sexta-feira, 17 de junho de 2011

Seminário de Mulheres em Feira de Santana


A FETAG-BA, através de sua Secretaria de Mulheres, realizou no dia 16 de junho último, em Feira de Santana, o Encontro Regional para debater os temas que farão parte da pauta de reivindicações, que será apresentada ao Governo Federal, durante a Marcha das Margaridas, que acontecerá nos dias 16 e 17 de agosto em Brasília, com a presença estimada de 100 mil mulheres. Participaram do evento mulheres representantes de 15 municípios da região de Feira de Santana, Litoral Norte e Recôncavo. A coordenação foi feita por Maria Cristina da Silva, Secretária de Mulheres da Entidade, assessorada por Maria Madalena. Presentes ao evento também estiveram o presidente da FETAG-BA, Cláudio Bastos, os coordenadores regionais da CTB-Bahia, Milton Sales e Ireny Nery, os coordenadores regionais da Entidade, Renilda Santos e Edifrâncio Oliveira, além de Rozete Evangelista, assessora regional.

Por Genaldo de Melo

Cynthia McKinney: A Líbia sob fogo da Otan; um festim de sangue

É claramente evidente que a Otan excedeu o seu mandato, mentiu acerca das suas intenções, é responsável por assassínios extrajudiciais, tudo em nome da “intervenção humanitária”.

No período em que integrei o Comitê de Relações Internacionais no Congresso, entre 1993 e 2003, tornou-se-me evidente que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) constituía um anacronismo. Fundada em 1945, no final da 2ª Guerra Mundial, a Otan foi criada pelos EUA como resposta à sobrevivência da União Soviética enquanto Estado Socialista. A Otan constituía a garantia política, para os EUA, de que a dominação capitalista sobre as economias europeia, asiática e africana iria prosseguir. E esta garantia assegurava também a sobrevivência do apartheid global então existente.

A Otan é um pacto de segurança coletiva através do qual os estados membros assumem que um ataque contra qualquer deles é um ataque contra todos eles. Por conseguinte, se a União Soviética tivesse atacado qualquer um dos seus membros europeus, o escudo militar norte-americano seria ativado. A resposta soviética a este pacto foi a Organização do Tratado de Varsóvia, que sustentou um “cordão sanitário” em torno do território russo central, na eventualidade de um ataque da Otan. Dessa forma o mundo foi cindido em blocos, dando origem à “Guerra Fria”.

Os “guerreiros frios” confessos dos dias de hoje continuam a encarar o mundo dessa forma, e não conseguem ultrapassar a visão de uma China Comunista e de um Império Soviético imputados como Estados inimigos dos EUA, cujas movimentações, seja em que parte do planeta se verifiquem, devem ser contrariadas.

O colapso da União Soviética proporcionou uma oportunidade acelerada para que a hegemonia dos EUA fosse exercida em áreas de anterior influência russa. Territórios africanos e eurasiáticos onde se situam antigos Estados soviéticos satélites, bem como o Afeganistão, o Paquistão e outros, têm sempre assumido um lugar predominante nas teorias da “contenção” e do “ricochete” que até aos dias de hoje orientam a política dos EUA.

Com tudo isto como pano de fundo, o ataque de mísseis contra Trípoli na noite passada é inexplicável. Trípoli, uma área metropolitana com cerca de 2 milhões de habitantes, suportou 22 a 25 bombardeios ontem à noite, abalando e partindo janelas e fazendo tremer o meu hotel até aos alicerces.

Abandonei o meu quarto no Hotel Rexis al-Nasr, caminhei pelo exterior, e podia sentir o cheiro dos explosivos. Por toda a parte, habitantes locais se misturavam com jornalistas estrangeiros de todo o mundo. Enquanto estávamos ali, mais bombas atingiram vários pontos da cidade. As explosões clareavam o céu de vermelho, e mais mísseis disparados por jatos da Otan atravessavam as nuvens baixas antes de explodir.

Podia sentir na boca a poeira espessa levantada pelas bombas. Pensei de imediato nas munições de urânio empobrecido que se diz estarem a ser utilizadas, bem como as de fósforo branco. Se estão a ser utilizadas armas de urânio empobrecido, de que forma afetarão os civis locais?

Mulheres transportando crianças pequenas fugiam para fora do hotel. Outras corriam a lavar a poeira que lhes entrara para os olhos. Com as sirenes rugindo, viaturas de emergência surgiram na zona sob ataque. Os alarmes dos carros, disparados pelos sucessivos impactos, podiam ouvir-se sob os cânticos desafiadores do povo.

Tiros esporádicos de armas de fogo romperam, ao que me pareceu em todo o lado à minha volta. A estação Euronews mostrou imagens de enfermeiras e médicos entoando cânticos, nos próprios hospitais em que tratavam aqueles que a última investida de choque e assombro da Otan deixara feridos.

De repente, as ruas à volta do meu hotel encheram-se de gente a cantar e de automóveis a buzinar. Dentro do hotel, uma mulher líbia transportando uma criança aproximou-se de mim e perguntou-me por que lhes estão a fazer isto?

Quaisquer que fossem os objetivos militares do ataque (e eu e muitos outros questionamos a utilidade militar de semelhantes ataques) permanece o fato de que este ataque aéreo foi lançado contra uma grande cidade repleta de centenas de milhares de civis.

