quinta-feira, 6 de outubro de 2011

ABI investigará caso José Dirceu-Veja

Do sítio Vermelho:

A diretoria da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) decidiu encaminhar denúncia do ex-ministro José Dirceu contra a revista Veja à Comissão de Ética dos Meios de Comunicação, órgão do Conselho Deliberativo da entidade, responsável por avaliar queixas relativas aos aspectos éticos que afetam o exercício profissional da atividade jornalística.

Em matéria publicada no site da ABI, a entidade explica que decidiu "apurar a denúncia formulada pelo ex-deputado José Dirceu" contra a revista, que é acusada de "tratá-lo sem respeito às normas éticas da atividade jornalística na matéria publicada na edição 2.232, ano 44, número 35, data de capa 31 de agosto de 2011."

Ao se pronunciar sobre o assunto, José Dirceu disse que "a decisão da ABI de encaminhar os abusos cometidos pela Veja à sua comissão de ética é a resposta daqueles que praticam jornalismo sério no Brasil e não admitem os métodos criminosos de apuração utilizados pela revista, uma resposta que respeita a lei, a Constituição e a própria razão de ser do jornalismo sério".

Para o deputado Paulo Pimenta (PT-RS), os indícios de que pode ter ocorrido prática criminosa por parte da revista Veja são tão fortes que justificaram a decisão da ABI de levar adiante a denúncia. "Devemos aproveitar esse episódio para discutir os limites da ética na busca pela informação", reforçou.

O deputado Ricardo Berzoini (PT-SP) ressaltou que a postura da ABI se revela como algo importante diante de um fato em que um meio de comunicação atacou, sem qualquer limite, a honra de uma pessoa. "É importante que a sociedade brasileira saiba que está resguardada – além do ponto de vista judicial, do direito de resposta – e pode contar com um espaço para dialogar sobre os limites da ação dos órgãos de imprensa que não têm compromisso com a ética", alertou.

Segundo a ABI, a comissão que cuidará do caso "é raramente convocada para se manifestar sobre aspectos éticos do exercício profissional, indicação de que sob esse aspecto o comportamento de jornalistas e veículos não tem motivado queixas ou reparos". A comissão que avaliará a questão é composta pelos jornalistas Alberto Dines, Arthur José Poerner, Cícero Sandroni, Ivan Alves Filho e Paulo Totti.

O ex-ministro José Dirceu, ao formular sua denúncia à ABI, descreveu os métodos utilizados pela Veja e por seus repórteres (Daniel Pereira e Gustavo Ribeiro), que na reportagem de capa da revista insinuam ligações escusas de Dirceu com ministros do governo Dilma, além de deputados e senadores da base aliada.

* Fonte: Blog do Nassif (publicado originalmente no Blog PT na Câmara).

Cenário pré-eleitoral vive momento de especulações sobre alianças

A um ano das eleições municipais de 2012 a movimentação do cenário político em duas, das principais capitais brasileiras, se configura bastante movimentado e inserto. Em São Paulo e no Rio de Janeiro, os anúncios de possíveis alianças políticas envolvem forças rivais e planos para a disputa do governo estadual, em 2014.


Segundo a edição desta quinta-feira (6), da Folha de S.Paulo, o prefeito Gilberto Kassab (PSD) avisou a aliados que vai propor um acordo ao governador Geraldo Alckmin (PSDB) para tentar reeditar nas eleições do ano que vem a aliança que o levou à Prefeitura em 2004, como vice do tucano José Serra.

Na segunda-feira (3) a cúpula do PSDB paulista se reuniu sob o comando do governador Geraldo Alckmin e emitiu acenos positivos na direção do prefeito paulistano.

Por seu turno, com o intuito de atrair o PSDB na disputa à sucessão na capital, Kassab tem afirmado que está disposto a abrir mão da candidatura ao governo em 2014 para apoiar a reeleição de Alckmin — colocando sua sigla e o próprio nome à disposição para compor uma possível chapa encabeçada pelo tucano.

O objetivo da aliança entre o PSD e PSDB seria impedir que a Prfeitura de São Paulo caia nas mãos do PT ou do PMDB. Esta semana, o prefeito deve se reunir com o secretário Edson Aparecido, membro do chamado "núcleo político" do Palácio dos Bandeirantes, composto por aliados de “primeira hora” do governador.

