domingo, 13 de fevereiro de 2011

A COOPERAÇÃO E OS GALEGOS QUE SAIRAM DE PONTEVEDRA

Outro dia na condição de assessor da FETAG-BA dei uma palestra sobre cooperativismo e sua importância no processo de desenvolvimento de sociedades sustentáveis, do ponto de vista social, ambiental, cultural e econômico. Porém senti dificuldades no discurso, porque o verdadeiro sentido da palavra cooperação, ainda não é assimilado por nós que compomos a população baiana. Recorri a Weber e a Celso Furtado para discorrer sobre a nossa formação econômica, mas mesmo assim não consegui os resultados esperados naquele pequeno momento.

Consegui no mesmo dia demonstrar exemplo no meu discurso, mas a longas penas. A experiência do cooperativismo na Bahia é trágica, pois do ponto de vista político é administrada por vícios ideológicos, os mais absurdos; do ponto de vista social e cultural é influenciada pela nossa formação baseada na submissão e na falta de identidade; e do ponto de vista econômico a cooperativa é vista como paradigma dos interesses de uns poucos “iluminados”, com características de lideranças e misto de picaretagem.

Confesso que busquei para salvar minha palestra exemplo de identidade “racial”, com resultados positivos do ponto de vista econômico, que trouxeram para a Bahia o sentido da palavra cooperação. Mas quem e que grupo social? Pois a Bahia que conhecemos e que enriqueceu economicamente é formada por uma complexidade indefinida para leigos como eu e que não conhece nada de economia. A Bahia é o paraíso de raças e no contexto do ultimo século, diversos grupos desorganizados e organizados aqui aportaram. Foram preconceituosos e sofreram do preconceito racial, alguns mesmos sendo brancos; foram humilhados e humilharam, até seus próprios pares; adotaram a Bahia e impuseram seus valores e princípios culturais, bem como conseguiram impor do ponto de vista econômico seus interesses para a Bahia e para o Brasil. Apesar de pessoalmente não concordar com seus métodos, mas o sentido da palavra cooperação encaixa-se direitinho nos poucos indivíduos  que vieram da Galícia para a Bahia, os “Galegos”.

Dando o exemplo dos galegos que se alocaram em Salvador a partir do inicio do século passado, graças a Deus, consegui salvar minha palestra. Mostrar ao grupo de trabalhadores/as rurais que um grupo pequeno, de uma pequena região de um país do tamanho da Bahia, conseguiu enriquecer junto, como uma cooperativa rural, cooperando entre grupo, coisa que a gente não faz. Embora deixando claro que seus métodos não devem ser os que a gente deve utilizar, por que somos muito mais inteligentes.

Galego não é gente de cabelo loiro e de pele branca como o senso comum conceitua. Ele é um individuo que veio de uma região da Espanha que foi rica na Idade Média e relegada ao desprezo econômico a partir do século XV. Os galegos viviam nos minifúndios da Galícia, pobres e miseráveis, e começaram a se espalhar a partir do século XVIII para as Américas, com um único objetivo, acumular riqueza e voltar para a terra natal, para ostentar o poder econômico ao centro do poder da Espanha que os dominava, mesmo sendo totalmente analfabetos.

Baseado em pesquisas o foco principal da imigração galega foi Salvador. Os primeiros que chegaram não foram diferentes dos últimos. Apenas com malas e roupas velhas, mas com uma certeza inabalável de prosperar e voltar para a Galícia. Aqui trabalharam e compreenderam rapidamente o sentido das classes dominantes de Salvador que viviam na Graça, Vitoria, Campo Grande, Barra e na região central de Salvador, e enriqueceram. Apesar de o trabalho ser considerado uma maldição para os pobres oriundos do século anterior, mesmo assim eles trabalhavam em torno de 15 a 17 horas por dia.

