segunda-feira, 9 de maio de 2011

Meu primo quer ser Senador

Mais uma das armações do meu primo está causando preocupação em nossos frágeis juízos! Parece piada o assunto das rodas sociais que meu primo freqüenta, mas não é. O safado agora destoa em alto e bom som, para quem quiser ouvir e digerir, que pode ser Senador da Republica ou mesmo Governador do possível novo Estado, que poderá ser chamado de São Francisco, caso vingue a idéia maluca de dividir a Bahia em dois entes federativos.
Como conheço meu primo e sua capacidade para canalhices de natureza política, pode ser mesmo capaz do danado está cabalando articulações demoníacas para tanto. Ninguém duvide...!
Segundo fontes próximas de meu primo, o peste já está calculando o que tem que fazer para conseguir esse feito extraordinário. Dizem que ele poderá manter conversas com o povo da soja, além de querer trazer o deputado pernambucano, ferrenho defensor da idéia de criação do Estado do São Francisco para próximo de si. A idéia de administrar os bilhões repassados para um novo Estado pela “mamãe pátria” está a enlouquecer meu primo para colocar logo em prática seu projeto malfazejo.
E como meu primo tem essa capacidade de ludibriar mentes e corações de muitos baianos inocentes, fico desde já religiosamente preocupado. Como a Bahia tem hoje 39 deputados federais, pelos cálculos do danado do meu primo um novo Estado pode ter de 10 a 12 legisladores/as, e ele naturalmente pode ser um dos 03 novos senadores. Para ele não é difícil! Difícil mesmo vai ser convencer as reações contrárias a tal idéia de dividir a Bahia.
Mas meu primo é um irresponsável incorrigível e como não tem nenhum compromisso com ninguém, a não ser sua polpuda conta bancária, tem dito em alto e bom som que voto para conseguir tal feito ele pode comprar.
Agora uma coisa me preocupa. Essa idéia maluca de dividir a Bahia vem a algum tempo sendo postada na pauta política por representantes dos interesses do agronegócio e ninguém tem feito nada para pautar o contrário. Se meu primo entrar com seu projeto de ser Senador ou mesmo Governador no novo Estado pretendido, Deus livre e guarde boa parte da população baiana, porque os cofres públicos deixarão de serem públicos e passarão a serem privados. Porque safado e corrupto igual a meu primo nem mesmo no inferno, porque o “cão” não é besta para tanto!
Genaldo de Melo
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PT busca acordo prévio com PMDB para eleição em São Paulo