O provável candidato de Kassab à sucessão seria o vice-governador, Guilherme Afif Domingos — seu parceiro na fundação do PSD. A articulação conta com a simpatia de tucanos ligados ao ex-governador José Serra, ala que defende a recomposição com Kassab.

Sinais de aproximação

Alckmin, que no início fez oposição à criação do PSD, tem dado demonstrações de que pretende melhorar sua relação com Kassab. O governador deu ao prefeito da capital a presidência do Conselho de Desenvolvimento da Região Metropolitana, órgão que irá coordenar a implantação de projetos do estado em 39 municípios, que congregam quase 20 milhões de habitantes.

Sensível ao gesto do governador, Kassab disse a alckmistas, no dia em que tomou posse no Conselho, que PSD e PSDB tinham "semelhanças e interesses comuns" e que era preciso "valorizar isso".

Rio de Janeiro

Já na capital carioca, o ex-governador Anthony Garotinho (PR) e o ex-prefeito Cesar Maia (DEM) estão em adiantadas negociações. O objetivo é fechar um acordo para uma chapa à Prefeitura do Rio com o deputado federal Rodrigo Maia — filho de César Maia — como candidato à sucessão de Eduardo Paes (PMDB), e a deputada estadual Clarissa Garotinho — filha do ex-governador — como vice.

Em declaração à Folha de S.Paulo, Garotinho disse que o cabeça da chapa será o Rodrigo Maia e Clarissa a vice. Rodrigo Maia diz que o acordo já está definido "há cerca de dois, três meses", e que vai concorrer a prefeito: "A decisão desse nome [do vice] é do PR. Se for a Clarissa, será um orgulho", disse.

Em entrevista ao Vermelho, a presidente do PCdoB no estado do Rio de Janeiro, Ana Rocha, afirmou que a possível aproximação de César Maia e Garotinho é uma tentativa de criar uma candidatura de oposição na capital. O atual prefeito Eduardo Paes — conta com uma aliança de 16 partidos incluindo o PT, o PCdoB, o PSB e o PDT.

“Essa questão vem sendo anunciada faz algum tempo, mas ainda não foi consolidada. Isso cria uma possível candidatura de oposição, mas não coloca em cheque a candidatura de Eduardo Paes. Ele está em um cenário de uma candidatura praticamente única [no campo democrático e progressista] — com uma frente de 16 partidos”.

Segundo a presidente estadual do PCdoB, a aliança seria uma tentativa de Garotinho — que atualmente exerce o cargo de deputado federal — e César Maia — derrotado nas últimas eleições municipais — se recolocarem no cenário político da capital.

“A oposição vem se articulando para se colocar no cenário e o fato é que o César Maia saiu derrotado da eleição passada, tanto que ele se coloca como candidato a vereador — para fazer uma grande bancada e criar uma oposição na Câmara. Aqui o PSDB é fraco e o DEM se fragilizou — justamente por isso está se somando com o Garotinho eu ainda tem alguma força, sobretudo no interior do estado”.

Da redação do Vermelho
Com informações da Folha de S.Paulo

Brasil ocupa 3º lugar em índice de homicídios na América do Sul

O Brasil detém o terceiro maior índice de homicídios na América do Sul, atrás da Venezuela e da Colômbia, segundo um relatório da Agência da ONU para Drogas e Crime divulgado nesta quinta-feira (6). A agência afirma que houve no Brasil 43.909 homicídios em 2009 (ano mais recente para o qual há estatísticas), fazendo com que o país tenha uma taxa de 22,7 homicídios por 100 mil habitantes.


Venezuela e Colômbia estão no topo da lista de países com o maior índice de assassinatos na América do Sul — com 49 e 33,4 (por 100 mil habitantes), respectivamente. O Brasil é seguido no ranking por Guiana (18,4), Equador (18,2) e Guiana Francesa (14,6). Já os países com as menores taxas de homicídios na região são Chile (3,7), Peru (5,2), Argentina (5,7) e Uruguai (6,1).

 O relatório revela ainda que, na contramão da maioria dos países da Ásia, Europa e América do Norte, que desde 1995 vêm registrando uma redução nas taxas de homicídio, a América Central e o Caribe têm verificado um aumento nesses índices e hoje se aproximam de um cenário considerado de "crise" pela agência.

