quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

O MSTTR da região de Itabuna planeja 2011

Itabuna - A FETAG-BA deu um passo importante na região Sul da Bahia, através da recém-criada Delegacia Sindical de Itabuna, nos últimos dias 11 e 12 de fevereiro. Com a participação de 52 dirigentes sindicais de 18 municípios da região, foi realizado o Planejamento estratégico para definir os rumos e as metas de trabalho para 2011.
Com a Missão de “Prestar serviços de assessoria técnica e política aos trabalhadores/as rurais e suas organizações sindicais e sociais”, e uma visão de futuro de “Ser a melhor delegacia sindical da FETAG-BA e referência na luta política dos trabalhadores/as rurais”, os dirigentes que participaram do evento resolveram com propostas claras, que o ano de 2011 o Movimento Sindical dos Trabalhadores/as Rurais da região pautará a realidade, buscando atender demandas políticas dos trabalhadores/as rurais e enfrentar os pontos de estrangulamento, que emperram a construção do desenvolvimento rural sustentável e solidário.
No evento ficou definido que os eixos estratégicos do trabalho da Delegacia Sindical do Sul da Bahia para 2011 serão os seguintes: fortalecimento da cadeia produtiva da Agricultura Familiar; fortalecimento da luta política e econômica dos assalariados rurais; fortalecimento da luta pela Reforma Agrária de qualidade como fonte de emprego e renda; e fortalecimento da gestão sindical e sustentabilidade.
Com a participação de Jean Carlos Machado, Secretário de Formação e Organização Sindical da FETAG-BA, o evento foi assessorado por Genaldo de Melo, assessor da Entidade. O planejamento foi coordenado por Izailton Oliveira (Zazai) do STTR de Itapé, Antonio Rodrigues do STTR de Buerarema, Maria Cristina do STTR de Itabuna (Secretária de Mulheres da FETAG-BA), e por Marilene Maria do STTR de Maraú (Suplente da Diretoria da FETAG-BA). Os dois primeiros são os delegados sindicais e as duas últimas compõem com os mesmos a Comissão que coordena a Delegacia da região.
O evento teve a participação de dirigentes dos Sindicatos dos municípios de Itabuna, Itapé, Maraú, Buerarema, Santa Luzia, Camacã, Ilhéus, Itororó, Coaraci, Ibicuí, Ubatã, Barro Preto, Ubaitaba, Aurelino Leal, Una, Itajú do Colônia, Gandú, além de lideranças rurais de Florestas Azul.
Genaldo de Melo

Em figurino de candidata, Fátima Mendonça chama prefeito de “medíocre” e diz que é “a esperança”


A Tarde

Fátima Mendonça
O centenário e célebre terreiro Ilê Axé Opô Afonjá, guiado pela venerada “Mãe Stella”, é o cenário. A reinauguração das casas de Iemanjá e Oxalá é o motivo para o encontro. Ali estão a ministra da Cultura, Ana de Hollanda, o governador da Bahia, Jaques Wagner, cinco deputados federais, secretários de estado e dirigentes do Patrimônio Histórico. Mas é a Maria de Fátima Mendonça, a Fatinha, que se dirigem filhos e filhas de santo, o “povo do candomblé”. Ela, de vestido branco no dia de Oxalá, ouve a cada passo:
- Tá na hora de uma mulher… é sua vez, Fatinha… chega desses caras, agora é você… seja a prefeita, Fatinha… é Dilma lá e você aqui…
Fátima Mendonça, filiada ao PV, é casada com Jaques Wagner, o governador, e esse é um dos obstáculos – no caso, legal – para que ela se decida a ser ou não candidata à prefeitura de Salvador num momento em que o prefeito, João Henrique, dispensaria maiores desqualificações.
Além dos tradicionais índices de miséria e desemprego, da sujeira, abandono, do desrespeito ao bom senso e às leis, a transformação da cidade num pasto para apetites imobiliários fala por João Henrique e sua Era. Um tempo que marca negativamente a história de Salvador e que irá custar caro, muito caro à cidade.
É nesse ambiente de desesperança e de morda mais quem puder morder que, depois de notas na mídia aqui e ali, começa a se alastrar o zum-zum-zum sobre a hipótese da candidatura Fátima Mendonça à prefeitura de Salvador.
Enquanto advogados e políticos discutem se ela pode ou não ser candidata, Terra Magazine foi ouvi-la a respeito, uma vez que a simples irrupção da hipótese já diz muito.
Fonte: (PL)

Até oposição admite vitória do governo no mínimo

Oposicionistas acreditam que dissidência entre aliados não renderá votos suficientes para derrubar piso de R$ 545. De olho na liberação de verba e em cargos, governistas avaliam que momento não é de causar embaraço a Dilma
Renato Araújo/ABr
Vaccarezza, ao centro: "Não vai ter surpresa nenhuma". Votação é o primeiro grande teste de Dilma no Congresso
Eduardo Militão
A Câmara vota nesta quarta-feira (15) o valor do salário mínimo para 2011 e a política de reajustes do piso até 2015, o primeiro grande desafio do governo Dilma Rousseff (PT) no Congresso. A expectativa entre líderes da base aliada e até da oposição é de que o governo vença o embate, consiga aumentar o mínimo para R$ 545 e colocar em lei reajustes anuais que considerem a inflação e o crescimento do PIB, o que levaria o piso para R$ 616 no ano que vem. Com isso, sairiam derrotadas as centrais sindicais, que prometem pressionar até o último momento por um mínimo de R$ 560, e a oposição, que ainda tenta ampliar o número de dissidentes entre os governistas.
“Se fosse hoje [ontem, 15], o governo ganhava”, disse o ex-líder do DEM Onyx Lorenzoni (RS). O líder do PSDB, Duarte Nogueira (SP), afirmou ignorar se será desta vez que as insatisfações na base levarão a uma derrota de Dilma. O líder do governo, Cândido Vaccarezza (PT-SP), apostou em uma vitória tranquila e folgada. “É R$ 545. Não vai ter surpresa nenhuma”, afirmou ele ao Congresso em Foco depois da reunião com os aliados, na qual identificou que só PDT e o PSB não estariam de braços dados com os dilmistas.
O clima nos bastidores na Câmara ontem não refletia os sindicalistas que foram à Casa protestar por um salário maior, enquanto vaiavam a presença do ministro da Fazenda, Guido Mantega, no plenário para debater o piso com entidades sindicais e dos municípios.

Os motivos da provável vitória de Dilma no Congresso incluem o temor dos parlamentares da base em brigarem com o Executivo, perdendo a indicação de aliados para o segundo escalão e a liberação das emendas. Eles avaliam ainda que os problemas enfrentados por eles no momento não é tão grande a fim de merecer “dar um recado” a Dilma pelos cortes orçamentários ou o represamento de nomeações de apadrinhados. Com o salário mínimo elevado nos últimos anos acima da inflação e com a perspectiva de superar os R$ 600 daqui a dez meses, seria gastar energia à toa. Eventuais perdas com o eleitorado ainda poderiam ser compensadas daqui a um ano meio, antes das eleições municipais. “Eu ganhei muitos votos com essa política do salário mínimo”, acrescentou o líder do PMDB, Henrique Alves (RN).
"A proposta dos R$ 560 é boa, mas tem de saber se o governo vai achar isso. Como a gente é governo, tem de acompanhar o governo nas alegrias e na dor", disse o líder do PR na Câmara, Lincoln Portela (MG).
O vice-líder do PMDB Gastão Vieira (MA) é um dos que defendem o fim das brigas com o governo para não azedar a relação com Dilma e os petistas. “O partido está com os cargos em cima da mesa, já teve esse contencioso com o Eduardo Cunha [PMDB-RJ], aí o partido vem aqui e divide no meio com o vice-presidente da República, articulando e votando contra o salário mínimo?”, analisou ele. O “contencioso” ao qual Gastão se refere foi a negativa de Dilma a aceitar a indicação do deputado fluminense para o comando de Furnas.

Do lado petista, há mais do que a convicção de que os aumentos futuros estão garantidos. Na reunião da bancada que decidiu o apoio ao mínimo de R$ 545, houve o alerta de que entrar em uma briga por R$ 15 a mais seria municiar a oposição contra a presidente Dilma, minando sua popularidade. “Se o voto contrário a esse mínimo significa dizer que a Dilma não é comprometida com quem ganha salário mínimo, isso é uma coisa que não pode passar simbolicamente na disputa política”, avaliou o ex-líder do governo Henrique Fontana (PT-RS).