Com candidatura de Chalita na capital, partido age para garantir apoio e tempo de televisão da sigla aliada em eventual 2º turno
Sob orientação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o PT tenta firmar um acordo prévio com o PMDB para a eleição de 2012 em São Paulo. Enquanto a sigla aliada articula a candidatura à prefeitura paulistana do deputado Gabriel Chalita (hoje no PSB), o comando petista começou a identificar cidades do interior e litoral paulista onde poderia abrir mão da cabeça de chapa. Em troca, tentará obter dos peemedebistas a garantia de apoio em um eventual segundo turno.
O PT começou no mês passado a percorrer várias regiões do Estado em caravanas, com o objetivo de mobilizar a base e traçar um diagnóstico da corrida eleitoral. Foram identificadas, por exemplo, oportunidades de apoiar candidatos do PMDB em cidades como Bauru e Rio Claro. Ou ainda em alguns municípios da Baixada Santista e da região de Campinas.
Lula reforçou a necessidade de o PT garantir uma aliança forte com o PMDB em pelo menos duas conversas que teve com líderes petistas nas últimas semanas. O ex-presidente também falou sobre o assunto em um encontro com prefeitos no mês passado. Em todos os casos, disse enxergar chances reais de o PT recuperar o comando da Prefeitura de São Paulo, posto que perdeu para o PSDB em 2004, quando a hoje senadora Marta Suplicy foi derrotada nas urnas pelo ex-governador José Serra.
O discurso que predomina na cúpula petista é a de que a candidatura de Chalita - que deve formalizar no mês que vem sua transferência para o PMDB - ajudará a enfraquecer o campo tucano na eleição paulistana. Por enquanto, petistas dão como praticamente certa a candidatura de Serra à prefeitura paulistana. E enxergam em Chalita - que é afilhado político do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin - um reforço para ganhar o apoio da classe média.  
Em um cenário ideal, entretanto, o PT gostaria de convencer Chalita a ser vice em uma chapa encabeçada por um petista. O deputado já ouviu um apelo de Marta, que intensificou nas últimas semanas os esforços para entrar na corrida. Chalita também conversou na semana passada com o ministro da Educação, Fernando Haddad, apontado como o nome da preferência de Lula para a vaga. Até agora, segundo petistas, o deputado só não esteve com um dos principais cotados para disputar a prefeitura paulistana pelo PT, o ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante.
Cerco
O plano do PT é isolar os setores do PMDB que orbitavam em torno de Orestes Quércia. O ex-governador, que contolava o partido no Estado, morreu vítima de um câncer no ano passado. Na eleição municipal de 2008, petistas viram seus planos de selar um acordo na capital caírem por terra após Quércia contrariar o PMDB nacional e selar uma aliança com o PSDB de Serra.
O PT, desta vez, se apoia no PMDB do vice-presidente Michel Temer. “Nós vamos priorizar construção de uma política de alianças que reproduza o campo que tem dado sustentação ao governo Dilma”, afirma o presidente do PT paulista, Edinho Silva.
O PSDB, entretanto, promete trabalhar para manter o vínculo com o PMDB paulista. Para o presidente do PSDB paulista eleito ontem, deputado estadual Pedro Tobias, a aliança entre tucanos e peemedebistas deve continuar em algumas cidades em 2012. Ele cita como exemplo a aliança com o prefeito de Araraquara, Marcelo Barbieri (PMDB), um dos principais herdeiros políticos de Quércia. "Barbieri sempre foi leal conosco, apoiou Alckmin e Serra, e é um grande prefeito", disse Tobias. "A aliança pode continuar, sim."
O prefeito Marcelo Barbieri ratifica a fala de Pedro Tobias. "Tenho uma aliança com o PSDB, com Geraldo Alckmin, e tanto o Baleia Rossi (presidente do PMDB-SP) como o Temer sabem disso. O que o PMDB quer é se fortalecer como partido, e não como apêndice do PT, senão, não teria trazido Chalita e Paulo Skaf (presidente da Fiesp). Mas aqui (em Araraquara), o PT é meu adversário", afirma. (iG)

Demora de Dilma deixa petistas inquietos

A demora da presidenta Dilma Rousseff para definir os cargos do segundo escalão movimenta a nau dos insatisfeitos na base aliada e provoca rebelião no PT. Na queda de braço entre as correntes petistas, um quer puxar o tapete do outro para arrumar emprego de alto gabarito e há uma contabilidade paralela para verificar qual Estado ou região emplaca mais indicações.

Numa referência jocosa à Baía de Todos os Santos, o Estado comandado por Jaques Wagner (PT) é chamado por correligionários despeitados de “Bahia de todos os cargos”. A briga, hoje, é por uma cadeira na diretoria da Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf), presidida pelo PSB do governador de Pernambuco, Eduardo Campos.

“Não estou em guerra por cargos porque essa não é a minha praia”, disse Wagner. “Agora, é inconcebível que nosso Estado não tenha pelo menos uma diretoria da Chesf sendo o maior produtor de energia do Nordeste e o maior consumidor da região.”

Os baianos contam com dois ministérios (Cidades e Desenvolvimento Agrário) e as presidências da Petrobrás e da Caixa (CEF), entre outros postos.

