segunda-feira, 30 de maio de 2011

Notícias (30 de maio)

LULA vê Governo ingênuo e avisa que Kassab é Serra
 
Em conversas mantidas com ministros, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o governo foi “ingênuo” ao acreditar no prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (ex-DEM). Ao ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, Kassab prometeu apurar se houve vazamento de dados fiscais da empresa de consultoria Projeto pela Secretaria de Finanças. Palocci é o dono da Projeto. “Esse Kassab é Serra. Não se iludam!”, afirmou Lula, numa referência ao ex-governador de São Paulo, José Serra (PSDB). O prefeito deixou o DEM e fundou o PSD, que nasceu com a bênção do Palácio do Planalto. No governo de Dilma Rousseff, Kassab é visto como potencial novo aliado.
 
Foi com essa avaliação que Palocci, acusado de multiplicar o próprio patrimônio em 20 vezes nos últimos quatro anos, telefonou para o prefeito e pediu a ele averiguação sobre possível vazamento dos dados da Projeto. Kassab disse que mandaria investigar o caso, mas, de acordo com auxiliares de Dilma, a promessa não foi adiante.
 
Lula acredita que Serra está por trás do que chama de “vazamento”. No Planalto, petistas lembram que Mauro Ricardo Costa, secretário de Finanças da Prefeitura, é aliado de Serra. Quando o tucano era governador, Costa foi secretário da Fazenda. “É preciso verificar o que há de quebra de sigilo nesse episódio e onde está o cerne da luta política. É isso o que queremos enfrentar”, insistiu o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho. Serra nem tomou conhecimento das suspeitas. Antes do contra-ataque, o ex-governador - que perdeu a eleição para Dilma - disse achar normal um político ganhar dinheiro fora do governo.
 
Em nota, a Secretaria de Finanças explicou que os acessos às informações da Projeto foram feitos pela própria empresa ou por servidores que realizaram "procedimentos demandados pelo próprio contribuinte", como recolhimento de tributos e retificação de lançamentos fiscais. As informações são da Agência Estado.

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Encontro reafirma força do PCdoB na Bahia

É o maior encontro da história do partido na Bahia. Assim o secretário estadual de Organização, Davidson Magalhães, avaliou o 1º Encontro Estadual sobre Questões de Partido, que reuniu 445 comunistas de 195 cidades durante o final de semana (28 e 29/5), em Salvador. O entusiasmo dos participantes com a pré- candidatura de Alice Portugal para prefeita de Salvador revela o apoio ao projeto eleitoral do partido com prioridade para candidaturas majoritárias nas principais cidades baianas em 2012.
Depois de um sábado de intensos debates, o encontro foi encerrado neste domingo (29/5) com a apresentação do resultado dos cinco grupos de trabalho, que debateram os principais problemas e desafios para o crescimento do partido no estado e as formas de implementação das diretrizes do Comitê Estadual em cada município.

A avaliação da dirigente do Comitê Central e da Comissão Nacional de Organização, Fabiana Costa, foi positiva. “ Foi um encontro muito vitorioso, com destaque para esta discussão em grupos, que é uma experiência inovadora no país, que ajuda a favorecer o debate com a militância, deixa o militante mais a vontade para expressar suas opiniões e possibilita um extrato amplo do conjunto das opiniões”, avaliou Fabiana

Fabiana destacou também o fato dos militantes e das militantes na Bahia demonstrarem uma unidade política muito grande em torno dos temas apresentados, a consciência do papel do partido no próximo período e a responsabilidade de cada um de levar isto para o seu município. “Então, eu saio daqui muito entusiasmada. É o partido na Bahia sempre nos surpreendendo”, disse.

Contribuição da militância
O presidente do PCdoB na Bahia, deputado federal Daniel Almeida, também considerou o Encontro muito vitorioso, principalmente pela oportunidade de colher a colaboração dos militantes de todo o estado. “A avaliação é extremamente positiva, além da participação numérica muito expressiva, a qualidade dos debates e das intervenções mostram que o partido na base está compreendendo os desafios políticos deste momento, compreendendo a batalha política que está em curso e mostra muito ânimo desta militância para o enfrentamento desta batalha. Nós saímos deste encontro com a convicção de que o partido está cada vez mais pronto, preparado para esta expansão continuada que o partido tem experimentado aqui na Bahia. Nós saímos daqui com a certeza que em 2012 o partido vai eleger muitos vereadores e prefeitos e ajudará muito que o governo Dilma, o governo Wagner avancem para a linha de colocar o Brasil e o Bahia em um novo patamar”, declarou

De acordo com o parlamentar, o Encontro serviu também para implementar as diretrizes definidas pelo Comitê Estadual para a batalha eleitoral de 2012. “Aqui nós estamos materializando estas diretrizes em ações concretas, com orientações em caráter objetivos de como isso vai se dar em cada município. E essas contribuições que estamos absorvendo dos debates vão ajudar a direção estadual a fazer ajustes e encaminhamentos mais adequados para a batalha política. Portanto, é uma via de mão dupla: a direção faz as orientações e recebe todas as sugestões, preocupações e reflexões que a base está trazendo neste encontro”, afirmou Almeida.

De posse das colaborações dos dirigentes municipais e de Organismos de Base e muitas outras lideranças comunistas, o Comitê Estadual começará agora a organizar as conferências municipais, cursos de capacitação política e teórica e sobre o Programa Socialista do PCdoB.

“Foi um encontro extremamente vitorioso, que vai dar largada para a preparação das conferências municipais e a elaboração do plano eleitoral de 2012. Mostrou também um partido já tencionado para implantação da nova política de Organização partidária, pois nós já partimos daqui com qualitativos importantíssimos vindos dos próprios grupos de trabalho, que também foi uma novidade. A implantação dos GTs deu uma dimensão maior, possibilitou maiores debates, ouvir mais a base do partido e buscar soluções mais factíveis com as necessidades do coletivo partidário”, acrescentou o secretário de Organização, Davidson Magalhães.

Comunicação

Única intervenção sobre tema específico do 1º Encontro Estadual Sobre Questões de Partido, a secretária estadual de Comunicação do PCdoB, Julieta Palmeira, falou neste domingo (29/5) sobre a necessidade de se priorizar a comunicação do PCdoB tornando mais efetiva a difusão das idéias do partido para a população e também a comunicação intra-partidária fonte de unidade política e de ação do partido.

