Fiador da governabilidade, mas pronto para disputar as eleições presidenciais já em 2014, caso a aliança com o PT da presidente Dilma Rousseff não seja mais possível. É esta a posição defendida pelo presidente em exercício do PMDB, senador Valdir Raupp (RO).
Para Raupp, o partido vive seu melhor momento de união, liderado pelo vice-presidente da República, Michel Temer, e deve se capacitar para lançar uma candidatura própria, mesmo que Dilma ainda tenha direito a uma reeleição. "A gente tem que estar preparado para disputar a Presidência em 2014. Isso não quer dizer que obrigatoriamente tem que lançar candidatura. Masm se não for possível reeditar a aliança com o PT, o PMDB tem que estar preparado", disse.
Questionado sobre a possibilidade de rompimento com o governo Dilma, Raupp tratou como natural um racha entre o PMDB e o PT. "Mas isso [rompimento] acontece em alianças de Estados, de municípios. [E não] precisa nem romper. Se não der, fazer o quê? Se não for possível, o PMDB tem que ter nomes preparados para lançar", afirmou, citando Temer e o governador do Rio, Sérgio Cabral, como os mais viáveis.
Sobre as recentes crises do governo, Raupp disse que "elas passam" e não necessariamente se devem à concentração de ministérios e poder nas mãos do PT — o que tem desagradado aliados como o PMDB. Mas afirmou que deveria haver uma mudança, "um rodízio [entre os partidos], colocar em outra área".
Ao mesmo tempo, Raupp defendeu que o PMDB — tido como fisiológico — não depende de cargos e tem condições de ganhar uma eleição, mesmo fora do governo. "Para ganhar eleição não precisa ter cargo, não. Às vezes, se ganha eleição sem cargo nenhum. O PMDB sempre soube fazer campanha na oposição. Eu mesmo disputei oito eleições, a maioria na oposição estadual, e nacional também. Eleição não se faz só com dinheiro ou cargo. Às vezes só atrapalha.”
Aao se referir às denúncias de corrupção que derrubaram a cúpula do Ministério dos Transportes, comandado pelo Partido da República (PR), Raupp diz que “tem muitos cargos que ajudam meia-dúzia e atrapalham o partido inteiro".
Para o senador, Temer agiu certo no episódio em que o vice-presidente, numa discussão áspera por telefone, rebateu a ameaça do ex-ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, de demitir os seis ministros do PMDB, caso o partido não apoiasse o governo na votação do Código Florestal. "Se tivesse que entregar os cargos entregaria. Ficamos dois anos no governo Lula sem cargo. E isso também não ia mudar a posição do PMDB de apoio ao governo. Um partido do tamanho do PMDB não pode se dar ao luxo de fazer oposição, porque oposição significa a ingovernabilidade."
Raupp lembrou que o PMDB caminha para ter no próximo biênio a presidência da Câmara dos Deputados — hoje ocupada por Marco Maia, do PT, e reservada, por acordo, para o líder da sigla na Casa, Henrique Eduardo Alves (RN) — e do Senado, onde, segundo a tradição, o partido com a maior bancada elege o presidente. "Como fazer oposição? Inviabiliza o governo", concluiu.
Como estratégia de fortalecimento do PMDB, Raupp afirma que o partido lançará, nas eleições municipais do próximo ano, candidatos próprios em 24 capitais. Apenas em Goiânia e Porto Alegre a tendência é de apoio aos atuais prefeitos, ex-vices que sucederam peemedebistas no cargo. Em 2008, o PMDB só lançou candidatos a prefeito em 11 capitais.
Para isso, a sigla tem investido na "contratação" de líderes de outros partidos, como o deputado federal Gabriel Chalita, que saiu do PSB e disputará a Prefeitura de São Paulo; o ex-deputado Gustavo Fruet (PSDB), que tem negociado com a legenda para concorrer ao cargo em Curitiba; e o ex-prefeito de Salvador Mário Kertész (sem partido). Há também conversa para a filiação de um nome de peso para concorrer em Recife.
Em São Paulo, o objetivo é preparar o terreno para, em 2014, aumentar o número de deputados do partido na Câmara, hoje de apenas um, para oito ou até dez, graças a um trabalho conjunto, que não havia, segundo Raupp, devido à disputa interna entre Temer e o ex-governador Orestes Quércia, morto no ano passado.
O presidente do PMDB defendeu a abertura de uma janela de transferência partidária, nos seis meses anteriores às eleições, e criticou o forte processo de migração para o PSD, em criação pelo prefeito de São Paulo Gilberto Kassab. Atualmente, a fundação de um novo partido é uma das quatro justas causas para que um político mude de sigla sem perder o mandato.