A cúpula do PT apresentou ao governo 104 nomes para o segundo escalão, mas ainda não obteve sinal de que a fila vai andar. Dilma prometeu a Eduardo Campos que ele apadrinharia o novo presidente da Chesf. Além dos socialistas, ela também tem driblado o PT e o PMDB, sob o argumento de que os melhores nomes serão acomodados “no momento adequado”.

Enfurecido, o presidente do PMDB, senador Valdir Raupp (RO), foi reclamar com o vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), e com o ministro da Casa Civil, Antonio Palocci. “Assim não dá para segurar”, disse ele, referindo-se aos peemedebistas que, insatisfeitos, ameaçam dar o troco em votações no Congresso. (Agência Estado)

Quem paga a conta?

O Congresso criou uma impossibilidade matemática e jogou a solução no colo da Justiça Eleitoral: como transformar uma bancada de 17 em 24 sem aumentar o total de 513 deputados federais? Parece piada. Não é.
Um dos argumentos dos defensores da divisão do Pará em três Estados é que não haveria aumento da representação paraense na Câmara dos Deputados. Do mesmo modo, seria mantido o teto global de 513 deputados federais. A conta não fecha.
A Constituição estabelece que "nenhuma das unidades da Federação tenha menos de 8 ou mais de 70 deputados". Ou seja, os novos Estados de Carajás e Tapajós teriam, juntos, 16 deputados federais, e o que sobrar do Pará teria, no mínimo, outros 8, totalizando 24 representantes na Câmara. A atual bancada paraense é de 17 deputados. Faltam 7, portanto, para a conta fechar.
O limite máximo de 513 deputados federais é estabelecido por lei complementar. O limite mínimo de 8 deputados por Estado é fixado pela Constituição. Se diminuísse, 11 unidades da Federação perderiam cadeiras: Roraima, Amapá, Acre, Tocantins, Rondônia, Amazonas, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Sergipe e Rio Grande do Norte.
Essas 11 unidades da Federação têm votos suficientes no Senado para barrar a mudança constitucional. Logo, se o Pará for mesmo dividido, o total de deputados deve subir para 520. As consequências disso são desastrosas, sob todos os sentidos.
Cada deputado custa, por baixo, R$ 27 milhões por legislatura. Os 7 novos sairiam pela bagatela de R$ 190 milhões. Mas a conta vai além: há as emendas parlamentares que implicam despesas no Orçamento, a necessidade de construir anexos para abrigar os gabinetes dos novos parlamentares, mudanças para acomodá-los no plenário e por aí vai.
Somam-se as despesas com 6 novos senadores, 48 novos deputados estaduais, a necessidade de construir edifícios para abrigar duas novas Assembleias Legislativas, dois novos governos estaduais, secretarias, tribunais de Justiça. E milhares de funcionários públicos para preencher esses prédios.
Além disso, as regiões a serem desmembradas não têm capacidade econômica para se sustentarem sozinhas. O economista Rogério Boueri, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), calculou para o site G1 que o governo federal teria de desembolsar R$ 2,2 bilhões por ano para cobrir as despesas de Carajás e Tapajós.
Esse é o custo financeiro direto. Mas há outras distorções embutidas nessa decisão tratada com indiferença pela Câmara dos Deputados. A principal delas é piorar ainda mais a representação da população brasileira no Congresso Nacional.
Com 9 Estados, a Região Norte passaria a ser a mais forte politicamente no Senado, com 27 representantes, assim como o Nordeste. Mas cada senador nortista representaria menos de 600 mil pessoas, menos de um terço da representatividade de um senador nordestino, por exemplo.
Na Câmara, a bancada do Norte chegaria a 72 deputados federais. E, apesar de ter uma população só 13% maior do que o Centro-Oeste, teria 76% a mais de cadeiras (31 vagas) do que esta outra região.
Um dos riscos de retalhar o Pará é dar início a uma corrida para reequilibrar a distribuição de poder regional. Há propostas semelhantes para subdividir o Maranhão, o Piauí, a Bahia, o Mato Grosso, o Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, o Amazonas e Goiás.
Como ficou provado no caso paraense, as bancadas dos outros Estados tratam as propostas de subdivisão com um misto de desinteresse e leviandade, como se não houvesse implicações para a União nem para as outras unidades da Federação. Por isso, as proposições de plebiscito passam sem discussão.
Dessa maneira, a decisão final depende exclusivamente da "aprovação da população diretamente interessada". Como sempre, o texto constitucional é dúbio.
Qual é a população "diretamente interessada"? A da região de Carajás, a paraense ou a brasileira?
Pelo tamanho da conta a ser paga, deveria ser a brasileira, mas o plebiscito deve se limitar ao Pará ou, até mais provável, apenas a Carajás/Tapajós.
A prevalecerem essa interpretação e o descaso dos parlamentares com o tema, a multiplicação de novos Estados - como Gurguéia (PI), Pantanal e Mato Grosso do Norte - pode levar o Congresso Nacional a ganhar mais 36 deputados e 30 senadores.
E a conta é sua.
Fonte: José Roberto de Toledo - O Estado de S.Paulo

