A saída anunciada de Gilberto Kassab do DEM para um novo partido é um movimento que ameaça se repetir em outros políticos, com claros problemas de posicionamento em suas legendas. Além da dissidência comandada pelo prefeito de São Paulo, existe a possibilidade de mudanças que passam pelo PMDB, PR, PSDB e PV.
Depois de Kassab, a bola da vez é o deputado federal Sandro Mabel (PR-GO) e Gustavo Fruet (PSDB-PR), que analisam possíveis mudanças partidárias. Da mesma forma, o PV, da ex-senadora Marina Silva, enfrenta grave crise interna que pode também desembocar em racha no segundo semestre.
Ex-deputado federal próximo ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o paranaense Fruet analisa uma possível saída do PSDB, devido à conjuntura eleitoral no estado. Derrotado ao Senado nas eleições de outubro, Fruet almeja disputar a Prefeitura de Curitiba no ano que vem, mas o governador Beto Richa (PSDB) já avisou que a legenda deve reforçar a reeleição de Luciano Ducci (PSB), seu antigo vice.
Nas eleições nacionais de 2014, sobraria ao ex-deputado apenas a chance de tentar retornar à Câmara, ideia pouco atraente para Fruet. “Acreditamos que seria precipitada uma saída do Gustavo Fruet neste momento.
O quadro pode não ser favorável agora, mas sempre muda”, observa o secretário de Fazenda do Paraná, Luiz Carlos Hauly. Uma possível saída, no entanto, seria facilitada pelo fato de o ex-deputado não ocupar cargo eletivos — pela Lei da Fidelidade Partidária, a legenda ficaria com o mandato.
Depois de concorrer à Presidência da Câmara à revelia do partido, o PR, Mabel também pode encontrar abrigo em outra legenda governista: o PMDB.
Atualmente, o deputado federal enfrenta um processo disciplinar aberto no partido, que pode culminar com a expulsão da legenda. De olho na renovação do PMDB de Goiás, o líder do partido na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), se antecipou à decisão do PR e abriu as portas do partido para Mabel.
Como enfrenta processo de expulsão, a saída de Mabel tem brecha jurídica para não provocar uma perda do mandato. Basta o deputado alegar perseguição pelos atuais correligionários. O próprio parlamentar alimenta o flerte com o PMDB.
“Temos amizade muito grande com o PMDB e, por isso, o pessoal veio em meu socorro, diante do que estão fazendo comigo no PR, mas uma decisão sobre mudança de partido só será tomada caso o meu partido insista na tese de expulsão”, adianta Mabel.
Insatisfeitos com o DEM, a senadora Kátia Abreu (TO) e o filho, deputado federal Irajá Abreu (DEM-TO), além do governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo, declinaram da ideia de embarcar no novo partido de Kassab.
A parlamentar recebeu do presidente do partido, Agripino Maia, o indicativo de que pode ter os pleitos atendidos, na ambição de concorrer ao governo do estado em 2014. Colombo, por sua vez, seguiu uma orientação do presidente de honra do DEM, Jorge Bornhausen.
Refundação dos verdes
Dois anos depois da filiação da então senadora Marina Silva (PV-AC) e do anúncio de uma refundação programática, a mudança de vento anunciada pelo PV divide o partido em dois. O grupo capitaneado pela candidata derrotada à Presidência da República no ano passado, que ainda conta com o ex-deputado federal Fernando Gabeira (PV-RJ) e o atual deputado Alfredo Sirkis (PV-RJ), cobra da direção do partido as medidas prometidas em 2009. O mês estabelecido para que os caciques da legenda entrem em acordo ou anunciem um racha é julho: data da convenção nacional verde.
A parte do PV ligada à Marina e aos políticos fluminenses cobra a inclusão de propostas e da agenda verde sugeridas por Marina durante a campanha presidencial.
De acordo com Sirkis, os documentos nem sequer fazem parte do programa partidário do PV. Eles cobram ainda a sucessão do deputado José Penna (PV-SP), que há 12 anos comanda a legenda, e a intervenção em diretórios regionais da região amazônica.
“Saímos das eleições com a obrigação de cumprir com a expectativa de 20 milhões de eleitores que votaram em nossa candidatura. Há estados em que oligarquias que nada têm a ver com o partido dominam a sigla”, reclama Sirkis.
De acordo com o deputado fluminense, a atual parcela que comanda o partido aprovou a prorrogação do mandato de Penna até 2012, sem a mudança do atual regime presidencialista para o parlamentarista, e não tem acenado com a possibilidade de abrir mão da prerrogativa.