Refleti também se algum dos políticos que autorizou este ataque aéreo alguma vez se encontrou do lado errado de munições de urânio empobrecido guiadas a laser. Teriam alguma vez presenciado os danos horríveis que estas armas provocam numa cidade e nos seus habitantes? Pode ser que, se alguma vez tivessem estado numa cidade sob ataque aéreo, se tivessem sentido o impacto destas bombas, se tivessem visto a devastação causada, não estivessem tão dispostos a autorizar um ataque contra a população civil.

Estou convicta de que a Otan não teria sido tão negligente com a vida humana se tivesse sido convocada para atacar uma cidade importante do ocidente. Aliás, estou convicta de que tal nunca sucederia. A Otan (tal como os EUA e os seus aliados) apenas ataca os pobres e os desprotegidos do Terceiro Mundo.

No dia anterior, numa iniciativa de mulheres em Trípoli, uma mulher aproximou-se de mim com lágrimas nos olhos: a mãe está em Bengazi e ela não pode voltar para saber se a mãe está ou não bem. As pessoas do oriente e do ocidente do país viviam em comum, amavam-se, casavam entre si.

Agora, em consequência da “intervenção humanitária” da Otan, geraram-se e endurecem divisões artificiais. O recrutamento de aliados pela Otan na Líbia oriental insere-se na mesma estratégia de “guerra fria” que procurava assassinar Fidel Castro e derrubar a Revolução Cubana com cubanos “aclimatados” dispostos a cometer atos de terrorismo contra o seu ex-país.

Mais recentemente, a República Democrática do Congo foi ameaçada de amputação territorial, depois de Laurent Kabila recusar uma solicitação da administração Clinton no sentido de abandonar a zona oriental do seu país.

Laurent Kabila descreveu pessoalmente o encontro em que esta solicitação e a respectiva recusa sucederam. Este plano de balcanização e de amputação de um país africano (como sucedeu no Sudão) só não foi adiante porque à recusa de Kabila se juntou a mobilização de congoleses em todo o mundo, que se organizaram em defesa da integridade territorial do seu país.

Horrorizou-me saber que os aliados da Otan na Líbia (os “Rebeldes”) têm linchado e massacrado os seus compatriotas de pele mais escura, depois da imprensa dos EUA ter identificado os negros líbios como “mercenários negros”.

Digam-me agora, por favor: vão expulsar os negros da África? Informações da imprensa sugerem que os americanos ficaram “surpreendidos” por encontrar pessoas de pele escura na África. O que é que isto nos diz acerca desta gente?

O triste fato, entretanto, é que são os próprios líbios que têm sido insultados, aterrorizados, linchados, assassinados, em consequência das informações que hipersensacionalizaram esta grosseira ignorância. Quem é que vai ser responsabilizado pelas vidas perdidas no frenesi sanguinário desencadeado por estas mentiras?

E isto traz-me de volta à pergunta que a mulher me colocou: por que está isto a acontecer? Honestamente, não pude dar-lhe a resposta educada e razoável que ela esperava. Do meu ponto de vista, todo o público internacional se debate com essa questão: “Por quê?”.

O que sabemos e está muito claro é isto: aquilo a que eu assisti na noite passada não é uma “intervenção humanitária”.

Muitos alimentam a suspeita de que a questão é a quantidade de petróleo existente no subsolo líbio. Podem chamar-me cética, mas dá que pensar como é que forças combinadas de terra, mar e ar da Otan e dos EUA, custando milhares de milhões de dólares, são mobilizados contra um relativamente pequeno país do Norte da África e se supõe que todos fiquemos convencidos de que se trata de defender a democracia.

O que eu vi nas longas filas de espera para obter combustível não é “intervenção humanitária”. A recusa em autorizar fornecimento de medicamentos para os hospitais não é “intervenção humanitária”. O que é mais triste e que sou incapaz de dar uma explicação plausível do porquê às pessoas agora aterrorizadas pelas bombas da Otan, mas é claramente evidente que a Otan excedeu o seu mandato, mentiu acerca das suas intenções, é responsável por assassínios extrajudiciais, tudo em nome da “intervenção humanitária”.

Onde está o Congresso quando o presidente excede as suas competências no desencadear da guerra? Onde está a “consciência do Congresso”?

Para aqueles que discordam do conselho de Dick Cheney, de que preparemos a próxima geração para a guerra, é necessário que deem apoio a quem quer que seja que esteja disposto a pôr fim a esta loucura. Por favor organizem-se e depois votem pela paz. A gente de todo o mundo precisa de que nos levantemos e falemos, em seu nome e no nosso, porque a Venezuela e o Irã também estão sob ameaça. Os líbios não precisam dos helicópteros bombardeiros da Otan, nem de bombas inteligentes, mísseis de cruzeiro ou bombas de urânio empobrecido, para resolver os seus problemas internos. A “intervenção humanitária” da Otan tem que ser denunciada pelo que realmente é à luz crua da verdade.

Enquanto anoitece sobre Trípoli tenho, juntamente com a população civil, de me preparar para mais “intervencionismo humanitário” da Otan. Parem de bombardear a África e os pobres de todo o mundo!

Fonte: Cynthia McKinney - Diário.Info

Senado retira da internet informações sobre viagens de senadores e assessores

De acordo com a assessoria de imprensa do Senado, as informações foram retiradas temporariamente do ar para ajuste técnico. Os dados, segundo a Casa, estão sendo adaptados pelas assessorias dos senadores...