"Não é justo que um partido que não teve nenhum voto agora vá para 55 deputados", disse. Raupp afirmou desconhecer que três senadores de seu partido, em votação na CCJ do Senado, foram contra a exclusão da criação de novo partido como justa causa, num apoio indireto do PMDB ao PSD.
Da Redação Vermelho, com informações do Valor Econômico
Questionado sobre a possibilidade de rompimento com o governo Dilma, Raupp tratou como natural um racha entre o PMDB e o PT. "Mas isso [rompimento] acontece em alianças de Estados, de municípios. [E não] precisa nem romper. Se não der, fazer o quê? Se não for possível, o PMDB tem que ter nomes preparados para lançar", afirmou, citando Temer e o governador do Rio, Sérgio Cabral, como os mais viáveis.
Sobre as recentes crises do governo, Raupp disse que "elas passam" e não necessariamente se devem à concentração de ministérios e poder nas mãos do PT — o que tem desagradado aliados como o PMDB. Mas afirmou que deveria haver uma mudança, "um rodízio [entre os partidos], colocar em outra área".
Ao mesmo tempo, Raupp defendeu que o PMDB — tido como fisiológico — não depende de cargos e tem condições de ganhar uma eleição, mesmo fora do governo. "Para ganhar eleição não precisa ter cargo, não. Às vezes, se ganha eleição sem cargo nenhum. O PMDB sempre soube fazer campanha na oposição. Eu mesmo disputei oito eleições, a maioria na oposição estadual, e nacional também. Eleição não se faz só com dinheiro ou cargo. Às vezes só atrapalha.”
Aao se referir às denúncias de corrupção que derrubaram a cúpula do Ministério dos Transportes, comandado pelo Partido da República (PR), Raupp diz que “tem muitos cargos que ajudam meia-dúzia e atrapalham o partido inteiro".
Para o senador, Temer agiu certo no episódio em que o vice-presidente, numa discussão áspera por telefone, rebateu a ameaça do ex-ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, de demitir os seis ministros do PMDB, caso o partido não apoiasse o governo na votação do Código Florestal. "Se tivesse que entregar os cargos entregaria. Ficamos dois anos no governo Lula sem cargo. E isso também não ia mudar a posição do PMDB de apoio ao governo. Um partido do tamanho do PMDB não pode se dar ao luxo de fazer oposição, porque oposição significa a ingovernabilidade."
Raupp lembrou que o PMDB caminha para ter no próximo biênio a presidência da Câmara dos Deputados — hoje ocupada por Marco Maia, do PT, e reservada, por acordo, para o líder da sigla na Casa, Henrique Eduardo Alves (RN) — e do Senado, onde, segundo a tradição, o partido com a maior bancada elege o presidente. "Como fazer oposição? Inviabiliza o governo", concluiu.
Como estratégia de fortalecimento do PMDB, Raupp afirma que o partido lançará, nas eleições municipais do próximo ano, candidatos próprios em 24 capitais. Apenas em Goiânia e Porto Alegre a tendência é de apoio aos atuais prefeitos, ex-vices que sucederam peemedebistas no cargo. Em 2008, o PMDB só lançou candidatos a prefeito em 11 capitais.
Para isso, a sigla tem investido na "contratação" de líderes de outros partidos, como o deputado federal Gabriel Chalita, que saiu do PSB e disputará a Prefeitura de São Paulo; o ex-deputado Gustavo Fruet (PSDB), que tem negociado com a legenda para concorrer ao cargo em Curitiba; e o ex-prefeito de Salvador Mário Kertész (sem partido). Há também conversa para a filiação de um nome de peso para concorrer em Recife.
Em São Paulo, o objetivo é preparar o terreno para, em 2014, aumentar o número de deputados do partido na Câmara, hoje de apenas um, para oito ou até dez, graças a um trabalho conjunto, que não havia, segundo Raupp, devido à disputa interna entre Temer e o ex-governador Orestes Quércia, morto no ano passado.
O presidente do PMDB defendeu a abertura de uma janela de transferência partidária, nos seis meses anteriores às eleições, e criticou o forte processo de migração para o PSD, em criação pelo prefeito de São Paulo Gilberto Kassab. Atualmente, a fundação de um novo partido é uma das quatro justas causas para que um político mude de sigla sem perder o mandato.
"Não é justo que um partido que não teve nenhum voto agora vá para 55 deputados", disse. Raupp afirmou desconhecer que três senadores de seu partido, em votação na CCJ do Senado, foram contra a exclusão da criação de novo partido como justa causa, num apoio indireto do PMDB ao PSD.
Da Redação Vermelho, com informações do Valor Econômico
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