quarta-feira, 30 de março de 2011

José Alencar, o nordestino

(Brasília-DF,30/03/2011) O ex-vice-presidente José Alencar ficou conhecido para o grande público como o homem afável, lutador que dignificou a política e mostrou caráter em horas decisivas da República mas existe mais coisas para contar.

José Alencar era mineiro mas é bom que se diga que foi o Nordeste, suas instituições e o DNA nordestinos do semi árido que foram decisivos para dar testa, cunha e densidade a este homem que agora( bem, já faz um bom tempo) todos têm em grande conta.

Alencar nasceu na tradicional Zona da Mata de Minas mas depois de ser varejista, comerciante de tudo, vendedor de tecidos, decidiu que tinha que tocar este assunto em toda a sua cadeia. Empreendedor escolheu o Norte de Minas, onde existe o DNA nordestino do semi árido para virar muita mais que um empreendor contumaz.

Foi com uma instituição nordestina como a Sudene, a conhecida Superintência de Desenvolvimento do Nordeste que ele e seu sócio de então, o deputado federal Luiz de Paula Ferreira, eleito por Montes Claros( MG), a capital do Norte de Minas - contaram para fundar a Companhia de Tecidos Norte de Minas, a famosa Coteminas. Hoje a Coteminas é uma das maiores fábricas de tecidos do Brasil e do Mundo. 

Ainda com os incentivos da Sudene, os dois sócios fundaram a Cotenor, também instalada em  Montes Claros, a Cotene, no rio Grande do Norte, a Wembley Palace Hotel, em Belo Horizonte, a Construtora Norte de Minas, Econorte, a Empresa de comércio e Participações, Ecopar, a Cebartex e a Fazenda Cantagalo, no município de Maria da Cruz, que dá nome a sua famosa cachaça. Ele depois instalou uma Coteminas na Paraíba.   O império começou em 1967, exatos 44 anos. Tudo começou com a vez da oportunidade, a cara do Nordeste.

Alencar foi muito elogiado pelos nordestinos em sua participação e negociações para o caso mais polêmico da onda de grandes obras para a região nos Anos Lula: a Transposição do São Francisco.

O homem que ficou famoso por não conspirar indo contra a tradição mineira sabia como ninguém o que era o oportunismo nordestino.(Política Real)

SP: Assembleia aprova projeto que dobra número de assessores

Os deputados estaduais em São Paulo aprovaram na terça-feira, por 92 votos a favor e dois contra, o projeto que dobra o número de assessores que podem ser contratados por seus gabinetes. A medida poderá ter um impacto de até R$ 11,2 milhões nos gastos da Assembleia Legislativa só com auxílio-alimentação e refeição, por exemplo, sem levar em conta as despesas com adicionais por férias e 13º. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.
O projeto foi aprovado na noite de ontem, em votação simbólica, ao lado de outras duas propostas, essas vinculadas ao chamado salário mínimo paulista. Só foram contrários à proposta os deputados Major Olímpio (PDT) e Carlos Giannazi (PSOL). A bancada petista - a maior da Casa - foi uma das principais articuladoras da aprovação da proposta. O projeto seguirá para a sanção do governador Geraldo Alckmin (PSDB). Há uma expectativa de que ele o ignore, para evitar desgastes políticos. (TERRA)

'Não levo desaforo para casa', diz Preta Gil sobre deputado

Ainda chocada com declarações consideradas racistas do deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ), a cantora Preta Gil disse ao Terra, durante evento em São Paulo, que decidiu processar o deputado porque "não leva desaforo para casa". O deputado respondeu a uma pergunta da cantora durante o programa CQC, da emissora de TV Bandeirantes, dando a entender que Preta Gil vive em um ambiente "promíscuo".
"Eu fiquei pensando (se processaria Bolsonaro), mas não sou mulher de levar desaforo para casa. E, além disso, essa não é uma causa só minha, é uma causa comum. Este é um momento de evolução e não retrocesso, e ele vai contra todas as evoluções dentro do cenário político", afirmou a cantora, na noite da última terça-feira, referindo-se às lutas contra a homofobia e o racismo.
A filha do ex-ministro da Cultura Gilberto Gil disse que ficou sabendo das declarações por meio do Twitter, ainda na noite de segunda-feira. "Eu não estava assistindo ao programa, estava fazendo algumas coisas de casa e entrei no Twitter para dar boa noite aos fãs. Daí, veio aquela avalanche de recados sobre isso. Dez minutos depois, já tinha um vídeo do Youtube, e eu vi que as declarações racistas só pioravam. Quando fiz a pergunta, esperava uma resposta coerente, mas já sabendo do histórico racista dele. Foi muito agressivo", disse.
Entenda o caso