Mas eles trabalharam cooperando entre si, juntaram dinheiro e fizeram seus casarões com seus armazéns embaixo. Juntos consolidaram o poder econômico, dominando o setor de secos e molhados e das padarias. E para representar o sentido da palavra cooperação, criaram a Associação dos Estabelecimentos de Padarias da Bahia. Exatamente para cooperar somente entre si como povo galego. Compraram o espaço que hoje é o hospital espanhol, estrategicamente passando a perna nos portugueses e se consolidaram na Bahia como grupo. A partir de 1910 nenhum galego veio para a Bahia sem a cooperação de seus e de seu grupo, a partir de Pontevedra.

Não era cooperativa no sentido legal da palavra, mas foi uma das experiências de sucesso em nossa terra de um grupo que se junta para gerar renda e trabalho. Vieram organizados e hoje estão no setor hoteleiro, no esporte, na indústria da construção civil e em outros tantos setores econômicos.

Mesmo com esse exemplo a gente ainda não consegue se organizar, qual é mesmo nosso problema? Cooperativismo não é socializar miséria, é construir processos econômicos a partir de nossa capacidade de fomentar por nós mesmos o nosso desenvolvimento pessoal, social, cultural, ambiental, econômico e político.

Genaldo de Melo

Dilma arrisca popularidade com impasse sobre mínimo

O valor do salário mínimo, que começa a ser apreciado pelo Congresso nesta semana, não afetará apenas o equilíbrio das contas públicas e o poder de consumo dos mais pobres, mas também a taxa de popularidade de Dilma Rousseff nas primeiras pesquisas de opinião após a posse na Presidência da República.
O histórico das pesquisas nos últimos 16 anos indica que a política salarial teve impacto negativo na taxa de aprovação ao governo Fernando Henrique Cardoso. Em sete de seus oito anos de mandato, FHC enfrentou queda ou oscilação negativa na popularidade na primeira pesquisa após o reajuste do mínimo. Duas dessas quedas, em 1997 e em 2001, foram significativas, de 21 e 12 pontos porcentuais, respectivamente.
Esse padrão não se repetiu no governo Luiz Inácio Lula da Silva, que concedeu reajustes maiores em termos reais. O petista ganhou pontos ou oscilou positivamente em quatro anos, perdeu em três e ficou na mesma em 2010, quando já tinha a taxa recorde de 83% de aprovação.
No acumulado dos oito anos de FHC, o mínimo teve aumento real - acima da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) - de cerca de 30%. Na gestão de Lula, o avanço foi maior, próximo a 58%, segundo o Ipeadata, banco de dados mantido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Para Márcia Cavallari, diretora executiva do Ibope, existe a possibilidade de que um reajuste "apertado" do mínimo esfrie a empolgação dos brasileiros em relação ao governo Dilma logo em seu início. Isso ocorreu em 1995, nos primeiros meses da gestão FHC, quando o então presidente tucano se envolveu em uma polêmica com o Congresso na tentativa de evitar que o piso salarial fosse reajustado de R$ 70 para R$ 100. (O Estado de S. Paulo.)

Estados disputam visita de Obama ao Brasil

Enquanto o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, não chega ao Brasil para sua primeira visita, que será realizada em março, não faltam articulações de diversas autoridades e lideranças de comunidades para conseguir um espaço da sua agenda.
O Rio de Janeiro quer apresentar a experiência das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), o que despertou anseio das comunidades pela subida de Obama até suas casas. Representantes do governo americano já estiveram no Rio para visitar as favelas e montar o roteiro.
O presidente da Associação de Moradores do Chapéu Mangueira, Valdinei Medina, torce pelo dia em que Obama apareça na favela. "Seria inesquecível, não estou nem dormindo mais", diz. Já o presidente da Associação de Moradores do Santa Marta, José Hilário, nega rivalidades, mas diz que na sua comunidade Obama teria mais "receptividade". "Ele é um ícone, que nem Madonna e Michael Jackson. Uma visita dele é uma vitória para todos nós", afirma Hilário.
Quando Obama tomou posse, em 2009, o baiano Jaques Wagner (PT), enviou um telegrama. Ele parabenizou o americano e disse que a Bahia, Estado com grande população afrodescendente, gostaria de recebê-lo. Como Obama deve ir a Rio e Brasília em dois dias, os baianos aguardam a visita em uma próxima viagem ou em agenda não oficial.
Frustrado com a ausência da Amazônia na programação, o governador de Rondônia, Confúcio Moura (PMDB), diz que procurou a Embaixada dos Estados Unidos para fazer um "convite provocativo": conhecer a estrada de ferro Madeira Mamoré. "Ele não pode deixar dois terços do Brasil de fora", afirma. (O Estado de S. Paulo).

