terça-feira, 29 de março de 2011

Manuela anuncia medidas contra Bolsonaro por declarações racistas

A presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, deputada Manuela d'ávila (PCdoB-RS) anunciou que vai tomar providência contra as declarações feitas pelo deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) contra a cantora Preta Gil, em programa de televisão na noite desta segunda-feira (28). A fala da deputada recebeu apoio de outros parlamentares que anunciaram que entrarão com representação na Comissão de Ética da Casa contra o deputado.

“Como Presidente da Comissão de Direitos Humanos e Parlamentar, estou estudando todas as medidas dentro e fora desta Casa que possam ser tomadas para que não tenhamos nenhum Parlamentar que envergonhe a Constituição que juramos”, disse Manuela.

E acrescentou que “racismo é crime inafiançável” e que “a imunidade (parlamentar) não nos garante a autonomia para cometermos crimes, principalmente crimes de preconceito contra a maior parte da população brasileira que é negra”.

“Esta Casa precisa deixar de tratar o deputado Jair Bolsonaro como um folclore. Esse deputado que se referiu a uma artista, mulher negra, a Preta Gil, como uma prostituta, várias vezes, aqui deste microfone, já pediu o fechamento do Congresso Nacional”, destacou o deputado Luiz Alberto (PT-BA).

“Essa questão precisa ser tratada como uma questão grave”, alertou o parlamentar. “Como disse aqui a deputada Manuela d'Ávila, do PCdoB, o racismo é crime. Não se deve tratar um crime imprescritível, inafiançável, portanto grave, como se não o fosse. Esse deputado terá que responder, perante esta Casa, por quebra de decoro parlamentar.”

Ivan Valente (PSOL-SP) também disse que o seu Partido vai se juntar a todos aqueles que vão tomar medidas contra o deputado Jair Bolsonaro por apoio à tortura, à homofobia e ao racismo.
O deputado Emiliano José (PT-BA), se solidarizou com o pronunciamento da deputada Manuela d'Ávila e anunciou que a acompanhará em todas as providências que esse assunto tão grave requer.

A cantora Preta Gil também anunciou que entrará com uma representação junto ao Ministério Público contra o deputado Jair Bolsonaro, pedindo que apurem crime de intolerância racial e homofobia. Em entrevista para o programa CQC, ao responder se aprovaria o relacionamento de seu filho com uma negra, o parlamentar disse que "não corria o risco" por que eles foram "muito bem educados" e não viveram num ambiente "como lamentavelmente" era o dela.

(Fonte: Márcia Xavier - Vermelho)

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