segunda-feira, 14 de março de 2011

Sarney quer modificar tramitação de medidas provisórias no Senado

Peemedebista quer dar poder para Senado vetar emendas de deputados.
Proposta do presidente do Senado deve causar polêmica com a Câmara.
Uma proposta do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), para modificar a tramitação das medidas provisórias (MPs) na Casa deve causar polêmica com a Câmara dos Deputados. Sarney afirmou nesta segunda-feira (14) que pretende dar poderes aos senadores para vetar modificações inseridas nas MPs pelos deputados sem rediscutir a matéria com a Câmara.
Pelo rito atual de tramitação de MPs, se a Câmara incluir os chamados “jabutis” – como ficaram conhecidas no Congresso as emendas sem relação direta com o objetivo central da medida – no texto da MP, o Senado até poderá rejeitar a modificação, mas o texto da MP terá de voltar à Câmara para ser aprovado.
“Hoje, na mecânica das MPs, eles [deputados] introduzem alguns assuntos estranhos lá na Câmara. Quando chega ao Senado, se nós derrubarmos, tem que voltar à Câmara para aprovar a nossa decisão. Isso contraria um pouco o sistema legislativo. Se uma matéria não foi aprovada em uma Casa, não pode ser aprovada somente na outra. Vou levar essa resolução à Mesa e espero que, na próxima sessão do Congresso, seja resolvida”, argumentou Sarney.
Como as MPs quase sempre chegam ao Senado com o prazo de validade praticamente esgotado, os senadores não podem rejeitar as modificações inseridas pelos deputados sob pena de sacrificar a matéria.
Conflito

A proposta de Sarney deve causar conflito com os colegas da Câmara, já que irá enfraquecer o poder de barganha dos deputados, que frequentemente utilizam as MPs para negociar com o Planalto a aprovação de outros temas de interesse dos parlamentares.
Se o Senado adquirir autonomia para vetar as mudanças da Câmara sem ter que rediscuti-la com os deputados, o Planalto precisará apenas articular com os senadores a aprovação da matéria. A proposta do presidente do Senado deve ser apresentada ao Congresso nos próximos dias. O presidente da Câmara ainda não se manifestou sobre a proposta de Sarney. (Robson Bonin – G1)

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