Prefeitos reclamam de contagem populacional do IBGE

O prefeito de Jacareacanga (PA), Raulien Oliveira de Queiroz (PT), recorreu ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e à Justiça Federal e está disposto a fretar dez ônibus rumo ao prédio do instituto em Santarém para protestar contra os números do último censo, que encolheu a população do município de 41.487 para 14.040 pessoas.
Além de "varrer do mapa" 27 mil jacareacanguenses, a contagem dinamitou as contas da região - só as transferências do Fundo de Participação de Municípios (FPM) devem ter uma redução de R$ 4,8 milhões.
Levantamento da Confederação Nacional de Municípios (CNM) cruzou os dados do Censo 2010 com a projeção populacional do próprio IBGE para o ano de 2009. Em termos gerais, o País saiu de 191.480.630 habitantes para 190.732.694, uma variação de 0,4%. O estudo, no entanto, aponta diferenças expressivas em pelo menos quatro municípios do Pará: Jacareacanga (-66,2%), Faro (-58,2%), Itaituba (-23,9%) e Aveiro (-22,2%).
"Nesses casos, a realidade do IBGE não é a do Brasil", afirma o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski. "Não estamos questionando a idoneidade do instituto, mas que critérios são esses que inflam alguns municípios e desinflam outros?"
O IBGE encaminha os dados demográficos ao Tribunal de Contas da União (TCU), que calcula as cotas do FPM. De acordo com a CNM, 176 municípios devem receber menos dinheiro do fundo devido aos números do Censo 2010: Bahia (41), São Paulo (26), Rio Grande do Sul (13), Paraná (12) e Pará (11) concentram o maior número de casos.
"O censo caiu como uma bomba letal, não aceitamos de nenhum jeito esse número", diz Queiroz, alegando que a nova contagem "representa um desastre econômico-social" para o município de Jacareacanga.
"Não é o Censo de 2010 que está errado", afirma o presidente do IBGE, Eduardo Nunes. Para ele, a contagem populacional de anos anteriores em Faro e Jacareacanga foi superestimada.
Fonte: (O Estado de S. Paulo)

Tensão marca convívio entre grupo de Marina e 'velho PV'