Em poucos minutos, Julieta apresentou as principais ferramentas do PCdoB para comunicação com os seus militantes e a sociedade, como o Portal Vermelho (www.vermelho.org.br), o caderno baiano do portal Vermelho (www.vermelho.org.br/ba) e a página institucional do partido na internet (www.pcdob.org.br). A dirigente estadual convocou também os dirigentes municipais a construirem uma militância pela democratização da mídia em seus municípios. “A democratização da mídia contribui para que o PCdoB possar fazer chegar as suas idéias até o povo. A mídia monopolizada torna a luta desigual. Trata –se de consolidar a democracia em nosso pais”, concluiu Julieta Palmeira.

Fonte: Eliane Costa - Vermelho

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Mais de 56 milhões de novas cédulas do real estão em circulação no país

Segundo dados do Banco Central (BC), referentes ao último dia 26, estão em circulação 41,024 milhões dessas cédulas com valor de face de R$ 50 e 15,291 milhões, de R$ 100. As novas notas de R$ 100 e R$ 50 começaram a circular no dia 13 dezembro do ano passado.


Mais de 56 milhões de novas cédulas do real estão em circulação no país
Brasília - As novas notas de R$ 50 e R$ 100 já começam a fazer parte do dia a dia dos brasileiros quando vão aos bancos e caixas eletrônicos e fazem compras. Segundo dados do Banco Central (BC), referentes ao último dia 26, estão em circulação 41,024 milhões dessas cédulas com valor de face de R$ 50 e 15,291 milhões, de R$ 100. As novas notas de R$ 100 e R$ 50 começaram a circular no dia 13 dezembro do ano passado.

No total, são 56,315 milhões de notas da segunda família do real (R$ 50 e R$ 100) em circulação no país. Como a substituição das cédulas é feita gradualmente, de acordo com o desgaste das da primeira família, as notas antigas ainda vão predominar por algum tempo: circulam no país 1,292 bilhão de notas da primeira família, com valor de face de R$ 50 e 356,107 milhões de R$ 100. As notas de R$ 50, tanto as antigas como as novas, duram em média três anos e oito meses. No caso das de R$ 100, a durabilidade média é cinco anos.

Nos caixas eletrônicos, as novas notas também estarão acessíveis aos poucos. Segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), a adaptação dos caixas eletrônicos para liberar as notas depende da estratégia de cada instituição. A adaptação é necessária, porque as novas cédulas têm tamanhos maiores: as de R$ 100 têm 15,6 centímetros (cm) por 7 cm e as de R$ 50,14,9 cm por 7 cm.

A Caixa, por exemplo, informou que está seguindo o cronograma estabelecido pelo BC para adaptação de 60% dos equipamentos de autoatendimento até outubro deste ano. O Banco do Brasil (BB) espera adaptar 3,643 mil terminais até o final de junho. Até setembro deste ano, a adaptação estará feita em 9 mil terminais do BB.

A secretária Gisele Ramos, de 27 anos, diz que, até agora, recebeu poucas informações sobre as novas notas. "Não vi muita notícia sobre isso. Quando recebi a primeira [cédula], até estranhei, pois não sabia que havia mudado."

Já o motorista de táxi Antonio Araújo, de 44 anos, conta que recebe constantemente as novas notas de R$ 50, mas prefere guardar, em vez de repassar como troco para os clientes. "Eu tenho todas as novas notas que recebi guardadas. Não gosto de usá-las no dia a dia por causa do tamanho, que acaba atrapalhando."

A estudante Joana Macedo, de 22 anos, gostou da aparência das novas notas: “estão mais bonitas, e o material me pareceu mais resistente que o das demais. Elas não amassam tão facilmente.” (VoteBrasil)

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Deputados gastaram US$ 300 mil em diárias no exterior nos últimos dois anos

Nos relatórios para justificar a utilidade pública das visitas há de tudo. Desde o argumento de que passear no trem de alta velocidade coreano é fundamental para formar ideia sobre a proposta do governo para construir algo semelhante no Brasil...


Deputados gastaram US$ 300 mil em diárias no exterior nos últimos dois anos
À custa do dinheiro público, os deputados estão fazendo as mais diferentes e incompreensíveis viagens em missão oficial, termo técnico para dizer que alguém viaja em nome do interesse do país. Os principais destinos são, coincidentemente, os mesmos de qualquer turista: França, Espanha, Estados Unidos, Itália e China.

Nos relatórios para justificar a utilidade pública das visitas há de tudo. Desde o argumento de que passear no trem de alta velocidade coreano é fundamental para formar ideia sobre a proposta do governo para construir algo semelhante no Brasil, até a importância para a cultura nacional de visitas a museus franceses e norte-americanos.

Essas viagens — sob o pretexto do interesse público— custam caro. Somente em diárias, a Câmara pagou mais de US$ 300 mil nos últimos dois anos, o equivalente a meio milhão de reais. Some-se a isso mais de 400 passagens aéreas internacionais, algumas em classe executiva, cujo preço costuma ser o dobro da econômica.

A preferência dos deputados por desempenhar missões no exterior foi três vezes maior do que os pedidos feitos para a atuação em atividades oficiais nos municípios brasileiros, onde deveriam efetivamente prestar serviços. As ações das comissões da Casa e as audiências e visitas in loco pelo país renderam, desde 2009, 72 viagens pelos estados.

Enquanto isso, o número de permissões para que os deputados deixassem o país em nome do parlamento foi de 207, considerando apenas os parlamentares da legislatura passada que continuaram na Câmara. Segundo técnicos da Casa, se o critério de busca for ampliado e incluir os que não renovaram mandatos, as autorizações passam de 400.

Este ano, o número de viagens disparou. Já foram 39 internacionais, contra 19 nacionais. Algumas delas foram, inclusive, realizadas durante o recesso parlamentar. O deputado João Carlos Bacelar (PR-BA), por exemplo, esteve na Espanha entre 20 e 27 de janeiro para visitar a Feira Internacional do Turismo.

Ganhou diárias de US$ 350 e passagens pagas pelo erário. Os cofres públicos bancaram também as passagens e cinco diárias para que o deputado Jorge Silva (PDT-ES) fosse à China participar do Festival da Peônia, flor símbolo da cidade de Luoyang. Em homenagem às cores das flores, os chineses celebram a festa da primavera.

Na lista de viagens realizadas pelos parlamentares cujo objetivo é difícil perceber está a ida do deputado Angelo Vanhoni (PT-PR) aos Estados Unidos para visitar 20 museus, incluindo os famosos Museu de Arte Moderna e Metropolitan Museum, duas atrações da cidade de Nova York.

Este ano, o deputado Lelo Coimbra (PMDB-ES) foi para Nova York no início do mês para participar da feira internacional de cafés especiais e Cleber Verde (PRB-MA) passou oito dias em Paris para participar de evento sobre saúde animal.

