Por Altamiro Borges
Dois assuntos foram destaque na semana passada: os sangrentos atentados na “pacífica” Noruega, que resultaram em 92 mortes confirmadas até agora; e as novas revelações sobre as iniciativas criminosas do império midiático de Rupert Murdoch. Ambos têm algo em comum: a perigosa atuação da extrema-direita que dissemina o ódio racial, o preconceito e a violência.
No caso da Noruega, já está confirmado que o autor dos disparos que mataram 85 jovens na Ilha de Utoeya, onde se realizava um acampamento com 600 jovens do Partido Trabalhista, foi o ultradireitista Anders Behring Breivik, um fazendeiro de 32 anos. Já o atentado à bomba em Oslo, que atingiu a sede do governo e causou sete mortes, ainda demandará investigações mais rigorosas.
Ódio aos imigrantes e aos marxistas
Segundo o advogado Geir Lippestad, famoso por defender grupos neonazistas, seu cliente já confessou a autoria da chacina: “Ele disse acreditar que as ações foram atrocidades, mas que eram necessárias”. A polícia encontrou um manifesto de 1.500 páginas em que Anders ataca a imigração muçulmana, prega o ódio aos “marxistas” e ao “multiculturalismo”, e ensina a fazer bombas.
O racista também confessou que planejava os atentados desde outubro de 2009. A mídia tenta vender a idéia de que a chacina foi algo individual, coisa de maluco. Mas a polícia investiga as ligações com grupos nazistas da Noruega e de outros países. A bomba utilizada em Oslo é parecida com a usada no atentado de direita em Oklahoma City (EUA), em 1995, que matou 168 pessoas.
Crise e ascensão dos neonazistas
Para o primeiro-ministro trabalhista Jens Stoltenberg, não está descartada a ação de grupos estrangeiros. “Espero que possamos manter a Noruega aberta e democrática”, afirmou o premiê, que estava na sede do governo na hora das explosões e que iria ao evento da juventude em Utoeya. Ele classificou os ataques como "a maior tragédia nacional desde a Segunda Guerra Mundial”.
Aproveitando-se da crise econômica que afeta a Europa, a direita norueguesa intensificou a propaganda racista. O ódio aos imigrantes é a sua principal bandeira. Atualmente, a extrema-direita é a segunda maior força política da Noruega, tendo obtido 23% dos votos nas eleições parlamentares de setembro de 2009. Esta ascensão abala a imagem de um país “pacífico” – apesar de manter tropas no Afeganistão –, rico exportador de petróleo e com um dos melhores índices de qualidade de vida do planeta.
Onda racista e violenta na Europa
Essa mesma onda racista cresce em toda a Europa. Em artigo neste sábado, o New York Times reconhece que “o ódio no discurso político encoraja indivíduos violentos... Os ataques em Oslo despertaram nova atenção em relação aos extremistas de direita não apenas na Noruega, mas em toda a Europa”. Com base no discurso do ódio, eles têm crescido na região e espalhado o medo.
Na Suécia, o partido direitista Democratas (lembra os demos brasileiros) ingressou pela primeira vez no parlamento após receber 5,7% votos nas eleições de setembro. Na Dinamarca, a extrema-direita tem 25 das 179 cadeiras do parlamento. Na Holanda, o partido neonazista de Geert Wilder obteve 15,5% doso votos nas eleições de 2010. Na Finlândia, o True Finns conquistou 19% dos votos em abril. A direita também é forte na Itália do midiático Berlusconi, na França de Sarkozy e na Alemanha de Angela Merkel.
Mídia dissemina o ódio
Esse crescimento tem razões objetivas – crise, desemprego, falta de perspectiva da juventude -, mas também subjetivas. Vários analistas não vacilam em criticar a mídia burguesa por disseminar o ódio. O império midiático de Murdoch, com seus tablóides sensacionalistas e também com seus veículos “sérios”, é um dos principais propagandistas do preconceito contra os imigrantes e um ativo cabo eleitoral dos partidos da extrema-direita.
Mantendo intimas relações com os sionistas de Israel, este australiano – que ganhou cidadania estadunidense em 1985 das mãos do direitista Ronald Reagan – sempre reforçou em sua mídia o ódio aos povos de origem palestina. Como aponta Gordon Duff, do jornal Veterans Today, Murdoch é hoje um dos sionistas mais influentes do mundo – “mais do que o próprio premiê de Israel”.