O Senado retirou do Portal da Transparência informações detalhadas sobre passagens áreas usadas por senadores e assessores. Os parlamentares indicavam dados referentes a destino, companhia aérea, data e nome do passageiro.

Agora, constam só o valor das passagens, o número da fatura e a empresa responsável pela compra, a Sphaera Turismo e Representações.

Desde 2005, o Senado renova contrato com a empresa para a emissão de bilhetes. Do início do período da parceria até o fim do ano passado, foram gastos R$ 133, 2 milhões em passagens. O contrato anual mantém o patamar de R$ 22 milhões. A empresa compra as passagens e depois apresenta notas fiscais dos bilhetes à Casa.

Sob a alegação de dar mais transparência e reduzir custos, o primeiro-secretário do Senado, Cícero Lucena (PSDB-PB), anunciou em maio que a Casa iria instituir o “cotão” para a emissão de passagens aéreas, seguindo o exemplo da Câmara.

Alguns senadores reclamavam dos preços praticados pela empresa para compra dos bilhetes, que seriam superiores aos informados pelas empresas aéreas no mercado. A responsabilidade pela emissão passa agora a ser do próprio gabinete.

Na prática, a verba indenizatória, no valor de R$ 15 mil mensais, está sendo incorporada à cota de passagem, entre R$ 6 mil e R$ 23 mil. O valor do benefício é calculado por bancada, levando em conta a diferença do preço das passagens de estados mais distantes e mais próximos de Brasília.

Com a medida, os senadores ganharão de R$ 21 mil a R$ 38 mil de cotão e serão responsáveis por gerenciar os bilhetes. Caso não utilizem toda a verba, os parlamentares poderão acumular o benefício como uma espécie de crédito e serão autorizados a utilizar as sobras no aluguel de jatinhos ou abastecimento de aviões particulares.

De acordo com a assessoria de imprensa do Senado, as informações foram retiradas temporariamente do ar para ajuste técnico. Os dados, segundo a Casa, estão sendo adaptados pelas assessorias dos senadores e pela área técnica para atender a implementação do “cotão”.

As regras para emissão de passagens continuam as mesmas e não poderão ser feitas em nome de outras pessoas. Não há previsão, no entanto, para a publicação das informações. (VoteBrasil)

Fatos em foco

Terra urgente
A Comissão Pastoral da Terra e outras entidades da Paraíba apelam às autoridades do Estado para que reconheçam o direito das famílias que ocuparam, em 1999, a área improdutiva denominada Fazenda Ponta de Gramame, de 164 hectares, no município de João Pessoa. Desde então elas sofreram inúmeras violências, foram despejadas, mas resistiram com suas roças e comprovada produção de alimentos. O Incra desapropriou a área, falta dar posse.

Faroeste geral
Não apenas os camponeses, sindicalistas e militantes ambientais e dos direitos humanos vivem ameaçados de morte pelo Brasil afora. Também os juízes de direito estão sendo ameaçados, principalmente quando condenam integrantes do crime organizado e membros de grupos poderosos envolvidos com corrupção e destruição ambiental. A Associação dos Magistrados Brasileiros criou um serviço de segurança especial para os ameaçados.
Antecedentes

Os 439 bombeiros do Rio de Janeiro presos por ocupação do quartel da corporação foram soltos no dia 10 de junho, mas no mesmo dia foram denunciados pelo Ministério Público por motim e danos materiais de instalação militar. Se forem condenados podem pegar até 19 anos de prisão. Tudo porque queriam aumento no piso salarial de R$ 950, um dos mais baixos da categoria no país. Quem deixou a situação chegar onde chegou também será julgado?

Retrocesso
De acordo com o Ministério da Agricultura, a importação do agronegócio em maio de 2011 foi 53,8% superior ao mesmo mês de 2010. Os itens mais destacados agora foram os produtos fl orestais (papel e borracha natural), os cereais e as farinhas. É no mínimo curioso que o Brasil tenha de importar cereais e farinhas – em especial a de trigo, produto básico da alimentação e no qual o país já foi autossuficiente.

Jogo aliado
Comemorado como um avanço democrático e de transparência para o conhecimento da história nacional, o projeto de lei que acaba com o sigilo eterno e reduz o prazo de liberação dos documentos secretos para 25 anos, em tramitação no Senado, corre o risco de retroceder à situação anterior. É que os senadores Collor de Mello e José Sarney não querem quebrar o sigilo de documentos públicos do período da ditadura militar
(1964-1985).

Autodefesa
Em assembleias realizadas na última semana, os aeroviários dos mais movimentados aeroportos do país aprovaram indicativo de greve, que poderá ser defl agrada em breve, caso a Secretaria de Aviação Civil não leve em consideração as propostas dos trabalhadores no processo de privatização dos aeroportos. O modelo anunciado pelo governo transfere o controle acionário para grupos privados, com risco de elevação das tarifas.

Na contramão
Cantado em prosa e verso, o boom imobiliário dos últimos anos está agora numa fase bem crítica: de um lado a demanda por imóveis novos caiu sensivelmente; e de outro as ações judiciais contra as empresas incorporadoras cresceram 400% em três anos – a maior parte porque as construtoras não estão conseguindo entregar os imóveis nos prazos contratuais. Tudo indica que o setor ainda vai dar muita dor de cabeça!

Pesquisa ameaçada
Os funcionários da Embrapa estão em estado de greve. Eles denunciam as punições e as demissões arbitrárias, principalmente no último ano, e reivindicam isonomia de benefícios e revisão do plano de carreira. É triste verificar a situação de degradação operacional e desvio tecnológico da empresa estatal, que já prestou relevantes serviços para a pesquisa da agroindústria e o desenvolvimento da agricultura brasileira.