Nos últimos cinco anos as taxas de homicídios cresceram em cinco dos oito países centro-americanos, sendo que em algumas nações elas mais do que dobraram. O relatório atribui o aumento a flutuações no tráfico de cocaína na região e à competição entre grupos rivais de traficantes, particularmente quando há queda no fluxo de drogas.

"Para impor sua autoridade, marcar território ou desafiar autoridades, grupos criminosos organizados também usam violência letal indiscriminada que pode não ser atribuída diretamente ao tráfico de drogas, mas resultou, nos últimos anos, no assassinato de numerosos representantes do Estado, funcionários eleitos e agentes de segurança, assim como membros gerais do público", diz a agência.
Conflitos armados
Os maiores índices de homicídio na América Central e no Caribe foram registrados em Honduras (82,1), El Salvador (66), Jamaica (52,1) e Belize (41,7).

O México, palco de numerosos assassinatos relacionados ao narcotráfico nos últimos anos, ostenta índice bastante inferior aos desses vizinhos, de 18,1 mortes por 100 mil habitantes. Isso ocorre porque, ainda que as taxas de homicídios sejam especialmente elevadas no norte do país, em outras regiões elas são bem mais baixas.

Os índices de homicídios na América Central são bastante superiores aos de países que vivenciam ou vivenciaram conflitos armados ou catástrofes naturais recentemente, como Haiti (6,9), Iraque (2) e Afeganistão (2,4).

O estudo afirma, no entanto, que a falta de dados históricos sobre homicídios no Afeganistão e no Iraque impede que se descubra se há tendência de aumento ou redução dos índices nesses países.

Já o sul e oeste da Europa concentram algumas das taxas mais baixas de homicídio do mundo, com destaque para Mônaco (0 morte por 100 mil), Áustria (0,5) e Eslovênia (0,6).

São Paulo e Rio de Janeiro

O estudo da ONU afirma ainda que as diferentes tendências nas taxas de homicídio nas cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo mostram que as políticas de prevenção de crime adotadas por governos locais podem ter impacto considerável nos índices de criminalidade.

O estudo compara a evolução nos índices de homicídios nas duas cidades desde 2001. À época, São Paulo tinha uma taxa de homicídios próxima de 120 por 100 mil habitantes, superior à do Rio, de cerca de 105 por 100 mil habitantes.

Em 2009, no entanto, São Paulo conseguiu reduzir sua taxa para 40 homicídios por 100 mil habitantes, enquanto no Rio o índice permanecia próximo de 100 mortes por 100 mil.

“As tendências muito diferentes nos índices de homicídio em São Paulo e no Rio de Janeiro mostram que as políticas de prevenção desses crimes podem fazer uma verdadeira diferença a nível local”, afirma o estudo.

O relatório, que compila dados de homicídio em 207 países, diz que, na primeira década deste século, o Brasil implantou leis que dificultam o acesso a armas de fogo e promoveu campanhas de desarmamento.

"Em nível nacional, essas medidas provavelmente contribuíram para a ligeira queda em taxas de homicídio após 2004, mas o impacto foi consideravelmente mais forte em São Paulo, onde a aplicação dessas medidas foi especialmente eficiente também devido a esforços pré-existentes para combater crimes violentos através de novos métodos de policiamento".

Apesar da tendência de baixa na última década, os índices de homicídios dolosos (com intenção de matar) em São Paulo subiram 23,8% em agosto deste ano em comparação com o mesmo mês de 2010, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública do Estado. Foi o segundo mês consecutivo de aumento nos casos de homicídios na cidade em relação ao mesmo mês do ano anterior.

Disparidades regionais

O relatório afirma ainda que, assim como em outros países da América Latina, como México, Colômbia e Peru, o Brasil apresenta grandes diferenças regionais em seus índices de homicídios.

Um mapa do continente americano com divisões por estados revela que, enquanto em Alagoas a taxa de homicídios é superior a 60 por 100 mil habitantes (a mais alta do país e equivalente à dos estados mais violentos do México), em Santa Catarina, São Paulo, Minas Gerais, Piauí, Maranhão e Roraima, ela está entre 5 e 14,9 homicídios por 100 mil — dado comparável aos índices de quase todos os Estados do sul dos EUA.

De acordo com o estudo, grandes cidades tendem a favorecer a ocorrência de crimes violentos, especialmente quando sofrem com desigualdade, segregação e pobreza.