Em diversidade de destinos, ninguém bate o deputado Átila Lins (PMDB-AM). Nos últimos dois anos, ele visitou Etiópia, Suíça, Tailândia, Estados Unidos, Panamá e Turquia. Os dois últimos, no início deste ano.

Parlasul

Os integrantes do parlamento do Mercosul são os autores de relatórios que detalham reuniões e eventos de interesse do Brasil. Por conta desses encontros, Dr. Rosinha (PT-PR), que presidiu o Parlasul e depois ficou como um dos integrantes da Mesa Diretora, é o deputado que acumula mais viagens. Foram 12 desde 2009, a maioria para o Uruguai. “Viajei muito por conta das reuniões do parlamento. Não há como faltar, mas cada viagem é um pedido feito à Presidência da Casa. Todo mundo tem de fazer a solicitação”, diz.

Por meio da assessoria, o deputado Jorge Silva, que foi à China durante o festival em homenagem às flores, afirma que a viagem serviu para fechar acordos de cooperação entre o prefeito de Luoyang e o município de São Mateus (ES). Até o fim do ano, o prefeito chinês deve vir ao Brasil assinar um termo que estabelece um laço de irmandade entre as cidades.

A assessoria de Lelo Coimbra informou que a importância da sua participação no evento sobre cafés especiais se deve ao cultivo do grão no Espírito Santo, um dos maiores produtores do país. Por meio da assessoria, João Carlos Bacelar afirmou que representou a Bahia e os estados nordestinos na visita a Madri para a Feira Internacional do Turismo. Os outros parlamentares citados não retornaram os contatos da reportagem.

Fonte: Izabel Toscano (VoteBrasil)
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PT antecipa calendário para escolher Pelegrino
Pela primeira vez na história do PT baiano, um candidato majoritário da legenda deve ser escolhido um ano antes das eleições. Em reunião realizada esse final de semana, a executiva municipal do partido decidiu montar um cronograma para a escolha do pré-candidato petista que deve ser concluído no máximo, se houver disputa, até agosto próximo.

“Isto significa que o PT não está entrando na disputa pela Prefeitura de Salvador para brincar e que vai marchar para ela perfeitamente unificado”, comemora o vereador Henrique Carballal, que é vice-presidente do PT na capital baiana e teve papel fundamental na antecipação do calendário eleitoral petista.

Pelo cronograma definido no encontro, pré-candidaturas à Prefeitura devem ser inscritas até o dia 28 de Junho. Se não houver concorrentes, o pré-candidato será homologado já no dia 30. Caso contrário, o PT promoverá prévias em agosto para a escolha do nome com que pretende disputar a sucessão do prefeito João Henrique (PP).

“No dia 30 de Junho, se não houver concorrência, (Nelson) Pelegrino será homologado pré-candidato do PT à Prefeitura e já poderá desfilar no 2 de Julho ao lado do governador Jaques Wagner”, anima-se o vereador. Ele admite que a antecipação da candidatura muda um padrão arraigado em seu partido, de envolver-se em disputas fratricidas que atrasavam e enfraqueciam os nomes que apresentava ao eleitorado, mas nega que o objetivo da medida seja pressionar os partidos aliados a apoiarem Pelegrino. (Raul Monteiro - TB)

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Trindade descarta aliança do PR com o DEM e PSDB em Salvador

