Por Genaldo de Melo
Fica extremamente difícil de compreender como uma cidade do porte de Feira de Santana, com um grande parque industrial em formação, considerada como um dos maiores centros comerciais do Norte/Nordeste, com uma população em torno de 600 mil habitantes, não tenha um aeroporto para atender suas necessidades básicas, de translado de passageiros e cargas comerciais. Parece difícil mesmo ter que aceitar tal fato, principalmente quando vemos que muitos municípios baianos, menores em infraestrutura e tudo o mais, tem o seu aeroporto.
Ora, um município considerado maior do que várias capitais brasileiras, não dispor de local apropriado para pouso de aviões de passageiros e comerciais, podemos considerar que existe alguma errada.
Ouço várias vozes defendendo a tese, como também outras que influenciam a opinião pública defendendo exatamente o contrário. Porém sou da opinião que o tamanho de Feira de Santana, a sua população e setor produtivo local, merece e deve dispor de tal aeroporto para pouso de aviões de médio e grande porte, pois não somos daqueles municípios que não estão nos indicadores, que enriquecem a economia do Estado. Ao contrário, dispomos de um Distrito Industrial (Subaé) capaz de causar impacto econômico, gerador de empregos e divisas, e que escoa grande quantidade de produtos para o setor exportador.
Além disso, dispomos de um comércio que consegue colocar a cidade entre os grandes centros comerciais do Norte/nordeste, porém tudo é feito anacronicamente através do setor de transporte rodoviário. O que acarreta vários problemas econômicos, e ainda se torna um grande ponto de estrangulamento para o turismo comercial.
Muitos atores importantes defendem a tese errônea de que não necessitamos de tal aeroporto, porque estamos bem próximos de Salvador, nossa capital. Ora, com a extensão territorial que potencializa o crescimento urbano e a própria economia, Feira de Santana anuncia a necessidade urgente de uma reestruturação do embargado Aeroporto João Durval, com a possibilidade de caso contrário, criarmos as condições para que os investidores e os parceiros externos procurem outros lugares, espaços territoriais capazes de terem condições de absorver matéria-prima, agregar valor a produtos, que possam ser escoados para o mercado externo.
Pensando desse modo, os atores responsáveis pela construção dos processos do desenvolvimento municipal, precisam urgente criar as condições necessárias para que nosso aeroporto funcione de fato. Afinal de contas de quem mesmo a responsabilidade de chamar a sociedade para esse debate?
Naturalmente esse papel cabe ao Poder Público local. Pois a responsabilidade para pensar nosso desenvolvimento foi dada ao mesmo, pelos cidadãos feirenses. Se não consegue fazer isso, ou é incompetência, ou lhe falta a vontade política necessária para tanto. Bastam chamar o setor produtivo, os representantes que temos nos parlamentos Municipal, Estadual e Federal e a Sociedade Civil como um todo, para discutir o assunto, e exigir de fato e de direito a quem compete a responsabilidade para que nosso aeroporto funcione.
Nos próximos anos vários eventos internacionais com caráter exigente de melhoramento da infraestrutura, acontecerão no Brasil, e Salvador sozinha não dará conta de atender as demandas, como por exemplo, de receber turistas e empresas, que se instalarão nas proximidades da mesma. Feira de Santana pode preparar-se para ser centro de treinamento de atletas e pouso de turistas das mais diversas partes do mundo. Sem pensar em um aeroporto, não podemos sequer cogitar tal possibilidade.
É vontade política, pautada num projeto que veja nossa cidade como um eixo de desenvolvimento sócio-econômico, que falta nos atores políticos. Um aeroporto será um eixo atrativo de novas indústrias de grande porte, na consolidação de um processo de atração de turismo de tipo comercial, na consolidação de uma cidade territorialmente capaz de crescimento social e econômico, e capaz de ser uma cidade mais humana, com geração de empregos e divisas para os cofres públicos planejar melhor nossa cidade.
Fica extremamente difícil mesmo compreender nas condições potenciais atuais, não querermos um aeroporto funcionando. Precisamos um pouco parar todos de ficar pensando o tempo todo nas eleições de 2012, pois ela é somente no ano que vem, e a necessidade de pensar nosso desenvolvimento é urgente, deve ser todos os dias.
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