No primeiro encontro com Hugo Chávez desde a posse, Dilma Rousseff sinaliza que laços estreitos entre Brasil e Venezuela vão continuar, diz que países estão "determinados" a fazer da América do Sul uma "zona de paz e de democracia" e que tem "grande expectativa" por entrada do parceiro no Mercosul. Chávez chama Dilma de "querida amiga" e diz que relação Brasil-Venezuela não é mais baseada em "competência neoliberal".
BRASÍLIA – Diante da curiosidade geral que sua política externa desperta, a presidenta Dilma Rousseff reuniu-se nesta segunda-feira (06/06) com o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, e demonstrou intenção de manter os laços estreitos estabelecidos pelos dois países no governo Lula.
Depois de conversarem a sós e acompanhados por ministros e de observarem auxiliares assinarem acordos bilaterais, Dilma e Chávez fizeram uma declaração pública afinada, em que buscaram enfatizar a harmonia e a importância de uma relação profunda entre os dois países.
“Sua presença entre nós comprova a elevada estima e a parceria estratégica que liga o Brasil à Venezuela (…) Todas as atividades e as cooperações que nós já realizamos juntos mostram como é produtivo e como são amplos os nossos interesses comuns”, afirmou a presidenta.
“Estamos desenvolvendo um novo modelo de relacionamento, que não se limita à competência, muito própria dos modelos neoliberais. Não. Nós estamos criando um modelo de complementação e de cooperação”, disse Chávez. "Esta diâmica integradora Brasil-Venezuela, sigamos fortalecendo", completou.
No pronunciamento, Dilma referiu-se por três vezes ao tema da “democracia”, que costuma ser usada por críticos do governo petista para contestar a proximidade brasileira de um país supostamente autoritário.
Primeiro, disse que Brasil e Venezuela estão unidos pela “determinação de fazer do espaço sul-americano uma zona de paz, de democracia, cooperação e crescimento econômico, com inclusão social e respeito aos direitos humanos”.
Depois, que o Brasil estará ao lado da Venezuela para que, “nesta parte do mundo”, haja “um mundo democrático, respeitador dos direitos humanos e, sobretudo, de um mundo que passa por grandes transformações, na medida em que seus povos passam a ter condições de repartir as riquezas produzidas nesta região”.
E encerrou sua fala afirmando ter certeza de que ela e Chávez vão contribuir “para construir, de forma sólida, países desenvolvidos e países democráticos”.
No discurso, Dilma disse também ter “grande expectativa” pela entrada da Venezuela no Mercosul, cuja concretização ainda depende de aprovação do Congresso do Paraguai – Brasil, Argentina e Uruguai já o fizeram. Garantiu que órgãos públicos e empresas privadas brasileiros continuarão a investir na Venezuela e a apoiar o desenvolvimento daquele país.
Também cumprimentou Chávez por ter conduzido a criação da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), cuja constituição formal deverá ocorrer em Caracas no próximo dias 5 de julho. Dilma vai viajar a Caracas para participar do encontro.
De sua parte, Chávez não economizou nas referências positivas à presidenta brasileira. Contou que, na primeira vez em que os dois se encontraram, no governo Lula, com ela no ministério de Minas e Energia, Dilma "roubou seu coração" de imediato, mesmo sem conhecê-la.
Chamou-a de "querida amiga". Elogiou-a por ter lançado o programa Brasil Sem Miséria, de erradicação da pobreza extrema, e pelo que enxerga de "visão estratégica, geopolítica e humana" na presidenta, que estava sorridente e parecia contente com as mesuras e simpatias do convidado.
E fez coro ao entusiasmo de Dilma quanto ao papel que Brasil e Venezuela desempenham para fazer da América Latina "uma zona de paz". "Aqui não queremos mais guerra nem bombardeios, nem desestabilização induzida por fatores exógenos", declarou.
Chávez deveria ter vindo ao Brasil no dia 10 de maio, mas um problema no joelho obrigou-o a cancelar a viagem. Por causa das dores que ainda sente, o venezuelano não subiu a rampa do Palácio do Planalto, formalidade tradicional nas visitas oficiais de presidentes estrangeiros.
Além das conversas no Planalto, Dilma e Chávez também almoçaram no Palácio do Itamaraty, sede do ministério das Relações Exteriores. A visita durou cerca de cinco horas. Ele deixaria o Brasil com destino ao Equador, para visitar o presidente de lá, Rafael Correa.