 
Se depender do deputado federal Maurício Trindade (PR), o desejo dos partidos de oposição de construir uma candidatura única contra o PT, em Salvador, não será concretizada. Além de descartar uma aliança com o DEM e o PSDB em 2012, Trindade diz que o PR trabalha para lançar candidatura própria na sucessão da capital. Nessa entrevista à Tribuna, ele sinaliza o desejo de ver o partido aderindo ao governo, aponta falhas na atual administração da cidade e diz que na próxima eleição não haverá estrela, “achando que está eleita”. Ele diz ainda que dos 12 nomes colocados até o momento, oito se lançarão na disputa.
Tribuna da Bahia– O senhor reafirma possibilidade de formar uma chapa com o João Leão em 2012?
Maurício Trindade –
Nós temos hoje a intenção de o PR lançar candidatura e estamos estudando a candidatura própria, estamos conversando com vários partidos, inclusive com o partido do deputado Leão (PP), do bispo Marinho (PRB), do delegado Damasceno (PSL), então, os grupos que não estavam no poder e que conhecem a prefeitura, conhecem os problemas de Salvador e conhecem a solução que é, finalmente, ajudar a administração. Todos nós estamos conversando e estamos fazendo esta conversa.
Tribuna - Acha, de fato, que os progressistas estão dispostos a peitar o governo e o PT e lançar uma candidatura?
Trindade –
Não estará peitando ninguém. É uma eleição municipal, onde o governador, do Partido dos Trabalhadores (PT), deverá ter candidato próprio. O PP, se achar conveniente, terá candidato próprio. Não é antagonismo, é um governo de coalizão e não quer dizer que se você lança um candidato estará rompendo com o governo do estado. A eleição é municipal e os partidos estão anunciando candidatos em todas as cidades, e o PR também deverá ter os seus, assim como os partidos aliados lançarão. Isso não quer dizer nenhum atrito com o governo do estado.
Tribuna - Existe alguma chance de o PR entrar na base governista?
Trindade –
O PR tem deputados federais que têm uma relação extremamente amistosa, são relações pessoais boas com o governador e nós não temos nenhum problema com o governo do estado, o (ex) senador César Borges também não tem. Na eleição passada foi tentada uma coligação, mas, infelizmente, não deu certo, acabaram caminhando para destinos separados. Alguns deputados estaduais têm essa pretensão e alguns não, então, depende de conversas. Se isso acontecer, se houver interesse do governo do estado e também do Partido da República.
Tribuna – O PR hoje é oposição ao governo e pode unir forças com o DEM, PMDB e PSDB em torno de uma candidatura contra o PT em Salvador. Como anda essa articulação?
Trindade –
Pelo menos o PR passa pelas minhas mãos, sou o mais votado em Salvador, e passa também pelo ex-senador César Borges. Não estamos sabendo de nenhuma conversa com o PSDB nem com o DEM. Na Assembleia, embora alguns deputados sejam amigos do governo, tem alguns de oposição, e eles acham que vão repetir em Salvador a mesma coligação existente lá. Eu acho praticamente impossível que isso aconteça. Nós não temos conversa com o DEM e com o PSDB. Eles já administraram a cidade, não resolveram problema nenhum. Eu acho que os tempos hoje são de renovação e não de trazer de volta pessoas que não resolveram o problema para administração que foi reprovada.
Tribuna – Não seria uma alternativa mais viável a oposição marchar unida em 2012?
Trindade –
O PR é oposição em nível de estado. Em nível de Salvador não temos nenhuma oposição e serão vários candidatos nessa eleição, candidatos equilibrados, não tem nenhuma estrela, achando que está eleita, e eu acredito que o PR tem um tempo muito grande de televisão em Salvador, tem um grupo muito grande, tem o conhecimento dos problemas da cidade e eu acredito que terá todas as chances de administrar Salvador.
Tribuna – ACM Neto desponta como favorito nas pesquisas. Ele seria um nome para unir as oposições?
Trindade –
Eu acho que essa eleição não tem favorito. Se fizer uma pesquisa hoje, certamente o deputado ACM Neto será bem colocado por causa das pessoas que vão relembrar o nome dele, que tem seus méritos, é um bom candidato, mas ninguém é favorito. Quando se lançarem todos em campanha veremos os votos de cada um.
Tribuna – Como avalia o governo João Henrique?
Trindade –
Nós conhecemos os problemas da cidade pela nossa atuação médica. Infelizmente, o governo municipal, não só este, mas também os que antecederam, não têm contato com o povo, e existem soluções baratas, às vezes até sem custos, para resolver quase todos os problemas da cidade. São muitos problemas, mas também as soluções às vezes são fáceis, mas os governos gastam tempo em gerenciamento de crises, sem resolver os problemas da cidade. O trânsito a cada dia está pior, a saúde nunca foi tão ruim quanto agora, o turismo em Salvador está acabando, então, os problemas da cidade não foram resolvidos nem agora nem nas administrações anteriores.
Tribuna – Atribui a quê a má gestão?
Trindade –
À falta de apoio político. O prefeito já se coligou a vários grupos políticos que já tinham administrado a cidade e não resolveram os problemas. Esses grupos entraram no governo municipal visando interesses próprios, não resolveram nada e aí ele foi trocando por outros grupos e acabou acontecendo as mesmas coisas. Os problemas da cidade não foram resolvidos ainda. Nós precisamos de uma pessoa que conheça os problemas e que também conheça as soluções. O problema de Salvador, realmente, é de gerenciamento.
Tribuna – Mas o senhor não já foi um dos aliados do prefeito ao longo desses seis anos e meio?
Trindade –
Ajudei na eleição do prefeito achando que poderíamos participar da administração. Acredito que poderíamos ter colaborado muito, mas, infelizmente, o PR não participou em nada do governo. Estamos aí sempre nos oferecendo para ajudar, mas, infelizmente, nunca fomos solicitados a contribuir com nada, apesar de conhecermos realmente a cidade e as soluções a fundo.
Tribuna – Qual será o maior gargalo a ser atingido pelo próximo prefeito de Salvador?
Trindade –
Nossa cidade, em vez de crescer, inchou. Eu acho que o principal problema hoje é a falta de esperança da população, e seus líderes, seu prefeito, devem resolver os grandes problemas da cidade, que às vezes, têm uma solução sem custos, e, infelizmente, os governantes não veem isto. Por exemplo, você vê o trânsito de Salvador, está um caos e nós estamos todos aguardando a conclusão do metrô, que, infelizmente, é um grande elefante branco, e já deixou uma dívida de um bilhão e trezentos milhões de reais para que todos nós, baianos, paguemos. Com 10% do que estão se gastando com o metrô, você poderia fazer um sistema que iria resolver todos os problemas.
Tribuna – De que forma?
Trindade –
Hoje temos poucas estações, o metrô está no lugar errado. Metrô é para tirar grandes fluxos, era para estar tirando a população da Liberdade ou da Fazenda Grande, dos bairros super- populosos, cada bairro desses tem apenas uma pista principal. Quando concluírem o metrô veremos que ele não resolverá nenhum problema de Salvador. Ele era para estar no térreo, com veículos leves, mas teremos aí um metrô voador.

Tribuna – O senhor acredita que a vinda da Copa do Mundo vai deixar como legado obras importantes para a cidade ou a população vai pagar caro pelo erro dos seus gestores?
Trindade –
Se o governo federal realmente ajudar com grandes investimentos e o dinheiro for aplicado nas novas avenidas com esse sistema que acredito que não deve ser com esse nome, BRT, nós herdaremos algumas coisas. Se forem financiados novos hotéis ao longo dos anos, estaremos sendo beneficiados. Se o governo educar a população para aprender línguas, tratar bem os turistas, nós seremos beneficiados; mas se for para três ou quatro jogos você transportar pessoas da Fonte Nova para a Barra, aí eu acredito que nós não teremos herdado nada.
Tribuna – A sensação que se tem é que as obras da Copa não estão acontecendo. Acredita que corremos o risco de sermos mostrados de forma negativa para todo o mundo?
Trindade –
O risco é gigantesco, mas a Copa ocorrerá com ou sem as obras.
Tribuna – Onde está o erro? Falta planejamento?
Trindade –
Falta planejamento e gestão para que essas obras aconteçam dentro do cronograma. Falta preparo das pessoas para receber turistas, falta a construção de novos hotéis, falta a ampliação da frota de táxi. Falta realmente a gestão da cidade. Você vê que os hospitais, mesmo os que atendem por convênios, estão superlotados, imagine na Copa. A cidade está toda engarrafada e você não vê um plano para desengarrafar a cidade. Você tem um plano macro, seria o que estão chamando de BRT, mas você tem dezenas de pequenos problemas na cidade, pequenos casos locais que você resolve sem gastar nem um real. Você vê pontos de ônibus em locais errados, você tem funil, a cidade tem avenidas com três pistas e depois vira uma para depois virar três de novo, então, são vários pequenos problemas que se resolvem sem gastar nada e infelizmente nós não estamos vendo a prefeitura tomar nenhuma atitude neste sentido.
Tribuna – Após a derrota de César Borges ao Senado, ele sumiu. Nos bastidores se cogita a saída dele da presidência do PR e o seu nome para assumir. Até onde isso tem fundamento?
Trindade –
Isso não tem fundamento. Primeiro que não é por ele não estar no poder que não é um bom presidente do partido. Na maioria dos partidos, os seus presidentes não têm mandato eletivo. O ex-senador é empresário e está administrando as empresas dele. Teve o convite da presidenta Dilma para participar da gestão federal. Infelizmente isso não foi concretizado ainda, mas não só o cargo dele como outros também ainda não foram identificados. Certamente participarão. Além disso, os três federais do partido hoje estão unidos e o apoiam.
Tribuna – O senhor acredita que ele pode ainda ser indicado para a Valec?
Trindade –
Ele será indicado para alguma posição de destaque nacional. Ele foi um senador que durante os oito anos ajudou muito o governo Lula, a presidenta Dilma reconhece o valor do ex-senador César Borges. Ainda não foi colocada a situação para ele, mas não haverá nenhum problema e eu acredito que ele será indicado e voltará a participar do cenário nacional.
Tribuna – Como avalia a oposição no estado? Está fragilizada e sem projeto definido?
Trindade –
Infelizmente, o Legislativo em todo o Brasil é um poder que, diferente do que reza a Constituição, que deveria ser os três poderes independentes e harmônicos, está sendo sufocado pelo Executivo. Numa proporção como está hoje na Assembleia, com uma maioria esmagadora governista, acredito que não tenha nenhuma força hoje. Inclusive, eu acho que o governo não está incorrendo em grandes erros e nós temos que dar um crédito e esperar que o governo continue ajudando a Bahia a crescer. Não tem porque fazer uma oposição sistemática e eu acredito que seja essa a posição do PR. Pontualmente seremos contra, mas, no dia a dia, será ajudar a oposição com uma atuação bem responsável. Não somos oposição por oposição. Em nível federal estão os dois, PR e PT, no mesmo governo e em nível do município somos independentes.