Antes de Marina Silva filiar-se ao PV, no ano passado, ficaram acertadas duas mudanças internas com a cúpula do partido. A primeira seria a reformulação do programa, o que aconteceu antes da eleição, com o intuito de destacar a questão da sustentabilidade como eixo de ação política. A segunda, que seria a reestruturação interna, com o objetivo de democratizar a vida partidária, ainda não aconteceu e está provocando mal-estar entre as duas principais forças do PV.
De um lado, pessoas ligadas ao grupo que desembarcou no partido com Marina identificam lentidão e desinteresse no encaminhamento das mudanças. Querem aproveitar o sucesso eleitoral do ano passado para promover filiações e desencadear um processo de renovação dos cargos de direção - destinado a estancar um resistente fisiologismo partidário, principalmente nos Estados. Na outra ponta, militantes próximos ao presidente verde, deputado José Luiz Penna (SP), vêem precipitação nas propostas de democratização e dizem temer que o partido afunde no assembleísmo.
Uma das formas encontradas para reduzir a tensão será um seminário sobre democracia partidária, organizado pela Fundação Verde Herbert Daniel, vinculada ao partido. A data ainda não foi definida, mas o evento deve ocorrer até o fim de março, antecedendo o palco decisivo, a convenção nacional, prevista para alguma data entre maio e junho.
As lideranças do partido negam o mal-estar. "Não existe tensão. Tudo aponta para o mesmo rumo. As diferenças são apenas de metodologia", diz Penna.
Marina quer o arejamento da estrutura, na qual a maior parte dos diretórios estaduais são escolhidos diretamente pela presidência nacional e se eternizam no posto. Mas admite que as mudanças não podiam ser feitas no ano passado por causa das eleições. Ela também ameniza o tom do debate ao afirmar que sem a legenda do PV não teria os votos que teve. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. (Yahoo)

Dilma pede para Kassab ir para o PSB e não para o PMDB

Presidenta mandou recado a prefeito de São Paulo que negocia saída do DEM. Para Planalto, PSB é mais confiável que PMDB
A presidenta Dilma Rousseff pediu para o prefeito Gilberto Kassab (DEM) se filiar ao PSB e não ao PMDB, como estava previsto em princípio. A sugestão foi dada, na semana passada, por um emissário do PT de São Paulo com trânsito no Palácio Planalto.
Até o fim do ano passado, Kassab negociava sua ida para o PMDB, partido do vice-presidente da República Michel Temer e que detém a maior bancada no Senado e a segunda maior na Câmara dos Deputados.
Exatamente por causa dessa força Dilma prefere que Kassab opte pelo PSB. O Palácio do Planalto não quer aumentar ainda mais a musculatura do PMDB. Nas duas últimas semanas, peemedebistas e petistas entraram em conflito por causa de cargos no governo.
Além disso, na visão de Dilma e do Palácio do Planalto, o PSB exerce maior controle sobre seus filiados. Nas conversas sobre a filiação de Kassab, os petista citam como o exemplo o fato de a cúpula do PSB ter impedido o lançamento da candidatura à Presidência de Ciro Gomes.
Presidente nacional do PSB e governador de Pernambuco, Eduardo Campos já se reuniu com Kassab para tratar da sua possível filiação. O principal empecilho, no entanto, é que o PSB atualmente integra a base aliada do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB)
Colombo e Demóstenes
Além de Kassab, o PSB também tenta tirar do DEM o governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo. Ele já teve conversas coma cúpula do PSB. Da mesma forma que Kassab, espera um desfecho na briga interna do DEM para tomar uma decisão. Junto com Colombo, o DEM só conseguiu ganhar um governo do Estado: Rio Grande do Norte, com Rosalba Ciarlini.
Candidato a líder do DEM no Senado caso José Agripino (RN) seja eleito presidente da sigla, o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) é outro que sofre assédio do PSB. Ele disse a aliados, porém, que só deixará o DEM caso o partido seja extinto. Nesse caso, outro destino possível de Demóstenes é o PMDB, de quem também já recebeu convite. (IG)

Dilma age para evitar racha na bancada do PT na Câmara

Presidenta escalou emissários para tentar conter tensões entre dois grupos que tomaram forma no partido
Em uma semana decisiva para o governo no Congresso, a presidenta Dilma Rousseff escalou auxiliares para tentar apaziguar o forte clima de disputa que tomou conta da bancada do PT na Câmara.

Emissários da presidenta empenharam-se nos últimos dias em acalmar os ânimos de deputados petistas, num esforço para afastar o risco de um racha entre os dois grupos que tomaram forma dentro da bancada.

As tensões, que já estavam evidentes desde a eleição para a presidência da Câmara, se repetem agora no processo de escolha do nome que comandará a Comissão de Constituição e Justiça.

