terça-feira, 15 de novembro de 2011

Se europeus não se levantarem, bancos trarão fascismo de volta

No momento em que a Grécia é colocada sob a tutela da Troika, que o Estado reprime as manifestações para tranquilizar os mercados e que a Europa prossegue nos salvamentos financeiros, o compositor Mikis Theodorakis apela aos gregos a combater e alerta os povos da Europa para que, ao ritmo a que as coisas vão, os bancos voltarão a implantar o fascismo no continente.


Entrevistado durante um programa político popular na Grécia, Theodorakis advertiu que, se a Grécia se submeter às exigências dos chamados ".parceiros europeus" será ".o nosso fim quer como povo quer como nação". Acusou o governo de ser apenas uma "formiga" diante desses "parceiros", enquanto o povo o considera "brutal e ofensivo". Se esta política continuar, "não poderemos sobreviver … a única solução é levantarmo-nos e combatermos".

Resistente desde a primeira hora contra a ocupação nazi e fascista, combatente republicano desde a guerra civil e torturado durante o regime dos coronéis, Theodorakis também enviou uma carta aberta aos povos da Europa , publicada em numerosos jornais… gregos. Excertos:

"O nosso combate não é apenas o da Grécia, mas aspira a uma Europa livre, independente e democrática. Não acreditem nos vossos governos quando eles alegam que o vosso dinheiro serve para ajudar a Grécia. (…) Os programas de "salvamento da Grécia" apenas ajudam os bancos estrangeiros, precisamente aqueles que, por intermédio dos políticos e dos governos a seu soldo, impuseram o modelo político que conduziu à actual crise.

Não há outra solução senão substituir o actual modelo económico europeu, concebido para gerar dívidas, e voltar a uma política de estímulo da procura e do desenvolvimento, a um proteccionismo dotado de um controlo drástico das Finanças. Se os Estados não se impuserem aos mercados, estes acabarão por engoli-los, juntamente com a democracia e todas as conquistas da civilização europeia. A democracia nasceu em Atenas, quando Sólon anulou as dívidas dos pobres para com os ricos. Não podemos autorizar hoje os bancos a destruir a democracia europeia, a extorquir as somas gigantescas que eles próprios geraram sob a forma de dívidas.

Não vos pedimos para apoiar a nossa luta por solidariedade, nem porque o nosso território foi o berço de Platão e de Aristóteles, de Péricles e de Protágoras, dos conceitos de democracia, de liberdade e da Europa. (…)

Pedimos-vos que o façam no vosso próprio interesse. Se autorizarem hoje o sacrifício das sociedades grega, irlandesa, portuguesa e espanhola no altar da dívida e dos bancos, em breve chegará a vossa vez. Não podeis prosperar no meio das ruínas das sociedades europeias. Quanto a nós, acordámos tarde mas acordámos. Construamos juntos uma Europa nova, uma Europa democrática, próspera, pacífica, digna da sua história, das suas lutas e do seu espírito. Resistamos ao totalitarismo dos mercados que ameaça desmantelar a Europa transformando-a em Terceiro Mundo, que vira os povos europeus uns contra os outros, que destrói o nosso continente, provocando o regresso do fascismo".

Tradução de Margarida Ferreira

Fonte: resistir.info

Aldo Rebelo anuncia três nomes para a equipe do Ministério do Esporte

Aldo Rebelo anunciou nesta segunda-feira (14) três novos nomes do Ministério do Esporte. A economista Paula Pini, hoje coordenadora de projetos do Banco Mundial, será a secretária executiva. Para a chefia da assessoria internacional, entra o diplomata Carlos Henrique Cardim, que ocupava o posto de embaixador na Noruega. A secretaria nacional de esporte, educação, lazer e inclusão social será ocupada pelo vice-almirante reformado da Marinha Afonso Barbosa, que deixa a diretoria da empresa Bunge.

Ministério do Esporte
Anuncio de Aldo Aldo: “pessoas qualificadas e comprometidas com o país"
Aldo Rebelo ressaltou que os novos membros da equipe são “pessoas qualificadas e comprometidas com o país, capazes de contribuir muito com o grande desafio que o Ministério tem pela frente”. Para Rebelo, as alterações são “esperadas e naturais” após mudanças de chefia. Segundo ele, as escolhas foram feitas com base em critérios técnicos, administrativos, políticos e em experiências de vida. “São pessoas que conheço e com quem tive a oportunidade de trabalhar”.

Aldo ressaltou que a organização da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016 é a prioridade do Ministério do Esporte. De acordo com o ministro, a nova secretária executiva tem experiência de mais 20 anos com desenvolvimento e mobilidade urbana e vai ajudar a preparar o país para os dois eventos internacionais.

“A pauta é muito extensa, são 12 capitais. É preciso que a nova secretária executiva acompanhe todas as medidas relacionadas com o cumprimento do cronograma de realização, os contratos e a execução das obras. Tudo isso é desafio da nova secretária”, disse o ministro.

Perfil

A secretária executiva indicada, Paula Pini, é especialista em desenvolvimento urbano, com mais de 20 anos de experiência em operações de financiamento de agências multilaterais. Desde 1998, ocupa o posto de especialista sênior para Desenvolvimento Urbano no Banco Mundial, em Washington. Coordenou as ações para a América Latina e Caribe (1998-2008) e África (desde 2008). É graduada pela Universidade de Paris I - Sorbonne, onde também fez mestrado em Desenvolvimento Rural. Já ocupou posições de coordenação na Cobrape (Companhia Brasileira de Projetos e Empreendimentos) e no CNEC (Consórcio Nacional de Engenheiros Construtores).

