sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Antichavista busca apoio de FHC, Collor e Sarney

O pretenso líder da oposição venezuelana, Leopoldo López, que se esforça para concorrer com Hugo Chávez nas eleições presidenciais de 2012, buscou no Brasil a "solidariedade" de três ex-presidentes - Fernando Henrique Cardoso, José Sarney e Fernando Collor de Mello - , com os quais se reuniu nos últimos dias.

Por José Reinaldo


A sabedoria popular diz que se mede o caráter e o valor das pessoas pelas companhias com quem anda. “Dize-me com quem andas e dir-te-ei quem és”, afirma o adágio, que certamente valerá também para as relações políticas.

O pretendente à candidatura presidencial na Venezuela não tem nenhum apoio em seu país e já se encontra empenhado em obtê-lo internacionalmente. Pelas escolhas que fez no Brasil, já se nota o tipo de aliança que promoveria caso assumisse o posto maior da nação bolivariana. Não o conseguirá. Faz parte de um grupo de políticos fracassados em seu país conotados como esquálidos pelo total isolamento em relação às massas populares.

Como lhe deram guarida e ouvidos, ele fez ouvir sua voz e saiu dizendo, após audiência nesta quinta-feira (6), que o presidente do Senado, José Sarney, "está muito atento e sabe o que está acontecendo na Venezuela".

O líder do partido direitista e pró-imperialista Voluntad Popular e ex-prefeito do município de Chacao em Caracas, foi recebido por Collor na quarta-feira (5) e por FHC na terça-feira (4), para os quais pediu "a compreensão do que está acontecendo na Venezuela, solidariedade com nossa luta pela democracia e os direitos". As informações são da agência noticiosa AFP.

Os três ex-presidentes têm defendido em pronunciamentos públicos e artigos nos veículos de comunicação opiniões contrárias ao governo de Chávez, alinhadas com as posições golpistas da direita venezuelana, as ameaças e ações intervencionistas do imperialismo estadunidense.

Collor e Sarney opuseram-se sistematicamente à entrada da Venezuela bolivariana no Mersosul, deblaterando sobre medidas "contra os princípios democráticos". Sarney tomou as dores do mega-empresário Marcel Granier, dono do canal de Televisão RCTV, cuja concessão não foi renovada pelo governo venezuelano, em 2007, estritamente dentro da legislação do país. A RCTV esteve envolvida em todas as conspirações antichavistas e semeava um ambiente de desestabilização política no país. Este canal televisivo tentou fomentar artificialmente os ingredientes para a guerra civil, que posteriormente justificasse uma “guerra humanitária” do imperialismo para depor o governo de Chávez.

O ex-presidente tentou ainda lançar uma campanha contra a suposta “corrida armamentista” em que a Venezuela estaria envolvida na América do Sul, alertando as Forças Armadas brasileiras e governos do continente a agirem em sentido oposto.

López, que não se reuniu com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, grande aliado de Chávez, tentou fazer média com a presidente Dilma Rousseff, elogiando seu compromisso com a defesa dos direitos humanos.

Mas, o direitista venezuelano nada conseguirá com a presidente brasileira, que é comprometida não só com os direitos humanos, mas também com a soberania nacional, a participação popular, a integração latino-americana, a paz mundial, o multilateralismo, a construção de um mundo multipolar, o direito internacional, valores sobre os quais a oposição antichavista e seus patrões, os imperialistas estadunidenses, tripudiam. E para desagrado do pretenso candidato oposicionista, Dilma mantém relações de alto nível com o presidente venezuelano e é sua amiga.

López está fazendo grande ruído durante seu périplo, mas sequer é candidato ainda. Ele terá que disputar prévias em fevereiro, na expectativa de se tornar o candidato da plataforma oposicionista denominada “Unidad”. Ocorre que as oposições venezuelanas esquálidas, reacionárias, direitistas, antinacionais, dispersas por sucessivas derrotas políticas e eleitorais, são um saco de gatos e nada garante que sairão unificadas para enfrentar o líder anti-imperialista, que desfruta de grande apoio popular.

A julgar pela importância que os três ex-presidentes brasileiros atribuíram ao pigmeu antichavista, pode-se antever que a campanha eleitoral de 2012 na Venezuela será uma luta de envergadura não apenas na nação bolivariana, mas na arena da geopolítica latino-americana e mesmo mundial. Estas movimentações são apenas os primeiros sinais de que grandes embates políticos estão por vir.

Seja qual for ou quais forem as candidaturas da oposição antichavista, a luta terá dois campos nitidamente definidos. Os que querem uma Venezuela democrático-popular, soberana, progressista, anti-imperialista e socialista estarão alinhados com o líder bolivariano. Do outro lado estarão os inimigos da unidade latino-americana, regidos pela batuta do imperialismo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário