quinta-feira, 16 de junho de 2011

Wagner pressiona por fim da guerra fiscal

Os governadores das regiões Norte e Nordeste entregaram ontem à presidente Dilma Rousseff (PT) a Carta de Brasília. Durante um café da manhã no Palácio da Alvorada, os gestores deram continuidade à maratona em prol do fim de guerra fiscal.

Eles entregaram à presidente da República uma proposta conjunta de reforma tributária, cujo eixo central é criação de um sistema de compensação que garanta a permanência dos investimentos nos estados das duas regiões após o fim das reduções do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS).

Atualmente, bens produzidos no Nordeste, Norte e Centro-Oeste pagam 12% do imposto nos seus estados de origem e outros 5% no
destino. Já as mercadorias fabricadas nas regiões Sul e Sudeste (com exceção do Espírito Santo) pagam 7% nas fronteiras dos seus estados e mais 10% ao entrar em outras unidades federativas.

A sugestão dos 16 governadores participantes é a de que 100% do imposto seja recolhido pelo estado que recebe a mercadoria.

“O importante é que o clima reinante é de entendimento; buscamos o consenso para chegarmos a uma solução que seja benéfica para os estados do Norte e do Nordeste, bem como para toda a União”, disse o governador Jaques Wagner.

Ele defende o fim da guerra fiscal, mas ressalta que as medidas não devem pôr em xeque a
sustentabilidade dos estados mais pobres.

A Carta de Brasília foi elaborada pelos governantes com base na Carta de
Fortaleza, redigida pelos próprios na última sexta-feira (10), na capital cearense. 

O documento é composto por dez itens, entre eles o que prevê a preservação do percentual de 85% “historicamente destinado aos estados das regiões menos desenvolvidas”; e outro que clama pela abertura de linha de crédito proveniente do Banco
Nacional do Desenvolvimento (BNDES) aos estados a fim de manter o nível de investimento dos últimos anos. Após o café da manhã com Dilma, a comitiva de governadores se encontrou com o presidente do Senado, José Sarney (PMDB).

A pauta foi exclusiva para tratar do modelo de partilha dos royalties do pré-sal. Wagner defende a participação de todos os estados na divisão dos lucros. Na interpretação do chefe do Executivo baiano, “o pré-sal é patrimônio da nação e deve servir como vetor de descentralização do desenvolvimento”. (Romulo Faro - TB)

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