“É hora de disputar a hegemonia do movimento sindical. Vocês vão ter uma surpresa”. Com esta afirmação, o secretário-geral da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), Pascoal Carneiro abriu o 1º Conselho Estadual da CTB- Bahia, realizado na última sexta (01), no Hotel Portobello, e, que contou com a participação de quase 150 delegados das entidades sindicais filiadas à CTB.
“Os trabalhadores precisam estar preparados para os novos desafios”, pontuou o secretário- geral da CTB, Pascoal Carneiro, ressaltando também que é preciso institucionalizar a Convenção 158 da OIT, e combater a portaria 186 do Ministério do Trabalho, que defende a pluralidade sindical, enfraquecendo a luta dos trabalhadores”, acentuou.
“Quanto mais frágil o sindicalismo, mais explorado pelo capital. Por isso não podemos compactuar com a divisão, pluralidade e aceitar a defesa de acabar com a contribuição sindical”, defendida pela CUT, ressalta o secretário-geral da CTB. Ele destacou ainda o apoio da CUT a convenção 87, da OIT, que estabelece a total liberdade sindical, inclusive o fim da unicidade sindical, que se traduz no liberalismo sindical.
Com o tema central “Elevar o protagonismo da classe trabalhadora” e desenvolvido em plenárias, o 1º Conselho Geral Estadual da CTB debateu Conjuntura Internacional, Nacional e Estadual; atualidade do Sindicalismo Baiano: desafios e perspectivas; Interiorização da CTB, organização e centralidade das Coordenações Regionais; Comunicação Sindical para um novo tempo e analise, debate e aprovação do plano de lutas.
"A CTB tem muita coisa a comemorar. Esta jovem tem três anos, mas já muita história. Aqui, está a Central mais dinâmica, com credibilidade e mais próxima dos anseios da classe trabalhadora”, destacou o sindicalista Everaldo Augusto da Silva.
Para o presidente da CTB Bahia, Adilson Araújo é necessário se fazer alguns questionamentos acerca do que se pretende realmente com “este negócio de central”, o que significa uma central e a nossa tradição sindical. “Nós apresentamos aqui um diagnostico. A verdade é que enquanto a Central for menor que os sindicatos, nós não teremos condições de disputar a hegemonia. Por este motivo, é tão imprescindível um debate sobre esta nova etapa da CTB para consolidação do projeto de uma Central democrática, plural, unitária e de estreita relação com o universo dos trabalhadores”, reitera.
Campo
O presidente da FETAG( Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Estado da Bahia), Cláudio Bastos destacou que se deixarmos de plantar, 70% dos brasileiros não terão alimento na sua mesa “ Por este motivo, ressaltamos a importância do trabalho positivo que vem sendo realizado pelo movimento sindical dos trabalhadores rurais com a CTB, que possibilitou o reconhecimento politico de sua pauta de reivindicações a nível federal, com a liberação de R$16 bilhões à agricultura familiar”, observou Bastos.
Balanço
A mais jovem das centrais reconhece que no curto período de tempo (cerca de três anos), estivesse organizada nas cinco regiões do país, para a defesa dos interesses da classe trabalhadora, com autonomia em relação a partidos, governo e o patronato, mas é preciso mais espaço para as conquistas. “Já são mais de 800 sindicatos filiados a central. Precisamos colocar uma pilha neste crescimento. Na área pública federal ainda estamos muito acanhados. Precisamos ampliar”, ressaltou Renato Jorge Pinto, da ASSUFBA Sindicato, sindicato filiado a CTB.
“A classe trabalhadora precisa ter papel protagonista na sua própria transformação. Lutas como o fim do fator previdenciário, redução da jornada de trabalho sem redução de salários e outras bandeiras, são desafios que se colocam na ordem do dia para o movimento sindical”, afirmou Adilson Araújo. Para isso, segundo o dirigente, a classe trabalhadora precisa tomar consciência de sua força.
Durante o conselho foi debatido também os importantes papeis desempenhados pela Comunicação e Formação. A primeira para a visibilidade da central e a última, no intuito de aumentar a capacidade técnica para atendimento às demandas.
O DIEESE - Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos – também contribuiu com o Conselho nos debates. “Faltava uma instituição que visse o trabalho sob a ótica do trabalhador. Foi assim que surgiu há 50 anos o DIEESE. Trabalhamos para fortalecer as lutas e as ações dos trabalhadores”, explicou a supervisora-técnica do Órgão, Ana Georgina Dias, que abordou salário mínimo, entre outros aspectos de interesse da classe trabalhador(a).
Ao final do Conselho foram eleitos os 35 delegados que vão representar a Bahia no Conselho Geral Nacional, que vai acontecer em São Paulo, entre os dias 28 e 30 de Julho.
Participaram também da abertura do evento, Lucia Maia, da Secretaria da Mulher do Sintracom (Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção e da Madeira no Estado da Bahia) e o deputado federal Daniel Almeida.
Fonte: Daniela Sansão- CTB Bahia
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