terça-feira, 26 de abril de 2011

Em SP, PC do B oficializa entrada no governo Kassab

Tradicional aliado do PT aderiu ao governo Kassab com cargo na Secretaria Especial de Articulação para a Copa de 2014
O PC do B, tradicional aliado do PT, agora faz parte do governo do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab. A oficialização aconteceu hoje, com a posse do secretário especial de Articulação para a Copa de 2014, Gilmar Tadeu Alves.
Os comunistas esperaram o desligamento de Kassab do DEM e a criação do PSD para integrar em definitivo a base governista na capital, contrariando a vontade do PT municipal. Nacionalmente, o PC do B continua na base do governo da presidente Dilma Rousseff (PT).
A cerimônia de posse do novo secretário contou com a cúpula do partido no Estado e na capital paulista. O vereador Netinho de Paula, pré-candidato do PC do B à sucessão de Kassab, e a presidente do diretório estadual, Nádia Campeão, foram destaques no evento e fizeram discursos acalorados. "O PSD é muito bem vindo na democracia brasileira. Nós saudamos a iniciativa do prefeito de criar um novo partido", cumprimentou Nádia.
A dirigente também elogiou o ideia do PSD de se juntar à base da presidente Dilma Rousseff. "O PSD vai se somar a este caminho", disse. Além de Nádia e Netinho, participaram da posse o deputado federal Protógenes Queiroz, que já manifestou o desejo de disputar a Prefeitura de São Paulo, o deputado estadual Pedro Bigardi e o vereador Jamil Murad.
Ignorando as críticas do PT, que recentemente condenou a aliança entre o PC do B e o prefeito de São Paulo em um manifesto, Netinho argumentou que seu partido trabalha visando o "melhor" para o município. "O PC do B trabalha para o bem da cidade", afirmou o pré-candidato à Prefeitura.
Kassab vem trabalhando nos últimos meses para atrair os antigos aliados do PT. Ao PC do B foi oferecido a secretária especial para a Copa, proposta que, segundo o prefeito, tinha relação com o fato de o partido já ocupar o Ministério dos Esportes, o que poderia estreitar o diálogo com a pasta.
O diretório municipal do PC do B aceitou o convite de imediato, mas foi barrado pelo diretório nacional, que decidiu esperar pelo avanço de Kassab em direção aos partidos da base do governo federal. "A nossa participação (no governo Kassab) está dentro deste grande momento em que o prefeito trafega para a base do governo Dilma", justificou Gilmar Tadeu.
Já o PT, que tinha esperanças de não ver a aliança concretizada, percebeu que as negociações entre Kassab e PC do B já estavam avançadas em dezembro. A prova definitiva veio com o acordo entre o prefeito e o partido para a eleição da mesa diretora da Câmara Municipal. "Eles estão agora na base do governo e o espaço para diálogo ficou mais restrito", reclamou no último dia 15 o presidente do diretório municipal do PT, vereador Antonio Donato.
Nesta manhã, durante seu discurso, o prefeito ficou à vontade para chamar os antigos oposicionistas de "companheiros" e "amigos do PC do B". "Seja muito bem vindo Tadeu, seja muito bem vindo PCdoB, e que possamos juntos fazer o melhor pela cidade de São Paulo", saudou o prefeito. (iG)

Dilma transfere Conselhão para Moreira Franco

A presidente Dilma Rousseff transferiu o comando da Secretaria do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) da Secretaria de Relações Institucionais para a Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência. A transferência ocorre exatamente no dia da primeira reunião do chamado "Conselhão" no governo Dilma. Com a transferência, a secretaria do CDES passa para o comando do ministro Moreira Franco, que tinha imposto essa medida como condição para assumir o cargo. O decreto foi publicado hoje no Diário Oficial da União.

O CDES foi criado em 2003 como órgão consultivo da Presidência. É composto por 90 representantes da sociedade civil, entre empresários, sindicalistas, intelectuais e líderes de movimentos sociais. Na reunião de hoje, que começará às 10h30, no Palácio do Planalto, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, falarão sobre as perspectivas da economia brasileira. (Agência Estado)

Petistas já discutem troca de comando

O afastamento de José Eduardo Dutra da presidência do PT, desde 22 de março, deflagrou nos bastidores uma disputa interna por sua sucessão e atiçou o grupo do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, já descontente com a condução do partido. Com problemas de saúde, Dutra está licenciado do cargo e não avisou ao PT se deixará definitivamente a direção do partido, embora tenha admitido a renúncia em conversas reservadas.