Tribuna – Os governistas trabalham para blindar e evitar a convocação do ministro Palocci. O senhor estaria nesse rol ou é a favor de uma investigação?
Trindade –
Eu acredito que todo fato duvidoso com uma pessoa que está na condição de braço direito da nossa presidenta deva ser esclarecido. Uma pessoa que ganha mais de R$20 milhões em um ano numa consultoria, nós precisaríamos saber quais foram as empresas que contrataram e que trabalhos foram feitos e no ano eleitoral. Não é possível que a vida toda vai ficar pairando isso. Está parecendo que por ele estar hoje no governo ele pode fazer determinadas coisas. Eu acredito que não possa e acredito que precisaria realmente deixar de lado essa posição que o governo está tomando para que haja o esclarecimento. A verdade sempre aparece e se ele esclarecesse, ele já tinha acabado esse problema.
Tribuna – Falta coerência no discurso e nas atitudes do PT?
Trindade –
Em alguns casos, e este é um dos casos, sim. Eles primam pela ética e na hora que acontece o fato, infelizmente... Esta não é a primeira vez, infelizmente, e está acontecendo de novo. Estão cometendo o mesmo erro, protegendo pessoas que têm uma suspeita, e são inocentes até que se prove o contrário, mas ele precisa esclarecer os fatos.
Tribuna – Falando em episódios desagradáveis... Teme que algum do seu passado possa vir à tona na campanha?
Trindade –
Acho que todos os candidatos têm que esclarecer qualquer dúvida que tenha existido no passado e, infelizmente, aqui na Bahia eu não tenho muito acesso à imprensa. A imprensa é usada pelos grupos poderosos que eu combati no passado contra mim. Todos os episódios onde há queixa contra deputado federal são tratados no Supremo Tribunal Federal (STF). Houve uma queixa contra mim referente a 1997 quando eu saí denunciando no Brasil todo a ‘Máfia do Leite’, eles usaram isso contra mim e hoje está no STF, onde na época eles apresentaram as denúncias anônimas, onde o próprio denunciante disse que nunca teve qualquer contato comigo. Nós apenas aguardamos o julgamento para que nós possamos provar a nossa isenção no fato. Até porque, todos que acusei na época a Justiça já julgou e os culpou, comprovando que tudo o que eu falei foi verdade.

Osvaldo Lyra - Tribuna da Bahia
Colaborou: Romulo Faro

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Interesses que barram a reforma

Para especialistas, qualquer proposta que diminua a chance de reeleição ou reduza os poderes de quem já está num cargo público não deve ter vida longa no Congresso

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Interesses que barram a reforma
Qualquer tentativa de reforma política esbarra sempre em um mesmo problema: a reforma é planejada e feita pelos próprios políticos. E, como eles conseguiram seus mandatos exatamente dentro das normas que vigoram, dificilmente vão fazer algo que mude radicalmente as suas chances dali por diante. Mais do que isso: não vão aprovar qualquer proposta que reduza seus poderes nos cargos que exercem.

“Políticos não são suicidas”, resume o cientista político An­­tônio Octávio Cintra, da Uni­­versidade Federal de Minas Gerais (UFMG). “Não vão prejudicar a si mesmos ao aprovar uma reforma política.” E a tendência à autopreservação pode ser percebida na escolha dos temas que estão sendo discutidos até o momento na tentativa de reforma política que está sendo preparada em Brasília . Nenhum dos temas principais afeta o poder dos congressistas.

Especialistas apontam vários temas que poderiam ser debatidos e mudanças que poderiam fazer bem para a democracia brasileira, mas que não entram na pauta devido à falta de interesse dos políticos. Um exemplo, afirma o cientista político David Fleischer, da Universidade de Brasília (UnB), é o chamado “recall” de políticos, já adotado em vários países.

Quando existe essa possibilidade, a população tem a chance de dizer se o atual governante está ou não atendendo aos anseios da comunidade. Se não estiver, pode perder o mandato antes do fim. “É o chamado voto destituinte”, afirma.

O próprio Fleischer cita outro ponto polêmico, que poderia ser debatido mas que não entra na pauta por interesse de grupos de parlamentares. “Seria o reequilíbrio da composição da Câmara dos Deputados”, diz.

Hoje, a lei prevê que mesmo os menores estados têm direito a oito deputados federais. Com isso, o Acre, por exemplo, tem um deputado federal para cada 60 mil eleitores. São Paulo tem um representante para cada 450 mil eleitores.

“Isso cria uma diferença de representação que, idealmente, não existiria”, diz o professor, lembrando que no Senado, onde a representação é do estado, não dos eleitores, todas as unidades teriam, de qualquer jeito, direito ao mesmo número de representantes. “Mas o G-20 jamais deixaria mudar isso”, diz Fleischer. O G-20, explica ele, nesse caso, seriam todos os estados brasileiros, excluídos os mais ricos, do Sul e do Sudeste.

Orçamento

Para o professor Ricardo Costa de Oliveira, cientista político da Universidade Federal do Paraná (UFPR), outro tópico que deveria estar sendo debatido é o tamanho do orçamento do Legislativo no país. “Na Suécia, por exemplo, um congressista tem muito menos dinheiro, muito menos funcionários, uma estrutura muito menor do que aqui no Brasil. Aqui, o parlamentar é uma espécie de microempresário”, diz.

Para Oliveira, o orçamento do Legislativo, que é atrelado à arrecadação do Estado, cresce a cada ano, fomentando a corrupção e sem trazer resultados concretos para a população. “O tamanho da estrutura de um gabinete hoje só serve para um objetivo, que é a reeleição do parlamentar”, afirma.

