sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Há dez anos do mesmo lado

Editorial da Revista Fórum

O atento leitor já deve ter percebido na capa que esta é a edição comemorativa dos 10 anos da Fórum. Por isso, está um pouco diferente. Em primeiro lugar, mais robusta. Ao invés de 52 páginas, tem 64. Além disso, menos inédita e mais histórica. Traz uma seleção das dez entrevistas que consideramos as mais importantes desta década, com uma contextualização daqueles que as realizaram.

Cada uma das entrevistas remete a um momento histórico.

A começar pela primeira, de Mano Brown, que de algum jeito tem potencial tanto para nos fazer pensar sobre o que era o Brasil de 2001 como qual era a expectativa que tínhamos do País. Por outro lado, é simbólica do ponto de vista da importância que a periferia tinha há dez anos e da importância que tem hoje. Tanto por conta da visibilidade alcançada por projetos de cultura, como pela ascendência social de 35 milhões de brasileiros.

Depois, há três que de alguma forma abordam o contexto do governo Lula, incluindo sua principal crise, a do mensalão. As de José Dirceu e de Ciro Gomes tratam fundamentalmente disso, mas a da filósofa Marilena Chauí também pode ser incluída neste rol, porque suas reflexões se concentram em uma avaliação sobre o que foi o primeiro mandato do ex-presidente.

As entrevistas realizadas com Yasser Arafat e Raul Reyes (líder morto das Farc) são importantes não só pela relevância dos personagens, mas pelo contexto que aconteceram. Em ambos os casos nossos repórteres estiveram com esses líderes pouco antes de suas mortes. E Fórum foi o último veículo brasileiro a publicar entrevistas com eles.

Afora essas, completam a edição mais quatro entrevistas. As de Saramago, Boaventura de Sousa Santos, Eduardo Galeano e Sebastião Salgado. Quatro intelectuais comprometidos com o seu tempo. Sendo que os três primeiros tiveram alguma vinculação com o Fórum Social Mundial, que de alguma forma é o pai e a mãe desta publicação.

Por isso, nesta edição, renovamos o nosso compromisso da edição número 1. Naquele número, a frase que fechava o editorial era:

“Há lados. Enquanto houver. Um. O valor das coisas. Não às coisas do valor. Gente.”

Permanecemos do mesmo lado.

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