quinta-feira, 14 de abril de 2011

Lula 'Povão é a razão de ser do Brasil'

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva reagiu nesta quinta-feira às críticas feitas por seu antecessor Fernando Henrique Cardoso aos partidos que hoje fazem oposição ao governo Dilma Rousseff. "Não sei como é que alguém estuda tanto e depois quer esquecer do povão", afirmou Lula, em uma referência ao artigo "O papel da oposição", publicado nesta semana por FHC na Revista Interesse Nacional.  "O povão é a razão de ser do Brasil", completou o petista.

No artigo, que despertou reações dentro dos próprios partidos de oposição, FHC discorre sobre a transformação das forças que sustentam o governo petista e sobe o tom ao falar das siglas que se opõem à administração federal. "Enquanto o PSDB e seus aliados persistirem em disputar com o PT influência sobre os 'movimentos sociais' ou o 'povão', isto é, sobre as massas carentes e pouco informadas, falarão sozinhos. Isto porque o governo 'aparelhou', cooptou com benesses e recursos as principais centrais sindicais e os movimentos organizados da sociedade civil", afirma o texto, publicado dias após o ex-presidente defender uma oposição menos agressiva em entrevista à coluna Poder Online.

Em Londres, Lula disse que o Brasil já teve político que disse preferir o "cheiro de cavalo ao do povo", referindo-se a uma célebre frase do general João Batista de Oliveira Figueiredo, presidente durante o regime militar. Agora, afirmou Lula, tem ex-presidente "que fala que é preciso não ficar atrás, esquecer o povão". "Eu não entendo, não sei o que ele (Fernando Henrique Cardoso) quis dizer."

O petista disse ainda que discorda da avaliação de que o governo "engoliu" a oposição no País. De acordo com ele, o Poder Executivo saiu fortalecido da eleição. "É assim mesmo, já fui oposição com 16 deputados", disse. O ex-presidente avalia que a oposição não "capta" o desejo do povo. "O povo não aceita mais oposição vingativa, com ódio, negativista. O povo brasileiro quer gente que pensa no Brasil", declarou. "A oposição quer que tenha desgraça para poder ter razão."

Lula, que está em meio a um giro de palestras no exterior, segue hoje para Madri, onde almoçará no sábado com o chefe do governo da Espanha, José Luis Rodríguez Zapatero. O ex-presidente também assistirá ao clássico de futebol entre Real Madrid e Barcelona pelo campeonato espanhol.(TB)

CULTURA

E ASSIM EM NÍNIVE

"Sim! Sou um poeta e sobre minha tumba
Donzelas hão de espalhar pétalas de rosas
E os homens, mirto, antes que a noite
Degole o dia com a espada escura.
"Veja! não cabe a mim
Nem a ti objetar,
Pois o costume é antigo
E aqui em Nínive já observei
Mais de um cantor passar e ir habitar
O horto sombrio onde ninguém perturba
Seu sono ou canto.
E mais de um cantou suas canções
Com mais arte e mais alma do que eu;
E mais de um agora sobrepassa
Com seu laurel de flores
Minha beleza combalida pelas ondas,
Mas eu sou poeta e sobre minha tumba
Todos os homens hão de espalhar pétalas de rosas
Antes que a noite mate a luz
Com sua espada azul.
"Não é, Ruaana, que eu soe mais alto
Ou mais doce que os outros. É que eu
Sou um Poeta, e bebo vida
Como os homens menores bebem vinho."

Ezra Pound
(tradução de Augusto de Campos)

Professores da Uefs fazem manifestação no centro de Feira de Santana

Na sexta (15/04) os professores das quatro Universidades estaduais serão recebidos pelo governo para discutir o acordo salarial

Os professores da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) fizeram uma manifestação no centro comercial da cidade no dia de ontem (13/04). Com apitos, cartazes, faixas e bandinha, os professores apresentaram à população os motivos que levaram a categoria a deflagrar greve por tempo indeterminado desde segunda (11/04). A comunidade recebeu uma carta que apresentava os pontos principais de reivindicação do movimento grevista: a retirada da cláusula 2 do acordo salarial 2010 que congela os salários dos professores até 2015 e a revogação do Decreto 12.583/11, que reduz os gastos públicos estaduais no ano de 2011.