Na avaliação de Octaciano Nogueira, professor de Ciência Política na UnB, a própria questão da obrigatoriedade do voto será “varrida para debaixo do tapete” pelos congressistas durante a discussão da reforma política. “Eles não têm interesse em aprovar o voto facultativo até porque creem que muito poucos eleitores continuariam votando para o Legislati­­­vo, o que poderia afetar a própria legitimidade do Congresso Nacio­­­nal”, diz.

Para o professor, quem deveria decidir se o voto é obrigatório ou facultativo é o próprio eleitor. “Mas é claro que os congressistas jamais vão convocar um plebiscito para discutir isso”, afirma.

Fonte: Rogerio Waldrigues Galindo - VB

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Mais um extrativista é encontrado morto no Pará; na Amazônia, é o 4º caso

SÃO PAULO - Moradores do Assentamento Agroextrativista Praialta-Piranheira, em Nova Ipixuna, no sudeste do Pará, encontraram na manhã de sábado o corpo do agricultor Eremilton Pereira dos Santos, de 25 anos. No mesmo local foram mortos na última terça-feira os extrativistas José Cláudio Silva e Maria do Espírito Santo Silva. Na região amazônica, este é o quatro crime do tipo só nesta semana.
A Polícia Civil, que está com equipe reforçada em Marabá há cinco dias, afirmou que já começou as investigações sobre a morte. Eremilton estava desaparecido desde quinta-feira. Ele foi achado por volta das 8h30, às margens de um lago, na área do projeto de assentamento, a cerca de 7 quilômetros do local onde o casal foi vítima de uma emboscada.

O cunhado de Eremilton foi ouvido em depoimento durante a tarde de ontem. A testemunha afirmou que a vítima estava caída de bruços com o rosto ferido, com características de disparo de arma de fogo. Ao sair de casa na quinta-feira para comprar peixe, a vítima teria deixado sua moto perto de uma fazenda. O veículo foi encontrado no local. A polícia afirmou que ouviria ainda os sogros do rapaz.

"É muito cedo para vincular este episódio à morte do casal de extrativistas ocorrida esta semana na mesma área", afirmou o secretário de Segurança, Luiz Fernandes. A informação de que Eremilton seria testemunha da morte do casal de extrativistas e executado por causa disso foi classificada como precipitada pela polícia.
O delegado Silvio Maués, responsável pelo caso, descarta essa possibilidade, porque não houve testemunha ocular do crime de terça-feira. Em Nova Ipixuna, equipes da Polícia Civil, Polícia Federal e do Ibama, em diligências no assentamento, deslocaram-se até a área para apurar o novo homicídio.

Outra vítima. Além de Eremilton e do casal extrativista, outro líder agricultor foi morto esta semana na região amazônica. O corpo de Adelino Ramos, o Dinho, de 57 anos, chefe do Movimento Camponês Corumbiara, foi encontrado na sexta-feira em Vista Alegre do Abunã. A Polícia Civil já tem um suspeito do crime. (marcela Gonsalves - AE)

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Desgastada com ação de Lula, Dilma chama base e põe à prova poder político

Incomodada com a repercussão do socorro que recebeu do antecessor, presidente decide comandar reuniões a partir desta semana, reunir Conselho Político e lançar plano de erradicação da miséria

Sem conseguir resolver o apagão na articulação política do Palácio do Planalto, a presidente Dilma Rousseff comandará uma série de reuniões, a partir desta semana, na tentativa de provar que o governo não está paralisado pela crise envolvendo o ministro da Casa Civil, Antonio Palocci. Dilma não gostou da repercussão do "socorro" do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e quer mostrar que não é teleguiada.

Apesar de acatar os conselhos de Lula, que assumiu as rédeas políticas do governo após o desastrado telefonema no qual Palocci ameaçou o vice-presidente, Michel Temer, com a demissão de ministros do PMDB, Dilma avalia que a entrada do antecessor em cena foi usada pela oposição para desqualificá-la. Ficou contrariada com comentários sobre a anemia de sua equipe e está disposta a sair da defensiva.

Na terça-feira, após voltar de uma viagem ao Uruguai, Dilma terá conversa reservada com Temer, antes de dirigir uma reunião com governadores e prefeitos de capitais que serão sede da Copa de 2014. Na manhã deste sábado, 28, pela primeira vez desde o início da ruidosa crise, ela telefonou para o vice e procurou superar o mal-estar dos últimos dias.

"Nós dois, juntos, vamos pacificar o PMDB", disse Dilma. "É hora de virar essa página e seguir em frente." Na quarta, a presidente almoçará com senadores peemedebistas, em mais uma tentativa de evitar nova rebelião de sua base no Congresso. No mesmo dia está previsto um encontro com o Conselho Político, que abriga presidentes de partidos aliados e só se reuniu uma única vez até agora. O lançamento do programa Brasil sem Miséria, vendido como vitrine social, foi marcado para quinta-feira.

Para conter as dissidências no PMDB, Dilma receberá muito mais senadores do partido, nos próximos dias, do que aqueles que recebeu em cinco meses de governo. No Palácio do Jaburu, Temer promoverá reunião preparatória com eles amanhã, para tratar das fraturas na coalizão. Será uma espécie de divã.

O auge da crise com o PMDB ocorreu quando Palocci – alvejado por denúncias de enriquecimento vertiginoso quando era deputado federal – passou a mão no telefone e ligou para Temer, a mando de Dilma, na madrugada de segunda-feira. (Vera Rosa - AE)

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Grupo de Aécio vence Serra e passa a comandar PSDB

O ex-governador José Serra saiu hoje derrotado na briga interna pelo comando do PSDB e pela liderança na fila de pré-candidatos da legenda ao Planalto em 2014. No novo balanço de poder do partido, o grupo político do senador Aécio Neves (MG) obteve o comando de postos-chave na máquina partidária. Como prêmio de consolação, Serra vai presidir o Conselho Político do PSDB.



Depois de uma madrugada tensa de negociações, Serra recuou do desejo de presidir o Instituto Teotônio Vilela (ITV). Para minimizar danos e não aprofundar o racha partidário, os caciques do partido decidiram turbinar o Conselho Político, atribuindo-lhe funções práticas, como a edição de normas internas. Mas apesar de presidir o novo órgão, Serra não terá ali maioria. Do mesmo colegiado farão parte o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o próprio Aécio e os governadores Geraldo Alckmin (SP) e Marconi Perilo (GO).