O Palácio do Planalto fará de tudo para manter Dutra no comando do PT. No partido, é ele o interlocutor de confiança tanto da presidente Dilma Rousseff como de seu antecessor Luiz Inácio Lula da Silva, que tem capitaneado as articulações para as eleições municipais de 2012.

Lula desautorizou os movimentos para substituir Dutra. Não admite discutir a sucessão no PT antes da hora e tem esperança na volta do afilhado político. "A orientação é para ninguém mexer nisso agora. Não podemos agir como urubus", disse um petista que esteve com Lula.

O ex-presidente deve conversar com Dutra hoje ou amanhã, no Rio. Quer saber o real estado de saúde do amigo - portador de forte depressão, agravada por transtorno de ansiedade - antes que ele tome a decisão final sobre seu destino político.

A contrariedade de Lula não é à toa. Desde o fim de março, petistas da corrente majoritária Construindo um Novo Brasil (CNB) - a mesma que ele integra, com Dirceu e o próprio Dutra - discutem a troca do presidente do PT, que tem mandato até 2013. Até agora, o mais citado para ocupar a cadeira, em caso de renúncia, é o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

DEM, PSDB e PPS articulam megafusão

Na imprensa nacional não se fala em outra coisa senão na incessante busca por parte do DEM por uma fusão com o PSDB e o PPS, principalmente depois que começou a debandada para o novo PSD, do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab. Isso tudo, com intuito exclusivo de barrar o poderio e hegemonia do PT e seus aliados, em especial na Bahia.
Com base nisso, ninguém menos que o deputado federal ACM Neto (DEM) é tido como um dos principais articuladores. As primeiras conversas entre os oposicionistas teriam começado logo após as eleições de 2010. Contudo, sentindo-se pressionado, o PSDB teria pedido socorro ao presidente do PPS, deputado Roberto Freire, para contrabalancear o ingresso dos democratas. O convite já teria sido aceito.  
No entanto, em conversa com a Tribuna, o democrata baiano negou a articulação de forma veemente e assegurou que neste momento a prioridade não é fusão, mas sim a reestruturação e renovação do Democratas e dos partidos de oposição, de forma que seja estimulada a entrada de novos quadros para disputar as eleições municipais no próximo ano.
 “Isso não tem fundamento. Esse assunto de fusão não está em pauta. Estamos preocupados com a reestruturação da nossa legenda, da oposição, exatamente com o objetivo de saírmos fortalecidos das eleições de 2012”, disse o democrata, justificando que erros do passado não serão mais cometidos.
“No último pleito, em muitas cidades o DEM esteve de um lado e o PSDB do outro. Portanto, a primeira medida dos partidos de oposição está sendo aparar as arestas que existem em alguns municípios”, afirmou.
O deputado reiterou ainda que o fortalecimento das legendas passa pela entrada de novos nomes nas agremiações. Para isso, vai rodar o Brasil para levantar novos quadros entre maio e setembro deste ano, pois em 5 de outubro fecha-se a janela para filiações que visam a disputa de 2012. (Fernanda Chagas – TB)

Bahia: Oposição reage a Bacelar

A entrevista que o secretário municipal da Educação e presidente estadual do PTN,  João Carlos Bacelar, concedeu à Tribuna, publicada na edição de ontem, causou reboliço no seio político baiano, sobretudo com os oposicionistas. Apesar de liderar um partido de oposição, Bacelar declarou que “não há um projeto alternativo ao do governo Wagner”.
O presidente do PSDB na Bahia, deputado Antonio Imbassahy, disse que as afirmações de Bacelar são pertinentes. O tucano reiterou a necessidade de uma oposição consolidada e propositiva, que apresente alternativas aos gestores. Nesse sentido, o líder tucano disse que a articulação com demais oposicionistas, a exemplo do PMDB, PPS, PRP, PR e DEM, está evoluindo e tem o objetivo de apresentar, justamente, um novo projeto para o estado.
Imbassahy afirmou ainda que já nas eleições de 2012 o projeto será posto em prática. O deputado, no entanto, disparou contra o governo e pôs em xeque o êxito da administração de Jaques Wagner (PT). “Agora, a gente ignora qual é o projeto do governador para a Bahia. Nós verificamos que a segurança pública não vai bem, os investimentos que a Bahia liderava no Nordeste hoje são captados por Pernambuco e Ceará... Esperamos receber propostas do deputado Bacelar para mudar a Bahia”.

