terça-feira, 12 de julho de 2011

Dilma efetiva secretário-executivo como ministro dos Transportes

 

Ministro interino dos Transportes desde a demissão do senador Alfredo Nascimento (PR-AM) por suspeita de corrupção, Paulo Sérgio Passos será efetivado no cargo, por decisão da presidenta Dilma Rousseff. Novo ministro é filiado ao PR, partido de Nascimento que teria montado um esquema de desvio de verbas nos Transportes. Presidenta acredita que Passos tem perfil mais técnico e menos suscetível influência de correligionários.

BRASÍLIA – O secretário-executivo do ministério dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, ministro interino da pasta, será efetivado no cargo, por decisão da presidenta Dilma Rousseff. O anúncio foi feita na noite desta segunda-feira (11/07) pela Secretaria de Imprensa da Presidência, em nota que informava que Dilma tinha convidado Passos, e que ele tinha aceitado.

O novo ministro havia assumido provisoriamente o comando dos Transportes no dia 8 de julho, quando o senador Alfredo Nascimento (AM) pedira demissão por suspeitas de que participava de um esquema de desvio de verba pública no ministério em favor do partido dele, o PR.

Passos também pertence ao PR. Ele é servidor público de carreira e tinha se filiado durante a gestão de Nascimento, ainda no governo Lula, para melhorar o trânsito junto a deputados e senadores do partido.

O secretário-executivo era a opção preferencial de Dilma para o cargo desde a demissão de Nascimento. A presidenta vê em Passos alguém com perfil mais técnico e menos sujeito a influências de militantes do PR, o que seria desejável para melhorar a execução de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Ao mesmo tempo, Dilma pode dizer que, com Passos, o ministério dos Transportes continua na cota do PR, já que o novo ministro é filiado ao partido. Esta era a principal preocupação da presidenta: fazer a sucessão de Nascimento sem brigar com o PR e perder o apoio de deputados e senadores do partido em votações no Congresso.

O PR gostaria, no entanto, de ver um perfil oposto ao de Passos no cargo que controla desde 2003. Alguém com quem parlamentares do partido se sentissem mais à vontade para procurar quanto tivessem algum tipo de reivindicação para fazer, por exemplo.

A efetivação de Paulo Sérgio Passos deve ser publicada no Diário Oficial da União desta terça-feira (12/07).

No mesmo dia, o diretor-geral do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (DNIT), Luiz Antonio Pagot, participará de audiência pública no Senado para explicar a suposta participação dele no esquema que levou à demissão de Nascimento.

Depois de a denúncia ter sido feita em reportagem da revista Veja, Pagot tinha sido um dos nomes afastados do cargo pelo agora ex-ministro. Mas, ao contrário os outros três afastados, a exonoração de Pagot não foi formalizada até até agora no Diário Oficial. E não há certeza de que será. Depende das explicações que ele vai dar ao Senado.

A ida dele ao Senado resulta de convite feito pelos senadores Blairo Maggi (PR-MT) e Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP). O primeiro tem interesse nas explicações e Pagot porque é padrinho da indicação dele para comandar o DNIT, ainda no governo Lula. Pagot foi secretário de Maggi quando o atual senador governou o Mato Grosso.

Já o segundo, como adversário do governo, deseja prejudicar a gestão Dilma Rousseff ao expor Pagot a uma sabatina.

Fonte: Carta Maior

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