De um lado, o grupo integrado pelo presidente da Câmara, Marco Maia (RS), e deputados como Arlindo Chinaglia (SP) e Henrique Fontana (RS) tenta emplacar o deputado Ricardo Berzoini (SP) na vaga. Do outro, petistas como Cândido Vaccarezza (SP) operam para viabilizar a candidatura de João Paulo Cunha (SP).

As tensões, entretanto, vão muito além da CCJ. Segundo parlamentares petistas, a temperatura entre os dois grupos já subiu ao ponto de se traduzir em ameaças de retaliação no processo de preenchimento de cargos no Congresso e mesmo no segundo escalão do governo federal.

Nos bastidores, deputados também acusam uns aos outros de tentar dificultar a votação da proposta do governo para o reajuste do salário mínimo, prevista para ocorrer na próxima semana.

Oficialmente, petistas evitam dar a dimensão do conflito interno. Dizem que as tensões são pontuais e não vão prejudicar o empenho do governo de aprovar a proposta do Planalto de elevar o mínimo a R$ 545. Garantem ainda que os dois grupos serão capazes de chegar a um acordo para a indicação do nome para a CCJ, sem que seja necessário formalizar a disputa no voto.

“Estamos certos de que isso tudo será resolvido por consenso”, disse o líder da bancada petista na Câmara, deputado Paulo Teixeira (SP), alegando que tomou livremente a iniciativa de mediar as conversas na bancada.

Se depender do acordo fechado entre governo e oposição, a proposta para o mínimo será levada a voto na noite desta quarta-feira, com a garantia de que não haverá nenhum tipo de obstrução ao projeto. O PT, segundo Teixeira, não tem planos de fechar questão sobre o assunto. "Não vamos precisar chegar a isso", disse o líder.
Fonte: VoteBrasil

Lula precisa estar sempre errado?

Confesso que determinadas críticas ao ex-presidente Lula já começam a incomodar. Querem bater em Lula na ida e na volta.
Explico. Consumada a vitória de Dilma Rousseff, observadores, analistas e sábios de plantão anunciaram a profecia de que em pouco tempo criador e criatura iriam romper e que a presidenta se tornaria incapaz de governar em função de pressões do PT, do movimento sindical, e etc.
Essa previsão não é absurda e tem antecedentes atuais e antigos: Paulo Maluf e Celso Pitta, Orestes Quercia e Luís Antonio Fleury e outros. Mas é possível recordar casos em que criador e criatura mantiveram um entendimento duradouro.
Dois exemplos: eleito com apoio de Getúlio, Eurico Dutra cumpriu seu mandato e devolveu o governo a seu padrinho — eleito com votação consagradora. No Ceará, os tucanos Tasso Jereissatti e Ciro Gomes foram aliados por décadas, revezando-se em vários postos de governo.
O problema desta vez aconteceu o que ninguém esperava. Na primeira oportunidade que apareceu — a discussão sobre o salário mínimo — Lula pediu a palavra para apoiar o governo e chamar seus colegas sindicalistas de oportunistas. Foi o que bastou para que fosse acusado de intromissão e, é claro, de abandonar seus velhos compromissos com a luta sindical — cobrança que, como se sabe, só costuma ser feita quando há interesse no calendário político. Em outras oportunistas, esse afastamento de Lula com suas origens poderia ser apontada como prova de sua “maturidade”.
Na verdade, Lula fez o que tinha combinado: ajudou um projeto de sua sucessora. Não fiquei nem um pouco surpreso com essa atitude. É apenas ingenuidade analítica imaginar que ele iria abandonar Dilma no primeiro embate sério com o movimento social.
Tenho certeza que a manifestação de Lula acabou assumindo uma função preventiva, também. Imagine se ele tivesse ficado quieto. Em breve, já estaria sendo acusado de ter abandonado Dilma. Concorda?
Fonte: Paulo Moreira Leite (Época)

