terça-feira, 22 de março de 2011

Dirigentes prometem fechar o cerco contra infíeis

As legendas que tendem a ser atingidas em cheio com a criação do Partido Socialista Democrático (PSD) já dão sinais de preocupação e cogitam acionar a Justiça para pedir providências. Na Bahia, a preocupação também já chegou, sobretudo para o Democratas, o PMDB e o PP. Embora seus dirigentes tentem passar tranquilidade, fica subscrito que os partidos não deixarão barato a saída de seus membros.
O PP vai perder nada mais nada menos do que o vice-governador do estado, que representa o quarto maior colégio eleitoral do país e que abriga a terceira maior cidade. Trata-se de Otto Alencar. Desde o início das especulações acerca do nascimento do PSD, Otto não tem feito mistério sobre sua articulação.
O partido que será fundado pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), terá o vice-governador como líder na Bahia. Sem falar que o PP corre sérios riscos de perder o status de segunda maior força partidária da base aliada do estado.
 A Tribuna conversou com o ministro das Cidades, Mário Negromonte, presidente estadual do PP, sobre a saída de Otto. Categórico, ele disse que ainda não recebeu nenhum comunicado formal sobre a saída de Otto dos quadros progressistas. Aproveitou a oportunidade ainda para questionar o sucesso do PSD.
“Primeiro, o partido ainda não foi formado e para isso acontecer, é necessário reunir quinhentas mil assinaturas. Nem sabemos se esse partido vai existir de verdade. Os partidos que vão ser prejudicados com essa articulação vão entrar na Justiça”, afirmou Negromonte.
O PMDB, que pode perder três deputados e consequentemente o ônus de bancada na Assembleia, através do seu presidente estadual, deputado federal Lúcio Vieira Lima, confirmou à reportagem que os deputados Alan Sanches, Ivana Bastos e Temóteo Brito lhe procuraram ontem para manifestar o desejo.
Em tentativa de minimizar a polêmica, Lúcio disse que o fato de os deputados terem assinado o manifesto de apoio à criação do PSD não significa filiação.
Porém, quando questionado sobre a possibilidade de uma saída pacífica, o discurso foi outro. “Do mesmo jeito que os deputados, os prefeitos têm seus interesses de sair do PMDB, o partido também tem os seus. Para o PMDB se manifestar, eles têm que sair”, pontuou Lúcio Vieira Lima, complementando de forma irônica.
O ex-deputado federal e ex-ministro da Integração Nacional Geddel Vieira Lima, liderança expressiva do PMDB, utilizou o microblog Twitter para dizer que a criação do PSD deve ser questionada na Justiça. O deputado federal ACM Neto, líder da bancada do DEM na Câmara e um dos mais indignados com a criação do PSD, afirmou que pedirá a intervenção do comando nacional do partido no diretório de São Paulo, cujo líder é  Kassab. (Romulo Faro-TB)

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