Convidada para participar de um quadro do programa CQC, da Bandeirantes, Preta Gil perguntou ao deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) sobre o que ele faria se um filho dele namorasse uma mulher negra, ao que Bolsonaro respondeu: "Preta, não vou discutir promiscuidade com quem quer que seja. Eu não corro esse risco porque meus filhos foram muito bem educados e não viveram em ambiente promíscuo como lamentavelmente é o teu."
A declaração gerou comentários nas redes sociais e fez com que a cantora decidisse processar o deputado. "Está tudo nas mãos do meu advogado, que me ligou assim que soube do caso. Eu espero que a Justiça esteja do meu lado", completou Preta Gil. (Priscila Tieppo – Terra)

A vida secreta dos economistas do sistema

Nos editoriais e aparições públicas, os economistas acadêmicos não costumam revelar seus investimentos em – ou contratos com – instituições financeiras privadas, que poderiam influir em suas recomendações políticas. Mas desde que dois investigadores expuseram uma série de potenciais conflitos de interesse entre membros de sua profissão, os economistas estão agora, pela primeira vez, levando em consideração regras éticas que os obrigariam a divulgar qualquer conexão entre suas finanças pessoais e as políticas públicas que eles defendem. O artigo é de Mica Uetricht.

Se os norteamericanos soubessem que alguns dos economistas que defendem publicamente as desregulações financeiras, que contribuíram para desencadear a Grande Recessão, aproveitaram-se de sua implantação, sentiriam-se mais interessados por elas?

É difícil saber, porque nos editoriais e aparições públicas, os economistas acadêmicos não costumam revelar seus investimentos em – ou contratos com – instituições financeiras privadas, que poderiam influir em suas recomendações políticas. Mas desde que dois investigadores expuseram uma série de potenciais conflitos de interesse entre membros de sua profissão, os economistas estão agora, pela primeira vez, levando em consideração regras éticas que os obrigariam a divulgar qualquer conexão entre suas finanças pessoais e as políticas públicas que eles defendem.

No ano passado, os economistas Gerald Epstein e Jessica Carrick-Hagenbarth, da Universidade de Massachusetts Amherst, publicaram um trabalho intitulado “Economistas financeiros, interesses financeiros e recantos obscuros dessa combinação”. Sugeriam uma causa da crise até então não explorada: os economistas não previram o colapso porque muitos deles estavam se beneficiando das políticas que levaram ao desastre. “Os economistas, como muitos outros, tinham incentivos perversos para não reconhecer a crise”, escrevem Epstein e Carrick-Hagenbarth no trabalho que foi publicado pelo Instituto de Investigação de Economia Política, de tendência de esquerda, de sua universidade.

O estudo examinou 19 economistas financeiros, acadêmicos e anônimos, cujas opiniões foram proeminentes nos meios de comunicação durante a promoção de reformas financeiras e depois do colapso do mercado. Treze dos acadêmicos tinham interesses ou contratos com instituições financeiras, cujos investimentos poderiam aumentar de valor se e quando as sugestões dos economistas se convertessem em política. Oito destes treze não revelaram tais conflitos de interesse.

Epstein disse que o silêncio dos economistas acerca dos perigos da desregulação pode ser atribuído em parte aos interesses econômicos destes acadêmicos: “Se você é um economista financeiro e ganha milhares de dólares trabalhando para uma empresa financeira, que pode estar menos inclinada a empregar-te caso se pronuncie publicamente a favor de uma reforma financeira, vai pensar duas vezes antes de defender tal reforma”.

Em 2006, a Câmara de Comércio da Islândia pagou a Frederic Mishkin, professor da Columbia Business School e ex-governador do Conselho de Administração do Federal Reserve (o banco central dos EUA), 124 mil por participar de um estudo sobre a situação financeira da Islândia, no qual explicou muitos dos fatores que logo iam provocar a implosão da economia do país. O documento Inside Job (“Trabalho interno”), vencedor de um Oscar, explica que, em seu currículo, Mishkin mudou o título do estudo “Estabilidade financeira na Islândia” por “Instabilidade financeira na Islândia”.