Kassab corteja acusados de desviar R$ 300 milhões

Em giro no Nordeste para ampliar a lista de filiados do PSD, prefeito esteve com políticos indiciados pela PF e acusados de compra de voto
SÃO PAULO E MACEIÓ - Indiciados pela Polícia Federal (PF) pelo desvio de R$ 300 milhões e políticos acusados de compra de votos estão entre os parlamentares cortejados pelo prefeito paulistano, Gilberto Kassab, para fazer parte do novo partido que pretende fundar, o PSD.
Em viagem para Alagoas e Piauí no final de semana, Kassab participou de reuniões com lideranças locais com interesse em migrar para o PSD que respondem a processos na Justiça e ou são alvo de inquérito da PF.
Investigados pela Operação Taturana em 2007, o ex-deputado estadual Celso Luiz (PMN), que chegou a ser preso, e o deputado estadual Isnaldo Bulhões (PDT) participaram no sábado de uma reunião com o prefeito num hotel na orla de Maceió.
Os dois foram indiciados pela Polícia Federal em ação que investigou esquema de desvio de recursos da folha de pagamento de servidores da Assembleia de Alagoas durante cinco anos.
Fonte: Julia Duailibi e Ricardo Rodrigues, de O Estado de S.Paulo

DEM reassume sua verdadeira feição para tentar superar crise

Após perder um governador, 17 deputados federais, um vice-governador, o prefeito da principal capital do país e dois senadores, o DEM prepara uma guinada mais à direita para tentar fisgar o eleitorado conservador e estancar a sangria causada pela criação do PSD. A decisão explicita a falta de rumo de uma legenda que já foi PFL, PDS e Arena e, em 2007, havia mudado mais uma vez de nome com o objetivo de tentar um caminho pelo centro.
A perda de filiados levou a um momento de desespero em que, além de cogitar a fusão com o PSDB, o partido chegou a discutir uma espécie de "suicídio político". A proposta era fazer a fusão com um partido pequeno, o que liberaria os remanescentes de cumprir a súmula da fidelidade partidária e causaria uma "diáspora" pelas siglas já existentes.

"Não vamos cair no jogo do Planalto de ficar discutindo fusão", afirma o deputado Pauderney Avelino (AM). Numa reunião na semana passada, a cúpula da legenda desautorizou qualquer ideia desse tipo e decidiu fazer o caminho contrário ao adotado em 2007, quando trocou o nome de PFL para DEM, adotando um discurso mais ao centro.

Na época, a legenda procurou esconder seu perfil liberal e repetia desesperadamente que estava promovendo uma renovação. Mas, por trás da aparente mudança, estavam os mesmos caciques de sempre. A ideia proposta agora, então, parece ser apenas escancarar as verdadeiras feições direitistas da legenda.