Revolta velada
De acordo com comunicado da Rede Contra a Violência, movimento que articula várias comunidades do Rio de Janeiro, na madrugada de 12 de junho, o jovem André, de 19 anos, morador do morro Pavão-Pavãozinho, foi morto com vários tiros disparados por um policial da Unidade de Polícia Pacifi cadora (UPP), no momento em que se dirigia para uma festa. Levado ao Hospital Miguel Couto, não resistiu e morreu. Até quando?
 
Fonte:
Hamilton Octavio de Souza - Brasil de fato

Liberdade para os Presos Políticos Portorriquenhos e para os Cinco Cubanos!

San Juan, Puerto Rico14 de junho de 2011
 
Presidente Obama:

A presente comunicação tem como principal objetivo solicitar sua intercessão, como máxima autoridade executiva de seu país, com o fim de conseguir a imediata e incondicional libertação de um grupo de prisioneiros políticos condenados a sentenças carcerárias extremamente longas e injustificadas. Nos referimos concretamente aos lutadores antiterroristas cubanos Gerardo Hernández Nordelo, Ramón Labañino Salazar, Antonio Guerrero, Fernando González Llort e René González Sehwerert, e aos lutadores independentistas portorriquenhos Óscar López Rivera, Avelino González Claudio e Norberto González Claudio.

O Comitê de Solidariedade com Cuba em Porto Rico, ao reclamar a liberdade desse grupo de prisioneiros políticos e inserir-se nas diversas campanhas nacionais e internacionais o faz induzido pela urgente necessidade de que se ponha fim a uma patente injustiça que permite que 8 pessoas purguem condenações não merecidas, cinco deles somente pelo fato de ter tentado proteger, por meios legítimos e pacíficos, a integridade territorial de seu país (Cuba) e a segurança de milhões de compatriotas, e os outros três, por lutar conforme os princípios e o direito natural pela descoloniação e a libertação de sua pátria portorriquenha.

negativa do governo dos Estados Unidos a considerar reclamos de índole humanitária, amparados nas leis e convênios internacionais dos quais é signatário, manifesta uma dupla moral, pois, por um lado, se recusa a reconhecer a inequidade das condenações recaídas contra os cinco lutadores antiterroristas cubanos, enquanto que, por outro, se afana em proteger ao assassino terrorista internacional, Luis Posada Carriles, que, não só é responsável por inúmeros atentados criminosos (incluindo a queda de um avião de Cubana de Aviação, em 1976, tragédia na qual 73 pessoas perderam a vida, incluindo jovens atletas integrantes da Equipe Nacional de Esgrima de Cuba), mas também porque jamais demonstrou arrependimento por nenhum desses atos.

No que diz respeito ao compatriota Óscar López Rivera, as condições desumanas e o prolongamento injustificado de seu confinamento, já cumpridos 30 anos, constituem, em estrito sentido jurídico9, em um crime de lesa humanidade, que expõe os Estados Unidos, uma vez mais, ante a comunidade internacional como um país incapaz de honrar, dentro de sua própria jurisdição, os preceitos que garantem a todo prisioneiro –incluindo os sujeitos à restrição carcerária por motivos políticos- um tratamento justo e humanitário.

Em consideração ao acima exposto, solicitamos-lhe que, com a maior celeridade possível, decrete a libertação imediata dos lutadores antiterroristas cubanos Gerardo Hernández Nordelo, Ramón Labañino Salazar, Antonio Guerreo, Fernando González Llort e René González Sehwerert, e dos patriotas portorriquenhos Óscar López Rivera, Avelino González Claudio e Norberto González Claudio.

Continuar ignorando esse reclamo mundial será condenado pela história. O senhor, como presidente dos Estados Unidos pode devolver esses patriotas às suas casas e às suas pátrias.

Comitê de Solidariedade com Cuba em Porto Rico
Contatos: Lic. Blanca Gari y Sra. Milagros Rivera
Tels. (787)274-8587

Foi um parto, mas AL enfim aprova projeto que cria Região Metropolitana de Feira

Depois de muita discussão, foi aprovado hoje (16) pela Assembleia Legislativa, o projeto de Lei Complementar de iniciativa do Governo do Estado criando a Região Metropolitana de Feira de Santana. A Assembleia realizou a sua sessão no teatro do Centro de Cultura Amélio Amorim. Foi a primeira reunião do projeto denominado Sessão Itinerante, que vai levar encontros ordinários do Poder Legislativo ao interior da Bahia.

Os trabalhos foram iniciados às 14 horas e terminaram depois das 19h. Vários prefeitos da região, entre os quais Tarcízio Pimenta, de Feira, acompanharam a sessão, além de outras autoridades, como o deputado federal Sérgio Carneiro e o secretário nacional de Turismo, Colbert Martins Filho.

Feira de Santana inaugurou o projeto por ser a segunda maior cidade do Estado. A próxima sessão itinerante acontecerá na cidade de Vitória da Conquista. O presidente Marcelo Nilo teve que prorrogar a sessão por meia hora em três ocasiões, para viabilizar a votação da matéria em primeiro turno.