A American Economics Association (AEA), organização profissional de economistas acadêmicos, não tem regras éticas que proíbam ou exijam a manifestação deste tipo de conflito de interesse, além de alguns requerimentos a respeito de trabalhos apresentados à publicação da organização. De fato, normalmente o organismo não tem nenhum tipo de código ético oficial.

Epstein e Carrick-Hagenbarth distribuíram uma carta em janeiro, assinada por quase 300 economistas, defendendo a criação desse código. “Acreditamos que seria um passo importante e necessário para reforçar a credibilidade e a integridade da profissão”, dizia a carta.

Parece que teve algum efeito. Em sua conferência de janeiro em Denver, a AEA anunciou a criação de um comitê para desenvolver regras éticas. (Ironicamente a identidade dos membros do comitê manteve-se secreta, ainda que, segundo Epstein, o organismo vá revelar seus nomes em futuro próximo). Representantes da AEA não quiseram fazer comentários sobre o progresso do comitê.

Outras ciências sociais, como a sociologia, têm cláusulas éticas que requerem uma clareza total acerca de conflitos de interesse potenciais em discursos públicos, artigos e publicações acadêmicas. Epstein sabe que um código ético para economistas não consertará a economia do país. Mas sua reclamação é um passo na direção de políticas financeiras mais morais. “Um código de ética não é uma panaceia”, diz. “Mas pode ajudar a criar um ambiente no qual a economia e os economistas possam se considerar mais responsáveis”.

Artigo: “Preparar a cidade para o cidadão”

Vitória da Conquista é uma cidade de forte viés cosmopolita. É possível que a elevada auto estima, exuberância, elegância, perseverança, o saber acolher e o empreendedorismo do seu povo, seja herança do processo de colonização, as famílias que aqui chegaram, visitantes em busca de oportunidades, a presença de muitos dos seus filhos em todos os continentes, o freqüente intercâmbio com os povos do mundo, faz desta cidade um permanente eldorado.
É verdade que nos últimos quatorze anos avançou em aspectos sociais, culturais, econômicos e de infra-estrutura, com os quase 15 quilômetros de ciclovias e ciclo faixas, mostra que Vitória da Conquista não é mais aquela cidade provinciana de décadas passadas e que tem condições em receber turistas e seleção de futebol para a copa FIFA de 2014.
No entanto, se faz urgente acelerar o passo para consolidar-se definitivamente como cidade do mundo, oportunidade para colocar em prática um Plano Diretor Urbano estruturando a cidade para as exigências sociais e econômicas clamadas para a continuidade do seu desenvolvimento nos próximos trinta anos. É urgente superar o gargalo no tráfego, devolvendo a cidade para o cidadão, calçadões, passeios largos, praças e áreas verdes bem cuidadas, incentivar e facilitar o acesso dos munícipes às manifestações culturais regionais, peças teatrais, shows musicais, festivais de causos e lendas... Tudo isso contribui para um comportamento de maior urbanidade entre as pessoas.
Desde 2007 com a definição do Brasil como sede para a Copa de futebol FIFA 2014, vislumbro o celeiro de oportunidades e inovação à nossa frente que revolucione definitivamente Vitória da Conquista como cidade de melhor qualidade de vida e bem estar para o seu povo. Esta não é uma bandeira ou ação isolada de pessoas usurpadoras de idéias alheias ou perturbadas pelo tilintar das urnas eleitorais em 2012, mas daqueles empreendedores ousados, despojados, que veem possibilidade de lucrar com essa ação, já que se trata de um negócio, mas que paralelo apostam no sucesso e benefícios dos legados a serem apropriados por toda a população em cada canto da cidade.           
Se desejamos verdadeiramente que a cidade seja escolhida como campo base ou aclimatação de seleções, é preciso construir articulações que extrapolem apenas o que enxergamos a frente do nosso nariz ou que satisfaçam vaidades ou interesses imediatos. Ainda é tempo de preparar a cidade para esse grande evento, mas acima de tudo, para o cidadão.

Eduardo Moraes
Vice-Presidente do Esporte Clube Vitória da Conquista