"Existe um eleitorado liberal, de perfil conservador, que precisa de um partido que o represente. Temos de falar a essas pessoas, representá-las no Congresso, com clareza", disse à Folha o líder do DEM no Senado, Demóstenes Torres (GO), um dos mentores do novo discurso.

Numa tentativa de retomar a autoestima abalada com as baixas, os "demos" adotaram um mantra: seus 29 deputados seriam um "número expressivo", e a saída dos pessedistas teria sido um "expurgo".

"Vamos exorcizar o fantasma de Jorge Bornhausen", brada o líder na Câmara, ACM Neto (BA). Bornhausen se desligou do partido na semana passada.

ACM Neto adota um tom mais cauteloso em relação ao partido assumir sua verdadeira face liberal, como defende Demóstenes. "Não se trata de ser de direita ou de esquerda, até porque o mais direitista era o Bornhausen", alfineta.

O DEM adota o receituário-padrão para momentos de crise: fará uma pesquisa sobre a expectativa do eleitor, investirá numa "redefinição programática" e fala até em lançar candidato próprio à Presidência - embora seus líderes admitam a proximidade do projeto presidencial do tucano Aécio Neves.

No balão de ensaio do presidenciável do DEM o nome seria o do liberal Demóstenes.
Ele acha que o partido deve "abrir a porta" para todos que quiserem sair. "Temos de lançar candidato e ter plataforma própria", diz.

Da Redação do Vermelho, com Folha de S.Paulo

Indicação de afilhados para diretorias de Furnas rende frutos a deputados do PT e PMDB

Na desgastada prática do toma-lá-dá-cá, o apadrinhado agradeceu ainda a indicação ao cobiçado cargo com liberação regular de recursos de Furnaspara projetos sociais do petista no Sul de Minas, sua base eleitoral, usados para a compra de ambulâncias...
Varginha, Elói Mendes, Três Corações – Caciques do PT e do PMDB se digladiam há anos em busca de mais espaço nas cobiçadas diretorias da hidrelétrica de Furnas, uma certeza de rendimentos financeiros e excelentes frutos políticos.

Que o diga a "família Cunha" – representada de um lado pelo deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e de outro pelo deputado federal Odair Cunha (PT-MG) –, que se acostumou a repartir os dividendos das indicações para cargos na estatal nos governos petistas.

Unidos pela coincidência do sobrenome, que não significa parentesco, hoje os Cunhas enfrentam realidades diferentes na queda de braço pelo poder na hidrelétrica. Eduardo Cunha perdeu espaço, com a queda do seu apadrinhado Carlos Nadalutti da presidência.

Já o outro Cunha, o Odair, se fortalece a cada dia, com a confirmação pela presidente Dilma Rousseff da manutenção de Luiz Fernando Paroli Santos, no cargo de diretor de gestão corporativa, responsável pela "chave do cofre".

De fato, o deputado petista só tem o que comemorar, desde que emplacou, em jullho de 2008, o nome do diretor. Com a ajuda do afilhado político, Cunha saltou de pouco mais de 34 mil votos na primeira eleição que disputou para 164 mil, em seu terceiro mandato na Câmara, um crescimento de mais de 400%.

Na desgastada prática do toma-lá-dá-cá, o apadrinhado agradeceu ainda a indicação ao cobiçado cargo com liberação regular de recursos de Furnaspara projetos sociais do petista no Sul de Minas, sua base eleitoral, usados para a compra de ambulâncias, obras em entidades sociais e até investimento em cooperativas de produtores rurais. Tudo isso registrado cuidadosamente em fotos oficiais.

Essa dobradinha de compadres, entretanto, terminou por provocar a ira do PMDB e do próprio PT fluminense, responsável pela indicação do diretor de operação de Furnas, que passa longe da liberação de recursos.

