Por Celso Jardim, no sítio da CTB:
Paulo Vinícius, sociólogo, milita nos movimentos estudantis desde 1991, da geração cara-pintada do "Fora Collor", foi ativo participante de grêmios estudantis da ETFCE - Escola Técnica Federal do Ceará e do Diretório Central dos Estudantes da UFC – Universidade Federal do Ceará.
Durante o período de 2001 a 2005 foi Diretor de Relações Internacionais da UNE (União Nacional dos Estudantes); em 2003, representou a entidade na OCLAE - Organização Continental Latino-americana e Caribenha de Estudantes e no Fórum Social Mundial. Na UJS (União da Juventude Socialista) foi diretor de Solidariedade Internacional e de Formação.
PV, como é conhecido, é Secretário de Políticas para a Juventude Trabalhadora da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil e também membro do CONJUVE - Conselho Nacional de Juventude, concedeu entrevista ao portal da CTB;
O desenvolvimento econômico dos últimos trouxe novas perspectivas para a juventude trabalhadora no país?
Vivemos um momento especial para a juventude brasileira. Há um bônus demográfico, ou seja, uma situação favorável em que os jovens 15 a 34 anos somam 35% da população total, algo em torno de 67 milhões de pessoas. Nunca houve e, se cumprida a tendência da curva de crescimento da população, nem haverá tantos jovens quanto agora, em plena idade produtiva e em busca de um lugar na sociedade. Essa juventude, ademais, vive em uma democracia pujante como a brasileira, e em um momento em que todas as condições estão dadas para conquistarmos um Novo Desenvolvimento para o Brasil.
E essa juventude é determinante para o êxito desse novo momento do país, e por outro lado, integrá-la ao desenvolvimento e à vida adulta de modo exitoso é decisivo para esse novo momento do Brasil. Pois se a juventude é a maior vítima proporcional do desemprego, se ela não tem educação e uma qualificação profissional, se seu ingresso no mercado de trabalho é precário e sem direitos, se ela não pode se expressar e viver sua identidade, sexualidade, se ela não tem acesso à previdência, ao crédito e à terra, como o Brasil vencerá nesse novo momento econômico? Assim as políticas para a juventude são fundamentais para o Brasil dar um salto no rumo do desenvolvimento com valorização do trabalho.
Nessa recente explosão de manifestações e passeatas notamos a presença de muitos jovens, a que você atribui essa participação maciça da juventude?
A juventude que ser parte integral da sociedade e quer dar sua contribuição. Esse peso numérico que ela tem hoje dá uma perfeita possibilidade de isso ter dimensões de massa. As jovens mulheres têm cada vez mais presença na sociedade e no mercado de trabalho, e exigem liberdade, direitos iguais e em especial ao seu próprio corpo. A luta em defesa da livre orientação sexual e contra a homofobia é uma expressão clara de uma parcela importante da sociedade, e também de jovens que desejam viver suas vidas e seu amor sem constrangimentos ou violência.
A luta dos estudantes por uma Reforma da Educação e dos trabalhadores jovens pelo emprego e a qualificação profissional, e pelo direito de continuar estudando são batalhas concretas, pois a moçada quer ter casa, constituir família, ter uma vida profissional e ajudar o Brasil. E por fim, a luta contra a criminalização dos usuários, contra a ausência de políticas de saúde compatíveis com o estágio da epidemia da dependência química e contra o tratamento policialesco e o cerceamento do debate fecham o quadro de referência que estou traçando.
Em todos esses fenômenos que tem ganhado a mídia e a sociedade estão no centro os dilemas da juventude a buscar seu espaço na sociedade brasileira. Em todos, trata-se do direito a ser reconhecido, respeitado, incluído e de ser parte do mundo produtivo. O desafio do movimento sindical - e não apenas dos jovens que atuam na CTB - é dar ouvidos a essas demanda, ouvir as nossas bases sindicais, e fazer do movimento sindical um movimento mais completo, sem abrir mão do classismo, da luta contra o capitalismo, unindo as pontas de uma mesma luta pela emancipação dos trabalhadores.
Como os jovens participam e analisam a pauta de reivindicações do movimento sindical, em especial da Juventude da CTB.
Estamos plenamente sintonizados com a Agenda Nacional da Classe Trabalhadora, aprovada na II CONCLAT porque o Brasil precisa crescer, precisa desenvolver sua economia a taxas superiores a 4% ao ano, precisa valorizar o trabalho, pois isso é fundamental para que o desemprego juvenil caia e a juventude possa se incorporar plenamente no mundo do trabalho, e m condições dignas, sem discriminações, e encontre assim seu lugar na vida.
