Há limites para a lua de mel da classe C com os governos petistas de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, na opinião do
economista Samuel Pessôa. Próximo aos tucanos, e atualmente na consultoria Tendências, Pessôa escreveu recentemente um capítulo para um livro que o economista Edmar Bacha e o sociólogo Simon Schwartzman estão organizando, em que afirma que a classe C vai exigir dentro de alguns anos melhorias na infraestrutura urbana que o atual modelo econômico não está em condições de oferecer.
Segundo Pessôa, os altos gastos de transferência do governo, aliados à desconfiança do PT em relação ao papel do setor privado na infraestrutura, impõem limites à melhoria do ambiente urbano onde a nova classe média popular leva a sua vida.
Assim, se agora a classe C ainda se esbalda dentro de casa com o salto de consumo, com sua TV de tela plana, celular sofisticado e eletrônicos, melhores roupas e até o eventual carro na garagem, em um segundo momento ela pode se irritar com o que vê ao pôr o pé na rua: asfalto esburacado, calçadas imundas, péssimo sistema de transporte, saneamento deficiente - a típica paisagem urbana das cidades brasileiras.
Pessôa acrescentou outros pontos em que antevê a possibilidade de insatisfação futura da classe C. Com a ascensão social, o cidadão da classe média popular tende a chegar a um estágio em que já está muito longe do Bolsa Família. Por outro lado, essas pessoas não vislumbram muitas chances de que seus filhos passem em concursos cada vez mais concorridos. (TB)
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