Cobranças de Dilma

   A presidente Dilma Rousseff cobrou de seus auxiliares do setor elétrico um relatório detalhado que explique as razões do apagão ocorrido no começo da semana e que afetou sete Estados do Nordeste. Este foi o principal resultado da reunião de Dilma com os auxiliares, entre eles o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão; o presidente da Chesf, Dilton Oliveira e mais o presidente da Aneel e o Operador Nacional do Sistema.
      A primeira explicação dada, de que houve falha no “cartão de proteção”, apresentada pela Chesf não convenceu Dilma Roussef. Ela quer saber se está havendo falha na proteção do sistema ou se houve falha humana como explicação para o apagão.
     Já o caso do blecaute de São Paulo, que durou 23 minutos na tarde de terça-feira e outro de apenas cinco minutos, foi apresentado à presidente como consequência do atraso na construção da subestação Piratininga, na Capital. Segundo o relato feito, a subestação Bandeirantes estava sobrecarregada e foi desligada porque a de Piratininga não foi construída no prazo estabelecido. Ela foi aprovada em 2008 com prazo de implantação de anos, mas, por conta de atrasos na licença ambiental concedida por órgão municipal, a subestação só ficará pronta em fevereiro de 2012. Esta subestação foi concebida para aumentar a capacidade e a confiabilidade no fornecimento de energia na capital, e evitar a interrupção no fornecimento”.
Fonte: Cristina lobo - G1

Conselho de Ética quer que Mabel pare de falar em nome do PR

Conselho sugeriu ainda dissolução da direção do partido em Goiás. Por meio da assessoria, Mabel informou que não se pronunciaria.

Deputado Sandro Mabel (PR-GO) discursa na tribuna da Câmara no dia da eleição pela presidência da casa (Foto: José Cruz/AB)O deputado Sandro Mabel (PR-GO) discursa na
tribuna da Câmara no dia da eleição pela
presidência da Casa. (Foto: José Cruz/AB)
O conselho de ética do Partido da República (PR) instaurou processo disciplinar contra o deputado Sandro Mabel, de Goiás. Ele concorreu à presidência da Câmara, no início de fevereiro, sem o aval do partido, que fechou apoio ao deputado Marco Maia (PT-RS).
Segundo nota oficial divulgada nesta quinta-feira (11) pelo presidente do conselho, Sérgio Tamer, foi recomendada à executiva nacional que Mabel seja proibido de representar o partido no plenário da Câmara.
O conselho sugeriu ainda a dissolução da direção do PR em Goiás. Mabel preside o diretório local da legenda.
De acordo com o documento, as medidas sugeridas têm “o declarado objetivo de preservar a isenção do processo”.
 
O deputado Marilo Costa (PR-PB) foi o escolhido por Tamer para relatoria do caso. O estatuto do PR prevê punições que vão da advertência à expulsão.
Por meio de sua assessoria, o deputado informou que não se manifestaria sobre o caso. A assessoria do partido disse não existir previsão para a conclusão do processo, mas informou que as medidas preventivas sugeridas pelo conselho devem ser votadas pela executiva já na próxima semana.
Caso

O desgate de Sandro Mabel  com a direção do partido teve origem na disputa pela presidência da Câmara. O parlamentar se lançou ao cargo apesar de o partido ter decidido apoiar Marco Maia (PT-RS), que acabou eleito.
O partido havia dado prazo para Mabel retirar a candidatura para evitar um processo disciplinar, mas o deputado disse que não retiraria a candidatura, ainda que isso pudesse levar à sua expulsão da legenda.
O estatuto do PR resguarda a Mabel “amplo direito de defesa”. Ao longo dos 90 dias de processo, Mabel apresentará sua defesa, que deve ser analisada previamente pela Executiva Nacional do partido antes de ser encaminhada ao Conselho de Ética do PR, composto de cinco membros.(G1)