A inflação de junho, medida pelo IPCA, teve uma variação de 0,15% sobre maio. Bem menor que a alta de 0,4% observada em maio em relação a abril. Mas a taxa acumulada em 12 meses subiu para 6,71%, porque o bimestre maio/junho do ano passado, que agora sai do cálculo, registrou uma variação de apenas 0,43% contra 0,55% agora. O mesmo efeito estatístico deve repetir-se em julho, porque o IPCA do mês em 2010 foi de apenas 0,01%. Em resumo, a inflação pode estar com ímpeto declinante, como de fato ocorreu agora em junho, mas subir em 12 meses pelo efeito estatístico e colidir assim com o teto da meta doo Banco Central, de 6,5% para este ano. Por conta disso,os 'mercados', alvoroçados, já pressionam por mais duas altas na taxa de juro sideral do país, hoje em 12,25%, e que desse modo poderá fechar 2011 em 12,75% (um juro real da ordem de 6%). Como no resto do mundo a taxa real é zero, ou menos que isso, compreende-se a avalanche de capitais especulativos que vem engordar no pasto viçoso da ortodoxia nativa. Tornar-se a grande fazenda de engorda rentista do planeta custa caro ao país: o dólar barato decorrente desse afluxo de capitais transfere demanda e empregos para o exterior via importações. Nesta 5º feira, o dólar foi cotado a R$ 1,558, um dos níveis mais baixos desde 1999.
(Carta Maior; 6º feira, 08/07/ 2011)
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