A quem serve o poder de Murdoch
“Murdoch tem poder para eleger e derrubar líderes nacionais, escolher políticas, aprovar leis. De onde vem tanto poder? Sabe-se hoje que ele vem da espionagem, de gravações clandestinas, de invasões de telefones e e-mails, subornos de autoridades e muita propaganda. Sim, mas a serviço de que agenda?”. Para ele, este império midiático serve aos interesses da extrema-direita.
“Quem Murdoch odeia acima de todos os demais ódios? Os muçulmanos, claro. Todos os muçulmanos são ‘do mal’. De todas as coisas que Murdoch toca, em todas as cenas que exibem, em todas as notícias que distorcem, o item que nunca falta, o que nunca essa gangue de degoladores deixa de reafirmar é, sempre, o ódio aos muçulmanos. Com isso, satisfazem os amigos em Israel”.
Jornalismo com sangue nas mãos
Essa onda preconceituosa, disseminada pelo império de Murdoch, mas também por outros conglomerados midiáticos, é que tem encorajado assassinos racistas como Anders Behring Breivik. Somada à carga explosiva da crise econômica, o ódio anti-islâmico provoca cenas como o da Ilha de Utoeya.
Entre outras resoluções previstas para serem votadas naquele acampamento da juventude, estava uma em defesa da paz, outra que solicitava ao governo trabalhista da Noruega o reconhecimento do Estado Palestino e outra que pedia o boicote ao governo sionista de Israel até a demolição do muro que separa os povos da região e o fim de suas agressões terroristas.
O “jornalismo” de Murdoch sempre foi contra estas bandeiras. O ódio racista ensangüentou a ilha e impediu a votação daquelas resoluções pacifistas. No dia dos atentados, alguns dos seus veículos ainda chegaram a divulgar que o ataque era “obra de grupos radicais islâmicos” – o que foi repetido por alguns jornais colonizados do Brasil. Murdoch está fragilizado, mas não está inativo!
Dois assuntos foram destaque na semana passada: os sangrentos atentados na “pacífica” Noruega, que resultaram em 92 mortes confirmadas até agora; e as novas revelações sobre as iniciativas criminosas do império midiático de Rupert Murdoch. Ambos têm algo em comum: a perigosa atuação da extrema-direita que dissemina o ódio racial, o preconceito e a violência.
No caso da Noruega, já está confirmado que o autor dos disparos que mataram 85 jovens na Ilha de Utoeya, onde se realizava um acampamento com 600 jovens do Partido Trabalhista, foi o ultradireitista Anders Behring Breivik, um fazendeiro de 32 anos. Já o atentado à bomba em Oslo, que atingiu a sede do governo e causou sete mortes, ainda demandará investigações mais rigorosas.
Ódio aos imigrantes e aos marxistas
Segundo o advogado Geir Lippestad, famoso por defender grupos neonazistas, seu cliente já confessou a autoria da chacina: “Ele disse acreditar que as ações foram atrocidades, mas que eram necessárias”. A polícia encontrou um manifesto de 1.500 páginas em que Anders ataca a imigração muçulmana, prega o ódio aos “marxistas” e ao “multiculturalismo”, e ensina a fazer bombas.
O racista também confessou que planejava os atentados desde outubro de 2009. A mídia tenta vender a idéia de que a chacina foi algo individual, coisa de maluco. Mas a polícia investiga as ligações com grupos nazistas da Noruega e de outros países. A bomba utilizada em Oslo é parecida com a usada no atentado de direita em Oklahoma City (EUA), em 1995, que matou 168 pessoas.
Crise e ascensão dos neonazistas
Para o primeiro-ministro trabalhista Jens Stoltenberg, não está descartada a ação de grupos estrangeiros. “Espero que possamos manter a Noruega aberta e democrática”, afirmou o premiê, que estava na sede do governo na hora das explosões e que iria ao evento da juventude em Utoeya. Ele classificou os ataques como "a maior tragédia nacional desde a Segunda Guerra Mundial”.
