
Por Emir Sader
No momento em que foi vítima do atentado de um búlgaro, em uma concentração na praça São Pedro, no Vaticano, o Papa Joao Paulo I conseguiu dizer: Por que eu?
Não teria se dado conta que era porque foi eleito o representante de Deus na Terra? Também não teria se dado conta do papel político central que assumiu na política mundial? Tampouco se poderia entender por que ele se lamentaria de abandonar este Vale de Lágrimas, ainda mais ele, que teria garantido o Reino dos Céus pela vida eterna?
Foi um momento de rara humanidade do Papa. Ele, a quem eu havia visto, prepotente, na Nicaragua sandinista, tentando dar lições de democracia a um regime popular, desde um Estado teocrático. Ele, que havia retirado a mão, no aeroporto, quando Miguel D’ Escotto – sacerdote e ministro de Relações Exteiores do governo nicaraguense - se ajoelhou, humildemente, para beijar sua mão. Ele, que reiterou várias advertências ao povo nicaraguense que o interrompia no seu discurso na Praça Augusto Cesar Sandino, no centro de Managua, quando se davam conta que ele se atrevia a criticar a FSLN, e acabou se retirando da Praça, sem terminar seu discurso – a que ele havia acorrido com uma elegante bata branca e um imponente bengala.
Esse mesmo Papa teve medo da morte no atentado, a que sobreviveu, e pode seguir representando a seu Deus neste Vale de Lágrimas.
Não teria se dado conta que era porque foi eleito o representante de Deus na Terra? Também não teria se dado conta do papel político central que assumiu na política mundial? Tampouco se poderia entender por que ele se lamentaria de abandonar este Vale de Lágrimas, ainda mais ele, que teria garantido o Reino dos Céus pela vida eterna?
Foi um momento de rara humanidade do Papa. Ele, a quem eu havia visto, prepotente, na Nicaragua sandinista, tentando dar lições de democracia a um regime popular, desde um Estado teocrático. Ele, que havia retirado a mão, no aeroporto, quando Miguel D’ Escotto – sacerdote e ministro de Relações Exteiores do governo nicaraguense - se ajoelhou, humildemente, para beijar sua mão. Ele, que reiterou várias advertências ao povo nicaraguense que o interrompia no seu discurso na Praça Augusto Cesar Sandino, no centro de Managua, quando se davam conta que ele se atrevia a criticar a FSLN, e acabou se retirando da Praça, sem terminar seu discurso – a que ele havia acorrido com uma elegante bata branca e um imponente bengala.
Esse mesmo Papa teve medo da morte no atentado, a que sobreviveu, e pode seguir representando a seu Deus neste Vale de Lágrimas.
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