"Avanços em condições sociais e econômicas estão ligados à redução de crimes violentos. A agenda de desenvolvimento deve incluir políticas de prevenção e o fortalecimento da aplicação da lei tanto em nível nacional quanto internacional", conclui o relatório.


Fonte: Uol Notícias

Obama pode fazer a diferença, diz autoridade cubana

“O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, tem a oportunidade de seguir fazendo o mesmo que fez seu antecessor, George W. Bush, ou mostrar que ele representa a mudança”, afirmou o chefe do Parlamento cubano, Ricardo Alarcón.


“Nesta sexta (7) deve sair em liberdade vigiada o antiterrorista cubano René González, e este fato colocará à prova a verdadeira vontade do presidente estadunidense”, declarou à imprensa o presidente da Assembleia Nacional do Poder Popular de Cuba.

González, como Fernando González, Ramón Labañino, Antonio Guerrero e Gerardo Hernández, foi condenado severamente por informar sobre planos de ações violentas contra Cuba idealizadas por grupos terroristas baseados em território estadunidense.
Vigília pelos antiterroristas
“O mínimo que Obama pode fazer é enviar René para sua casa em Havana e assim evitar nossa pergunta de todos os dias: se ele está com os terroristas ou contra o terrorismo”, disse Alarcón ao assistir a uma vigília pelo 35º aniversário do crime de Barbados realizado no Monte das Bandeiras na capital.

“Espero que a saída da prisão de René González seja com normalidade, que não existam nem incidentes, nem provocações”, disse o máximo responsável do Parlamento da nação caribenha.

Lembrou que a maioria das pessoas que participaram da vigília – em frente à sede da Seção de Interesses dos Estados Unidos – não havia nascido quando, em 6 de outubro de 1976, uma nave da Cubana de Aviação explodiu em pleno voo em frente à costa de Barbados, com 73 pessoas a bordo.
Os terroristas estão soltos
“Esse fato a humanidade não deve esquecer, e um de seus autores, Luis Posada Carriles, está livre e desfruta em liberdade a hospitalidade com que lhe brinda o governo estadunidense, o qual não o acusou, nem o extraditou à Venezuela como está obrigado a fazer, nem o julgou como terrorista”, pontuou.

“Orlando Bosch, que morreu e recebeu todas as honras em Miami, se gabou frente às câmaras e microfones de participar nesse horrendo crime com conhecimento prévio de Washington”, indicou Alarcón.

“Esta quinta (6) nos lembra que, 35 anos depois, os Estados Unidos seguem sendo culpados pelo terrorismo internacional.”

À vigília assistiram membros do corpo diplomático acreditado em Havana, dirigentes juvenis e estudantes de diferentes níveis de ensino.

Fonte: Prensa Latina

O lado mais fraco

Naturalizar práticas opressoras em nome da liberdade de expressão é um grande erro

João Brant _ Brasil de Fato

Se eu fosse tentar resumir em dois princípios tudo o que gostaria para a área da comunicação, seriam os seguintes:

1) Todo brasileiro deve ter garantido o direito à comunicação, de forma que os meios de comunicação reflitam a diversidade e a pluralidade de ideias do conjunto da sociedade.

2) Toda forma de opressão, pública ou privada, deve ser combatida. O lado mais fraco deve ser sempre protegido.

Na primeira frase, está expresso o princípio geral, da liberdade. Fundamental, mas insuficiente. Na segunda, está o reconhecimento de que a comunicação pode ser arena de um exercício desigual de poder de um lado mais forte sobre outro mais fraco. E de que o combate a essas opressões deve ser base de qualquer país que se queira justo e democrático.

Isso vale para governantes corruptos que perseguem jornalistas que os investigam; grande revista que persegue movimento social; agência reguladora que persegue rádio comunitária; milionário que processa blogueiro; grande canal de TV que invisibiliza os negros ou que naturaliza a violência contra as mulheres. Como se vê, às vezes os meios de comunicação são os oprimidos; às vezes eles são os próprios opressores. No primeiro caso, eles devem ser protegidos; no segundo, devem ser enfrentados.