O diplomata Carlos Henrique Cardim, indicado para a chefia da assessoria internacional do ministro, já ocupou postos na Noruega (onde foi embaixador até 2011), Paraguai, Estados Unidos, Venezuela, Chile e Argentina. É professor do Instituto Rio Branco e do Instituto de Ciência Política da Universidade de Brasília. Já ocupou os cargos de assessor do ministro-chefe da Casa Civil da Presidência da República (1986), de diretor da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (1997) e de diretor do Centro de Estudos Estratégicos do Ministério da Ciência e Tecnologia (1999). Também foi diretor do Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais (IPRI), órgão da Fundação Alexandre de Gusmão (Funag), de 2005 a 2010. É doutor em Sociologia pela Universidade de São Paulo.

O futuro secretário nacional de esporte, educação, lazer e inclusão social fez carreira na Marinha, de onde se retirou em 2007, no cargo de vice-almirante. Já ocupou posições de destaque no governo, como assessor parlamentar da Presidência da República durante a Constituinte (1986-1988) e no gabinete do Ministério da Marinha (1996-1998), e como diretor de Política e Estratégia do Ministério da Defesa (2005). Depois de deixar a Marinha, foi assessor especial do secretário municipal de Administração do Rio de Janeiro (2009). Ocupa atualmente a diretoria da Bunge Brasil, uma das principais empresas do agronegócio e alimentos do país, de onde está se desligando para compor a equipe do Ministério do Esporte.

Na entrevista coletiva em que anunciou os novos nomes, Aldo informou o destino dos ocupantes anteriores dos respectivos cargos. O secretário executivo, Waldemar de Souza, será deslocado para outro cargo no ministério, que será anunciado posteriormente. A chefe da assessoria internacional, Ana Prestes, passará a ser a sub-chefe da mesma pasta. Já o secretário nacional de esporte, educação, lazer e inclusão social, Wadson Ribeiro, deixará o posto, pois segundo Aldo, “tem missões a cumprir pelo partido em Minas Gerais”.

Fonte: Vermelho, com informações de agencias

OAB irá à “marcha contra corrupção”?

Por Altamiro Borges

Nesta terça-feira, 15 de novembro, Dia da Proclamação da República, estão previstas manifestações em 36 cidades brasileiras na terceira edição da chamada “marcha contra a corrupção” – o primeiro protestou ocorreu em 7 de setembro e o segundo em 12 de outubro. A exemplo dos anteriores, os objetivos da marcha são genéricos e seus promotores são difusos, diversificados.

Em alguns estados, como em São Paulo, a “marcha” conta desde o início com o apoio da Juventude do PSDB. No twitter, caciques demotucanos, mais sujos do que pau de galinheiro, procuram direcionar os protestos contra o governo Dilma na atual operação “derruba-ministro”. Na maioria dos locais, porém, a marcha é agitada nas redes sociais por pessoas que se dizem apartidárias.

R$ 1,5 milhão dos cofres públicos

Entre as entidades que assumem abertamente a convocação da marcha encontra-se a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Na semana passada, porém, apareceu uma denúncia que pode complicar o engajamento desta entidade, que já teve no passado um papel de destaque nas lutas por democracia e justiça social. De quebra, o escândalo pode abalar alguns planos golpistas.

Ophir Cavalcante, presidente nacional da OAB, foi acusado de receber R$ 20 mil reais mensais sem trabalhar do Estado do Pará. A denúncia foi feita por dois advogados paraenses em meio a uma crise que envolve a entidade e a sua seccional. Eles afirmam que, em 13 anos de licença remunerada, Ophir abocanhou R$ 1,5 milhão dos cofres públicos e exigem a devolução dos recursos.

Entidade vira alvo dos protestos

O presidente da OAB retrucou as acusações. Alegou que os vencimentos recebidos por ele estão dentro da lei. Mas parece que alguns dos organizadores da “marcha contra corrupção” não concordam com a sua desculpa. Receber sem trabalhar pode até ser legal, mas é imoral – afirmam. Segundo o sítio Brasil 247, eles pretendem utilizar o protesto para criticar Ophir Cavalcante:

“Os manifestantes vão estender o coro das cobranças e críticas à instituição que mais se posiciona em debates sobre a ética e que tem apoiado, inclusive, as marchas contra a corrupção. A Ordem dos Advogados do Brasil vai ser o novo alvo dos protestos, depois de revelado que o atual presidente da entidade recebe gordo salário há 13 anos como procurador federal sem trabalhar”.

O Brasil está de olho na OAB

“Se tiver corrupção dentro do movimento contra a corrupção, a gente vai buscar e acabar com isso”, garante Carla Zambelli, uma das fundadoras do movimento Nas Ruas, que organiza o ato de São Paulo. “Todas as denúncias têm que vir à tona. Temos que cortar o mal pela raiz”, afirma Cristina Maza, da entidade Todos Juntos Contra a Corrupção, que organiza a marcha no Rio de Janeiro.

No sítio Observatório da Corrupção, criado pela OAB, Ophir Cavalcante afirma que o observatório “será um instrumento para que a sociedade exerça seu insistente interesse no rápido julgamento de casos de corrupção, acompanhando os andamentos e pleiteando os julgamentos em todas as instâncias. A Ordem dos Advogados está de olho no Brasil”.

Mas, como acertadamente ironiza o sítio Brasil 247, “o Brasil é que está de olho na Ordem dos Advogados, Ophir”.