Enquanto vamos demorando nesse caminho, fazendo as concessões que se fazem aos banqueiros, o resultado está aí pelas ruas, no crack e nas drogas feitas para exterminar a juventude da periferia, nas prisões que tem um percentual absurdo de jovens, em especial negros, no desperdício do talento de uma moçada que está cheia de força de vontade e disposição, mas sem a qualificação que lhes desenvolva os talentos e sem a oportunidade de mostrar serviço.
E essa pauta geral do movimento sindical precisa descer para ver essa realidade. Para nós, por exemplo, é importantíssimo influir no PRONATEC, ter um Plano Nacional de Educação que chegue aos jovens trabalhadores, a luta contra a Precarização, contra a terceirização sem limites, pela isonomia e pela sucessão, assuntos muito importantes no debate dos jovens trabalhadores
Como será a participação da CTB no 52º Congresso da UNE?
A UNE é uma importante parceira da CTB e o seu congresso é o maior evento da juventude brasileira, por isso a CTB participará de suas atividades com muita alegria. O Presidente da CTB, Wagner Gomes foi convidado a participar e falar na abertura do Congresso. Vários militantes, amigos e simpatizantes vem de todos os estados como delegados porque também são estudantes, e queremos fazer contato com todos e todas para integrar toda essa moçada em nosso trabalho juvenil. Por isso a juventude terá um stand no Congresso. Nele os sindicalistas da CTB poderão aparecer, distribuir seus materiais, trocar umas ideias.
No dia 14 de julho, realizaremos uma reunião do Coletivo Nacional de Jovens Trabalhadores. Pedimos inclusive a compreensão das direções estaduais e dos principais sindicatos da CTB a apoiarem a ida dos estados para essa importante atividade. Vai ser uma reunião fundamental para tratar de nossa I Plenária Nacional da Juventude da CTB, que acontecerá em dezembro. Tratará também de nossas propostas e participação nas conferências de juventude que já acontecem em estados e municípios e que antecedem a 2ª Conferência Nacional de Juventude. E no dia 15 de julho, eu participarei de um dos debates do Congresso, tratando de Educação e Trabalho. Então, esperamos encontrar a juventude da CTB no Congresso da UNE e também aprender com eles, pois a UNE é uma importantíssima referência do movimento juvenil, e seu 52º Congresso será muito importante para esse próximo período.
Paulo Vinícius, sociólogo, milita nos movimentos estudantis desde 1991, da geração cara-pintada do "Fora Collor", foi ativo participante de grêmios estudantis da ETFCE - Escola Técnica Federal do Ceará e do Diretório Central dos Estudantes da UFC – Universidade Federal do Ceará.
Durante o período de 2001 a 2005 foi Diretor de Relações Internacionais da UNE (União Nacional dos Estudantes); em 2003, representou a entidade na OCLAE - Organização Continental Latino-americana e Caribenha de Estudantes e no Fórum Social Mundial. Na UJS (União da Juventude Socialista) foi diretor de Solidariedade Internacional e de Formação.
PV, como é conhecido, é Secretário de Políticas para a Juventude Trabalhadora da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil e também membro do CONJUVE - Conselho Nacional de Juventude, concedeu entrevista ao portal da CTB;
O desenvolvimento econômico dos últimos trouxe novas perspectivas para a juventude trabalhadora no país?
Vivemos um momento especial para a juventude brasileira. Há um bônus demográfico, ou seja, uma situação favorável em que os jovens 15 a 34 anos somam 35% da população total, algo em torno de 67 milhões de pessoas. Nunca houve e, se cumprida a tendência da curva de crescimento da população, nem haverá tantos jovens quanto agora, em plena idade produtiva e em busca de um lugar na sociedade. Essa juventude, ademais, vive em uma democracia pujante como a brasileira, e em um momento em que todas as condições estão dadas para conquistarmos um Novo Desenvolvimento para o Brasil.
E essa juventude é determinante para o êxito desse novo momento do país, e por outro lado, integrá-la ao desenvolvimento e à vida adulta de modo exitoso é decisivo para esse novo momento do Brasil. Pois se a juventude é a maior vítima proporcional do desemprego, se ela não tem educação e uma qualificação profissional, se seu ingresso no mercado de trabalho é precário e sem direitos, se ela não pode se expressar e viver sua identidade, sexualidade, se ela não tem acesso à previdência, ao crédito e à terra, como o Brasil vencerá nesse novo momento econômico? Assim as políticas para a juventude são fundamentais para o Brasil dar um salto no rumo do desenvolvimento com valorização do trabalho.