A oposição, principalmente através dos deputados Targino Machado e Carlos Geilson, estava firme, no início dos trabalhos, na disposição de apresentar uma emenda ao projeto, o que impediria sua votação. A emenda era para ampliar a relação dos municípios integrados na Região Metropolitana, de seis (é o que determina o projeto do governo) para 16.

O líder governista Zé Neto teve que atuar bastante nos bastidores, para evitar a apresentação das emendas. Os outros deputados feirenses, Graça Pimenta e José de Arimateia, discursaram em favor da aprovação do projeto. A Região Metropolitana terá, em princípio, os municípios de Feira (sede), São Gonçalo, Tanquinho, Conceição da Feira, Amélia Rodrigues e Conceição do Jacuípe. Ficam de fora cidades próximas como Santa Bárbara, Anguera, Coração de Maria, Irará, Antonio Cardoso, entre outras.

Segundo Zé Neto, no futuro haverá a ampliação da Região Metropolitana e esses outros municípios serão contemplados. Neste momento, “questões técnicas” impediriam de integrá-los. “O projeto já inclui os 16 municípios; apenas não é possível funcionar agora a Região Metropolitana com todos eles”, explicou.

Caso a emenda de fato fosse apresentada, o projeto teria que passar pelas comissões competentes da Casa e somente retornaria à pauta em algumas semanas, mesmo assim com um impasse que poderia inviabilizá-lo, já que, de acordo com a oposição, a ordem do governador Jaques Wagner era de não votar a matéria caso ela fosse emendadas.

Mas no início da noite o próprio Targino convocou uma reunião com a bancada e o grupo desistiu de entrar com a emenda. Participaram do encontro, além dos deputados, o ex-deputado Colbert Filho – que em 1994, quando deputado estadual, defendeu a criação da Região Metropolitana de Feira – e o ex-prefeito José Ronaldo, convidados por Targino.

Marcelo Nilo teve que consultar os líderes de bancadas para que fossem dispensados procedimentos regimentais e o projeto pudesse ser votado. Todos os líderes acataram a sugestão. (Valdomiro Silva -Tribuna Feirense)

PT quer CPI para averiguar uso de prefeitura na criação do PSD

A bancada do PT na Câmara Municipal de São Paulo vai propor a criação de uma CPI para investigar a denúncia de que a prefeitura paulistana está sendo usada para coletar assinaturas de apoio ao PSD. O partido está em fase de criação e tem o prefeito Gilberto Kassab como principal liderança.


"Há evidências e precisamos investigar se a estrutura da prefeitura está sendo desviada para atender a interesses privados", afirmou o vereador Donato (PT).

Para aprovar a criação de uma CPI, os petistas vão precisar coletar 28 assinaturas de um total de 55 parlamentares. O partido tem a maior bancada, com 11 vereadores. A oposição não conta com maioria na Câmara e vai precisar do apoio do bloco conhecido como 'centrão', grupo que reúne parlamentares de diversos partidos.

Reportagem publicada hoje na Folha revelou que o chefe de gabinete da subprefeitura da Freguesia do Ó, na zona norte da cidade, entregou uma lista de apoio à sigla ao repórter do jornal.

A assinatura, segundo a reportagem, foi feita no gabinete do subprefeito, Valdir Suzano, que estava no local.

Em nota, a prefeitura informou que o assessor que entregou a lista ao repórter foi exonerado. Além disso, disse desconhecer o fato.

Já a subprefeitura prometeu abrir investigação para apurar o episódio.

Fonte: Folha, com Valor Online

Bahia: Mesmo capenga, projeto da RMFS é aprovado

Apesar de todo o esperneio da oposição, principalmente na figura dos deputados Carlos Geílson e Targino Machado, o governo conseguiu aprovar, mesmo capenga, o projeto de lei da criação da Região Metropolitana de Feira de Santana – são seis municípios, mas a oposição pleiteava 16 integrantes. No início da sessão os discursos tanto de Geílson quanto de Targino eram de endurecer e manter emenda apresentada, que provocaria a não votação do projeto ainda nesta quinta-feira. Mas em política, entre o discurso e a prática existe uma distância grande. E foi isso que aconteceu. Por volta de 18h30min, após reuniões seguidas de reuniões, ambos resolveram ceder. Como mesmo bem disse Geílson durante todo o dia, o governo do estado os deixou entre a cruz e a espada. Caso o projeto de criação da RMFS não fosse aprovado nesta quinta, aqui mesmo em Feira de Santana, a responsabilidade seria jogada sobre as costas dos dois deputados que apresentaram emenda. E assim, mesmo sob protestos e ressalvas de oposicionistas, a Assembleia Legislativa aprovou nesta quinta-feira, em sessão histórica, a criação da Região Metropolitana de Feira de Santana, composta ainda pelos seguintes municípios: Conceição do Jacuípe, Conceição da Feira, Amélia Rodrigues, São Gonçalo dos Campos e Tanquinho – três deles comandados pelo PT. (Augusto ferreira - Aquibahia)

A mercantilização dos serviços públicos

Vivemos duas décadas de uma espécie de tentativa permanente de desconstrução das propostas social e politicamente avançadas, que passaram a fazer parte integrante da famosa Constituição Cidadã, resultado da Assembleia Constituinte de 1988.

Ao longo dos últimos anos, o Brasil começou a se acomodar, de forma passiva, com um processo lento, mas contínuo, de transformação profunda em alguns de seus valores republicanos mais carregados de simbolismo e conteúdo. A Assembléia Constituinte de 1988 havia sido fruto de muita luta na caminhada rumo a um país mais democrático e menos desigual, onde os direitos sociais básicos passaram a estar assegurados no próprio texto da Carta Magna.