Dissidências

Segundo as estimativas dos líderes ouvidos pelo Congresso em Foco na terça-feira, o governo terá 300 votos ou até mais a favor dos R$ 545. A proposta das centrais sindicais, de R$ 560, teria uma votação em torno de 200 votos, num cálculo mais otimista. A possibilidade de aprovação da emenda de R$ 600, proposta pelo PSDB, é considerada “remota” pelo líder tucano Duarte Nogueira.
Até ontem, as dissidências entre os governistas estavam localizadas nos 27 deputados do PDT e em parte do PSB. Ainda havia um grupo de até 18 parlamentares do PMDB, sendo quatro do Rio de Janeiro, e no bloco comandado pelo PR. Entretanto, todas essas posições podem mudar até as 14h, quando começa a sessão extraordinária para votação do projeto do piso salarial. Inúmeras reuniões promovidas pelas centrais e pelos aliados fiéis ao governo ainda pretendem seduzir os colegas.
“Eu vou atrás de votos, vou atrás do PR e de outros, jantar e tomar café com deputados”, contou Paulinho da Força (PDT-SP), presidente da Força Sindical e um dos principais articuladores das centrais na Câmara. “Tem muita água para passar debaixo da ponte”, afirmou outro sindicalista, o vice-presidente da UGT, deputado Roberto Santiago (PV-SP). A oposição disse que lutaria até o fim apesar das chances remotas. “O governo sempre é favorito, mas vamos conversar. Eu ouvi dois deputados da base apoiando os R$ 560”, disse o líder do DEM, ACM Neto (BA). Ele afirmou que os colegas não eram do PDT.
Henrique Eduardo Alves ainda trabalhava para convencer o restante da bancada do PMDB a votar 100% com o governo. Jovair Arantes (GO), líder do PTB, e Lincoln Portela (MG), do PR, atuavam ainda para reduzir o índice de infidelidade em suas bases. Entre os argumentos usados por eles estará a desnecessidade de se brigar com o governo Dilma logo no início do mandato.
A votação está marcada para as 14h em sessão extraordinária. O presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), acredita que a decisão sairá ainda hoje. Ele arrisca que o governo vai vencer com a proposta dos R$ 545. “Há boas chances. Não há um clima de rebeldia na base”, disse o presidente da Casa.

VOTAÇÃO DO MÍNIMO

Salário mínimo vigente: R$ 540
PROPOSTAS EM DISCUSSÃO
— Governo: R$ 545 (só reposição da inflação)
— Centrais: R$ 560 (inflação e mais 3%. Valor a mais seria antecipado do aumento de 2012)
— DEM: R$ 560 (sem antecipação do aumento de 2012)
— PSDB: R$ 600 (valor defendido por José Serra na campanha eleitoral)
COMO SERÁ A VOTAÇÃO: A partir das 14h, começa a sessão na Câmara. O projeto de lei vai entrar em regime de urgência. Primeiro, serão votadas as propostas de mais altas para o salário mínimo até se chegar à votação dos R$ 545. Se for aprovada, o projeto segue para o Senado. (Congressoemfoco)

Aumenta a participação dos negros na política

Apesar do modesto crescimento de 3% da bancada negra ou afrodescendente – que pulou de 5% para 8,5% em 2011 –, com 43 deputados eleitos, a Frente Parlamentar da Igualdade Racial pode chegar a 220 deputados, número que mostra uma relativa força política do Movimento Negro para votar matérias de interesse da comunidade negra.

O primeiro parlamentar federal negro eleito foi Eduardo Gonçalves Ribeiro, maranhense e filho de escrava. Anteriormente, já havia sido o primeiro afrodescendente a assumir um governo de província, a do Amazonas, de 1892 até 1896. Logo em seguida, é eleito senador, mas não toma posse. Em 1897, foi eleito deputado federal, exercendo o mandato até sua morte em 1900. De lá para cá, o voto étnico negro produziu interessantes situações de sucesso eleitoral, como Alceu Collares, no Rio Grande do Sul, Albuíno Azeredo, em Vitória, em 1991, ambos do PDT, Benedita da Silva, do PT, em 1989, Celso Pitta, do extinto PPB, em 1996, e o caso clássico de Leonel Brizola com seu “Socialismo Moreno”, mas que não conseguiu tirar a massa negra do processo de alijamento eleitoral, haja vista a pouca representatividade própria dos negros que se sagraram vitoriosos nas eleições de 2006 e 2008.

No entanto, cresceu em 3% a participação dos negros na política brasileira, que era de apenas 5% na última eleição de 2008. Em 2010, o Congresso Nacional elegeu 43 deputados e deputadas negros, chegando ao índice de 8,5% de negros no Parlamento brasileiro. O PT continua sendo o partido que mais elege negros no país: nas eleições de 2010, elegeu quase a metade dos 14 parlamentares autodeclarados afros. Em seguida vem o PMDB e PRB, partido do ex-vice-presidente José Alencar, com seis eleitos. Já o PCdoB, quatro; e PR, PSC, DEM, PSB e PTB elegeram apenas um deputado cada.