Na sexta (15/04) os professores das quatro Universidades estaduais serão recebidos por representantes do governo na Secretaria de Educação, em Salvador, às 15 h, para discutir o acordo salarial. O governo esteve reunido na terça (12/04) com os Reitores e com a representação dos estudantes, técnicos e professores das quatro Universidades avaliando o Decreto 12.583/11.

Durante a reunião, os representantes do governo apresentaram um documento, assinado pelos reitores em uma reunião no dia 08/04, que define medidas para diminuir o impacto do Decreto nas Universidades. Em mais um ato de desrespeito a autonomia das Universidades, o documento apresenta o roteiro que um processo de promoção, progressão e mudança de regime de trabalho dos professores deve seguir (Universidade – Coordenação de Desenvolvimento da Educação Superior (CODES) – Secretaria de Administração (SAEB) – Universidade), ferindo o Estatuto do Magistério Superior que prevê a tramitação apenas no âmbito das Universidades. “O documento apenas define o que já era garantido para as Universidades antes da publicação do Decreto. No entanto, as consequências dele continuam atingindo os demais setores do funcionalismo público”, afirma o diretor da Associação dos Docentes da Uefs (Adufs), Otto Figueiredo.

Na Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc) a greve dos professores, iniciada no dia 08/04, também foi deflagrada pelos técnico-administrativos. Na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb) os estudantes também estão em greve, apoiando o movimento grevista dos professores que também foi iniciado no dia 08/04. Por enquanto, a Universidade do Estado da Bahia (Uneb) aprovou um indicativo de greve em assembleia na tarde de hoje (13/04).

As negociações entre o governo e os professores pela incorporação da gratificação CET (Condições Especiais de Trabalho) ao salário base duraram mais de um ano. Os professores, demonstrando sua capacidade de negociação, aceitaram o pagamento da incorporação de forma parcelada até 2014. No entanto, no dia da assinatura do Acordo o governo surpreendeu a categoria incluindo no documento uma cláusula que os impedia de fazer reivindicações com impacto no orçamento do estado até 2015. “Era óbvio para o governo que não assinaríamos o acordo com essa cláusula. Demonstramos a nossa vontade de negociar, mas parece que o governo prefere o enfrentamento. Já recebemos os piores salários do Nordeste, não podemos passar quatro anos sem reivindicar melhorias”, afirma o coordenador da Adufs, Jucelho Dantas.
 “A greve é nossa forma de mostrar para sociedade que a Universidade está passando por problemas e que precisamos exigir do governo melhorias. Precisamos defender o direito da nossa sociedade de ter uma Universidade pública e de qualidade. A educação é o maior patrimônio que nosso povo pode ter e o melhor caminho para transformação da nossa realidade social”, finaliza o professor Jucelho.

Fonte: Ascom/ADUFS

Dilma passa Semana Santa na Bahia

A presidente Dilma Rousseff (PT) vem à Bahia pela segunda vez após ser eleita presidente da República. No feriado de Sexta-feira Santa, comemorado no próximo dia 22, a chefe do Poder Executivo participará em Comandatuba, no sul do estado, do 10º Fórum Empresarial e do 4º Fórum de Governador e estará em companhia do governador Jaques Wagner e do vice-presidente Michel Temer (PMDB).
Às 8h30, Temer fará a abertura do evento ministrando palestra sob o tema "Uma nova
A presidente Dilma passará ainda pelo município de Una, também no sul. Dilma esteve pela primeira vez no estado após ter sido eleita, no último dia 1º de março, quando anunciou em Irecê reajuste no benefício do Bolsa Família. Em Salvador, no mesmo dia, a chefe do
PEQUIM - Ontem, em Pequim, na China, a presidente Dilma aproveitou a agenda livre para conhecer a Cidade Proibida, o mais bem conservado complexo arquitetônico da China antiga. A maior atração turística de Pequim, que registra diariamente alguns milhares de visitantes, ficou temporariamente fechada para a comitiva brasileira. Descontraída, Dilma deixou que jornalistas acompanhassem o
realidade para o Brasil". O seminário contará com a participação ainda dos ministros da Educação, Fernando Haddad; do Esporte, o baiano Orlando Silva; e do Planejamento, Miriam Belchior. O evento é promovido pelo Grupo de Líderes Empresariais.Executivo falou da implantação de um terminal de GNL (Gás Natural Liquefeito) da Petrobras. As obras do terminal têm previsão de início para março de 2012.passeio e ouviu com atenção as explicações de um guia, que era traduzido do mandarim ao português.(TB)