“Não avaliamos de imediato uma saída do PV, mas as mudanças demandadas são urgentes. O partido de 2011 não pode ser o mesmo de 2009”, defende Sirkis.
Fonte: Ivan Iunes-VB
Depois de Kassab, a bola da vez é o deputado federal Sandro Mabel (PR-GO) e Gustavo Fruet (PSDB-PR), que analisam possíveis mudanças partidárias. Da mesma forma, o PV, da ex-senadora Marina Silva, enfrenta grave crise interna que pode também desembocar em racha no segundo semestre.
Ex-deputado federal próximo ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o paranaense Fruet analisa uma possível saída do PSDB, devido à conjuntura eleitoral no estado. Derrotado ao Senado nas eleições de outubro, Fruet almeja disputar a Prefeitura de Curitiba no ano que vem, mas o governador Beto Richa (PSDB) já avisou que a legenda deve reforçar a reeleição de Luciano Ducci (PSB), seu antigo vice.
Nas eleições nacionais de 2014, sobraria ao ex-deputado apenas a chance de tentar retornar à Câmara, ideia pouco atraente para Fruet. “Acreditamos que seria precipitada uma saída do Gustavo Fruet neste momento.
O quadro pode não ser favorável agora, mas sempre muda”, observa o secretário de Fazenda do Paraná, Luiz Carlos Hauly. Uma possível saída, no entanto, seria facilitada pelo fato de o ex-deputado não ocupar cargo eletivos — pela Lei da Fidelidade Partidária, a legenda ficaria com o mandato.
Depois de concorrer à Presidência da Câmara à revelia do partido, o PR, Mabel também pode encontrar abrigo em outra legenda governista: o PMDB.
Atualmente, o deputado federal enfrenta um processo disciplinar aberto no partido, que pode culminar com a expulsão da legenda. De olho na renovação do PMDB de Goiás, o líder do partido na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), se antecipou à decisão do PR e abriu as portas do partido para Mabel.
Como enfrenta processo de expulsão, a saída de Mabel tem brecha jurídica para não provocar uma perda do mandato. Basta o deputado alegar perseguição pelos atuais correligionários. O próprio parlamentar alimenta o flerte com o PMDB.
“Temos amizade muito grande com o PMDB e, por isso, o pessoal veio em meu socorro, diante do que estão fazendo comigo no PR, mas uma decisão sobre mudança de partido só será tomada caso o meu partido insista na tese de expulsão”, adianta Mabel.
Insatisfeitos com o DEM, a senadora Kátia Abreu (TO) e o filho, deputado federal Irajá Abreu (DEM-TO), além do governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo, declinaram da ideia de embarcar no novo partido de Kassab.
A parlamentar recebeu do presidente do partido, Agripino Maia, o indicativo de que pode ter os pleitos atendidos, na ambição de concorrer ao governo do estado em 2014. Colombo, por sua vez, seguiu uma orientação do presidente de honra do DEM, Jorge Bornhausen.
Refundação dos verdes
Dois anos depois da filiação da então senadora Marina Silva (PV-AC) e do anúncio de uma refundação programática, a mudança de vento anunciada pelo PV divide o partido em dois. O grupo capitaneado pela candidata derrotada à Presidência da República no ano passado, que ainda conta com o ex-deputado federal Fernando Gabeira (PV-RJ) e o atual deputado Alfredo Sirkis (PV-RJ), cobra da direção do partido as medidas prometidas em 2009. O mês estabelecido para que os caciques da legenda entrem em acordo ou anunciem um racha é julho: data da convenção nacional verde.
A parte do PV ligada à Marina e aos políticos fluminenses cobra a inclusão de propostas e da agenda verde sugeridas por Marina durante a campanha presidencial.
De acordo com Sirkis, os documentos nem sequer fazem parte do programa partidário do PV. Eles cobram ainda a sucessão do deputado José Penna (PV-SP), que há 12 anos comanda a legenda, e a intervenção em diretórios regionais da região amazônica.
“Saímos das eleições com a obrigação de cumprir com a expectativa de 20 milhões de eleitores que votaram em nossa candidatura. Há estados em que oligarquias que nada têm a ver com o partido dominam a sigla”, reclama Sirkis.
De acordo com o deputado fluminense, a atual parcela que comanda o partido aprovou a prorrogação do mandato de Penna até 2012, sem a mudança do atual regime presidencialista para o parlamentarista, e não tem acenado com a possibilidade de abrir mão da prerrogativa.
“Não avaliamos de imediato uma saída do PV, mas as mudanças demandadas são urgentes. O partido de 2011 não pode ser o mesmo de 2009”, defende Sirkis.
Fonte: Ivan Iunes-VB
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