Enquanto os postulados ortodoxos do Consenso de Washington já começavam a se fazer presentes em uma série de países ao longo dos anos 80, aqui tentávamos superar o ciclo do regime militar, com a construção de uma nova ordem social, política e econômica. No entanto, o tempo foi curto. Os resultados políticos da virada ideológica que o Brasil sofreu a partir dos anos 90 passaram a comprometer seriamente as conquistas obtidas na década anterior.

A eleição de Collor e toda a seqüência política que se seguiu marcaram o início do retrocesso. Apesar do sucesso político representado pelo impeachment do Presidente acusado de corrupção, a verdade é que a orientação das mudanças rumo a uma ordem mais liberal, mais voltada para o mercado e assumidamente contra a “coisa pública” tornou-se hegemônica. Vivemos duas décadas de uma espécie de tentativa permanente de desconstrução das propostas social e politicamente avançadas, que passaram a fazer parte integrante da famosa Constituição Cidadã.

O avanço ideológico da ordem neoliberal vai se dar na direção oposta a tudo aquilo que a maioria - presente no momento das votações dirigidas por Ulysses Guimarães - tinha como projeto de Nação. Assim, pouco a pouco, tem início a operação de desmonte dos primeiros passos que haviam sido programados para a construção de um modelo inspirado nas idéias de um Estado de Bem Estar Social.

A estratégia e a pauta do retrocesso foram sofrendo alterações ao longo do tempo e dos diversos governos que se sucederam. Desde a rápida passagem de Collor, passando pelos 2 mandatos de FHC e se consolidando - de forma mais sutil - até mesmo com os 8 anos Lula. No início, as grandes medidas de privatização de boa parte das empresas estatais e desregulamentação da economia. Em paralelo, a abertura propositalmente descontrolada da economia para as importações de bens e serviços, bem como para as aplicações de natureza financeira do capital especulativo internacional. Data desse primeiro momento, também, a abertura do mercado brasileiro para aqui operarem os grandes bancos e demais instituições financeiras estrangeiras.

Em nome de uma suposta ineficiência do setor público em sua ação empreendedora, o discurso hegemônico propunha um menu amplo de opções, que iam desde a venda pura simples das instituições estatais até modelos mais sofisticados de parceria público-privada, as famosas PPPs, passando pela transferência das novas atividades para as empresas capitalistas sob a forma das concessões, permissões e licitações dirigidas. Apesar das várias alternativas, a essência do movimento era o convencimento explícito de que a ação privada era melhor para o conjunto da sociedade e que as regras de mercado levariam, sem sombra de dúvida, a uma oferta de bens e serviços de qualidade superior e preços mais adequados.

O caminho aberto para tal transformação nos levou a uma situação de extrema perversidade, em especial para as camadas da população de renda mais baixa e com menor capacidade de articulação para fazer valer suas demandas junto ao poder público. Vieram os processos de privatização das estradas, das telecomunicações, dos sistemas de geração e distribuição de energia, das empresas de saneamento, do sistema de ferrovias, das empresas de transporte público, dos aeroportos e por aí vai.

Do ponto de vista institucional, o modelo passou a prever a criação das agências reguladoras. Estas deveriam ser constituídas sob a forma de instituições autônomas, quase independentes em relação ao Estado, com a tarefa de regulamentar, fiscalizar e controlar os novos setores – agora, sim, funcionando sob as leis de mercado. Na verdade, aceitava-se implicitamente a realidade da chamada “assimetria” de poder entre as partes operando sob a nova forma liberal: os consumidores e as empresas. No entanto, a criação de organismos como ANATEL, ANEEL, ANTAQ, ANTT, ANS e tantos outros não assegurou os direitos dos usuários face aos grupos empreendedores que operam no sistema. Muito pelo contrário, a maior parte das decisões relevantes das agências sempre tenderam a favorecer as empresas e desconsiderar os pleitos daqueles que se utilizam do sistema. Estão aí os inúmeros casos de tarifas elevadas, serviços de má qualidade ofertados, concordância com pleitos de concentração e constituição de oligopólios nos sistemas. Sob o mantra da independência político-institucional do novo modelo regulador, abria-se a possibilidade da chamada “cooptação” de interesses e mesmo ideológica de seus dirigentes, sem que restasse outra alternativa que não aguardar o fim do mandato dos que haviam sido indicados pelo Executivo, e referendados pelo Legislativo, para dirigir tais órgãos.

Esse processo, em seu conjunto, caracteriza-se por uma verdadeira mercantilização dos serviços públicos essenciais. Para além da questão ideológica já mencionada, observa-se igualmente um sucateamento das estruturas oferecidas pelo setor público, como que para reforçar a “inevitabilidade” de sua transferência para o setor privado. As chamadas décadas perdidas foram um longo período de redução das alocações orçamentárias para tais áreas do Estado, comprometendo a modernização tecnológica, impedindo a ampliação da oferta de serviços para todas as regiões e setores e inviabilizando a permanência de recursos humanos de maior qualificação. Com isso, abriam-se cada vez mais as trilhas das facilidades oferecidas ao setor privado, na sua busca permanente por novas oportunidades de acumulação de capital.