Negócios entre Brasil e Rússia estão na casa dos US$ 6 bilhões anuais

A China é o maior parceiro comercial do Brasil no Brics, mas o Planalto também está de olho em um outro integrante do bloco: a Rússia, cujo comércio cresceu 42% em 2010, chegando a US$ 6 bilhões. Esse avanço mostra recuperação à queda de 46% registrada em 2009, mas ainda está longe dos US$ 7,9 bilhões computados em 2008, antes da crise financeira mundial. Comparado com as demais economias do Brics, é o segundo menor em volume.
A balança comercial entre os dois países é superavitária para o Brasil em pouco mais de R$ 2,2 bilhões. A corrente de comércio vinha avançando cerca de 20% ao ano e atingiu o pico em 2008 ao saltar 46%, para US$ 7,9 bilhões. No entanto, essa expansão foi interrompida bruscamente no ano seguinte para US$ 4,280 bilhões, recuando igual percentual devido à crise financeira. Naquele ano, a economia russa encolheu 7,9%, a maior retração entre os países do Brics e também entre as nações emergentes.

O embaixador russo no Brasil, Sergey Akopv, aposta na aceleração desse intercâmbio. "O comércio se recuperou em 2010 e acredito que o volume registrado antes da crise será ultrapassado neste ano", afirma. O avanço recente do comércio bilateral, na avaliação do presidente da Câmara Brasil-Rússia de Comércio, Indústria e Turismo, Gilberto Ramos, deverá continuar apesar de o Brasil não crescer no mesmo ritmo de 2010 e a Rússia ter sido a economia do Brics mais afetada pela crise. "Mas agora o país está se recuperando. Já retomamos o ritmo de crescimento do período pré-crise. Os esforços do governo agora estarão concentrados em investimentos em inovação para modernizar a base da economia", afirma.

O açúcar e a carne são os produtos brasileiros exportados para a Rússia. O açúcar não refinado é o líder, com 38% de participação na pauta. As carnes, em geral, somaram 46,4%. As commodities respondem por 70% das exportações russas para o Brasil, e os produtos de alta tecnologia representam apenas 5,7%.



Balanço

Confira quanto o Brasil movimentou com cada um dos parceiros do Brics em 2010
País / Volume de negócios
China / US$ 56,3 bilhões
Índia / US$ 7,9 bilhões
Rússia / US$ 6 bilhões
África do Sul / US$ 2 bilhões

Comissão da reforma política do Senado entrega a Sarney relatório final

O presidente da Comissão Especial de Reforma Política do Senado, Francisco Dornelles (PP-RJ), disse nesta quarta-feira (13) que a adoção do sistema proporcional de listas fechadas nas eleições para deputados federais, estaduais, distritais e vereadores é o mais polêmico dos 16 itens de mudanças propostas para a legislação eleitoral. O relatório final da comissão foi entregue hoje ao presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), que estendeu até 20 de maio os trabalhos do grupo para que esses 16 pontos sejam sistematizados em projetos de lei.

Dornelles ainda não sabe se a comissão apresentará todas as propostas em um só projeto ou se serão projetos separados para acelerar a tramitação. Ele informou que o rito de trabalho será deliberado pela comissão. Para o senador, as mudanças mais consensuais poderiam ser transformadas em projetos de lei, o mais rápido possível, e encaminhadas a Sarney para que se dê andamento legislativo às matérias.

"Por mim, na semana que vem, se tiver algum [dos 16 pontos sistematizados em projeto de lei], enviarei [ao presidente Sarney]. Para o exame do Congresso, o melhor seria receber os projetos na medida que ficassem prontos", afirmou Dornelles.

Entre as propostas praticamente de consenso, Dornelles citou a que reduz de dois para um o número de suplentes de senadores. O suplente só assumirá o cargo em caso de afastamento do titular. Nesse caso, o suplente ficaria no cargo até que fosse eleito outro parlamentar no primeiro pleito previsto no calendário eleitoral, seja municipal, federal ou estadual. O item do relatório que trata da suplência de senador veda a indicação de cônjuges, parentes consanguíneos ou afins até o segundo grau, ou por adoção, do titular.

