria costurar o máximo de alianças em torno do projeto, que vem com a promessa de agregar grandes lideranças.
O vice-governador, em conversa com a Tribuna, embora tenha negado que exista uma data estabelecida para a vinda de Kassab a Salvador, afirmou que tem conversado bastante com o prefeito de São Paulo. “Eu tenho conversado com ele (Kassab) há algum tempo, mas não tem uma data marcada, não existe nada formalizado ainda”, assegurou. Otto declarou, no entanto, que, de fato, existe uma inquietação muita grande no estado e que muitos prefeitos o têm procurado, com intuito de se livrarem das ameaças de expulsão por parte das suas atuais siglas.
 “Tem muitos prefeitos na Bahia, filiados ao DEM, PR e PSDB, por exemplo, que apoiaram o governador Jaques Wagner (PT) na eleição e que estão sendo intimidados pelos dirigentes das suas atuais legendas. Existe uma ameaça de que se eles permanecerem não terão o direito de concorrer no próximo pleito, sob alegação de infidelidade partidária. O próprio DEM já disse isso, o PMDB pode fazer como fez com o prefeito João Henrique, e como a legislação atual não permite mudanças, a não ser para um novo partido, o PDB seria a salvação para que esses gestores não fossem retaliados”, explicou, preferindo não dar nomes aos “bois”.   
Ainda, segundo o vice-governador, presidentes de partidos hoje no Brasil têm mais poder de expulsar, de cassar do que qualquer general quatro estrelas da época da ditadura. E o detalhe: os políticos acabam ficando reféns. É claro que existem exceções como o PT, o PCdoB”, pontuou, sem sequer citar seu atual partido, ao qual não esconde a insatisfação pelo tratamento que vem recebendo.
 
Por fim, Otto destacou que, se o PDB for realmente criado, não irá trabalhar para cooptar ninguém. “Se acontecer, é claro que existe essa possibilidade, virá quem quiser. Até mesmo porque essa é uma responsabilidade muito grande e quem definir pela mudança é quem terá que arcar”. Ele, conforme faz questão de reforçar, não é candidato a nada em 2012 e muito menos em 2014, conforme já chegou a ser cogitado.
Vale lembrar que nos corredores da Assembleia Legislativa e na Câmara de Salvador, a expectativa também é grande em prol do PDB e a lista de futuros dissidentes só faz aumentar. Na ala do DEM, pelo menos 12 integrantes, somente entre deputados e ex-deputados, estariam de malas prontas.
Líderes do DEM soltam o verbo
Enquanto isso, quatro deputados do DEM subiram no Plenário da Câmara ontem, para criticar o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab. Classificaram a nova legenda que deve ser criada por ele de “partido da boquinha, que quer pegar uma teta gorda que o governo federal tem”, e chamaram a atitude de fusão com um novo partido posteriormente como “lamentável” e um “adesismo oportunista”. O líder da bancada na Câmara, ACM Neto (BA), foi um deles, para quem montar um novo “partido para, logo depois, promover atos de fusão” é um “liberou geral, um adesismo oportunista”.
ACM Neto afirmou que políticos como Kassab serão julgados e condenados pelos brasileiros. “Montar um partido como meio de passagem, como uma janela indiscreta, aí é lamentável”, disse.Enquanto isso, quatro deputados do DEM subiram no Plenário da Câmara ontem, para criticar o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab. Classificaram a nova legenda que deve ser criada por ele de “partido da boquinha, que quer pegar uma teta gorda que o governo federal tem”, e chamaram a atitude de fusão com um novo partido posteriormente como “lamentável” e um “adesismo oportunista”.
O líder da bancada na Câmara, ACM Neto (BA), foi um deles, para quem montar um novo “partido para, logo depois, promover atos de fusão” é um “liberou geral, um adesismo oportunista”. ACM Neto afirmou que políticos como Kassab serão julgados e condenados pelos brasileiros. “Montar um partido como meio de passagem, como uma janela indiscreta, aí é lamentável”, disse. (Fernanda Chagas – TB)