O bem público passa a ser encarado e tratado como aquilo que é a essência mesma do modelo em que vivemos: simples mercadoria. E ponto final! Não apenas os setores acima citados entram na nova dinâmica, mas também a saúde, a educação e a previdência. Tudo passa a ser decidido e operado nos termos de precificação das atividades, dos conceitos de oferta e demanda de serviços básicos associados à condição de cidadania. A mercadoria saúde passa a ter seu preço. A mercadoria educação só pode ser oferecida se apresentar uma taxa de rentabilidade que seja considerada adequada pelo empreendedor. A mercadoria previdência passa a ser definida nos termos da redução dos custos e aumento das receitas das empresas operadoras desse tipo de produto.

O percurso verificado na educação dos antigos “primeiro e segundo graus” é revelador do risco da tragédia social em curso. Com a redução paulatina da qualidade dos estabelecimentos públicos (com poucas e honrosas exceções, diga-se de passagem) pelo País afora, a classe média acabou optando por colocar seus filhos nas escolas privadas. Foi um caminho lento, mas que apresenta um retorno muito difícil para a situação anterior. A engrenagem de salários baixos dos professores e de poucos recursos para investimento na infra-estrutura acaba inviabilizando um serviço educacional de qualidade no âmbito do Estado. O poder de pressão dessas camadas sociais que abandonaram o modelo da escola pública deixa de ser exercido e elas passam a se contentar com a possibilidade da dedução do seu imposto de renda no final do ano. Quem quiser botar seu filho em escola considerada boa vai ter que fazer muita “pesquisa de mercado”, avaliar a melhor alternativa “custo x benefício” e também fazer as contas do “retorno desse investimento”. Uma verdadeira loucura!

O ensino universitário vai na mesma toada. Universidade virou “business”, como adoram se referir os operadores do mercado. Com a reduzida expansão da rede estatal do ensino de terceiro grau, assistiu-se a um crescimento enorme e descontrolado das faculdades privadas. Ao contrário de sua característica de atividade intrinsecamente pública, nesses casos o ensino e a pesquisa científica também passam a ser encaradas pela lógica mercantil e do lucro do empreendimento. Os resultados estão aí prá todo mundo avaliar. A venda da ilusão de um diploma que pouco significa para o cidadão, obtido em condições na grande maioria dos casos (novamente, salvo as poucas e honrosas exceções) de cursos noturnos, classes superlotadas, professores desmotivados e com baixos salários, ausência de equipamentos básicos, etc. E as empresas proprietárias de tais estabelecimentos ainda recebendo benefícios de toda ordem, a exemplo dos repasses do governo federal, por meio de programas como o PROUNI para alimentar o caixa de suas empresas.

O nosso sistema de saúde público ainda segue resistindo, aos trancos e barrancos. O modelo do SUS é considerado referência internacional, mas padece de um conjunto amplo de dificuldades. Dentre elas, a falta de verbas em condições adequadas às necessidades do País. A exemplo do ocorrido com a educação, foi crescendo por fora, pela margem, um segmento importante da medicina privada. O modelo baseia-se no financiamento por meio de planos e seguros de saúde e pode provocar a falência do sistema público, caso medidas como o fim da CPMF e outras terminem por secar os recursos orçamentários para esse fim. No limite, a mercantilização da medicina pode levar àquele pesadelo do qual os próprios Estados Unidos tentam escapar. Não tem recurso ou cartão de seguro? Pois, então, ponha-se para fora da porta do hospital, pois aqui o atendimento pressupõe o pagamento do serviço. A vida? Aqui, isso não tem muita importância, não! A exemplo da educação, a classe média usa cada vez menos o SUS e acaba optando por se conformar com o sistema privado, que vem junto com os obstáculos dos preços extorsivos e dos procedimentos médicos não cobertos nas alíneas do seu contrato com a empresa de saúde.

A previdência também corre sério risco. Apesar do caráter universal do Regime Geral de Previdência Social (RGPS), o sistema de complementação por meio dos seguros privados e fundos de previdência é uma realidade para setores significativos dos que pretendem se aposentar com benefícios superiores ao teto do INSS. Aliás, valor mensal que se vê cada vez mais reduzido desde a implantação do famigerado fator previdenciário por FHC em 1999 e carinhosamente mantido por Lula e Dilma. Com a atual ameaça da mudança da base arrecadadora, em que se sairia da contribuição calculada sobre a folha de pagamento para um salto ao desconhecido de um percentual sobre o faturamento das empresas, existe a probabilidade de inviabilizar o sistema no longo prazo. Também nessa área, a lógica mercantil da empresa privada pressupõe a redução de despesas e o amento das receitas. Ou seja, ao longo da vida os participantes tenderão a sofrer maior cotização para, no momento da aposentadoria, enfim passar a receber um valor menor do que o esperado.

É por essas e outras que tais modalidades de serviço público devem permanecer na sua característica de bens oferecidos pelo Estado aos cidadãos. Isso não significa, é claro, mero conformismo com a baixa qualidade ou a reduzida eficiência dos serviços atualmente oferecidos pelos organismos públicos, seja no âmbito federal, estadual ou municipal. Há muito a se avançar na melhoria de tais setores, mas a mercantilização não é, com toda a certeza, o melhor caminho a se trilhar.

