quarta-feira, 22 de junho de 2011

Ideli prevê frustração com nomeações

Dirigentes do PMDB reúnem-se com ministra para destravar nomeações não confirmadas desde o início do ano. A base promete reagir

O recado que a ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) começa a levar para os partidos aliados - inclusive o PMDB, com quem se encontrou ontem à tarde - é de que as nomeações para cargos no governo serão “meramente ajustes”. Segundo a ministra, por ser um ano de contenção de despesas e, principalmente, por se tratar de um governo de continuidade, os aliados não devem ter “expectativas” muito altas de que grandes trocas ou nomeações irão ocorrer. “Sobre cargos, não há nenhuma disposição [do governo] de fazer mudanças profundas. São ajustes”, afirmou Ideli.
Ela reconheceu, entretanto, que é “legítimo” o pedido dos partidos. “É legítima [a reivindicação dos aliados por cargos], mas não poderá ser questionada se não for atendida na amplitude que as pessoas querem, porque não tivemos rompimento, mudança de projeto. Muito pelo contrário”, disse a ministra. A mensagem da ministra mostra que a presidente Dilma Rousseff não pretende ceder aos aliados, nem mesmo ao próprio PT. As nomeações para segundo e terceiro escalões são uma constante na lista de queixas dos partidos em relação a Dilma.
Havia a expectativa entre aliados que o Planalto liberasse nomeações para contornar as dificuldades de aprovação de projetos importantes no Congresso. Ideli reconheceu que muitos cargos já deveriam estar preenchidos, num momento em que o governo completa meio ano. Segundo ela, ainda há nomeações para acontecer, mas não atenderão às expectativas de todos os aliados. “Existe um volume de expectativas muito maior [do que 40 cargos a serem preenchidos]”, disse ela, repetindo em seguida que a presidente nomeará o que for “absolutamente necessário”.

“O governo da presidente Dilma é de continuidade e de avanço. Não tem cabimento você imaginar que serão trocados um volume significativo [de cargos]”, afirmou. Sobre a decisão de quem será o líder do governo no Congresso, Ideli afirmou que “o martelo não foi batido pela presidente” e que não há motivos para alas do PMDB ou do PT se “rebelarem”. Segundo ela, a definição deve ocorrer nos próximos dias, para que o escolhido possa atuar na votação da LDO, que precisa ocorrer antes do recesso legislativo de julho.

No encontro com Ideli estava previstas a participação dos líderes do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), e do governo no Senado, Romero Jucá (RR) - o chamado “trio da cobrança” -, além do presidente da sigla, senador Valdir Raupp. O PMDB, que tem 80 deputados, vai aproveitar para lembrar que na votação do salário mínimo de R$ 545 o partido foi fiel, se posicionando, inclusive, mais unido que o próprio PT. (TB)

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