Merece destaque no apontamento (Balanço eleitoral do voto étnico negro) feito pela Unegro – União de Negros Pela Igualdade – o fato de no PRB estar despontando uma geração de lideranças políticas negras oriundas de importantes grupos evangélicos, muitas delas, inclusive, ocupantes de cargos da alta cúpula das principais igrejas, como Igreja Universal do Reino de Deus e Evangelho Quadrangular.

Quanto ao mapa geopolítico, a Bahia, além de ter a maior população negra, também tem a dianteira no quesito de representação parlamentar, elegendo a maioria dos negros aos cargos de deputado federal, num total de sete, mesma quantidade de Maranhão e Rio de Janeiro. Na segunda colocação ficou Minas Gerais, com cinco membros para a 54ª Legislatura da Câmara dos Deputados. Para as Assembleias Estaduais, foram eleitos 39 deputados estaduais ou distritais, a maioria filiada ao PT, 14; PTB, quatro; PSB e PRB, com três deputados cada, quase todos com domicílio eleitoral na Bahia, Minas Gerais e Rio de Janeiro, estados que mais elegem deputados estaduais negros do Brasil.

Apesar do modesto crescimento de 3% da bancada negra ou afrodescendente – que pulou de 5% para 8,5% em 2011 –, com 43 deputados eleitos, a Frente Parlamentar da Igualdade Racial pode chegar a 220 deputados, número que mostra uma relativa força política do Movimento Negro para votar matérias de interesse da comunidade negra. De acordo com os pesquisadores Amaury de Souza e Nelson do Valle, os negros têm comportamento eleitoral diferente dos brancos. Por exemplo, em 1960 os negros votaram mais em Jango, o que comprova a vocação em votar em candidatos do campo trabalhista e populista.

Outros exemplos são as eleições de Brizola e de Benedita da Silva para o governo do Rio de Janeiro. Essa guinada deu-se acentuadamente a partir da Constituição de 1988 ao permitir o voto dos analfabetos, com o qual milhões de cidadãos negros foram alçados ao eleitorado. Contudo, o sociólogo Antonio Sergio Guimarães, autor do livro Classes, Raças e Democracia, ressalta que o voto étnico não é uma exclusividade da comunidade negra, pois já é utilizado pelos italianos, sírio-libaneses e portugueses. Porém, os 43 deputados federais de origem afrodescendente empossados em 1º de fevereiro comprovam que ainda é forte a segregação racial quanto à representação política brasileira, pois de todo o Congresso Nacional apenas 8,5% são compostos por negros, e há somente dois senadores da República de etnia negra.

Já a Frente Negra do Congresso Nacional, criada em maio de 2007, tem uma composição bem melhor e até certo ponto expressiva, 220 deputados e quatro senadores, sendo o PT o partido que mais possui membros, com 70 deputados, seguido pelo PMDB, com 44, o DEM com 12 e o PSB com 11. Os senadores dessa frente são oriundos do Bloco PT/PCdoB. No entanto, somente nove partidos políticos, dos 27 legalmente constituídos no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), têm secretarias dedicadas aos negros ou de setorial afro. São eles: PHS, PT, PMDB, PDT, PTB, PRB, PSTU, PCO e PSDB, com o seu Tucanafro.

Fonte: Alenxandre Braga - Vermelho

Dilma receberá Obama em março

Brasília - A presidenta Dilma Rousseff receberá o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, no próximo 19 de março, em Brasília. A agenda foi confirmada hoje (15). Obama deverá ficar dois dias no Brasil. No dia 20, domingo, o presidente norte-americano deverá visitar o Rio de Janeiro.

O encontro de Dilma e Obama será o primeiro depois da posse da presidenta. Os dois estiveram juntos quando Dilma era ministra da Casa Civil do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, em Washington, durante a 4ª Reunião do Fórum Brasil-Estados Unidos de Altos Dirigentes Empresariais, na Casa Branca. Na época, a então ministra comentou o interesse norte-americano no petróleo encontrado na bacia do pré-sal.

O Planalto também prevê algumas viagens para a presidenta. Na próxima segunda-feira, Dilma poderá atender a um convite feito pelo governador de Sergipe, Marcelo Deda e participar do encontro com os governadores do Nordeste, que ocorrerá em Aracaju. Há também previsões de visitas a Pernambuco e Bahia.

Também está sendo planejada uma viajem para Assunção, no Paraguai, no próximo de 27, quando o Tratado de Assunção, que criou o Mercosul, completa 20 anos. Essa viagem, no entanto, ainda não foi confirmada pelo Planalto.
Fonte: Luciana Lima - AB
 

Novo mínimo vai para votação

O ministro Luiz Sérgio (Relações Institucionais) afirmou ontem, durante comissão geral na Câmara dos Deputados, que aprovar o salário mínimo com o valor de R$ 545 “não é uma luta fácil, mas uma luta constante”. A um dia da votação no Congresso, Luiz Sérgio negou que o governo tenha feito ameaça aos partidos aliados que defendem um valor superior.
 “Não existe isso de ameaça, o que existe é convencimento”, afirmou. Questionado sobre a posição do PDT, do ministro Carlos Lupi (Trabalho), que defende R$ 560, Luiz Sérgio disse que preferia acreditar que a legenda ainda passa por um processo de convencimento. “Tenho certeza que o PDT virá conosco. Um dia em política é uma eternidade.”
Luiz Sérgio esteve presente, na Câmara, em toda a comissão geral que discutiu o salário mínimo. Pelo governo, o ministro Guido Mantega (Fazenda) foi o responsável por defender os R$ 545 na frente dos deputados e de sindicalistas presentes ao plenário. Pelo PSDB, o economista e consultor Geraldo Biasotto defendeu R$ 600, principal bandeira do candidato derrotado à presidência da República José Serra.
Já Mantega disse que o descumprimento do acordo que prevê mínimo de R$545 pode sinalizar que novos acordos serão descumpridos e que haverá um descontrole nas despesas do governo. O ministro afirmou que o reajuste acima desse patamar pode levar a um aumento de um conjunto de despesas e pressionar a inflação.
“É muito ruim para todos que a gente descumpra o acordo. Significa que outros acordos podem não ser cumpridos”, afirmou. De acordo com as contas do governo, cada real de aumento no salário mínimo tem um impacto nas contas públicas de R$ 300 milhões, o que significa que um salário de R$ 600 levaria a um crescimento das despesas de R$ 16,5 bilhões. (TB)

Deputados não escondem surpresa

O anúncio do governador Jaques Wagner (PT) de que o orçamento estadual terá que sofrer um corte de R$ 1,1 bilhão para 2011, sem dúvida, pegou de surpresa a maioria dos parlamentares, tanto do bloco de situação como de oposição. A bancada de governo, apesar de não esconder o “susto”, se mostrou disposta em atender o apelo do chefe do Executivo. O líder do governo, deputado Zé Neto (PT), encontrou justificativas no contexto econômico atual do país.
 “Estamos naquele momento em que o país não pode crescer demais. Crescer agora, ao contrário de antes, não deixa de ser preocupante e o corte do governo federal inflige diretamente no orçamento dos governos estaduais. Felizmente temos uma economia que está assentada, mas mesmo assim temos que apertar o cinto”, frisou.  Conforme o petista, a bancada está “segura de seu papel em ajudar o governador nessa dificuldade”.
Ainda segundo o líder, cada poder tem seu orçamento e deve responder por isso. “Obviamente caberá a cada um otimizar os gastos e nesse caso a Assembleia também está envolvida”, enfatizou. O presidente da Assembleia, deputado Marcelo Nilo (PDT) ressaltou que cortar é função do Executivo. “Na realidade, é um corte fruto da previsão de uma receita menor. Ele (o governador) contigenciou precavendo, mas não se tem uma decisão de quanto vai ser a receita. Ele reduziu a despesa para que se tenha o equilíbrio entre a despesa e a receita”, minimizou, sem destacar quais impactos no parlamento. 
Líder do PTN na Casa, o deputado Targino Machado associou o recado de menos gastos para a própria base do governo na Casa. “São eles os agentes de despesa. Nós outros não temos nada a ver com isso, pois não concorremos com a despesa”, acentuou, destacando que o governador deve ter razões ao aplicar a medida por se tratar do primeiro ano de uma nova gestão. Por sua vez, os representantes da bancada de oposição classificaram como contraditório o posicionamento do governo.
O vice-líder da oposição, Alan Sanches (PMDB), mostrou-se surpreso com o corte nos gastos públicos da Bahia e ao mesmo tempo com a criação de três novas secretarias. “Sem dúvida, as inovações são louváveis. Afinal, o sistema carcerário baiano precisa ser revisto e as mulheres também precisam de maior apoio por parte do poder público, mas o meu questionamento é: as novas pastas não implicarão em nomeação de novos secretários, de novos cargos comissionados, serviços terceirizados, entre outras demandas que, consequentemente, acabarão por onerar o cofre público estadual? Diante do anúncio de corte que preocupou a todos, o discurso do governador, a meu ver, ficou no mínimo paradoxal”.
 A “contradição” também foi apontada pelo vice-presidente da Casa, Leur Lomanto Jr (PMDB). “Além de ser um corte absurdo, trata-se de um contrassenso, pois, no instante em que é anunciada uma redução no orçamento, são criadas três novas pastas".
(Lilian Machado – TB)

