A distância entre o Brasil potência econômica e o Índice de Desenvolvimento Humano continua inalterada
Hamilton Octavio de Souza - Brasil de Fato
Brasil gente
A distância entre o Brasil potência econômica e o Índice de Desenvolvimento Humano continua inalterada. De acordo com a ONU, o país está em 84º lugar no ranking do IDH, em pior situação que a maioria dos vizinhos da América Latina, entre os quais o Chile (44º), Argentina (45º), Uruguai (48º), Cuba (51º), México (57º), Panamá (58º), Costa Rica (69º), Venezuela (73º), Peru (80º), Equador (83º). Está provado: propaganda não muda a realidade!
Baixa escolaridade
Um dos quesitos para a definição do IDH é o tempo médio de escolaridade, que também coloca o Brasil na rabeira de muitos países da América Latina. Na contagem de anos de escola de cada população, o ranking fica assim: Chile (9,7), Argentina (9,3), Peru (8,7), México (8,5), Uruguai (8,5), Venezuela (7,6), Equador (7,6), Colômbia (7,3) e o Brasil (7,2). É preciso investir muito mais em educação para alcançar a vizinhança!
Guerra comercial
Na acirrada disputa pelo mercado chinês de celulose, as transnacionais que fabricam o produto no Brasil querem aumentar a produção de 13,4 milhões para 20 milhões de toneladas por ano. Essas empresas, mesmo acusadas de dumping (vendem na China a preços mais baixos do que no mercado brasileiro), devem dobrar a área de plantio de eucalipto nos próximos cinco anos. Sobra para o povo o preço alto e o deserto verde!
Golpe caloteiro
Dados da Caixa Econômica Federal revelam que o valor do calote das empresas no Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) dobrou nos últimos dez anos, está na ordem de R$ 16 bilhões e causa prejuízos a aproximadamente cinco milhões de trabalhadores. Como se sabe, muitas empresas sonegam o FGTS, esperam a abertura de processos e depois negociam novos prazos de recolhimento. Um golpe típico da ganância do capital!
Desastre escolar
Os cursos de engenharia das universidades públicas e privadas abrem 180 mil vagas por ano, mas se matriculam nesses cursos no máximo 150 mil alunos, já que a maior parte das vagas está em escolas privadas. Do total de matriculados, apenas 25% concluem os cursos. A grande maioria (75%) abandona os cursos por falta de dinheiro ou por não conseguir acompanhar o conteúdo ministrado. Por isso falta engenheiro no mercado de trabalho.
Ameaça mortal
O deputado estadual Marcelo Freixo, do Rio de Janeiro, é um cidadão muito sério. Todo mundo sabe disso. Desde que presidiu a CPI das milícias – e denunciou os crimes dessas organizações –, ele tem sido sistematicamente ameaçado de morte. Não é brincadeira. Todo mundo sabe que o crime está enraizado até a medula do sistema capitalista, em todos os poderes e todas as instâncias. Freixo tem o direito de proteger sua família e sua própria vida.
Crise diferenciada
Os países da Europa estão vivendo uma crise econômica gravíssima, mas, lá, a taxa de juro básica é de 1,25% ao ano e a inflação anual deve ficar em torno dos 3%. O Brasil, que está longe da crise – segundo todos os discursos oficiais –, tem atualmente uma taxa de juro básica de 10,5% ao ano, que é uma das mais altas do mundo, e tem a previsão de uma inflação anual de 6% a 7,5%. A inflação não tem a ver com o custo do dinheiro?
Direitização
Algumas lideranças estaduais do PT têm transmitido a dirigentes locais do partido, em alguns municípios do Estado de São Paulo, que eles devem estreitar relação com os integrantes do grupo Canção Nova, que é uma corrente ultraconservadora da Igreja Católica e à qual está vinculado o deputado federal Gabriel Chalita, do PMDB, um dos candidatos a candidato para a Prefeitura de São Paulo, em 2012. Mais um passinho para a direita!
Pós modernidade
O que mais tem hoje em dia é o falso regime democrático, com eleições rotineiras determinadas pelo poder econômico e discursos demagógicos que quase nunca são cumpridos pelos eleitos, já que atuam dentro dos poderes do Estado conforme os interesses das elites nacionais e das grandes corporações transnacionais. É diferente da época em que os políticos pelo menos tentavam manter alguma coerência com as demandas populares.
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