terça-feira, 9 de agosto de 2011

O imperialismo não é invencível

O ataque que as tropas de ocupação do imperialismo estadunidense e da Otan no Afeganistão sofreram no último sábado (6) representou um duro golpe para a estratégia imperialista, expondo as suas contradições . Ao longo do ano em curso, os agressores têm realizado bombardeios sistemáticos em localidades que identificam como “redutos do inimigo”. São operações especiais para caçar combatentes do Taliban, mas invariavelmente a população civil é atingida, provocando reações dentro do próprio governo títere de Hamid Karzai.

Desta vez, o grupo de elite denominado Seal, o mesmo que assassinou Osama Bin Laden, foi atingido pelas forças da resistência, resultando na morte de 31 soldados estadunidenses e sete oficiais do governo afegão. Foi a maior perda de vidas norte-americanas no Afeganistão num único incidente desde que a guerra começou há dez anos.

O imperialismo norte-americano e seus aliados da Otan - organização que ampliou o escopo da sua ação agressiva com a adoção no ano passado de uma nova doutrina estratégica - anunciou para efeitos propagandísticos um plano de retirada do país centro-asiático. O fato, porém, é que o Afeganistão continua ocupado por cerca de 133.000 soldados da Otan, a maioria deles membros das Forças Armadas dos EUA.

O presidente Barack Obama enalteceu o “heroísmo” dos soldados mortos dizendo que morreram em nome da segurança dos Estados Unidos e que o país continuará levando adiante a “guerra ao terrorismo”. A mídia monopolista internacional e a brasileira colonizada noticiaram a derrubada do helicóptero da Otan/EUA como um ato terrorista. Na verdade, foi um confronto, um episódio de guerra que, tal como outros tantos ocorridos ao longo de 2011, é revelador de que os agressores estão sofrendo sucessivos reveses e o número de baixas só tem aumentado.

Em 7 de outubro próximo, a ocupação do Afeganistão completará dez anos. As forças imperialistas vão iniciar a segunda década dessa inglória guerra sem conquistar nenhum dos propalados objetivos de promover a paz e a segurança internacional. É duvidoso que o reconhecimento do heroísmo dos caídos nessa guerra em nome da segurança dos EUA e dos países da Otan convençam as populações estadunidense e européia de sua legitimidade.

Os tempos atuais não são propícios a esse tipo de violência, embora esta seja cada vez mais típica dos métodos de exercício da “governabilidade” mundial pelas potências imperialistas. Muito ao contrário, o país centro-asiático está sendo o cenário de uma vergonhosa derrota dos militaristas e agressores estadunidenses e europeus. Desde o processo de descolonização que se intensificou e praticamente se completou durante a segunda metade do século 20, elevou-se a consciência dos povos para defender a soberania e a autodeterminação. As guerras imperialistas são um anacronismo, como é o próprio imperialismo. Inexoravelmente elas despertam a resistência dos povos. Estão certas as forças políticas e os movbimentos sociais que dizem que o imperialismo não é invencível e será derrotado. (Editorial Vermelho)

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