O próximo encontro entre Dilma e Chávez deve acontecer dia 5 de julho, em Caracas, por ocasião da contituição formal da Celac. Os dois combinaram de manter reuniões periódicas como Chávez fazia com Lula.
Por André Barrocal - CM
Depois de conversarem a sós e acompanhados por ministros e de observarem auxiliares assinarem acordos bilaterais, Dilma e Chávez fizeram uma declaração pública afinada, em que buscaram enfatizar a harmonia e a importância de uma relação profunda entre os dois países.
“Sua presença entre nós comprova a elevada estima e a parceria estratégica que liga o Brasil à Venezuela (…) Todas as atividades e as cooperações que nós já realizamos juntos mostram como é produtivo e como são amplos os nossos interesses comuns”, afirmou a presidenta.
“Estamos desenvolvendo um novo modelo de relacionamento, que não se limita à competência, muito própria dos modelos neoliberais. Não. Nós estamos criando um modelo de complementação e de cooperação”, disse Chávez. "Esta diâmica integradora Brasil-Venezuela, sigamos fortalecendo", completou.
No pronunciamento, Dilma referiu-se por três vezes ao tema da “democracia”, que costuma ser usada por críticos do governo petista para contestar a proximidade brasileira de um país supostamente autoritário.
Primeiro, disse que Brasil e Venezuela estão unidos pela “determinação de fazer do espaço sul-americano uma zona de paz, de democracia, cooperação e crescimento econômico, com inclusão social e respeito aos direitos humanos”.
Depois, que o Brasil estará ao lado da Venezuela para que, “nesta parte do mundo”, haja “um mundo democrático, respeitador dos direitos humanos e, sobretudo, de um mundo que passa por grandes transformações, na medida em que seus povos passam a ter condições de repartir as riquezas produzidas nesta região”.
E encerrou sua fala afirmando ter certeza de que ela e Chávez vão contribuir “para construir, de forma sólida, países desenvolvidos e países democráticos”.
No discurso, Dilma disse também ter “grande expectativa” pela entrada da Venezuela no Mercosul, cuja concretização ainda depende de aprovação do Congresso do Paraguai – Brasil, Argentina e Uruguai já o fizeram. Garantiu que órgãos públicos e empresas privadas brasileiros continuarão a investir na Venezuela e a apoiar o desenvolvimento daquele país.
Também cumprimentou Chávez por ter conduzido a criação da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), cuja constituição formal deverá ocorrer em Caracas no próximo dias 5 de julho. Dilma vai viajar a Caracas para participar do encontro.
De sua parte, Chávez não economizou nas referências positivas à presidenta brasileira. Contou que, na primeira vez em que os dois se encontraram, no governo Lula, com ela no ministério de Minas e Energia, Dilma "roubou seu coração" de imediato, mesmo sem conhecê-la.
Chamou-a de "querida amiga". Elogiou-a por ter lançado o programa Brasil Sem Miséria, de erradicação da pobreza extrema, e pelo que enxerga de "visão estratégica, geopolítica e humana" na presidenta, que estava sorridente e parecia contente com as mesuras e simpatias do convidado.
E fez coro ao entusiasmo de Dilma quanto ao papel que Brasil e Venezuela desempenham para fazer da América Latina "uma zona de paz". "Aqui não queremos mais guerra nem bombardeios, nem desestabilização induzida por fatores exógenos", declarou.
Chávez deveria ter vindo ao Brasil no dia 10 de maio, mas um problema no joelho obrigou-o a cancelar a viagem. Por causa das dores que ainda sente, o venezuelano não subiu a rampa do Palácio do Planalto, formalidade tradicional nas visitas oficiais de presidentes estrangeiros.
Além das conversas no Planalto, Dilma e Chávez também almoçaram no Palácio do Itamaraty, sede do ministério das Relações Exteriores. A visita durou cerca de cinco horas. Ele deixaria o Brasil com destino ao Equador, para visitar o presidente de lá, Rafael Correa.
O próximo encontro entre Dilma e Chávez deve acontecer dia 5 de julho, em Caracas, por ocasião da contituição formal da Celac. Os dois combinaram de manter reuniões periódicas como Chávez fazia com Lula.
Por André Barrocal - CM
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