A luta pelo ITV, que será presidido pelo ex-senador cearense Tasso Jereissati, mais afinado com Aécio, era o pano de fundo da convenção nacional do PSDB que reelegeu o deputado Sérgio Guerra (PE) presidente nacional do partido. A disputa antecipou 2014, em uma espécie de primeira etapa das prévias partidárias que irão escolher o candidato tucano à sucessão da presidente Dilma Rousseff. O objeto real do duelo entre aecistas e serristas era o controle da estrutura partidária para a construção de uma candidatura presidencial. (AE)

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Voo solo do PMDB assusta petistas

PT teme articulação de peemedebistas com PTB, PR e PP que, juntos, somam 179 votos

 
BRASÍLIA - Apesar de ter a maior bancada na Câmara, com 88 deputados, o PT escancarou na votação do Código Florestal, semana passada, as divisões internas e o isolamento em relação ao resto da base aliada do governo Dilma Rousseff. Enquanto isso, o PMDB fortalece a estratégia de se transformar na principal força na Câmara.

Paralelamente à disputa por espaço com o PMDB, o PT deixou de contar com o alinhamento automático de legendas historicamente afinadas - PC do B, PDT e PSB dão sinais de que querem funcionar cada vez menos como satélites do PT.

O PMDB, com 79 deputados, tem trabalhado para ficar próximo de siglas governistas como o PTB, o PR e o PP que, juntas, somam 179 votos - o problema é que em certas votações, como no caso do Código Florestal, ruralistas do DEM e do PSDB juntam-se a esse bloco e fazem quase 300 votos entre 513 deputados.

A força do PMDB e aliados que não são íntimos do PT permitiu que o líder peemedebista, Henrique Eduardo Alves (RN), reunisse a base em torno de um acordo que permitiu a votação do Código Florestal, agradando à maioria e excluindo o PT. Neste cenário, Dilma poderá vir a se tornar refém do partido do vice-presidente Michel Temer (PMDB-SP).

A estratégia já preocupa o PT. Dirigentes petistas estão assustados com o fato de o partido estar perdendo espaço para o PMDB. O presidente da Câmara, Marco Maia (PT), que estava no exterior, não foi sequer consultado sobre a data de votação do Código Florestal, definida pelo PMDB, na semana anterior, em uma costura com os aliados e a oposição. Cabe ao presidente colocar os projetos na pauta.

Enquanto Henrique Alves conversa com os líderes da base, o líder petista, Paulo Teixeira (SP), tem pouco trânsito junto aos aliados. Ele não consegue unir sua própria bancada. Isso se revelou na votação do Código, quando o PT rachou e 45 deputados votaram a favor do texto projeto do relator Aldo Rebelo (PC do B-SP) e 35, contra. Em contrapartida, o PMDB mostrou coesão e unidade com o partido todo votando a favor. (Eugênia Lopes e Denise Madueño - AE)

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Parlamentares confirmam que pneumonia “abateu” presidenta, mas não acreditam que outros problemas de saúde inspirem mais atenção

Parlamentares aliados da presidenta Dilma Rousseff garantem que, agora, ela está bem. Depois de enfrentar uma pneumonia que a fez despachar do Palácio da Alvorada – a residência oficial – por três semanas para evitar o ar-condicionado do Palácio do Planalto, o abatimento percebido pelos que convivem mais de perto com ela sumiu, eles garantem. “Achei ela normal, disposta para o trabalho. Durante a pneumonia, que foi meio pesada, ela estava mesmo abatida”, afirma ao iG o senador e líder do PT no Senado, Humberto Costa.
Presidenta discursa no Palácio do Planalto, em Brasília, enquanto é observada pelo ministro Antonio Palocci (26/05)
Humberto Costa, que é médico, diz que não conhece os detalhes do prontuário médico de Dilma. Mas ele não acredita que o quadro de saúde da presidenta inspire cuidados extras. “Mas, agora, não creio que haja motivo para maiores preocupações com a saúde dela.”

O líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), também defende que a saúde de Dilma vai muito bem. “Ela teve uma pneumonia, que poderia ter acometido qualquer um. Os médicos acharam que era mais simples no início, mas agora está bem e tranqüila. Desconheço qualquer outro problema de saúde da presidenta.”

De acordo com reportagem publicada na Revista Época deste sábado, a saúde da presidenta ainda inspira cuidados e atenção. O texto afirma que o estresse da vida presidencial e os 28 remédios tomados diariamente durante o período da inflamação pulmonar sobrecarregaram órgãos como o fígado e o estômago, fazendo Dilma se queixar de náuseas e falta de apetite nos últimos dias.

Segundo Época, na lista há drogas alopáticas, suplementos vitamínicos prescritos em tratamentos ortomoleculares e cápsulas que ela consome por conta própria, de curcumina (para perder peso) e de cartilagem de tubarão. A crença popular é de que elas ajudariam a prevenir o câncer.

Além disso, exames realizados por ela teriam se alterado em decorrência disso. A reportagem afirma que teve acesso a relatos médicos, exames e à lista de medicamentos da presidenta.

As doenças apontadas pela reportagem como foco de preocupação não têm nada a ver com o câncer linfático contra o qual Dilma se tratou em 2009. Esse, de acordo com boletim médico enviado à revista, está em “remissão completa” e “não há evidências de deficiências imunológicas” em Dilma.

A tireoidite de Hashimoto (diagnosticada nos anos 1970), a hipertensão, a gordura acumulada na região abdominal (síndrome metabólica) e o diabetes tipo 2 seriam os alvos de preocupação, especialmente associados ao estresse diário vivido pela presidenta.

Idade

Para o presidente da Comissão de Comunicação Social na Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), o endocrinologista Ricardo Meirelles, todos estão sujeitos ao estresse, que, de fato, pode trazer consequências sérias à saúde. “O estresse crônico pode deixar a saúde mais frágil e, dentro do possível, deve ser evitado ou administrado”, afirma. Segundo ele, aos 63 anos, como é o caso da presidenta, algumas doenças se tornam mesmo mais recorrentes.

O médico se preocupa, porém, com o acompanhamento médico feito por Dilma. “Problemas como excesso de peso, diabetes e hipotireoidismo são da competência desse especialista. Se a presidenta não está acompanhada por um endocrinologista, deveria estar”, opina.

Meirelles explica que as alterações da tireóide e do diabetes tendem a aumentar com a idade. “Na faixa em que ela (Dilma) se encontra, existe maior vulnerabilidade ao hipotireoidismo e ao diabetes. Não podemos dizer que é normal, porque nenhuma doença pode ser considerada normal, mas é mais provável de acontecer”, minimiza.