A CHANCE DE CORTAR A RAÇÃO RENTISTA

O agravamento da crise internacional é um dos argumentos utilizados pelo BC brasileiro, bem como pelos rentistas para justificar a alta dos juros no país. O argumento transpira um certo bodum de  oportunismo  amanhecido. O que se sugere é que haveria dificuldade de financiar a dívida interna dadas as incertezas nos mercados financeiros e a consequente má vontade dos investidores em aplicar seus fundos aqui.O juro alto seria a única forma de cevá-los a bater o ponto no caixa nativo. O que se observa nos últimos meses sugere o oposto. O Brasil tem tido dificuldades para conter massas de capitais que afluem em ondas tsunâmicas atraídos por níveis de rentabilidade indisponíveis em boa parte do planeta. A alavanca que move esse moinho, e seus estragos sabidos numa estrutura industrial afogada em importações, é uma taxa de juro real da ordem de 7%. Para se ter uma idéia do colosso basta lembrar que a Grécia --dissolvente e conflagrada--  paga 10% reais para colocar seus títulos no mercado (14% de face, menos 4% de inflação). Apenas 3 pontos acima do brasileiro sendo que a a economia grega dificilmente escapará de aplicar um sonoro calote nos detentores de seus esvoaçantes papéis. Mais ainda: a dívida pública grega é de  139% do PIB, contra 39% no caso brasileiro. O déficit público  está em 10,5% do PIB. O déficit nominal no Brasil, isto é, o buraco do caixa depois de deslocada generosa  fatia de receita pública para pagar juros, é de 2,4%. Em resumo, exceto casos comatosos de economias que dificilmente poderão honrar o valor de face de seus títulos, o Brasil é líder inconteste na arte de apascentar rentistas urbi et orbi. Ainda que reduzisse a ração à metade, em que outro lugar do planeta os capitais teriam um abrigo de tal qualidade, feito de juros robustos e condições econômicas e políticas de reconhecida solidez? Os rentistas sabem que o país está montado numa poupança real da ordem de alguns trilhões de dólares guardada nas reservas do pré-sal, o que afasta qualquer risco de insolvência para as próximas décadas. O que falta então para romper o torniquete ortodoxo que sempre terá um argumento 'técnico' para garrotear a nação e seu crescimento?Talvez falte justamente chamar os senhores da guerra rentista e oferecer-lhes um plano de repactuação em bases menos leoninas, tendo como referência o privilegiado horizonte de liquidez da economia nacional. Em tempo: 80% dos vencimentos da dívida pública indexada aos juros da Selic ocorrerão entre 2011 e 2014. Num cenário mundial  em que os rentistas clamam por segurança, a Presidenta Dilma tem a preciosa oportunidade de, no curso de seu mandato, dizer-lhes: 'o Brasil do pré-sal e da estabilidade política pode pagar-lhes 4% reais ao ano, não mais 7%. É pouco? Então vão investir na Grécia'.
(Carta Maior; 6º feira,17/06/ 2011

Bahia: Nilo admite articulação para ser sucessor de Wagner

A instalação da Assembleia Legislativa em Feira de Santana, que contou com a presença de 43 deputados estaduais na sessão ordinária e aprovou a criação da região metropolitana de Feira de Santana, movimentou o meio político baiano, a começar pela declaração do presidente do Legislativo, deputado Marcelo Nilo (PDT), de que pretende disputar um cargo majoritário nas eleições de 2014.
Embora as eleições de 2012 ainda estejam distantes e o governador Jaques Wagner (PT) já tenha deixado claro que ainda é cedo para falar em sucessão municipal, ressalte-se estadual, Nilo aproveitou a passagem pela Princesa do Sertão, segunda maior cidade do estado, para confirmar que vai trabalhar para ser o sucessor de Wagner. 

A declaração foi dada ao vivo ontem, durante entrevista à rádio Sociedade de Feira, ocasião em que Nilo teria revelado, sem o menor temor, que irá se articular politicamente para viabilizar seu nome na chapa majoritária. Mais além, destacou que caso não consiga emplacar no cargo máximo da Bahia, sobram os postos de vice e senador.

“A cadeira de governador é gostosa. Já assumi o cargo de forma interina, mas minha caneta não tinha tinta. Se você me perguntar se eu desejo me tornar governador, te direi que sim. Se o cavalo passar selado, eu irei montar”, disparou.
O fato só reforça os fortes comentários nos corredores da AL de “que todas as benesses que ele tem concedido aos companheiros se tratam de latente estratégia de olho no Palácio de Ondina”. Consciente de que Nilo pode dar trabalho, a bancada petista já teria, inclusive, iniciado trabalho para “limar” o pedetista.

A meta é fazer com que ele não emplaque o quarto mandato na presidência do parlamento, desejo que o pedetista também não esconde de ninguém. “Não é de agora que Nilo vem se articulando neste sentido e as assembleias itinerantes que passarão por grandes colégios eleitorais do estado servirão de palanque para ele”, disse fonte governista que preferiu o anonimato.

Compromisso do deputado Marcelo Nilo assumido já em seu discurso de posse no início da 17ª legislatura, no dia  2 de fevereiro, o programa que ganhou o nome de “Assembleia Itinerante” será estendido a outras regiões polo do interior a cada trimestre. 
Para os deputados presentes, foi um evento histórico, pois é a primeira vez que o parlamento estadual se deslocou da sede em Salvador para ir deliberar e recolher sugestões diretamente da população interiorana.

Além da sessão ordinária que apreciou a criação da região metropolitana de Feira de Santana, já à noite, foi realizada uma sessão especial que contou com a participação do prefeito Tarcízio Pimenta e do presidente da Câmara Municipal, vereador Antonio Francisco Neto. (Fernanda Chagas - TB)