Bahia: Wagner anuncia de R$ 1,1 bi

A Assembleia Legislativa da Bahia iniciou, ontem, os trabalhos de 2011, na sua 17ª legislatura, com a mensagem do Executivo. Em seu discurso, o governador Jaques Wagner (PT) ressaltou a manutenção do seu projeto, destacou as suas principais iniciativas, assim como a promessa de seguir com projetos iniciados na gestão anterior, como o programa Todos pela Educação (Topa) e Luz para Todos, mas surpreendeu, em especial, os deputados que possuem o olhar antecipado sobre as eleições municipais de 2012 e que já aguardavam mais investimentos nos municípios, ao anunciar um corte de R$1,1 bilhão para 2011. Segundo o líder petista, este ano será o mais duro dos quatro do seu governo.
 “Faremos isso para que os três anos seguintes sejam melhores. Afinal, o controle das contas é pré-requisito para que o Estado possa funcionar”, destacou, complementando esperar que as medidas de contenção de despesas, que ainda não tem os segmentos definidos, não afetem áreas básicas, como saúde, educação e segurança, setores que definiu como prioritários para a Bahia.
O recado está direcionado também ao Judiciário e ao Legislativo, que devem ser atingidos pela baixa arrecadação na máquina pública. Os secretários estaduais, segundo Wagner, entretanto, serão os que mais terão que se adequar à nova realidade. 
Com base nisso, os gestores das pastas responsáveis por gerir o orçamento, Carlos Martins (Fazenda) e Manoel Vitório (Administração) e Zezéu Ribeiro (Planejamento) darão entrevista coletiva hoje, às 14h, sobre a redução nos gastos públicos. A entrevista acontecerá no prédio- sede da Secretaria da Fazenda (Sefaz), no Centro Administrativo da Bahia (CAB). A convocação para que os entes públicos reduzam os gastos segue a tendência de corte de R$ 50 bilhões anunciada pela presidente Dilma Rousseff (PT).
Na ocasião, conforme a Tribuna da Bahia já havia antecipado, o chefe do Executivo estadual oficializou ainda a criação de três novas pastas: Comunicação, Administração Judiciária e Ressocialização, e Políticas de Defesa da Mulher, saltando de 22 para 25 pastas no primeiro escalão. Num dos pontos mais altos da sua fala, o governador conclamou a imprensa baiana e os deputados estaduais a encamparem a luta para que a Ferrovia Oeste-Leste e o Porto Sul sejam concluídos. “Ninguém aqui está querendo dilapidar o meio ambiente.
Esta ferrovia e o Porto Sul são fundamentais para garantir o desenvolvimento, investimentos e empregos para a Bahia. Essa briga não é do governador. Essa briga não é de empresários. Essa briga é desta Casa, do Poder Judiciário, do Ministério Público e da imprensa baiana. Faço esse apelo. A Bahia estava abandonada da logística nacional. Agora não nos tirarão a Ferrovia Oeste-Leste e o Porto Sul. E, para isso, preciso desta Casa e da imprensa baiana”.

Comissões a todo vapor na AL

Passado o susto do anúncio do corte, os deputados começaram ontem mesmo a esboçar a organização das comissões temáticas da Assembleia para a 17ª Legislatura. Além de passar o cargo de líder do PT para o deputado Yulo Oiticica, o deputado Paulo Rangel foi indicado para presidir a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), uma das mais importantes da Casa. A bancada de oposição deve ficar com as comissões de Meio Ambiente, Secas e Recursos Hídricos; Direitos Humanos e Segurança Pública e uma especial temporária ainda a ser definida.
Além da CCJ, a bancada do governo deve abocanhar também outras comissões significativas, a exemplo de Finanças, já que a grande tendência é de ampliação da base com a possível adesão do bloco PSC/PTN. (Fernanda Chagas – TB)