A atuação da PM na USP e as discussões posteriores à tomada da reitoria lembram as ações dos nossos ancestrais, os bandeirantes
Silvio Mieli - Brasil de Fato
Não nos livramos facilmente dos arquétipos históricos. A atuação da PM na USP e as discussões posteriores à tomada da reitoria lembram as ações dos nossos ancestrais, os bandeirantes.
O bandeirismo, fenômeno tipicamente paulista – patrocinado por senhores de engenho, donos de minas e comerciantes – está impregnado no corpo e na alma paulistana. A “elite” daqui se orgulha de ser herdeira dessa “brava gente”. A pegada bandeirante pode ser reconhecida na forma agressiva como o paulista ocupou o seu território; na avidez como explorou os seus recursos naturais; na arrogância expansionista (a “locomotiva do país”); no modo desumano e preconceituoso como sempre tratou aqueles que construíram a sua riqueza (chamados pejorativamente de “nortistas”).
Silvio Mieli - Brasil de Fato
Não nos livramos facilmente dos arquétipos históricos. A atuação da PM na USP e as discussões posteriores à tomada da reitoria lembram as ações dos nossos ancestrais, os bandeirantes.
O bandeirismo, fenômeno tipicamente paulista – patrocinado por senhores de engenho, donos de minas e comerciantes – está impregnado no corpo e na alma paulistana. A “elite” daqui se orgulha de ser herdeira dessa “brava gente”. A pegada bandeirante pode ser reconhecida na forma agressiva como o paulista ocupou o seu território; na avidez como explorou os seus recursos naturais; na arrogância expansionista (a “locomotiva do país”); no modo desumano e preconceituoso como sempre tratou aqueles que construíram a sua riqueza (chamados pejorativamente de “nortistas”).
No fundo, alguns dos principais problemas da USP (autonomia, gestão, segurança, administração do espaço público) compõem o microcosmo das mazelas do próprio estado de São Paulo. Só que a comunidade paulista, ao invés de aproveitar a oportunidade oferecida pela crise uspiana e ampliar o debate em torno da falta de democracia interna (que leva setores da universidade a radicalizarem a sua postura); na gestão incompetente de uma instituição pública; na restrição do acesso ao campus nos finais de semana, reduziu a riqueza do debate à intervenção da PM, incapaz de lidar com as particularidades de uma universidade. Além disso, se entrarmos no quesito da cobertura midiática, durante o processo de desinformação que antecedeu a desocupação da reitoria da USP, sobrou até para a Rádio Várzea Livre do Rio Pinheiros (107,1 FM), importante projeto que funciona no prédio da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. Depois de demonizarem alunos e funcionários envolvidos com os protestos em geral, a Rádio Bandeirantes exigiu o fechamento imediato da rádio livre que funciona a partir da USP.
Há muito tempo, a Bandeirantes, fazendo jus ao nome, parte para o ataque na caça aos movimentos sociais, estejam onde estiverem. Através de reportagens especiais, editoriais virulentos e vinhetas alarmantes ao longo da programação, boicotam diuturnamente qualquer iniciativa que coloque em risco o modelo neobandeirante como, por exemplo, a campanha contra a demarcação da Raposa Serra do Sol e o apoio irrestrito às mudanças no Código Florestal. Também repetem o mantra que “rádio pirata” derruba avião, boicotam qualquer tentativa de desarmamento e decretam que o MST não é um movimento social.
O sonho dourado da elite paulistana, que se considera moderna e cosmopolita, seria assistir à entrada triunfal de Domingos Jorge Velho, Antônio Raposo Tavares, Fernão Dias Pais, Manuel Borba Gato, espingardas em empunho, pela várzea do Rio Pinheiros ou então pela Avenida Paulista. Finalmente “colocariam a casa em ordem”.
paaaaaaaai *-* , tá lindo o blog viu ? entro nele todos os dias. te amo muito s2
ResponderExcluir/ Carol Sandres Melo.
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