Nessa recente explosão de manifestações e passeatas notamos a presença de muitos jovens, a que você atribui essa participação maciça da juventude?
A juventude que ser parte integral da sociedade e quer dar sua contribuição. Esse peso numérico que ela tem hoje dá uma perfeita possibilidade de isso ter dimensões de massa. As jovens mulheres têm cada vez mais presença na sociedade e no mercado de trabalho, e exigem liberdade, direitos iguais e em especial ao seu próprio corpo. A luta em defesa da livre orientação sexual e contra a homofobia é uma expressão clara de uma parcela importante da sociedade, e também de jovens que desejam viver suas vidas e seu amor sem constrangimentos ou violência.
A luta dos estudantes por uma Reforma da Educação e dos trabalhadores jovens pelo emprego e a qualificação profissional, e pelo direito de continuar estudando são batalhas concretas, pois a moçada quer ter casa, constituir família, ter uma vida profissional e ajudar o Brasil. E por fim, a luta contra a criminalização dos usuários, contra a ausência de políticas de saúde compatíveis com o estágio da epidemia da dependência química e contra o tratamento policialesco e o cerceamento do debate fecham o quadro de referência que estou traçando.
Em todos esses fenômenos que tem ganhado a mídia e a sociedade estão no centro os dilemas da juventude a buscar seu espaço na sociedade brasileira. Em todos, trata-se do direito a ser reconhecido, respeitado, incluído e de ser parte do mundo produtivo. O desafio do movimento sindical - e não apenas dos jovens que atuam na CTB - é dar ouvidos a essas demanda, ouvir as nossas bases sindicais, e fazer do movimento sindical um movimento mais completo, sem abrir mão do classismo, da luta contra o capitalismo, unindo as pontas de uma mesma luta pela emancipação dos trabalhadores.
Como os jovens participam e analisam a pauta de reivindicações do movimento sindical, em especial da Juventude da CTB.
Estamos plenamente sintonizados com a Agenda Nacional da Classe Trabalhadora, aprovada na II CONCLAT porque o Brasil precisa crescer, precisa desenvolver sua economia a taxas superiores a 4% ao ano, precisa valorizar o trabalho, pois isso é fundamental para que o desemprego juvenil caia e a juventude possa se incorporar plenamente no mundo do trabalho, e m condições dignas, sem discriminações, e encontre assim seu lugar na vida.
Enquanto vamos demorando nesse caminho, fazendo as concessões que se fazem aos banqueiros, o resultado está aí pelas ruas, no crack e nas drogas feitas para exterminar a juventude da periferia, nas prisões que tem um percentual absurdo de jovens, em especial negros, no desperdício do talento de uma moçada que está cheia de força de vontade e disposição, mas sem a qualificação que lhes desenvolva os talentos e sem a oportunidade de mostrar serviço.
E essa pauta geral do movimento sindical precisa descer para ver essa realidade. Para nós, por exemplo, é importantíssimo influir no PRONATEC, ter um Plano Nacional de Educação que chegue aos jovens trabalhadores, a luta contra a Precarização, contra a terceirização sem limites, pela isonomia e pela sucessão, assuntos muito importantes no debate dos jovens trabalhadores
Como será a participação da CTB no 52º Congresso da UNE?
A UNE é uma importante parceira da CTB e o seu congresso é o maior evento da juventude brasileira, por isso a CTB participará de suas atividades com muita alegria. O Presidente da CTB, Wagner Gomes foi convidado a participar e falar na abertura do Congresso. Vários militantes, amigos e simpatizantes vem de todos os estados como delegados porque também são estudantes, e queremos fazer contato com todos e todas para integrar toda essa moçada em nosso trabalho juvenil. Por isso a juventude terá um stand no Congresso. Nele os sindicalistas da CTB poderão aparecer, distribuir seus materiais, trocar umas ideias.
No dia 14 de julho, realizaremos uma reunião do Coletivo Nacional de Jovens Trabalhadores. Pedimos inclusive a compreensão das direções estaduais e dos principais sindicatos da CTB a apoiarem a ida dos estados para essa importante atividade. Vai ser uma reunião fundamental para tratar de nossa I Plenária Nacional da Juventude da CTB, que acontecerá em dezembro. Tratará também de nossas propostas e participação nas conferências de juventude que já acontecem em estados e municípios e que antecedem a 2ª Conferência Nacional de Juventude. E no dia 15 de julho, eu participarei de um dos debates do Congresso, tratando de Educação e Trabalho. Então, esperamos encontrar a juventude da CTB no Congresso da UNE e também aprender com eles, pois a UNE é uma importantíssima referência do movimento juvenil, e seu 52º Congresso será muito importante para esse próximo período.
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