segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Foi bonito

Selvino Heck
Assessor Especial da Secretaria Geral da Presidência da República
Adital


Foi bonito ver a presidenta Dilma chorar, ao dizer, na cerimônia de lançamento do Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência – VIVER SEM LIMITE -: "Eu acredito que, em alguns momentos, a gente considera que eles são muito especiais, e aí, queria dizer que hoje este é um momento em que vale a pena ser presidente.”


Foi bonito ver o salão nobre do Palácio do Planalto lotado com centenas de pessoas, apoiadores da causa e principalmente pessoas com deficiência, levando a um comentário do ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria Geral da Presidência da República, reconhecendo a importância e o sentido do momento e da solenidade: "Mas como tem gente!”


Foi bonito ver Ivy e Beatriz, ambas com síndrome de down, brincando junto com os pais, o deputado federal e ex-jogador Romário e o senador Lindbergh Faria, e levando ao comentário da presidenta Dilma: "Eu queria dirigir um cumprimento especial também ao Romário e às duas menininhas que aqui tivemos uma cena, assim, maravilhosa e enternecedora: a filha do Romário carregando a filha do Lindbergh. Queria cumprimentar as duas. "E toda platéia, emocionada, se levanta, aplaude e canta ‘Olê, olê, olê, olá, Dilmaaa, Dilmaaa”.


Foi bonito ver o Secretário Executivo do Ministério da Previdência Social, Carlos Eduardo Gabas, saindo de seu lugar e indo conversar com um deficiente visual que cobrava medidas referentes à aposentadoria, e explicar o que estava sendo feito pelo governo federal.


Foi bonito ver a presidenta Dilma parar seu discurso enquanto uma pessoa, no fundo do salão, defendia os direitos dos autistas, solicitando maior inclusão para o segmento no Plano Viver Sem Limite.


Foi bonito ouvir a presidenta Dilma: "Estamos aqui hoje também para reforçar e ampliar um dos compromissos mais profundos do nosso governo, que é a luta contra toda espécie de desigualdade e a favor da oportunidade para todos. É isso que significa, para nós, o Plano Viver Sem Limite, o nosso Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência. Durante meses, fiz questão de me dedicar, pessoalmente, com uma grande equipe à elaboração deste Plano. Acredito que cada um de nós se tornou uma espécie de especialista na formação de cão-guia e também em todos os aspectos humanos. Nós devemos ao Secretário Antônio José, da Secretaria de Promoção dos Direitos das Pessoas com Deficiência, a sua dedicação e o seu empenho. É um plano para garantir cidadania plena às brasileiras e aos brasileiros com deficiência. Ele vai beneficiar pessoas de todas as idades, de todas as classes sociais e indiferenciadamente, de acordo com critérios de gênero.


Um país como o Brasil, que passa por um processo profundo de transformação, necessita da força e do talento de todos os brasileiros, sem exceção, no máximo de suas potencialidades e do potencial de cada um e de cada uma para cumprir nosso destino histórico. O programa se integra a um conjunto amplo e estruturado de políticas de proteção social que o Brasil se orgulha de possuir. Reafirma, mais uma vez, o nosso compromisso de criar e oferecer as condições necessárias para que continue florescendo uma nova sociedade brasileira. Uma sociedade inclusiva, onde absolutamente todos os brasileiros e brasileiras caibam nesse todo; uma sociedade livre de preconceitos e discriminação; e, enfim, uma sociedade onde nós tenhamos orgulho de viver e conviver.”


Foi bonito ouvir a ministra Maria do Rosário dizendo que "pelo Censo/2010 do IBGE, o país possui 45,6 milhões de pessoas com alguma deficiência, o que representa quase 24% da nossa população. Todos os dias, em todo país, esses brasileiros e brasileiras e suas famílias desafiam limites, enfrentam barreiras, seja nas ruas, no acesso a serviços, no mundo do trabalho e, principalmente, desafiam o mais perverso dos obstáculos que é o preconceito. O Viver Sem Limite é uma responsabilidade do Estado brasileiro, aberto e atento a parcerias com a sociedade, as famílias, assim como os Estados e municípios, parceiros fundamentais para a vitória da inclusão.”


Foi bonito ouvir o Secretário Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Antônio José do Nascimento, com deficiência visual, detalhando as ações do Viver Sem Limite, que estão organizadas em torno de 4 eixos: o acesso à educação, a inclusão social, a atenção à saúde e a acessibilidade. Cada um destes eixos é desdobrado em ações de 15 órgãos federais, sob a coordenação da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. As iniciativas estabelecem metas e previsões orçamentárias para execução até 2014, num montante de R$ 7,5 bilhões.


Foi bonito ver Moisés Bauer, presidente do Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, deficiente visual, reconhecer os esforços do governo Dilma e a parceria do governo federal com a sociedade civil, para que todos os brasileiros e todas as brasileiras com deficiência tenham qualidade de vida, um viver sem limites, assegurando essa palavra mágica que é autonomia.


Foi bonito ouvir o final do discurso da presidenta Dilma: "Eu tenho certeza de que, juntos, iremos implementar todas as ações e as metas do Viver Sem Limite. Nós sabemos que precisamos ir além. Precisamos fazer com o que o nosso olhar se transforme. Esse Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência é uma vitória de toda a sociedade brasileira, que tem pela frente um grande desafio: fazer com que cada homem, com que cada mulher deste país entenda que os direitos da pessoa com deficiência são direitos da cidadania de brasileiros e brasileiras, que devem ser respeitados como parte necessária do fortalecimento da cidadania de todos os brasileiros e, sobretudo, como disse o Moisés, que nada seja feito sem eles”.


Foi bonito. 17 de novembro de 2011 entrou para a história.


Em vinte e cinco de novembro de dois mil e onze.

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