segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Diário de Shangai (3): A cultura vai ser promovida

Hua Jian
(Diretor do Centro de Pesquisa sobre Indústria Cultural da Academia de Ciências Sociais de Shanghai)

Para construir um poder cultural, a China encara uma tarefa urgente de salvaguardar sua ”segurança cultural”, fortalecendo seu poder soft e expandindo a influência internacional de sua cultura.

Uma força nacional extensa depende tanto do seu poder hard quanto do seu poder soft. O poder cultural, uma parte importante de poder cultural soft, inclui sua habilidade para explorar seus recursos culturais internamente e disseminar seus valores através de produtos e serviços culturais. Também inclui a habilidade para implementar os vínculos culturais com outros países. O aumento desse poder cultural implica na participação da competição e da cooperação cultural internacional.

Apesar de ser a segunda economia no mundo, a China fracassou em desenvolver seu poder soft de forma proporcional a seu peso econômico. Desde 2000 as rendas culturais do país começaram a subir claramente, com um crescimento de mais de 20% ao ano, o que é muito mais alto do que o crescimento da taxa de expansão do produto interno bruto. Em 2010, o aumento do valor produzido chegou a mais de 174 bilhões de dólares ou 2,75% do PIB. No entanto essa proporção está ainda muito atrás dos EUA e de outros países desenvolvidos. Por exemplo, a escala da indústria cultural chinesa é apenas um terço da dos EUA. A enorme distância mostra a urgência da China promover o desenvolvimento de seu setor cultural para apoiar seu poder soft.

Países com a capacidade de inovação cultural e tecnológica tem uma vantagem na dura competição cultural global. Conforme um relatório co-publicado pela Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento e o Programa de Desenvolvimento da ONU, os produtos culturais e criativos exportados pelos países desenvolvidos em 2010 eram principalmente aqueles com um alto conteúdo tecnológico e alto valor agregado. Em contraste, os produtos culturais exportados pelos países em desenvolvimento eram principalmente de baixo conteúdo tecnológico e cientifico, como performances artísticas ou objetos de joalheria.

Nos últimos anos, os produtos culturais chineses, especialmente aqueles com conteúdo tecnológico e cientifico, como jogos de computador e novos serviços de mídia, ganharam uma nova importância no mercado cultural global, e desempenharam um papel cada vez maior na participação da competição cultural.

Na recém terminada sexta Conferência do 17° Comitê Central do Partido Comunista da China, o Partido sublinhou que a nação deveria incentivar o processo de auto-inovação e implementar seus níveis tecnológicos no campo cultural, incluindo filmes, novelas para a TV, desenhos e internet, para implementar a competitividade de sua indústria cultural.

Nessa visão, a China deveriam desenvolver sua manufatura e prover produtos e serviços culturais com grande conteúdo tecnológico e cientifico, fortalecer os serviços de inovação tecnológica e desenvolver distintos itens com vantagens tecnológicas para desembocar em um poder cultural.

Para ter um poder desse tipo, a China precisa promover sua cultura em escala mundial, levar adiante intercâmbios culturais com outros países e intensificar suas características e influências culturais. Os fatos provam que uma identidade cultural nacional deve se realizar através do intercambio cultural e que o poder cultural domina o peso dos produtos culturais globais e sua disseminação.

O volume do comércio cultural da China tem crescido nos últimos anos, mas alguns elementos dos produtos culturais fracassaram em conseguir um robusto crescimento. As estatísticas fornecidas pelo Conselho da China para a Promoção do Comércio Internacional mostram que o volume de livros, jornais e revistas, vídeos e artes eletrônicas, que constituem uma parte fundamental da exportação dos produtos culturais, declinou de 19% em 2008 para 12% em 2009. Um outro exemplo, a TV de animação, cuja exportação cresceu para 220.000 minutos em 2010 de menos de 10.000 minutos em 2000. No entanto, o volume de exportações da animação produzida na China era de apenas 30 milhões de dólares em 2009, em claro contraste com apenas um filme norteamericano de Pixar, Toy Store 3, que arrecadou mais do que 1 bilhão no mundo todo.

A baixa exportação de volumes de produtos chineses ilumina a urgência para o país de desenvolver reformas sistemáticas da cultura e inovações e das inovações institucionais para incrementar a competitividade cultural. Para facilitar esse processo, os governos locais deveriam tratar de desenvolver produtos culturais com sua própria propriedade cultural e estabelecer suas vantagens nos produtos culturais convergentes com a estratégia de ïr para fora do nosso país.
Fonte: Blog do Emir sader

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