A diretoria de gestão corporativa tem um caixa-forte e só não opera recursos para obras, o que explica, em parte, os olhos grandes de companheiros, como o petista Jorge Bittar – responsável pela indicação para a diretoria de operação –, e de adversários.

Nessa queda de braço, sobrou para o então presidente da estatal, ligado ao Ministério de Minas e Energia, Nadalutti, que foi substituído depois de ser alvo de denúncias de irregularidades em sua gestão. Ligado ao PMDB de Goiás e técnico de carreira, Nadalutti é considerado por seus companheiros de partido vítima dos petistas do Rio de Janeiro em busca de mais espaço na estatal.

Colegiada Ao indicar o novo presidente de Furnas, o técnico Flávio Decat, Dilma Rousseff chegou a anunciar a troca de todos os diretores, mas ficou nisso. Na verdade, o peso político das diretorias da estatal é maior do que o da presidência, já que todos têm poder de voto e veto.

"Funciona como uma presidência colegiada e, portanto, a decisão do presidente precisa de aprovação dos demais", diz um dos envolvidos nesse imbróglio, para explicar uma certa falta de interesse pelo comando.

Apesar da troca do mais alto posto de Furnas, o rateio das diretorias permaneceu, parte com o PT e parte com o PMDB. E, mais uma vez, Cunha mostrou sua força e conseguiu a permanência de Paroli no cargo.

Força que pode ser explicada, em parte, pela estreita relação que o deputado mantém com o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, operador do mensalão e, apesar disso, ainda hoje com forte influência no diretório nacional do partido.

A proximidade entre Cunha e José Dirceu – convocado também para reforçar o argumento de que havia necessidade da aliança em Minas do PT com o PSB, que culminou na eleição de Marcio Lacerda para a Prefeitura de Belo Horizonte –, ficou ainda mais evidente em setembro, um mês antes das últimas eleições.

Durante um encontro com empresários do setor de bebidas, Cunha contou com a presença de José Dirceu, em Passa Quatro, terra natal do ex-ministro, para convencer representantes da categoria a declarar apoio à sua candidatura à reeleição a uma cadeira na Câmara.

José Dirceu também falou sobre a trajetória de Cunha a fabricantes de refrigerantes de São Gonçalo do Sapucaí, Ouro Fino e Itamonte, além de filiados da Associação de Fabricantes de Refrigerantes do Brasil (Afebras).

O encontro foi registrado no site oficial de Cunha, que fez questão de divulgar também sua presença na missa de ação de graças pelo aniversário de 90 anos de Olga Silva, mãe de José Dirceu, naquele mesmo ano.

Fonte: Maria Clara Prates-Vote Brasil

As duas mortes de Obama:Bin Laden e a esperança

Duas mortes rondam o futuro político de Barack Obama. Seu índice de aprovação subiu  mais de 10 pontos após a execução de Bin Laden, graças a uma informação obtida sob tortura em Guantánamo, o campo de concentração republicano legitimado desse modo pelo democrata que prometera extinguí-lo. Na base da sociedade a execução não mudou a crise econômica e social que se mantém inalterada como o eletrocardiograma de um morto, o que acelera a morte da esperança no Presidente. Um em cada oito cidadãos norte-americanos depende hoje de ajuda estatal para se alimentar. As famílias permanecem cada vez mais tempo em centros de recolhimento. O desemprego  médio subiu de 8,8% para 9% na semana passada. Esse é o número oficial, mas Paul Krugman adiciona a ele o desemprego de curto prazo e chega a 14%. Se mensurado por etnias  vai a mais de 22% entre hispanos e asiáticos; passa de 30% entre os negros.  Negros e latinos representam 40%  da população encarcerada.   "Apesar de nossa economia não ter sido notícia essa semana, não há um dia em que eu não esteja focado nos seus empregos, nos seus sonhos e esperanças", disse Obama no sábado. Soou como réquiem.
(Carta Maior; 2º feira, 09/05/ 2011)