Para o médico, o direito à privacidade do prontuário médico é universal, mesmo no caso de um presidente, que ele reconhece “preocupar a nação”. “O médico não está autorizado a falar sobre a saúde de seu paciente sem autorização dele. O paciente deve fazer uma avaliação se sua saúde pode comprometer ou não sua atividade profissional. Há uma preocupação geral com o bem-estar das pessoas públicas. Mas cabe a elas divulgar ou não algo sobre seu estado.” (Priscvila Borges - iG)

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Para José Serra restou a candidatura a prefeito de São Paulo

Agora virão as declarações pacificadoras, o discurso de unidade e fortalecimento do partido. Mas o fato é que a convenção nacional do PSDB, no sábado, 28 de maio, teve um vencedor e um vencido. O senador Aécio Neves ganhou todos os cargos que desejou, sem ceder nenhuma posição para seu grande adversário, o ex-governador José Serra. E é, pela derrota de Serra, que o PSDB simboliza seu momento de mudança.

Terminado o segundo turno da eleição presidencial, Serra usou o discurso de que tinha 44 milhões de votos, como se as urnas da disputa de 2010 traduzissem uma intenção futura e não aquela expressa no dia 31 de outubro. Voto é feito de material volátil e, nas derrotas, evapora-se rapidamente. Mas com praticamente 44% dos votos válidos era justo que Serra mantivesse o desejo de voltar a ser candidato a presidente (em entrevista ao iG, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso falou sobre as chances de Aécio e Serra, confira abaixo).



A ambição, no entanto, precisava de elementos mais sólidos e, na política, dois são os instrumentos de concretização dessa força: controle da máquina pública ou expectativa de poder. Na falta de ambos, Serra primeiro perdeu um grupo de antigos aliados que migrou em grande parte para Aécio e em menor escala para Geraldo Alckmin. Sobrou-lhe um núcleo de bons amigos, dois dos quais faltaram à convenção por questões de saúde: seu antigo vice-governador Alberto Goldman e o senador Aloysio Nunes Ferreira.

Com minguados aliados, o ex-governador de São Paulo foi sendo espremido no partido. Não teve espaço para indicar o presidente – o deputado Sérgio Guerra foi reeleito contra a vontade de Serra. Ele tentou, então, assumir o Instituto Teotônio Vilela e seu orçamento de R$ 11 milhões anuais. Mas viu a costura entre Geraldo Alckmin e Aécio Neves levar o ITV para o seu mais renhido adversário, o ex-governador do Ceará Tasso Jereissati.

O esvaziamento da liderança de Serra foi acelerado pelo estilo adotado na campanha do ano passado. Na forma, a postura centralizadora o desgastou com amigos de décadas, traduzindo em afastamento o que poderia ter sido solidariedade na derrota. No conteúdo, a irresponsabilidade fiscal da proposta de um salário mínimo de R$ 600,00, a tentativa errática de vincular uma invenção marqueteira, o candidato Zé, ao presidente Lula, a decisão de esconder as realizações do governo FHC e o apelativo discurso religioso, explorando desinformação e preconceito em temas sensíveis, acabaram por minar a coerência de sua vida pública.

O espaço que Serra guardou no partido, de presidente do Conselho Político, deve-se menos ao que vai fazer e mais ao que os novos líderes do PSDB ainda precisam tirar dele. “O conselho vai tomar decisões político-partidárias, discutir eventuais fusões (…) e formas de escolher candidatos”, disse Serra.

Para Aécio Neves, é melhor ter Serra aí do que fora do partido. Não faria bem a sua biografia de conciliador e, apesar de todas as divergências entre ambos, Serra ainda é, ao lado do ex-presidente Fernando Henrique, o rosto mais conhecido do PSDB. Seria ruim tê-lo no horário eleitoral do PSD do prefeito Gilberto Kassab, por exemplo. Em São Paulo, após a inquisição ocorrida na transição de poder, quando lançou o núcleo palaciano à fogueira, Geraldo Alckmin precisa de um pouco mais de tempo para terminar a conversão dos serristas que restaram no governo do estado.

O fato é que a convenção de 28 de maio fechou o caminho mais fácil para José Serra, duas vezes derrotado no segundo turno, fazer sua terceira incursão numa eleição presidencial. Ela pressupunha que ele controlasse o partido, presidindo-o. E extraísse daí o palanque e a máquina que homologassem sua aspiração. Nessa posição nacional seria fácil rebarbar a pressão pela candidatura a prefeito de São Paulo, onde seus adversários no partido tentariam encurralá-lo no próximo ano como forma de, em caso de eleito, tirá-lo da disputa de 2014.

Pois para ser candidato a presidente novamente, Serra tem agora que fazer o caminho mais difícil. Sem máquina oficial e sem força no partido, sua liderança esvaziará por completo antes que possa entrar no jogo de 2014. É por isso que ele precisa retornar à prefeitura de São Paulo. A Serra, uma escala na terceira maior máquina pública do país é etapa imprescindível para recuperar o terreno perdido hoje e manter a aspiração de uma vida. Ou entrará para a história, já escreveu certa vez a revista The Economist, como o melhor presidente que o Brasil nunca teve. (iG)

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Lista revela políticos donos de rádio e TV
 
Classificado de "caixa-preta", o cadastro dos donos de rádios e TV no país -onde estão os nomes de 56 deputados e senadores que são sócios ou têm parentes no controle de emissoras- passará a ser divulgado em caráter definitivo pelo Ministério das Comunicações. O mapa, antiga reivindicação de entidades que tentam fiscalizar o setor, estará disponível  apartir de amanhã na página do ministério (http://www.mc.gov.br/).
A lista já teve uma primeira versão divulgada em 2003, no governo Lula, mas foi retirada do ar logo em seguida por conta de pressões de políticos contrários à divulgação. Pela legislação, o político pode ser sócio de rádio ou TV, mas não pode exercer cargo de diretor. A principal crítica é o uso das emissoras para alavancar candidaturas e prejudicar adversários.
 
O ministro Paulo Bernardo (Comunicações) chegou a defender a proibição de que políticos sejam sócios de emissoras, mas a aprovação dessa ideia é considerada inviável politicamente. A publicação do cadastro faz parte de um conjunto de medidas a ser baixado pelo governo para combater irregularidades na área. Entre elas, o uso de laranjas para esconder o verdadeiro dono com o objetivo de venda posterior da concessão, como revelou a Folha em março.
 
"A publicação da lista vai dar transparência ao setor e combater a atuação de aventureiros, que usam laranjas só para lucrar com o negócio", afirmou o ministro. Presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia do Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM) disse que a divulgação "abre a caixa-preta" do setor e forçará quem está na "clandestinidade a se regularizar". As informações são da Folha de São Paulo. (PH)
 

Organização
Genaldo de Melo

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