Por Genaldo de Melo
Um dos movimentos políticos mais extraordinários do últimos tempos que tivemos a alegria de ver e participar foi a Marcha das Margaridas – 2011, que aconteceu em Brasília, entre os dias 16 e 17 de agosto último. Sem falsa modéstia, foi extraordinário mesmo, você ver cerca de 70 mil mulheres, além da participação de vários milhares de homens, de todo o Brasil, marchando juntos nas ruas da Capital Federal rumo a Praça dos Três Poderes, para exigir do poder constituído Políticas Publicas que acabem de uma vez por todas as disparidades nas relações de poder entre homens e mulheres no Brasil.
Essas mulheres de todas as cores, de todas as crenças, de todas as vozes, rurais e urbanas, vieram de todas as partes do Brasil. Faltam palavras para definir o acontecimento e sobram naturalmente emoções virulentas em nossa alma, ao ver que a luta de mulheres que morreram na luta pelos direitos das próprias mulheres, agora tem um eco de um grito que parou Brasília para começarem de fato a “viver o sonho sonhado”, como disse Letícia Sabatella, grande atriz participante do evento.
Pela primeira vez na vida eu senti a força espiritual das mulheres brasileiras, do mesmo modo vi a força política das mesmas e a capacidade de assumir uma certeza, que lugar de mulher é também na política. Também pela primeira vez eu vi a autoridade máxima de nossa nação, hoje representada por uma mulher, Dilma Rousseff, participar diretamente da maior mobilização social que aconteceu no Brasil nas ultimas décadas. Dilma foi pessoalmente a “Cidade das Margaridas”, no Parque de Exposições de Brasília, para dizer as mulheres presentes que uma das principais prioridades desses próximos anos será a mulher brasileira.
As mulheres do Nordeste foram naturalmente maioria. Deram uma demonstração de que agora elas querem um basta em todo tipo de discriminação, um basta na violência nua e covarde de homens insensatos, querem trabalhar e gozar dos mesmos direitos, porque o sangue é vermelho em todo mundo.
Segundo o Presidente da FETAG-BA, o jovem Claudio Bastos, a Bahia que é o maior Estado do Nordeste, tem na FETAG-BA o instrumento para fazer com que as mulheres trabalhadoras rurais não mais se calem diante de nenhum tipo de discriminação imprimida pela nossa formação cultural, baseada nos meandros do machismo doentio e anacrônico. Para ele a Entidade que sempre teve como bandeira de luta acabar com as disparidades quando o tema é gênero, agora mais do que nunca devemos todos os homens e mulheres aproveitar que temos uma mulher no poder para exigir o que é de direito, o espaço da mulher no mercado de trabalho e na política.
As fotos não mentem.
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