Naturalizar práticas opressoras em nome da liberdade de expressão é um grande erro. A liberdade não deve nunca ser previamente impedida, mas ela não exime a responsabilidade de quem se comunica. E quando a comunicação é usada como forma de opressão e violação de direitos, é o lado mais fraco que deve ser protegido. Em outras palavras, quando a liberdade de expressão colide com outros direitos humanos, deve haver o cotejamento para se entender qual deles está sendo “sufocado”.

É em nome basicamente desses dois princípios que uma série de organizações defende um novo marco regulatório para as comunicações. Até 7 de outubro está aberta uma consulta pública sobre o tema em ww.comunicacaodemocratica.org.br. Se essas questões também te movem, acesse e participe. 

Cinco mitos sobre as mídias sociais

No Observatório da Imprensa:

O Washington Post publicou artigo do professor de estudos da informação e design Ramesh Srinivasan, da Universidade da California em Los Angeles, em que ele cita cinco mitos sobre as mídias sociais. São eles:

As mídias sociais dão poder às pessoas

Hoje, há mais de cinco bilhões de pessoas conectadas via telefones celulares, dois bilhões de internautas, 750 milhões de usuários do Facebook. É fácil interpretar estes números como indicadores de aumento de poder político e econômico. Mas o professor defende que, ainda que a tecnologia ajude bastante, não é suficiente para provocar mudanças na sociedade.

“Certamente há exemplos de como as novas tecnologias ajudam os menos favorecidos”, diz. Ele cita fazendeiros do Quênia e pescadores indianos que usam aplicativos de celular para driblar intermediários corruptos e conseguir preços em tempo real para seus produtos. Lembra de blogueiros que denunciam violações dos direitos humanos, da comunicação via redes sociais dos ativistas durante a onda de protestos nos países árabes, e da organização do movimento “Ocupem Wall Street”, contra o sistema financeiro americano, que teve início nas últimas semanas em Manhattan.

Mas para tirar melhor proveito da tecnologia, diz Srinivasan, as pessoas dependem de infraestrutura física e capital humano – incluindo aí eletricidade e educação.

Os governos facilmente monitoram e censuram as mídias sociais

O professor lembra que a internet é um meio muito mais difícil de ser monitorado do que veículos de mídia como televisão, jornais e rádio, que dependem, em grande maioria, de um sistema estabelecido de capital para funcionar. Com estes veículos tradicionais, governos podem mais facilmente detectar locais de transmissão ou impressão. Não é tão simples, por outro lado, monitorar uma plataforma formada por pessoas munidas de um laptop espalhadas pelo mundo.

O Facebook e o Twitter tornaram a Primavera Árabe possível

Ainda que as mídias sociais forneçam novas ferramentas de comunicação e engajamento a ativistas no combate à repressão, elas dificilmente são responsáveis por guiar movimentos sociais, diz Srinivasan, particularmente porque não necessariamente levam as pessoas às ruas. O professor diz que menos de 5% da população egípcia, por exemplo, usa Facebook, e menos de 1% tem conta no Twitter.

Mas ele concorda que as mídias sociais têm efeitos indiretos na mobilização de pessoas – ajudam lideranças ativistas a organizar suas redes e a mídia a moldar sua cobertura.

Apenas jovens usam as mídias sociais

No mundo ocidental, elas são usadas por pessoas de todas as idades. Nos EUA, 60% dos usuários do Facebook têm pelo menos 35 anos, e a média de idade de membros do Twitter é de 39 anos. Isso significa que grande parte da base de usuários destes sites não usava a internet até seus 20 anos de idade.

Segundo o Pew Resarch Center, dois terços de todos os adultos americanos usam redes sociais, e um estudo de 2010 descobriu que 42% dos americanos com mais de 50 anos estão incluídos nesta parcela.

As mídias sociais criam uma população global

Apesar da ideia de que a internet deveria unir pessoas de culturas e inclinações políticas diferentes, Srinivasan afirma que usuários de redes sociais raramente se aproximam de opiniões divergentes das suas.

As relações no Facebook, por exemplo, ocorrem pela ligação com amigos e interesses em comum. O sistema do site é programado para apresentar ao usuário informações e atualizações pelas quais – “acredita” o sistema – ele se interessa. A disposição das ferramentas das redes, como as comunidades e a possibilidade de ser “fã” de algo ou alguém, apenas reafirma visões políticas e culturais. Mudar isso é um desafio para as mídias sociais.

* Tradução e edição de Leticia Nunes.