O ex-ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, que disputou o governo nas eleições do ano passado pelo PMDB, também rechaçou as declarações de João Carlos Bacelar. “Tenho muito carinho por Bacelar e o que ele está fazendo é compreensível. Ele quer ganhar a confiança de pessoas às quais ele foi contrário por muito tempo”, disparou. O peemedebista rebateu a falta de projeto alegada por Bacelar.
“Tanto apresentamos projeto que ele mesmo caminhou com a gente na eleição do ano passado. O que há, na verdade, é que não existe muita gente disposta a aceitar o resultado das urnas e Bacelar é uma dessas pessoas. Ele não aguentou por muito tempo o sol da oposição. Foi uma análise completamente equivocada a de Bacelar, mas eu prefiro ficar com o deputado que caminhou com a gente na eleição passada. A teoria dele hoje é a seguinte: ‘Eu amo João Henrique, que ama Wagner. Portanto, eu amo Wagner”, espetou o ex-ministro. (Romulo Faro – TB)

Marina descarta presidir o Partido Verde

Em meio às articulações para mudar o atual comando do PV, a ex-senadora Marina Silva descartou ontem disputar a presidência da sigla. Apesar de liderar o movimento que tenta retirar José Luiz Penna da presidência do PV, Marina disse que não será candidata. “Não pretendo. Desde sempre, falei que eu não estava disputando cargo. Se não, a gente faz o reducionismo no candidato a presidente. O que queremos é pensar o partido como um todo, em rede”, afirmou.
Ao afirmar que não existe o “grupo da Marina” dentro do PV, a ex-presidenciável disse que seria desrespeito com outros nomes da legenda falar em sua liderança na sigla. “O [Fernando] Gabeira, o [Alfredo] Sirkis, essas pessoas têm ideias próprias, provocaram esse movimento antes da minha filiação.” A ex-senadora vem percorrendo o país em reuniões para defender a reestruturação do PV, com mudanças que incluem a eleição interna na sigla para a escolha o seu comando.
No modelo atual, a coordenação nacional elege o grupo que preside as ações do PV. Marina luta contra a reeleição de Penna, mas nega que o movimento tenha como foco retirá-lo do cargo. “O expediente da reeleição não seria mais, e isso não é só para o Penna, mas para todos os diretórios que estão aí.” Marina se reuniu ontem com dirigentes e militantes do PV em Brasília para defender o movimento de reestruturação do partido. (TB)

SERRA E ALCKMIN: A CORDA E O PESCOÇO

Serra & Kassab deram mais um giro na política de destruição do PSDB de SP  criando um cenário de guerra fratricida no coração do governo Alckmin. O esvaziamento municipal das bases do partido, iniciado na semana passada com a saída de sete vereadores da legenda, teve  novo capítulo nesta 2º feira com a desfiliação de Walter Feldman, um dos fundadores da sigla e serrista  notório. Jogado às feras pelo desafeto, Alckmin revira o saco de maldades, amplo, e  expõe à luz do sol  as mazelas  entranhadas na administração serrista nas áreas da educação, transportes, urbanismo etc. A autópsia do ‘grande gestor' ganhou contornos de crime de prevaricação e talvez explique o revide dos serristas no final da tarde da 2ºfeira , com a saída de Feldman. Segundo a insuspeita 'Folha de SP' (25-04)  Alckmin desativou um gigantesco esquema de ‘terceirização' de recursos educacionais que deveriam servir à rede pública  mas foram transferidos pela dupla Serra & Paulo Renato  a convênios privados  na prestação de serviços de ensino de inglês. Detalhe da ‘eficiência do projeto': serviços terceirizados para aulas não obrigatórias, fora do horário regular dos estudantes. Custo do acepipe aos cofres públicos: R$ 41 milhões por ano. Total  destinado a mesma finalidade nos centros de inglês do Estado (sim, eles existem): R$ 810 mil. Em síntese, Serra e Paulo Renato gastaram R$ 507 reais  por aluno fora da rede num projeto no mínimo mal desenhado. Reservaram ao ensino público equivalente R$ 14  por aluno. É a velha  metodologia tucana: sucatear o que é público para legitimar o privado. A guerra suja dentro do PSDB de São Paulo soa como um balão de ensaio: Serra quer se impor nacionalmente como única alternativa  tucana em 2014.  Seus métodos são conhecidos. A disputa assume contornos  de uma embate sem volta entre a corda e o pescoço. Resta saber quem será o pescoço.
(Carta Maior; 3º feira, 26/04/2011)