Aproveitando-se da crise econômica que afeta a Europa, a direita norueguesa intensificou a propaganda racista. O ódio aos imigrantes é a sua principal bandeira. Atualmente, a extrema-direita é a segunda maior força política da Noruega, tendo obtido 23% dos votos nas eleições parlamentares de setembro de 2009. Esta ascensão abala a imagem de um país “pacífico” – apesar de manter tropas no Afeganistão –, rico exportador de petróleo e com um dos melhores índices de qualidade de vida do planeta.
Onda racista e violenta na Europa
Essa mesma onda racista cresce em toda a Europa. Em artigo neste sábado, o New York Times reconhece que “o ódio no discurso político encoraja indivíduos violentos... Os ataques em Oslo despertaram nova atenção em relação aos extremistas de direita não apenas na Noruega, mas em toda a Europa”. Com base no discurso do ódio, eles têm crescido na região e espalhado o medo.
Na Suécia, o partido direitista Democratas (lembra os demos brasileiros) ingressou pela primeira vez no parlamento após receber 5,7% votos nas eleições de setembro. Na Dinamarca, a extrema-direita tem 25 das 179 cadeiras do parlamento. Na Holanda, o partido neonazista de Geert Wilder obteve 15,5% doso votos nas eleições de 2010. Na Finlândia, o True Finns conquistou 19% dos votos em abril. A direita também é forte na Itália do midiático Berlusconi, na França de Sarkozy e na Alemanha de Angela Merkel.
Mídia dissemina o ódio
Esse crescimento tem razões objetivas – crise, desemprego, falta de perspectiva da juventude -, mas também subjetivas. Vários analistas não vacilam em criticar a mídia burguesa por disseminar o ódio. O império midiático de Murdoch, com seus tablóides sensacionalistas e também com seus veículos “sérios”, é um dos principais propagandistas do preconceito contra os imigrantes e um ativo cabo eleitoral dos partidos da extrema-direita.
Mantendo intimas relações com os sionistas de Israel, este australiano – que ganhou cidadania estadunidense em 1985 das mãos do direitista Ronald Reagan – sempre reforçou em sua mídia o ódio aos povos de origem palestina. Como aponta Gordon Duff, do jornal Veterans Today, Murdoch é hoje um dos sionistas mais influentes do mundo – “mais do que o próprio premiê de Israel”.
A quem serve o poder de Murdoch
“Murdoch tem poder para eleger e derrubar líderes nacionais, escolher políticas, aprovar leis. De onde vem tanto poder? Sabe-se hoje que ele vem da espionagem, de gravações clandestinas, de invasões de telefones e e-mails, subornos de autoridades e muita propaganda. Sim, mas a serviço de que agenda?”. Para ele, este império midiático serve aos interesses da extrema-direita.
“Quem Murdoch odeia acima de todos os demais ódios? Os muçulmanos, claro. Todos os muçulmanos são ‘do mal’. De todas as coisas que Murdoch toca, em todas as cenas que exibem, em todas as notícias que distorcem, o item que nunca falta, o que nunca essa gangue de degoladores deixa de reafirmar é, sempre, o ódio aos muçulmanos. Com isso, satisfazem os amigos em Israel”.
Jornalismo com sangue nas mãos
Essa onda preconceituosa, disseminada pelo império de Murdoch, mas também por outros conglomerados midiáticos, é que tem encorajado assassinos racistas como Anders Behring Breivik. Somada à carga explosiva da crise econômica, o ódio anti-islâmico provoca cenas como o da Ilha de Utoeya.
Entre outras resoluções previstas para serem votadas naquele acampamento da juventude, estava uma em defesa da paz, outra que solicitava ao governo trabalhista da Noruega o reconhecimento do Estado Palestino e outra que pedia o boicote ao governo sionista de Israel até a demolição do muro que separa os povos da região e o fim de suas agressões terroristas.
O “jornalismo” de Murdoch sempre foi contra estas bandeiras. O ódio racista ensangüentou a ilha e impediu a votação daquelas resoluções pacifistas. No dia dos atentados, alguns dos seus veículos ainda chegaram a divulgar que o ataque era “obra de grupos radicais islâmicos” – o que foi repetido por alguns jornais colonizados do Brasil. Murdoch está fragilizado, mas não está inativo!
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