Aqui está o perfil resumido dos protagonistas do escândalo das escutas ilegais do lado do News of the World e as suas ligações à política e à polícia do Reino Unido. Quem são James Murdoch, Rebekah Brooks, Andy Coulson, Paul Stephenson, Andy Hayman e Sean Hoare? Filho do magnata australiano da mídia internacional, James Murdoch, por exemplo, esteve envolvido nas negociações milionárias com algumas das vítimas das escutas ilegais feitas pelo jornal para desistirem das queixas em tribunal e assinarem uma cláusula de confidencialidade.
Esquerda.net
James Murdoch - Filho do magnata da mídia, preside a News Corp. Europa e Ásia, controlando as televisões e a imprensa do grupo nessas regiões. É também presidente não-executivo da tv BskyB, por conta da posição minoritária que o grupo ali detém, embora a administração se prepare para rever a sua posição depois de ter visto evaporarem 2,7 bilhões de euros no valor bolsista da empresa após ter abortado o negócio de compra da parte do Estado na BskyB.
James Murdoch esteve envolvido nas negociações milionárias com algumas das vítimas das escutas ilegais feitas pelo jornal para desistirem das queixas em tribunal e assinarem uma cláusula de confidencialidade. Aos deputados da comissão parlamentar, disse que nunca teve conhecimento de quaisquer escutas, nem que o detetive preso em 2007 continuasse a ter as despesas legais pagas pela empresa ainda hoje.
Rebekah Brooks - Desde 2009 era a chefe da News International, dona dos jornais de Murdoch no Reino Unido. Foi editora do News of the World e o primeiro escândalo das escutas ilegais feitas pelo jornal refere-se ao seu mandato, que durou entre 2000 e 2003. Partiu para o tablóide Sun, do mesmo grupo, onde se manteve até ascender à administração do grupo. Este ano, o novo escândalo acabou por ser fatal para a ex-editora, ao descobrir-se que em 2002 o tablóide tinha acedido ilegalmente ao voice-mail do telemóvel de uma menina desaparecida para acessar as mensagens dos pais, apagando-as depois para permitir que outras chegassem.
A opinião pública virou-se contra Rebekah, que não resistiu às críticas e demitiu-se a 15 de julho. Dois dias depois foi presa e está em liberdade após ter pago fiança. A proximidade com o poder político é a imagem de marca de Rebekah Brooks: amiga de Blair e Brown, é com o atual primeiro-ministro David Cameron que tem uma relação mais próxima. Ambos têm propriedades na mesma zona e visitam-se com frequência, inclusive na última festa de natal em casa de Rebekah, onde também compareceram James e Rupert Murdoch, que a considera a sua "quinta filha".
A festa aconteceu 48 horas depois do primeiro-ministro ter tirado o dossier da venda da televisão BskyB à News Corporation ao secretário da Economia: Vince Cable tinha dito a jornalistas encobertos - que foram falar com ele enquanto eleitores - que tinha "declarado guerra" a Murdoch e queria impedir o negócio.
Andy Coulson - Foi editor do News of the World entre 2003 e 2007 e teve de se demitir quando o primeiro escândalo das escutas resultou na condenação dum repórter do jornal. Foi contratado pelo Partido Conservador para dirigir a comunicação de David Cameron, então líder da oposição. Quando Cameron ganhou as eleições - com forte apoio da imprensa de Murdoch - Andy Coulson seguiu para Downing Street com as mesmas tarefas, sendo o assessor mais bem pago do governo. Em janeiro deste ano, quando surgem as primeiras notícias sobre a verdadeira dimensão do caso das escutas, Coulson demite-se. Em 8 de julho foi preso no decurso a investigação policial.
Andy Hayman - Ascendeu na carreira policial até se tornar responsável pelo contra-terrorismo no Reino Unido, tendo dirigido as investigações aos atentados de julho de 2005 em Londres e sido muito criticado pela operação policial que matou o brasileiro Jean Charles de Menezes no metro londrino. Andy Hayman liderou também o primeiro inquérito às escutas ilegais do News of the World, que circunscreveu o caso a apenas algumas das vítimas. Foi entretanto descoberto que aceitou jantar com executivos da News International durante a investigação. Quando saiu da polícia, foi trabalhar como colunista de um dos jornais do grupo News International.
Paul Stephenson - Ocupou o posto mais alto da polícia britânica até se demitir no passado dia 15 de Julho, pelas ligações a um antigo editor do News of the World, Neil Wallis. Stephenson contratou-o para consultor da polícia em part-time entre Setembro de 2009 e Outubro de 2010, altura em que a polícia repetia não ser necessário abrir mais investigações sobre as escutas ilegais. Para piorar a situação, Paul Stephenson aceitou a oferta duma estadia prolongada num spa de luxo onde Wallis era relações públicas, no valor de 13600 euros. No seu último acto enquanto chefe da polícia, disse à comissão parlamentar que tentara alertar o primeiro-ministro para as implicações do caso em Setembro de 2010, mas foi impedido de trazer o assunto à agenda dos encontros pelo gabinete do PM.