A comissão também aprovou o financiamento exclusivamente público para as campanhas eleitorais. Nesse tópico, foi decidido que o projeto de lei fixará um teto para os gastos das campanhas feitas pelos partidos.
A data da posse dos eleitos, vigente desde a promulgação da Constituição de 1988, 1º de janeiro, foi alterada. Para governadores e prefeitos, a nova data é 10 de janeiro do ano seguinte ao da eleição e, para o presidente, 15 de janeiro. Isso permitiria o comparecimento de um número maior de autoridades nacionais e internacionais às cerimônias de posse, uma vez que a data anterior, 1º de janeiro, é feriado em praticamente todos os países.

Os senadores do colegiado também mantiveram a obrigatoriedade do voto e o fim da reeleição para presidente, governadores e prefeitos. Esse veto, no entanto, não atinge a presidenta Dilma Rousseff e os governadores e prefeitos eleitos em 10 de outubro de 2010, que poderiam se candidatar à reeleição.

A comissão da reforma política propôs, no entanto, a ampliação do mandato dos chefes dos Executivo, nos três níveis, de quatro para cinco anos. Os senadores propõem também a proibição das coligações partidárias nas eleições proporcionais, mantendo-as nas eleições majoritárias.

Os senadores estabeleceram ainda a possibilidade de registro de candidaturas avulsas para as eleições municipais. Nesse caso, os candidatos a prefeito ou a vereador terão que contar com percentual mínimo de 10% do eleitorado do município.

Quanto ao estabelecimento de cotas partidárias para as mulheres, a comissão definiu que haverá alternância entre homens e mulheres na lista preordenada de candidaturas de cada sexo na lista entregue aos tribunais eleitorais.(AE)

Ipea admite pressão inflacionária, mas critica 'terrorismo' do mercado

 
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou nesta quarta-feira suas previsões para 2011. De acordo com o instituto, o Produto Interno Bruto deve crescer entre 4% e 5%, e a inflação deve registrar crescimento de 5% a 6% até o fim do ano.
A previsão indica um aumento da taxa de inflação acima da meta de 4,5% definida pelo Conselho Monetário Nacional, mas dentro da margem de variação de dois pontos percentuais considerada aceitável pelo governo.

De acordo com o relatório do Ipea, as taxas de inflação devem continuar em patamares elevados nos próximos meses, puxadas pela pressão relacionada às commodities agrícolas, ao aumento do preço do petróleo e à alta de preços no setor de serviços.

Ao apresentar as projeções, o coordenador do Grupo de Análise e Previsões do instituto, Roberto Messenberg, admitiu que o país vai conviver com taxas de inflação "um pouco mais elevadas" ao longo do ano, mas criticou o que chamou de "terrorismo" com que o assunto vem, em sua opinião, sendo tratado.

"Estão querendo vender a ideia de que o Brasil pode entrar numa bolha inflacionária que conduzirá a um processo de hiperinflação", disse, afirmando que uma das condições necessárias para que isso ocorresse seria a desvalorização crescente do real, o contrário do que vem acontecendo.

O instituto prevê ainda o avanço do deficit em conta corrente em 2011. A estimativa é que o saldo negativo pode ficar entre US$ 73 bilhões e US$ 63 bilhões, contra os US$ 47,51 bilhões computados pelo Banco Central em 2010.

O Ipea é uma fundação pública vinculada à Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República.

‘Terror’

Ao apresentar o estudo, Roberto Messenberg criticou o que chamou de estratégia de "terror" do mercado financeiro que, a seu ver, pretende impedir o governo de adotar uma nova agenda de política econômica para o país.

Ele elogiou as medidas tomadas pelo Banco Central para tentar conter a inflação - como restrições ao crédito e a elevação das taxas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) - "em vez de se prender exclusivamente à taxa de juros".

"São medidas que não vão resolver o problema, mas vão amenizar a questão para torná-la gerenciável e resolvê-la ao longo do tempo", disse.

