quinta-feira, 5 de maio de 2011

De olho em 2012, PV tenta resolver crise interna

Em crise desde março, quando a direção nacional do partido adiou as eleições internas deste ano para 2012, a batalha travada entre os grupos da ex-senadora Marina Silva e do deputado federal e atual presidente da legenda, José Luiz Penna (SP), teve uma trégua e já existe a perspectiva de um acordo nos próximos dias. A razão é que a instabilidade no partido estava afugentando novas filiações, como a dos vereadores egressos do PSDB paulistano Dalton Silvano e Gilberto Natalini e dos ex-deputados federais Gustavo Fruet (PSDB-PR) e Marcos Rolim (ex-PT-RS), entre outros. E a legenda quer nomes competitivos para as eleições municipais do ano que vem.
"Tem gente do Brasil inteiro querendo vir e agora queremos dar uma garantia institucional para as novas lideranças", disse o presidente do PV em São Paulo, Maurício Brusadin. O dirigente, que faz parte do Movimento Transição Democrática, ligado à Marina Silva, ressalta que o partido pretende ter candidatos próprios em todas as capitais e que os "nomes de peso" pleiteados pelo grupo atualmente não têm garantias políticas para mudar de legenda porque a estrutura do PV é provisória. "Precisamos mudar o mecanismo do que é provisório. Temos que fazer a eleição de 2012, mas precisamos dar primeiro condições para estas pessoas", justificou.
A atual liderança do PV nacional já está no poder há 12 anos. Com seus 19,6 milhões de votos na eleição presidencial, Marina Silva vem defendendo a reformulação partidária para atrair "bons quadros" para a legenda que ajudou a "turbinar" em 2010. "Uma das razões do movimento é abrir o partido para essas novas lideranças", afirmou o deputado Alfredo Sirkis (RJ), aliado de Marina.
Embora Penna negue que a crise interna esteja afetando a expansão do partido, nos bastidores seus interlocutores trabalham para um acordo com o grupo de Marina. O grupo de Penna já concordou com a realização de eleições nos diretórios municipais e estaduais nos próximos meses. Amanhã, aliados de Marina e de Penna devem discutir a realização de uma convenção em julho para fazer mudanças no estatuto do partido, incluindo o fim do direito à reeleição dos atuais dirigentes e a eleição da executiva nacional, que deve ficar para novembro. "Esse processo de democratização é irreversível, mas agora está havendo diálogo. A temperatura interna está baixando, estou otimista", comemorou Sirkis.
Fonte: Daiene Cardoso – Agência Estado

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