Sean Hoare - Encontrado morto em sua casa na véspera da audição parlamentar dos responsáveis da News International, Hoare foi o primeiro jornalista do News of the World a dizer que Andy Coulson tinha conhecimento das escutas e que incentivava o seu uso na redação do jornal para obter notícias exclusivas. Hoare e Coulson foram amigos desde o tempo em que trabalharam os dois no Sun, e o primeiro diz que continuou a informar o editor das escutas que fazia para o News of the World. Hoare foi a fonte das primeiras notícias do New York Times sobre o escândalo das escutas e uma semana antes de morrer acusou o News of the World de pagar 300 libras a polícias por cada pedido de dados de localização de telemóveis.
James Murdoch esteve envolvido nas negociações milionárias com algumas das vítimas das escutas ilegais feitas pelo jornal para desistirem das queixas em tribunal e assinarem uma cláusula de confidencialidade. Aos deputados da comissão parlamentar, disse que nunca teve conhecimento de quaisquer escutas, nem que o detetive preso em 2007 continuasse a ter as despesas legais pagas pela empresa ainda hoje.
Rebekah Brooks - Desde 2009 era a chefe da News International, dona dos jornais de Murdoch no Reino Unido. Foi editora do News of the World e o primeiro escândalo das escutas ilegais feitas pelo jornal refere-se ao seu mandato, que durou entre 2000 e 2003. Partiu para o tablóide Sun, do mesmo grupo, onde se manteve até ascender à administração do grupo. Este ano, o novo escândalo acabou por ser fatal para a ex-editora, ao descobrir-se que em 2002 o tablóide tinha acedido ilegalmente ao voice-mail do telemóvel de uma menina desaparecida para acessar as mensagens dos pais, apagando-as depois para permitir que outras chegassem.
A opinião pública virou-se contra Rebekah, que não resistiu às críticas e demitiu-se a 15 de julho. Dois dias depois foi presa e está em liberdade após ter pago fiança. A proximidade com o poder político é a imagem de marca de Rebekah Brooks: amiga de Blair e Brown, é com o atual primeiro-ministro David Cameron que tem uma relação mais próxima. Ambos têm propriedades na mesma zona e visitam-se com frequência, inclusive na última festa de natal em casa de Rebekah, onde também compareceram James e Rupert Murdoch, que a considera a sua "quinta filha".
A festa aconteceu 48 horas depois do primeiro-ministro ter tirado o dossier da venda da televisão BskyB à News Corporation ao secretário da Economia: Vince Cable tinha dito a jornalistas encobertos - que foram falar com ele enquanto eleitores - que tinha "declarado guerra" a Murdoch e queria impedir o negócio.
Andy Coulson - Foi editor do News of the World entre 2003 e 2007 e teve de se demitir quando o primeiro escândalo das escutas resultou na condenação dum repórter do jornal. Foi contratado pelo Partido Conservador para dirigir a comunicação de David Cameron, então líder da oposição. Quando Cameron ganhou as eleições - com forte apoio da imprensa de Murdoch - Andy Coulson seguiu para Downing Street com as mesmas tarefas, sendo o assessor mais bem pago do governo. Em janeiro deste ano, quando surgem as primeiras notícias sobre a verdadeira dimensão do caso das escutas, Coulson demite-se. Em 8 de julho foi preso no decurso a investigação policial.
Andy Hayman - Ascendeu na carreira policial até se tornar responsável pelo contra-terrorismo no Reino Unido, tendo dirigido as investigações aos atentados de julho de 2005 em Londres e sido muito criticado pela operação policial que matou o brasileiro Jean Charles de Menezes no metro londrino. Andy Hayman liderou também o primeiro inquérito às escutas ilegais do News of the World, que circunscreveu o caso a apenas algumas das vítimas. Foi entretanto descoberto que aceitou jantar com executivos da News International durante a investigação. Quando saiu da polícia, foi trabalhar como colunista de um dos jornais do grupo News International.
Paul Stephenson - Ocupou o posto mais alto da polícia britânica até se demitir no passado dia 15 de Julho, pelas ligações a um antigo editor do News of the World, Neil Wallis. Stephenson contratou-o para consultor da polícia em part-time entre Setembro de 2009 e Outubro de 2010, altura em que a polícia repetia não ser necessário abrir mais investigações sobre as escutas ilegais. Para piorar a situação, Paul Stephenson aceitou a oferta duma estadia prolongada num spa de luxo onde Wallis era relações públicas, no valor de 13600 euros. No seu último acto enquanto chefe da polícia, disse à comissão parlamentar que tentara alertar o primeiro-ministro para as implicações do caso em Setembro de 2010, mas foi impedido de trazer o assunto à agenda dos encontros pelo gabinete do PM.
Sean Hoare - Encontrado morto em sua casa na véspera da audição parlamentar dos responsáveis da News International, Hoare foi o primeiro jornalista do News of the World a dizer que Andy Coulson tinha conhecimento das escutas e que incentivava o seu uso na redação do jornal para obter notícias exclusivas. Hoare e Coulson foram amigos desde o tempo em que trabalharam os dois no Sun, e o primeiro diz que continuou a informar o editor das escutas que fazia para o News of the World. Hoare foi a fonte das primeiras notícias do New York Times sobre o escândalo das escutas e uma semana antes de morrer acusou o News of the World de pagar 300 libras a polícias por cada pedido de dados de localização de telemóveis.
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