Messenberg disse ainda que as taxas mais elevadas de inflação serão "transitórias" e que o aumento de preços em setores variados - sobretudo nos de alimentos, bebidas e transportes - não configura uma tendência de alta da inflação. (VB)

DEM lança painel sobre promessas de campanha da presidenta Dilma Rousseff

O DEM enumerou cerca de 230 propostas apresentadas durante a campanha eleitoral e, segundo o líder, deputado Antônio Carlos Magalhães Neto, cada promessa cumprida será assinalada no painel...
A liderança do Democratas na Câmara dos Deputados lançou nesta quarta-feira (13/4) um painel com as principais promessas de campanha da presidenta Dilma Rousseff.

O DEM enumerou cerca de 230 propostas apresentadas durante a campanha eleitoral e, segundo o líder, deputado Antônio Carlos Magalhães Neto, cada promessa cumprida será assinalada no painel.

"É uma forma da oposição usar ferramentas modernas e cumprir o papel da oposição, que é de fiscalizar as ações do governo", disse. O líder informou que o DEM vai fazer um trabalho de acompanhamento, por meio do Siafi, da execução orçamentária e das ações desenvolvidas nos estados a fim de verificar o cumprimento das promessas de campanha. "Nossa ideia é lembrar ao Brasil as promessas e ressaltar o que não está sendo cumprido", completou.

Antônio Carlos Magalhães Neto disse que a página do site do partido, onde estará o painel com as promessas de campanha, será aberta a todos os cidadãos para comentarem sobre o andamento e a execução de obras do governo federal. "Estamos abrindo um canal de comunicação com todos os cidadãos para que eles comentem o andamento dos projetos em suas localidades". (VB)

Fundação do PSD tem assinatura de 37 políticos com mandato

Partido do prefeito Gilberto Kassab já teria bancada de 28 deputados. Líderes pretendem obter 500 mil assinaturas para registro no TSE até julho.
 
Idealizado a partir do movimento liderado pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, o Partido Social Democrático (PSD) foi fundado simbolicamente durante cerimônia ocorrida em Brasília nesta quarta-feira (13) para colher assinaturas à ata de criação da nova sigla.

Durante o evento, que durou pouco mais de uma hora, 28 deputados federais, dois senadores, cinco vice-governadores, um governador, além do próprio Kassab, no total de 37 políticos com mandato, assinaram a ata como fundadores do PSD. Esse número deve aumentar, uma vez que ata ficará aberta para assinaturas até o final da tarde desta quarta.

O evento faz parte da primeira etapa exigida pela legislação eleitoral para a criação de um partido político. A ata deve fundação precisa ter mais de 100 assinaturas para poder ser registrada em cartório. A partir disso, os líderes da nova legenda terão de conseguir 500 mil assinaturas de filiados para obter o registro junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Só então o partido poderá existir.

No evento desta quarta, Kassab afirmou que a intenção dos líderes do novo partido é concluir a coleta de assinaturas até julho. "Por enquanto a nossa atuação será técnica [para cumprir as exigências jurídicas da criação do partido]. Em julho começaremos a atuação política", disse Kassab.

O prefeito de São Paulo disse que o PSD será "um partido moderno" e conclamou os colegas a construir um partido "sem patrulhamento" e sem "camisa de força" de projetos de oposição ou de governo. Kassab disse que o PSD vai nascer "independente", sem assumir um lado na política.

"É um partido que nasce com identidade, ideias claras, e com pessoas que defendem liberdades individuais, liberdade de imprensa, ações expressivas de saúde e educação. O partido nasce independente, com membros liberados para votar projetos de acordo com suas convicções", afirmou Kassab.

Durante a cerimônia, a senadora Kátia Abreu (TO), cotada para assumir a presidência do novo partido, afirmou que o PSD não será como a oposição: "Uma empresa de denúncias."

O presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), compareceu ao evento de fundação do PSD e afirmou que irá trabalhar para "ajudar a consolidar" a nova sigla e disse que o partido será tratado com respeito na Casa. O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), também compareceu ao encontro.

O vice-governador de São Paulo, Guilherme Afif estimou em torno de 40 deputados a bancada inicial do PSD. Já no Senado, Afif preferiu aguardar a conclusão das assinaturas. Kassab falou em "dezenas" de prefeitos e deputados estaduais filiados ao PSD nos estados. (VB)

FHC considera ‘precipitadas’ as críticas ao artigo

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) considerou nesta quarta-feira, 13, "precipitadas" as reações ao seu artigo O Papel da Oposição, a ser publicado na revista Interesse Nacional, mas que já foi divulgado pela
No artigo, o ex-presidente aprofunda uma análise sobre o que chama de "lulopetismo", defende seus oito anos na Presidência (entre 1995 e 2002) e faz fortes críticas ao PSDB. No trecho que acabou se tornando o foco central das reações, ele escreveu que, se os tucanos continuarem tentando dialogar com o "povão", acabarão "falando sozinhos". Por isso, aconselha o partido a priorizar "as novas classes médias", gente mais jovem e ainda não ligada partido nenhum e suscetível de ouvir a mensagem da social-democracia.
Na entrevista, o ex-presidente deteve-se um pouco mais no uso do termo "povão": "O que estou dizendo é que o PT e o governo dispõem de poderosos meios em amplos setores de camadas pobres mas cooptadas pelos sindicatos e pelas centrais sindicais." E adverte: "Também existe, é claro, um ‘povão’ nessa nova classe média".
Em seu entendimento, o ex-presidente não estava excluindo ninguém. O que ele pretendia era convencer as oposições a definir um foco de atuação. "Ora, eu venci duas eleições com o voto desse povão! Agora, temos de ter uma estratégia para esses setores mais sensíveis. Temos de fincar o pé na internet e nas redes sociais." (Gabriel Manzano - O estado de São Paulo)

internet. "Primeiro, me espantei com o tamanho da repercussão. Afinal, o artigo nem saiu ainda na revista. Mas achei também precipitadas algumas reações. Sobretudo da oposição, que, pelo que percebi na imprensa, disse coisas que acabam fazendo o jogo do PT", afirmou ele ao Estado.

China reforça apoio a assento do Brasil no Conselho de Segurança

Na visita da presidente Dilma Rousseff à China, o país asiático deu um passo adiante ao tratar da defesa do Brasil como membro permanente do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). No comunicado conjunto assinado pelos dois países, a China se posicionou ao lado do Brasil, ao assinalar que a representação das nações em desenvolvimento, naquele fórum, é agora uma "prioridade".

"A China atribui alta importância à influência e ao papel que o Brasil, como maior país em desenvolvimento do hemisfério ocidental, tem desempenhado nos assuntos regionais e internacionais, e compreende e apoia a aspiração brasileira de vir a desempenhar papel mais proeminente nas Nações Unidas", diz um trecho do comunicado.

Embora o país governado por Hu Jintao já tenha, em outras ocasiões, declarado apoio à pretensão brasileira de ocupar um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU, na prática tudo ficou na retórica. Motivo: a China, membro permanente, não quer ajudar o Japão, com quem o Brasil se associa nesse projeto, ao lado da Índia e da Alemanha, o grupo do G-4.

Questionada se a China havia adotado tom mais incisivo do que os Estados Unidos, que declarou ter "apreço" pela entrada do Brasil no Conselho de Segurança da ONU, Dilma evitou ser taxativa. "Não acho que dê para fazer uma comparação assim", afirmou.

Em vez de mexer nesse vespeiro, ela preferiu dizer que o grupo dos Brics - formado por Brasil, Rússia, Índia e China e prestes a oficializar a entrada da África do Sul - tem grande proximidade e se absteve de votar a resolução do Conselho de Segurança da ONU que autorizava a intervenção militar na Líbia. "A África do Sul acaba de entrar nos Brics e votou a favor. Nem sempre todos teremos a mesma posição, mas é importante sinalizar que a maioria tem sido no sentido de agregar", comentou ela.

No diagnóstico de Dilma, esses fóruns são fundamentais para a articulação dos países em desenvolvimento no cenário internacional. "Vamos insistir no fato de que a governança do FMI e do Banco Mundial não pode consistir em um rodízio entre Estados Unidos e Europa, com os demais países sistematicamente fora", disse a presidente. "Nós não temos nada contra os dois, mas não existe por que, dada a correlação de forças na área econômica do mundo, sermos sistematicamente excluídos."

Fonte: Agência Estado